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FUNDAÇÕES PROFUNDAS

PROF. CARLOS ROLIM NETO


É difícil fazer um ENGENHEIRO na universidade. A
profissão deve ser aprendida com a experiência e
com a ajuda dos mestres.

Eng. Hugo Corres


CAPACIDADE DE CARGA DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS
1.0 - DEFINIÇÕES
1.1 – CARGA ADMISSÍVEL DE UMA ESTACA OU TUBULÃO: máxima carga que,
aplicada sobre a estaca ou sobre o tubulão isolados, atende, com fatores de segurança
predeterminados, aos estados limites últimos (ruptura) e de serviço (recalques, vibrações,
etc) (ABNT NBR 6122:2019).

1.2 – CARGA DE RUPTURA DE UMA FUNDAÇÃO: carga que, se aplicada à fundação,


provoca perda do equilíbrio estático ou deslocamentos que comprometem sua segurança ou
desempenho; corresponde à força resistente última (geotécnica) da fundação (ABNT NBR
6122:2019).

1.3 – CARGA DE TRABALHO DE ESTACAS: carga efetivamente atuante na estaca, em


valores característicos; a tensão de trabalho da estaca corresponde à carga de trabalho divi-
dida pela área da seção transversal (ABNT NBR 6122:2019).
CAPACIDADE DE CARGA DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS
1.0 - DEFINIÇÕES
1.4 – RESISTÊNCIA TOTAL: RP + RL
● MÉTODOS EMPÍRICOS – Prevalecia a
experiência do engenheiro (obras rea-
lizadas)

● MÉTODOS TEÓRICOS – Muita teoria,


funciona bem nos meios acadêmicos,
mas de pouca praticidade (dados não
usuais nas obras)

● MÉTODOS SEMI-EMPÍRICOS – Bons


para a prática de projetos (experiência
e estatística), provas de carga e tipo de
solo. Utilizados por grandes escritórios
de projetos do Brasil e exterior.
CAPACIDADE DE CARGA DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS
1.0 - DEFINIÇÕES
1.5 – PLANTA DE CARGAS
CAPACIDADE DE CARGA DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS
1.0 - DEFINIÇÕES
1.6 – ALGUNS MÉTODOS SEMI EMPÍRICOS (DENTRE VÁRIOS EXISTENTES):

● DÉCOURT-QUARESMA
● AOKI VELLOSO
● TEIXEIRA
● ANTUNES E CABRAL

1.7 – ATENÇÃO E CUIDADO!!!

1.7.1 – NSPT ACIMA DE 50


1.7.2 – ESTACAS PRÉ-MOLDADAS: NSPT ≤ 35 (SUGIRO NÃO
ULTRAPASSAR 25)
1.7.3 – ESTACAS ESCAVADAS – RESISTÊNCIA DE PONTA LIMITADA A
20% DA RESISTÊNCIA TOTAL
CAPACIDADE DE CARGA DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS
2.0 – MÉTODO DÉCOURT-QUARESMA
➢ CAPACIDADE DE CARGA DE ESTACAS A PARTIR DO ENSAIO SPT;

➢ 𝑸𝒖 = 𝜶. 𝒒𝒑 . 𝑨𝒑 + 𝜷. 𝒒𝒍. 𝑨𝒍

➢ RESISTÊNCIA DE PONTA: valor do N é a média entre o valor correspondente à ponta da


estaca, o imediatamente anterior e o imediatamente posterior; A resistência de ponta é da-
da por:
𝒒𝒑, 𝒖𝒍𝒕 = 𝑪𝑵 (kN/m2)

O valor de C é retirado da tabela a seguir:


TIPO DE SOLO C (kN/m2)
Argilas 120
Siltes argilosos 200
Siltes arenosos 250
Areias 400
CAPACIDADE DE CARGA DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS
2.0 – MÉTODO DÉCOURT-QUARESMA
➢ RESISTÊNCIA LATERAL: valores de N ao longo do fuste, sem levar em conta aqueles utili-
zados para a estimativa da resistência de ponta. É o valor médio. Nenhuma distinção é feita
quanto ao tipo de solo. A. resistência lateral, em kN/m2, é dada por:

𝑵
𝝉𝒍, 𝒖𝒍𝒕 = 𝟏𝟎 ( + 𝟏)
𝟑

➢ CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES PARA DETERMINAÇÃO DO N MÉDIO:

● Valores de N menores que 3 devem ser considerados iguais a 3;


● Valores de N maiores que 50 devem ser considerados iguais a 50
CAPACIDADE DE CARGA DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS
2.0 – MÉTODO DÉCOURT-QUARESMA
➢ PARÂMETRO 𝜶

(DÉCOURT, 1996) ARGILAS SOLOS AREIAS


INTERMEDIÁRIOS
CRAVADA 1,00 1,00 1,00
ESCAVADA EM 0,85 0,60 0,50
GERAL
ESCAVADA COM 0,85 0,60 0,50
LAMA BENTONÍTICA
HÉLICE CONTÍNUA 0,30 0,30 0,30
RAIZ 0,85 0,60 0,50
INJETADAS (ALTA 1,00 1,00 1,00
PRESSÃO)
CAPACIDADE DE CARGA DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS
2.0 – MÉTODO DÉCOURT-QUARESMA
➢ PARÂMETRO 𝛽

(DÉCOURT, 1996) ARGILAS SOLOS AREIAS


INTERMEDIÁRIOS
CRAVADA 1,00 1,00 1,00
ESCAVADA EM 0,80 0,65 0,50
GERAL
ESCAVADA COM 0,90 0,75 0,60
LAMA BENTONÍTICA
HÉLICE CONTÍNUA 1,00 1,00 1,00
RAIZ 1,50 1,50 1,50
INJETADAS (ALTA 3,00 3,00 3,00
PRESSÃO)
CAPACIDADE DE CARGA DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS
2.0 – MÉTODO DÉCOURT-QUARESMA
EXERCÍCIO 1: Considerando-se o seguinte perfil, determine a capacidade de carga admissível
para uma estaca pré-moldada com comprimento fixado em 9,0 m e diâmetro igual a 20 cm
Solução:

𝑄𝑢 = 𝑄𝑝 + 𝑄𝑙 (Resistência da ponta + resistência lateral)

𝑄𝑝 = 𝛼. 𝑞𝑝. 𝐴𝑝 (Resistência da ponta)

𝑄𝑙 = 𝛽. 𝑞𝑙. 𝐴𝑙 (Resistência lateral)


a) Determinação da resistência da ponta:

𝜶 = 1 (estaca cravada e areia)


qp = CN
14 + 23 + 20
𝑁𝑀É𝐷𝐼𝑂 = ⇒ 𝑁 𝑀É𝐷𝐼𝑂 = 19
3

C= 400 kN/m2 (areia)


CAPACIDADE DE CARGA DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS
2.0 – MÉTODO DÉCOURT-QUARESMA

qp = 400 x 19 ⇒ qp = 7600 kN/m2

𝑑2 (0,20)2
𝐴𝑝 = 𝜋 ⇒ 𝐴𝑝 = 𝜋 ⇒ 𝐴𝑝 = 0,0314 𝑚2
4 4
Qp = 𝜶.qp.Ap ⇒ Qp = 1 . 7600 . 0,0314 ⇒ Qp = 238,64 kN

b) Determinação da resistência lateral

𝛽 = 1 (estaca cravada em todos os tipos de solo)


𝑁
𝑞𝑙 = 10 +1
3

Nspt TOTAL= 7, 9, 14, 5, 2, 3, 4, 14, 23, 20

7 + 9 + 14 + 5 + 2 + 3 + 4
𝑁𝑆𝑃𝑇 𝑀É𝐷𝐼𝑂 = ⇒ 𝑁 𝑆𝑃𝑇𝑀É𝐷𝐼𝑂 = 6,25 PONTA
CAPACIDADE DE CARGA DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS
2.0 – MÉTODO DÉCOURT-QUARESMA
𝑁 6,25
𝑞𝑙 = 10 + 1 ⇒ 𝑞𝑙 = 10 +1 ⇒
3 3
𝑞𝑙 = 31 𝑘𝑁/𝑚2

