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Análise de estabilidade –

aterro não reforçado sobre solo


mole

Márcio de Souza S. Almeida, PhD


Prof. Titular
COPPE – UFRJ
almeida@coc.ufrj.br

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COMPORTAMENTO GERAL DE ATERROS PARÂMETROS DE PROJETO MÉTODOS DE ANÁLISE ATERROS EM ETAPAS

Tópicos

1. Comportamento geral dos aterros

2. Ensaios e parâmetros de projeto: Su

3. Métodos de análise de estabilidade

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COMPORTAMENTO GERAL DE ATERROS PARÂMETROS DE PROJETO MÉTODOS DE ANÁLISE ATERROS EM ETAPAS

Variação das poro


pressões e do fator
de segurança:
construção e
adensamento

Bishop e Bjerrum (1972)

O tempo de construção usual


de aterros é da ordem de 1 e
2 meses. A hipótese de
condição não drenada é
conservativa no caso. Usual:
FS > 1,2 final de construção
FS > 1,5 após adensamento 3
COMPORTAMENTO GERAL DE ATERROS PARÂMETROS DE PROJETO MÉTODOS DE ANÁLISE ATERROS EM ETAPAS

Verificações de estabilidade:

interna:

de fundação:

global:

A verificação da estabilidade global apenas em geral atende


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COMPORTAMENTO GERAL DE ATERROS PARÂMETROS DE PROJETO MÉTODOS DE ANÁLISE ATERROS EM ETAPAS

Soluções para o aumento da estabilidade

Ø Uso de berma lateral


estabilizante (requer
disponibilidade de área
lateral);

Ø Uso de reforço;
(próxima aula)

Ø Uso de berma e reforço: projeto é otimizado, sendo a


melhor opção no caso de argilas muito moles
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COMPORTAMENTO GERAL DE ATERROS PARÂMETROS DE PROJETO MÉTODOS DE ANÁLISE ATERROS EM ETAPAS

2. Ensaios e parâmetros de projeto: Su


Ensaios/procedimentos usados:

1. Ensaio de palheta / Ensaio de piezocone (obtenção de Su a


partir de qT medido e valor de Nkt conhecido);

2. Ensaios triaxiais

• UU: rápido; baixo custo; influenciado por


amolgamento/amostragem;

• Ensaio triaxial CAU: oneroso; demorado; menos influenciado


pela amostragem;

3. Estimativa do Su a partir de correlações + Equações de história de


tensões.

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COMPORTAMENTO GERAL DE ATERROS PARÂMETROS DE PROJETO MÉTODOS DE ANÁLISE ATERROS EM ETAPAS

2.1 Ensaio de palheta: correção de Su

• Década de 60: Bjerrum e outros autores


observaram que retroanálise de aterros rompidos
usando Su do ensaio de palheta resultavam em Fs
> 1,0;

• A discrepância no valor de Fs aumentava com o


Ip do solo; Bjerrum então propôs efetuar a
seguinte correção:
Su (projeto) = µ x Su (palheta)

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COMPORTAMENTO GERAL DE ATERROS PARÂMETROS DE PROJETO MÉTODOS DE ANÁLISE ATERROS EM ETAPAS

Razões da correção de Bjerrum


1) Velocidade de deformação cisalhante do ensaio
de palheta é muito superior à velocidade de
deformação decorrente da construção do aterro

2) Efeitos de anisotropia na resistência Suh < Suv;


ensaio de palheta considera Suh = Suv

Efeito de 1) prevalece sobre 2)

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COMPORTAMENTO GERAL DE ATERROS PARÂMETROS DE PROJETO MÉTODOS DE ANÁLISE ATERROS EM ETAPAS

Su de projeto
µ =Fator de correção
Fator de correção (µ)

Su ( projeto ) = µ.Su ( palheta )

Bjerrum: 2D
Azzouz: 3D

Índice de Plasticidade (IP)

O Ip é em geral elevado argilas moles brasileiras, então o usual considerar µ = 0,6.


COMPORTAMENTO GERAL DE ATERROS PARÂMETROS DE PROJETO MÉTODOS DE ANÁLISE ATERROS EM ETAPAS

2.2 Ensaio triaxiais: CAU ou CK0U


CAU(K0) – é o CAU adensado até o estado de tensões in situ (K0 =
s’ho / s’vo).

Vantagem do CAU: na coleta de amostra de argila ocorre


amolgamento e geração de poro-pressões negativas (variam com
o tempo de estocagem), influenciando a medida da resistência em
ensaios UU. O re-adensamento da amostra até as condições de
tensão in situ minimizam estes efeitos.

Desvantagem: estágio(s) de adensamento faz com que o ensaio


seja mais demorado. É necessário a priori a estimativa de K0.

Ensaios triaxiais são usados no Brasil para a determinação de Su


apenas em projetos especiais; no máximo servem com “técnica
redundante”.
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COMPORTAMENTO GERAL DE ATERROS PARÂMETROS DE PROJETO MÉTODOS DE ANÁLISE ATERROS EM ETAPAS

Ensaio CIU e Ensaio CAU : argila natural com


estrutura
100
Envoltória para
grandes
deformações Envoltória
Resistência de pico de pico
s'3 )/2 (kPa)

Resistência a grandes
50
deformações CAU
t = (s'1 -

CIU
0
0 50 100 150 200

s' = (s'1 + s'3 )/2 (kPa)

Argila de Saint-Roch-de-L’Achigan, Marques (2001)


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COMPORTAMENTO GERAL DE ATERROS PARÂMETROS DE PROJETO MÉTODOS DE ANÁLISE ATERROS EM ETAPAS

2.3 Estimativa de valor de Su a partir de


correlações e equações
1 - (Su)proj = 0,22.s’vm
s’vm = tensão de sobreadensamento
Equação (Mesri) usada como Su de projeto; é
conservativa

2 - Su = K.s’vo .OCRm
Modelo Cam-clay e Método Shansep
0,25 < K < 0,35;
0,7 < m < 0,9
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COMPORTAMENTO GERAL DE ATERROS PARÂMETROS DE PROJETO MÉTODOS DE ANÁLISE ATERROS EM ETAPAS

Su de projeto (após correção de Bjerrum)

CM I CM II Gleba
Su (kPa) Su (kPa) Su (kPa)
0 5 10 15 0 10 20 30 0 5 10 15 20 25
0.0 0.0 0.0

1.0
1.0 1.0
2.0
CM I_Su* CM II_Su*
3.0 Gleba_Su*
2.0 2.0
CM I_PL 2_Su** CM II_PL 1_Su**
4.0 Gleba_PL 1_Su**
CM II_PL 2_Su**
3.0 CM I_PL 3_Su** 3.0 5.0
CM II_PL 3_Su** Gleba_PL 2_Su**
6.0
Profundidade (m)

4.0 CM I_PZ 3_Su*** CM II_PZ 1_Su*** Gleba_PZ1_Su***


4.0
Profundidade (m)

7.0

Profundidade (m)
CM II_PZ 2_Su***
* = (Su)Proj 1= 0.30 s`vm * = (Su)Proj 1= 0.40 s`vm
5.0 8.0
** = (Su)Proj 2 = µ Su(palheta) 5.0 ** = (Su)Proj 2 = µ Su(palheta)
***= (qT -sv0/15)*µ 9.0 ***= (qT -sv0/12)*µ
6.0
6.0 * = (Su)Proj 1= 0.40 s`vm 10.0
** = (Su)Proj 2 = µ Su(palheta)
7.0 11.0
***= (qT -sv0/12)*µ
7.0 12.0
8.0
13.0
8.0
14.0
9.0
15.0
9.0
10.0 16.0

10.0 17.0
11.0

Observe-se os baixíssimos valores de Su para as argilas da Baixada de Jacarepaguá


COMPORTAMENTO GERAL DE ATERROS PARÂMETROS DE PROJETO MÉTODOS DE ANÁLISE ATERROS EM ETAPAS

3. Métodos de análise de estabilidade

• Cálculos preliminares:
3.1) Altura crítica: valor médio de Su
3.2) Uso de Ábacos
• Cálculos definitivos:
3.3) Uso de programas de computador:
superfícies circulares e não circulares
3.4) Uso de planilhas eletrônicas: método
das cunhas

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COMPORTAMENTO GERAL DE ATERROS PARÂMETROS DE PROJETO MÉTODOS DE ANÁLISE ATERROS EM ETAPAS