Al = perímetro . altura = p . h = 2 . 𝜋 . 𝑟 . ℎ
𝐴𝑙 = 2 . 𝜋 . 0,10 . 9 ⇒ 𝐴 𝑙 = 5,65 m2

𝑘𝑁
𝑄𝑙 = 𝛽 . 𝑞𝑙 . 𝐴𝑙 ⇒ 𝑄 𝑙 = 1 𝑥 31 2
𝑥 5,65 𝑚2 ⇒
𝑚

𝑄𝑙 = 175,2 𝑘𝑁

Qu = QPONTA + QLATERAL ⇒ QU = 238,64 + 175,2 ⇒

QU = 413,84 kN (Carga de ruptura)

413,84
COEFICIENTE DE SEGURANÇA Carga admissível: = 𝟐𝟎𝟕 𝒌𝑵
2
GLOBAL
Sempre desconfie dos resultados das máquinas.
Contas por aproximação são valiosas.

A.C.R. Laranjeiras
CAPACIDADE DE CARGA DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS
3.0 – MÉTODO AOKI-VELLOSO
➢ MÉTODO ELABORADO INICIALMENTE PARA ENSAIO CPT;

➢ CAPACIDADE DE CARGA DE ESTACAS CORRELACIONADAS COM O ENSAIO SPT;

RL = U 𝚺 (rL 𝛥L)
➢ R= 𝑹 𝑳 + 𝑹 𝑷
R P = rP A P
ONDE rL e rP são incógnitas geotécnicas

𝒒𝒄
𝒓𝑷 =
𝑭𝟏

𝒇𝒔
𝒓𝑳 =
𝑭𝟐
ONDE F1 E F2 são fatores de correção que levam em conta o efeito escala (diferença de
comportamento entre a estaca) e o cone e também a influência do método executivo de
cada tipo de estaca
CAPACIDADE DE CARGA DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS
3.0 – MÉTODO AOKI-VELLOSO
qc = K NSPT

Onde o coeficiente K depende do tipo de solo

fs = 𝜶 qc ⇒ fs = 𝜶 K NSPT

Onde 𝜶 é função do tipo de solo

Podemos reescrever as expressões para rP e rL


Onde:
𝑵𝑷
𝒓𝑷 = 𝑲
𝑭𝟏 NP ➜ índice de resistência à penetração
na cota de apoio da ponta da estaca
𝑵𝑳
𝒓𝑳 = 𝜶 𝑲
𝑭𝟐 NL ➜ índice de resistência à penetração médio
na camada de solo de espessura 𝛥L
CAPACIDADE DE CARGA DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS
3.0 – MÉTODO AOKI-VELLOSO
DAÍ OBTEM-SE:

𝑲𝑵𝑷 𝑼
𝑹= 𝑨 𝑷 + 𝑭 𝚺 𝜶 𝑲 𝑵 𝑳 𝚫𝑳 ; 𝐎𝐍𝐃𝐄 𝐊, 𝜶, 𝑭𝟏 𝑬 𝑭𝟐 FORAM TABELADOS PELOS AUTORES
𝑭𝟏 𝟐

TIPO DE ESTACA F1 F2
FRANKI 2,50 2F1
METÁLICA 1,75 2F1
PRÉ-MOLDADA 1+ D/0,80 2F1
ESCAVADA 3,0 2F1
RAIZ, HÉLICE CONTÍNUA E 2,0 2F1
ÔMEGA
COEFICIENTE K E RAZÃO DE ATRITO 𝜶
SOLO K (MPa) 𝜶 (%)
AREIA 1,00 1,4
AREIA SILTOSA 0,80 2,0
AREIA SILTO ARGILOSA 0,70 2,4
AREIA ARGILOSA 0,60 3,0
AREIA ARGILO SILTOSA 0,50 2,8
SILTE 0,40 3,0
SILTE ARENOSO 0,55 2,2
SILTE ARENO ARGILOSO 0,45 2,8
SILTE ARGILOSO 0,23 3,4
SILTE ARGILO ARENOSO 0,25 3,0
ARGILA 0,20 6,0
ARGILA ARENOSA 0,35 2,4
ARGILA ARENO SILTOSA 0,30 2,8
ARGILA SILTOSA 0,22 4,0
ARGILA SILTO ARENOSA 0,33 3,0
Valores limites de NSPT para a parada das estacas:
Tipo de estaca Nlim
Pré-moldada de concreto 𝜙 < 30 cm 15 < NSPT < 25 e 𝚺NSPT = 80
Pré-moldada de concreto 𝜙 ≥ 30 cm 25 < NSPT ≤ 35
Perfil metálico 25 < NSPT ≤ 55
Tubada (oca, ponta fechada) 20 < NSPT ≤ 40
Strauss 10 < NSPT ≤ 25
Franki em solos arenosos 8 < NSPT ≤ 15
Franki em solos argilosos 20 < NSPT ≤ 40
Estacão e diafragma, com lama bentonítica 30 < NSPT ≤ 80
Hélice contínua 20 < NSPT ≤ 45
Ômega 20 < NSPT ≤ 40
Raiz NSPT ≥ 60 (penetra na rocha
sã)
3.0 – MÉTODO AOKI-VELLOSO
EXERCÍCIO 2: Considerando estacas pré-moldadas de concreto
centrifugado, com diâmetro de 0,33 m, carga de catálogo de
750 kN e comprimento de 12 m, cravadas em local cuja sonda-
gem com NSPT está representada ao lado, com ponta à cota
-13 m, fazer a previsão da capacidade de carga dessa fundação
utilizando o método Aoki-Velloso
Solução:
𝑲𝑵𝑷 𝑼
𝑹= 𝑨 𝑷 + 𝑭 𝚺 𝜶 𝑲 𝑵 𝑳 𝚫𝑳
𝑭𝟏 𝟐

FATORES DE CORREÇÃO:

𝐷 0,33
𝐹1 = 1 + 0,80 = 1 + 0,80 = 1,41 (Para estacas pré-moldadas)

F2 = 2F1 = 2 x 1,41 ⇒ F2 = 2,82


3.0 – MÉTODO AOKI-VELLOSO
RESISTÊNCIA LATERAL:

RL = U 𝚺 (rL 𝛥L)
𝑵𝑳
𝒓𝑳 = 𝜶 𝑲
𝑭𝟐

5+2+3+2+4
De -1 m a -6 m: areia argilosa com 𝑁𝑚é𝑑 = 5
⇒ 𝑁 𝑚é𝑑 ≂ 3

K = 600 kPa e 𝜶 = 3%

RL = U 𝚺 (rL 𝛥L)
𝑵𝑳
𝒓𝑳 = 𝜶 𝑲
𝑭𝟐

3
𝑅𝐿1 = 0,03 . 600 . . 𝜋 . 0,33 . 5 ⇒ 𝑅 𝐿1 = 99 𝑘𝑁
2,82
3.0 – MÉTODO AOKI-VELLOSO
RESISTÊNCIA LATERAL:

4+7+9+9+7
De -6 m a -11 m: areia argilosa com 𝑁𝑚é𝑑 = ⇒ 𝑁 𝑚é𝑑 ≂ 7
5

K = 600 kPa e 𝜶 = 3%

RL = U 𝚺 (rL 𝛥L)
𝑵𝑳
𝒓𝑳 = 𝜶 𝑲
𝑭𝟐

7
𝑅𝐿2 = 0,03 . 600 . . 𝜋 . 0,33 . 5 ⇒ 𝑅 𝐿2 = 232
𝑘𝑁
2,82
3.0 – MÉTODO AOKI-VELLOSO
RESISTÊNCIA LATERAL:

7+9
De -11 m a -13 m: areia argilosa com 𝑁𝑚é𝑑 = ⇒ 𝑁𝑚é𝑑 ≂ 8
2

K = 600 kPa e 𝜶 = 3%

RL = U 𝚺 (rL 𝛥L)
𝑵𝑳
𝒓𝑳 = 𝜶 𝑲
𝑭𝟐

8
𝑅𝐿3 0,03 . 600 . . 𝜋 . 0,33 . 2 ⇒ 𝑅 𝐿1 106 𝑘𝑁
= 2,82 =

RL = U 𝚺 (rL 𝛥L) ⇒ RL = RL1 + RL2 + RL3 ⇒ RL = 99 + 232 + 106

RL = 437 kN
3.0 – MÉTODO AOKI-VELLOSO
RESISTÊNCIA DE PONTA (COTA -13 m):

Areia argilosa com NSPT = 14

R P = rP A P

𝑵𝑷
𝒓𝑷 = 𝑲
𝑭𝟏

14 0,33 2
𝑅𝑃 = 600 . .𝜋 . ⇒ 𝑅 𝑃 = 510 𝑘𝑁
1,41 4

CARGA DE RUPTURA DA ESTACA: R = RL + RP ⇒ R = 437 + 510 ⇒ R = 947 kN

𝟗𝟒𝟕
CARGA ADMISSÍVEL DA ESTACA: = 𝟒𝟕𝟑, 𝟓 𝒌𝑵
𝟐
3.0 – MÉTODO AOKI-VELLOSO
EXERCÍCIO 3: Para os mesmos dados do exercício anterior,
determinar a carga admissível do estaqueamento:

a) Considerando que 12 m é o máximo comprimento disponível


dessa estaca, e que, por opção didática, não haverá emenda de
estaca;
b) Considerando a possibilidade de emendar as estacas.
Soluções:

a) A opção por não emendar as estacas impõe L = LMÁX = 12 m

1ª) Pe = 750 kN (Carga de catálogo) ➜ R = 2 x 750 kN = 1500 kN

2ª) L = LMÁX = 12 m ➜ ok! (Carga geotécnica menor que a estrutural)

3ª) E NSPT = 14 < NLIM25 < NSPT ≤ 35 ➜ L≂ 19 a 23 m


(Limite de parada)
3.0 – MÉTODO AOKI-VELLOSO
Soluções:

b) Considerando a possibilidade de emendar as estacas, não há


comprimento máximo preestabelecido

Vamos, por tentativas, procurar o comprimento da estaca


necessário para que Pgeo = Pest = 750 kN

Aproveitando os dados obtidos no exercício 2, vamos recalcular


apenas a última parcela de resistência lateral (RL3) e a resistência
de ponta (RP), e construir a tabela a seguir
3.0 – MÉTODO AOKI-VELLOSO
Cota da NSPT RL1 (kN) RL2 (kN) RL3 (kN) RL (kN) RP (kN) R (kN) PGEO
ponta
(m)
-13 14 99 232 106 437 510 950 500
-14 16 99 232 199 523 582 1105 550
-15 15 99 232 291 622 546 1168 600
-16 13 99 232 397 728 473 1201 600
-17 14 99 232 476 807 510 1317 650
-18 16 99 232 602 933 582 1515 750
-19 21 99 232 688 1019 764 1783 900
● Logo, a estaca deverá ter a ponta na cota -18 m (L=17 m), com Pe = Pgeo = 750 kN
● Se formos buscar o critério de parada de estaca pré-moldada com diâmetro superior a 0,30m
25 < NSPT ≤ 35
Levaria a estaca às cotas -20 m a -24 m (L= 19 m a 23 m). Tais comprimentos resultariam em
cargas geotécnicas muito superiores às estruturais
CAPACIDADE DE CARGA DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS
4.0 – MÉTODO TEIXEIRA
➢ MÉTODO ELABORADO COM BASE EM DIVERSOS MÉTODOS;

➢ PROPÕE EQUAÇÃO UNIFICADA DE CAPACIDADE DE CARGA, EM FUNÇÃO DOS


PARÂMETROS 𝜶 E 𝛽;

● R = RP + RL

● RP = 𝜶 NP AP ONDE:

● RL = 𝛽 NL U L ● NP – Valor médio do índice de resistência à penetração


medido no intervalo de 4 diâmetros acima da ponta da estaca
e 1 diâmetro abaixo

● NL – Valor médio do índice de resistência à penetração ao


longo do fuste da estaca
CAPACIDADE DE CARGA DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS
4.0 – MÉTODO TEIXEIRA (1996)
➢ VALORES DE 𝜶 (TABELADO) ➜ FUNÇÃO DO SOLO
➜ FUNÇÃO DO TIPO DE ESTACA

SOLO TIPO DE ESTACA - 𝜶 (kPa)


Pré-moldada e Franki Escavada a céu Raiz
(4<NSPT<40) perfil metálico aberto
Argila siltosa 110 100 100 100
Silte argiloso 160 120 110 110
Argila arenosa 210 160 130 140
Silte arenoso 260 210 160 160
Areia argilosa 300 240 200 190
Areia siltosa 360 300 240 220
Areia 400 340 270 260
Areia com 440 380 310 290
pedregulhos
CAPACIDADE DE CARGA DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS
4.0 – MÉTODO TEIXEIRA (1996)
➢ VALORES DE 𝛽 (TABELADO) ➜ FUNÇÃO DO TIPO DE ESTACA

TIPO DE ESTACA 𝛽 (kPa)


Pré-moldada e Perfil metálico 4
Franki 5
Escavada a céu aberto 4
Raiz 6
4.0 – MÉTODO TEIXEIRA
EXERCÍCIO 4: Considerando estacas escavadas de concreto, com
diâmetro igual a 0,40 m e comprimento de 15 m, executadas em
local cuja sondagem com NSPT está representada ao lado, com com-
primento igual a 15 m, fazer a previsão da capacidade de carga
dessa estaca utilizando o método de Teixeira.
Solução:
● R = RP + RL

● RP = 𝜶 NP AP

● RL = 𝛽 NL U L
RESISTÊNCIA DE PONTA:

𝜶 = 200 (areia argilosa); ver tabela do método


𝛽 = 4 (estaca escavada); ver tabela do método
𝐷2 0,4 2
AP = 𝜋 4 = 𝜋 4 = 𝐴 𝑃 = 0,1256 𝑚2
16+15
NP = 2 ⇒ 𝑁 𝑃 = 15,5 (4 diâmetros acima e 1 abaixo)
RP = 200 kPa x 15,5 x 0,1256 m2 ⇒ RP = 389,36 kN
4.0 – MÉTODO TEIXEIRA
Solução:

RESISTÊNCIA LATERAL:

𝛽 = 4 (estaca escavada); ver tabela do método


5+2+3+2+4+4+7+9+9+7+7+9+14
NL = ⇒ NL = 6,3
13
U = 2 x 𝛑 x r = 2 x 𝛑 x 0,2 m ⇒ U = 1,26 m
L= 15 m
RL= 4 kPa x 6,3 x 1,26 m x 15 m ⇒ RL = 476,28 kN

CARGA DE RUPTURA DA ESTACA: R = RP + RL ⇒ R= 389,36 + 476,28 kN


A norma limita, para estacas escavadas, a resistência de ponta. O valor
476,28 kN deve representar 80% da resistência total. (Com fluido, 50%)
476,3 - 80% Só deve ser considerado este valor
X - 20% para a resistência de ponta
CARGA DE RUPTURA: R = 476,3 + 119,1 = 595,4 kN
X= 119,1 kN 𝟓𝟗𝟓,𝟒
CARGA ADMISSÍVEL: = 𝟐𝟗𝟕, 𝟕 𝒌𝑵
𝟐
Ainda não apareceu um programa capaz de gerar ideias e
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Prof. Carlos Rolim Neto
5.0 – CARGA ESTRUTURAL ADMISSÍVEL (CARGA DE CATÁLOGO)
➢ PARCELA GEOTÉCNICA: quanto o solo suporta
➢ PARCELA ESTRUTURAL: quanto a estaca suporta