3.1) Altura crítica - Su cte (aterro sem resistência)


Capacidade de carga para a condição f = 0:
q = gh = Nc.Su (depreza o efeito do talude)

hcr = (Nc x Su )/gat,


Análise limite - T. Plasticidade
Booker e Davis (1973)
Sapata rugosa => reforço
• No caso, as soluções da T.
Plasticidade fornecem a altura
máxima possível admitindo sapata
rígida rugosa com valor alto de T
mobilizado.
• O aterro de rigidez finita assente
sobre solo mole mostra mobilização
limitada de valores de T (aula
seguinte)
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Ver Cap. 8 do livro “Geossintéticos” Palmeira com detalhamento do projeto de aterro reforçado
COMPORTAMENTO GERAL DE ATERROS PARÂMETROS DE PROJETO MÉTODOS DE ANÁLISE ATERROS EM ETAPAS

Análises de estabilidade
3.2) Ábacos para Su crescente linearmente
com a profundidade (aterro sem resistência)

Ábacos de Pinto, C. S. (1974): aterro s/ resistência:


ver livro “Obras de Terra” de F. Massad

Próximo da realidade no caso de aterros baixos

FS(3.2) > FS(3.1): efeito do talude é considerado

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COMPORTAMENTO GERAL DE ATERROS PARÂMETROS DE PROJETO MÉTODOS DE ANÁLISE ATERROS EM ETAPAS

Ábaco de Pinto
q = Nco.co
Hcrit = Nco.co/g

co = 2 kPa; c1 = 2 kPa/m;
D = 10 m; c1.D/co = 10

H = 3 m; m = 3; d = 9 m
c1.d/co = 9 => Nco = 20

Hcr = (20 x 2)/20 = 2 m


Hadm = Hcr/FS = 1,67 m (FS = 1,2)

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COMPORTAMENTO GERAL DE ATERROS PARÂMETROS DE PROJETO MÉTODOS DE ANÁLISE ATERROS EM ETAPAS

Ábaco de Pinto
para o caso de
bermas
Hcrit = Nco.co/g
co = 2 kPa; c1 = 2 kPa/m;
f = 10 m => Nco = 30
Hcr = (30 x 2)/20 = 3 m;

f = 16 m => Nco = 42
Hcr = (42 x 2)/20 = 4,2 m;

Had = 4,2 m/1,2 = 3,5 m


(FS = 1,2 – temporário)

Had (c/ berma) ≈ Had (s/ berma)


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COMPORTAMENTO GERAL DE ATERROS PARÂMETROS DE PROJETO MÉTODOS DE ANÁLISE ATERROS EM ETAPAS

Análises de estabilidade

3.3) Métodos de análise de estabilidade por


fatias (Momento resistente/momento atuante):

• Bishop simplificado e Morgenstern-Price - circular


• Janbu simplificado - não circular
• Analisam-se vários métodos; usa-se o valor de
FSmin

FS(3.3) > FS(3.2): resistência do talude é considerada 19


COMPORTAMENTO GERAL DE ATERROS PARÂMETROS DE PROJETO MÉTODOS DE ANÁLISE ATERROS EM ETAPAS

Exemplo de Análise de Estabilidade: Superfície Circular

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COMPORTAMENTO GERAL DE ATERROS PARÂMETROS DE PROJETO MÉTODOS DE ANÁLISE ATERROS EM ETAPAS

Resistência do aterro

• Usar parâmetros de resistência para a condição saturada;


c = 0 e f = 30º são parâmetros usuais;

• Não é recomendável adotar c´≠ 0; diminui Pa ou aumenta


Momento resistente => contra a segurança.

• Em aterros de maior espessura pode-se eventualmente


considerar que o mesmo desenvolve uma fissura com
profundidade z = 2.c.(Ka)-1/2/g
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COMPORTAMENTO GERAL DE ATERROS PARÂMETROS DE PROJETO MÉTODOS DE ANÁLISE ATERROS EM ETAPAS

Profundidade de fissura de tração de um


aterro argiloso (c≠0)

No caso acima a resistência do aterro só deve ser considerada


abaixo da zona fissurada
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COMPORTAMENTO GERAL DE ATERROS PARÂMETROS DE PROJETO MÉTODOS DE ANÁLISE ATERROS EM ETAPAS

3.4) Método das cunhas / translacional:


(A) Ruptura fora do pé do aterro, sem berma; para o trabalho usar (A)

Forças instabilizantes = Pat + Paarg


Forças resistentes = Pparg + S + T
T = tensão de tração no reforço -
aterros reforçados

Método permite controle visualização da magnitude de cada


parcela
• Deve-se calcular o Fs em diferentes profundidades para obter o
Fs mínimo

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COMPORTAMENTO GERAL DE ATERROS PARÂMETROS DE PROJETO MÉTODOS DE ANÁLISE ATERROS EM ETAPAS

Método das cunhas - equações


Equação geral de Rankine – caso ativo
• Pat = ½(g.H2.Ka) – 2.c.H.(Ka)1/2 + q.H.Ka
• Aterro: adotar c = 0; H = Hat; q = 0.
• Argila Paarg: Ka = 1; c = Su; H = z; q = gat.Hat.z
Equação geral de Rankine – caso passivo
• Pparg = ½(g.H2.Kp) + 2.c.H.(Kp)1/2 + q.H.Kp
• Argila Pparg: Kp = 1; c = Su; H = z; q = 0 (casos A e C)
Resistência da argila: S = Su.L (L = nH; n = talude adotado)

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Método das cunhas – Sem e Com Reforço
COMPORTAMENTO GERAL DE ATERROS PARÂMETROS DE PROJETO MÉTODOS DE ANÁLISE ATERROS EM ETAPAS

Comentários finais –
Aterros não-reforçados
• Realizar ensaio de palheta e aplicar a correção de
Bjerrum;
• Obter perfil de projeto de Su através de outros
ensaios e correlações;
• Ábacos e Método de Cunhas devem ser usados,
além de métodos de equilíbrio limite através
programas de computador.
• É comum usar aterro reforçado atualmente, mas
antes deve-se calcular o Fator de Segurança para a
condição de aterro não reforçado, assegurando-se
FS > 1,0 neste caso. 26
Análises de estabilidade
de aterros reforçados sobre solos
moles

Márcio de Souza S. Almeida, PhD


Prof. Titular
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almeida@coc.ufrj.br

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Tópicos

1. Introdução;

2. Métodos de análise de estabilidade de


aterros reforçados;
3. Dimensionamento do reforço;
4. Casos de obras;
5. Conclusões.

28
INTRODUÇÃO ANÁLISES DE ESTABILIDADE DIMENSIONAMENTO DO REFORÇO CASOS DE OBRAS CONCLUSÕES

Alguns tipos de ruptura – aterros reforçados

A ruptura global (b) é a mais relevante, mas todas devem ser analisadas 29
INTRODUÇÃO ANÁLISES DE ESTABILIDADE DIMENSIONAMENTO DO REFORÇO CASOS DE OBRAS CONCLUSÕES

Reforço com geogrelha

Instalação da geogrelha: bem


esticada

Amarração da Geogrelha

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INTRODUÇÃO ANÁLISES DE ESTABILIDADE DIMENSIONAMENTO DO REFORÇO CASOS DE OBRAS CONCLUSÕES

Reforço com geogrelha

Lançamento do aterro sobre a


geogrelha
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INTRODUÇÃO ANÁLISES DE ESTABILIDADE DIMENSIONAMENTO DO REFORÇO CASOS DE OBRAS CONCLUSÕES

Dimensionamento
1. Determinar o FR de projeto almejado em função do tipo de obra
2. Cálculo de Fo s/ reforço: p/ ex. Met. Bishop Simplificado (Fs > 1,1;
sugerido MA)
3. Verificação da expulsão do solo mole lateral (Fs > 1,1; sugerido MA)

Fs = (Rt + Rb + Pp) / Pa

Cálculo mais relevante em caso de Su constante

Rt = Sux7
Rb = Sux7 2
Paarg = ½(garg.Harg – 2.Su. Harg+ gat.Hat
2
Pparg = ½(garg.Harg + 2.Su. Harg
32
INTRODUÇÃO ANÁLISES DE ESTABILIDADE DIMENSIONAMENTO DO REFORÇO CASOS DE OBRAS CONCLUSÕES

4. Calcular T (utilizando o Método das Cunhas, por exemplo) de


forma a obter para o aterro reforçado Fsr≥1,5 (≥1,3 condição
temporária). Sugere-se (MA) Fsr/Fo > 1,25 (*)
Comparar T com Tmobilizado (ver 2 slide seguintes).
• T calculado por métodos de Equilíbrio Limite e T. Plasticidade
admitem reforço e solo rígido-plástico; não consideram rigidez
relativa do solo e do reforço e interação solo-reforço;
• Deve-se garantir Tmobilizado ≥ T;
• T efetivamente mobilizado pode ser estimado por:
a) MEF (c/ elemento planar); necessário conhecimento e
domínio do método
b) Ábaco de Rowe e Soderman (1985) – que estimam a
deformação ea mobilizada – ver adiante
Tmobilizado = ea. J
J = módulo do reforço obtido em catálogos de fabricantes
(*) Se necessário e possível use bermas 33
INTRODUÇÃO ANÁLISES DE ESTABILIDADE DIMENSIONAMENTO DO REFORÇO CASOS DE OBRAS CONCLUSÕES

5. Majoração do reforço T => Tref

Tref = T ´ f1 ´ f 2 ´ f 3 ´ f 4 = f g ´ T
f1 = danos de instalação
f2 = fluência do geossintéticos (mais importante)
f3 = degradação química
f4 = degradação biológica

fg = 2 a 3 é usual

T é a tensão de reforço usada nos cálculos


Tref é a tensão do reforço de catálogo (fabricante)
34
INTRODUÇÃO ANÁLISES DE ESTABILIDADE DIMENSIONAMENTO DO REFORÇO CASOS DE OBRAS CONCLUSÕES

6. Determinação do comprimento mínimo de


ancoragem = lanc

(t as + t ai )l anc = TFsanc

Fsanc ³ 1,5

t a = as + s .tgfS
tas e tai são as tensões de aderência solo-reforço nas
faces superior e inferior, respectivamente.
t = tensão normal no plano do reforço
as = adesão solo-reforço Obtidos a partir de
fs = ângulo de atrito solo-reforço ensaios de arrancamento
35
INTRODUÇÃO ANÁLISES DE ESTABILIDADE DIMENSIONAMENTO DO REFORÇO CASOS DE OBRAS CONCLUSÕES

(A) Ensaio rápido de tração – (B) Curvas isócronas das


geogrelhas produzidas a partir geogrelhas obtidas em ensaios
de diferentes polímeros de fluência (Fonte: Huesker)

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INTRODUÇÃO ANÁLISES DE ESTABILIDADE DIMENSIONAMENTO DO REFORÇO CASOS DE OBRAS CONCLUSÕES

Deformação específica mobilizada:

Altura líquida = Altura menos recalque


Alteamento do aterro sem ganho de cota

Possibilidades de ruptura:
• Solo mole rompe
• Reforço rompe (J elevado)
• Ruptura pela interface (J elevado)
• Condição da figura ao lado (J mediano e depósito espesso)

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INTRODUÇÃO ANÁLISES DE ESTABILIDADE DIMENSIONAMENTO DO REFORÇO CASOS DE OBRAS CONCLUSÕES

Deformação específica mobilizada:


Rowe e Soderman (1985) - Su = cte.

ea (%)

Aterro
Solo mole
c’ = 0 º
4 kPa < Su < 15 kPa
f’ = 32
500 kPa < Eu < 5000 kPa
E’ = f(s3)
0 < J < 2000 kN/m
10 m< B < 30 m
3 m < hclay < 15 m

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INTRODUÇÃO ANÁLISES DE ESTABILIDADE DIMENSIONAMENTO DO REFORÇO CASOS DE OBRAS CONCLUSÕES

Aterros reforçados: Resumo


• Ábacos para análise (preliminar) de estabilidade global:
– Teoria da plasticidade
• Método das cunhas (translacional – ver aula anterior) é o
método mais confiável;
• Programas com métodos de Equilíbrio Limite - necessitam
de verificação;
• Esforço efetivamente mobilizado => Método de Rowe e
Soderman e/ou análises numéricas (ver exemplo a seguir).

39
INTRODUÇÃO ANÁLISES DE ESTABILIDADE DIMENSIONAMENTO DO REFORÇO CASO DE OBRAS CONCLUSÕES

Via Expressa Sul, Florianópolis SC –


Magnani (2006)

• Três Aterros Experimentais:


• AE1 – Aterro Reforçado (Tult = 200 kN/m) com drenos verticais (1,3 m em malha
triangular)
• AE2 – Aterro Reforçado (Tult = 200kN/m)
• AE3 – Aterro Convencional.

40
INTRODUÇÃO ANÁLISES DE ESTABILIDADE DIMENSIONAMENTO DO REFORÇO CASO DE OBRAS CONCLUSÕES

Reforço

Célula de carga

(Magnani et al. 2009, Geosynthetics International)


INTRODUÇÃO ANÁLISES DE ESTABILIDADE DIMENSIONAMENTO DO REFORÇO CASO DE OBRAS CONCLUSÕES

Aterro sem reforço

Aterro com reforço e drenos

trincas

42
INTRODUÇÃO ANÁLISES DE ESTABILIDADE DIMENSIONAMENTO DO REFORÇO CASO DE OBRAS CONCLUSÕES

Measured tension forces cross section


Computed Factors
Computed Factors of Safety
of Safety - TE 1
2,3
2,2 T measured (kN/m)
2,1
2
1,9 T ult,factored = T ult / F reduction =
200/1,6667 = 120 kN/m
1,8
1,7

FS
1,6
1,5
1,4
1,3
1,2
1,1
1
20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70
Embankment applied stress (kPa)

(Magnani et al. 2010, ASCE JGEE)


INTRODUÇÃO ANÁLISES DE ESTABILIDADE DIMENSIONAMENTO DO REFORÇO CASO DE OBRAS CONCLUSÕES

Deformação permissível em função de


parâmetros geotécnicos e geométricos

3.5

!
44
INTRODUÇÃO ANÁLISES DE ESTABILIDADE DIMENSIONAMENTO DO REFORÇO CASO DE OBRAS CONCLUSÕES

Estimativa de T: método de Rowe e


Soderman, com W calcula-se ea

Variável Aterro
AE1 AE2
(gHc)/Su – na ruptura – 9ª camada 61.9/10 60.9/10
harg/B 8.2/21 5.6/21
Su/Eu 1/300 1/300
W = ((gHc)/Su).(harg/B)2.(Su/Eu) 0.0031 0.0013
ea % (ábacoRowe and Soderman) 3.5 1.6
T= ea.J (kN/m) para J = 1700 kN/m 59.5 27.2
T (kN/m) medido na ruptura 9a 40 50
camada 45
INTRODUÇÃO ANÁLISES DE ESTABILIDADE DIMENSIONAMENTO DO REFORÇO CASO DE OBRAS CONCLUSÕES

Influência do reforço e do aterro de


conquista na estabilidade
Values of FS Incremento nos valores
de FS

Aterro Com aterro de conquista s/ reforço;


c/ reforço s/ reforço s/ aterro de reforço aterro de
conquista conquista

AE1 1.058 1.034 0.650 2,4% 59,1%


AE2 1.098 1.059 0.679 3,6% 56,1%
AE3 - 1.054 0.736 - 43,2%

46
INTRODUÇÃO ANÁLISES DE ESTABILIDADE DIMENSIONAMENTO DO REFORÇO CASOS DE OBRAS CONCLUSÕES

Conclusões (caso do ES)

• Camada de aterro granular existente (aterro de


conquista) com espessura 1,7 - 2,0 m teve
papel importante

• Tração no reforço aumenta com:


– Diminuição do Fs
e
– Menor espessura fundação (harg) -
– Maior módulo J do reforço – literatura
47
INTRODUÇÃO ANÁLISES DE ESTABILIDADE DIMENSIONAMENTO DO REFORÇO CASOS DE OBRAS CONCLUSÕES

Conclusões:
• Valores de T mobilizados devem ser estimados
através de método de Rowe e Soderman (ou
MEF).
• Drenos e reforço propiciam comportamento dúctil
do aterro-solo mole.
• No caso em que reforço e berma não permita
atingir a altura final deve-se usar construção em
etapas
• Nas argilas moles costeiras brasileiras usa-se
comumente os 3 procedimentos: bermas + reforço
+ construção em etapas com drenos. 48

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