PROJETO OTIMIZADO: Carga estrutural ≂ carga geotécnica


ESTAQUEAMENTO: ● Dois ou três diâmetros por obra (ver caso a caso)
● Trocar o trado (hélice contínua) pode durar entre 6 e 7 horas
● Estacas que já vêm prontas para a obra, tornam esta
operação mais simples (variação de seção)
● Não colocar estacas com diâmetros diferentes em um
mesmo bloco (variar em blocos distintos)
● Não variar comprimentos de estacas em um mesmo bloco
(variar em blocos distintos)
Exemplos:
5.0 – CARGA ESTRUTURAL ADMISSÍVEL (CARGA DE CATÁLOGO)
CARGA DE CATÁLOGO: Contempla exclusivamente a estaca, sem levar em conta
o aspecto geotécnico (espécie de tensão admissível do material da estaca (𝜎e) multiplicada
pela área da seção transversal do fuste ➜ (Pe)
● Conhecida inicialmente
Pgeo ≤ Pestrut
CARGA DE CATÁLOGO ● Representa o limite superior
para a carga da fundação
6.0 – DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DA ESTACA A CARGA VERTICAL
6.0 – DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DA ESTACA A CARGA VERTICAL

EXEMPLO:

● ESTACAS HÉLICE CONTÍNUA ➜ 𝜎c < 6 MPa


AS = 0,4% Ac
● ESTACAS ESCAVADAS ➜ 𝜎c < 5 MPa

ÁREA DE AÇO ÁREA DE CONCRETO

SE O DIÂMETRO DA ESTACA FOR IGUAL A 50 cm, TEM-SE:

𝑫𝟐 𝟓𝟎 𝟐
1) Área de concreto: Ac = 𝝅 = 𝝅 ⇒ 𝑨 𝒄 = 𝟏𝟗𝟔𝟑, 𝟒𝟒 𝒄𝒎𝟐
𝟒 𝟒

𝟎,𝟒
2) Seção de armadura: AS = 0,4% Ac = 𝟏𝟎𝟎 𝒙 𝟏𝟗𝟔𝟑, 𝟒𝟒 ⇒ 𝑨 𝒄 = 𝟕, 𝟖𝟓 𝒄𝒎𝟐 ➜ Escolhendo

𝟕,𝟖𝟓
𝜙 12.5 mm (AS12.5 = 1,25 cm2) ➜ As = 𝟏,𝟐𝟓 = 𝟔, 𝟐𝟖 ➜ 7 𝜙 12.5 mm

3) Comprimento: 4,0 m
6.0 – DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DA ESTACA A CARGA VERTICAL

4) Caso a tensão seja > que a estabelecida por norma ➜ dimensionamento pilar curto

5) Excentricidade máxima: 10% do diâmetro (no exemplo, 5 cm)

6) Desaprumo máximo: 1,5% do comprimento da estaca

Se você achar que está errado, é porque está


mesmo.

A.C.R. Laranjeiras
6.0 – DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DA ESTACA A MOMENTO FLETOR E
ESFORÇO HORIZONTAL

1) BLOCO DE UMA ESTACA: Se não houverem vigas em duas direções ortogonais, a estaca
recebe esforço cortante e momento fletor

VIGAS EM DUAS DIREÇÕES


6.0 – DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DA ESTACA A MOMENTO FLETOR E
ESFORÇO HORIZONTAL
2) BLOCO DE DUAS ESTACAS: Se não houver viga pelo menos na direção perpendicular ao
eixo que une as duas estacas, as estacas recebem esforço cortante e momento fletor

VIGA

Existe o binário de forças (compressão e tração) no plano do eixo que une as duas estacas

3) BLOCO SOBRE TRÊS OU MAIS ESTACAS: Binários de forças à tração e à compressão.


6.0 – DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DA ESTACA A MOMENTO FLETOR
1) MOMENTOS ORIUNDOS DA ESTRUTURA (Fornecidos pelo projetista estrutural)
2) MOMENTOS ORIUNDOS DO TRANSPORTE
6.0 – DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DA ESTACA A MOMENTO FLETOR

1) ARMADURA MÍNIMA: ASMIN = 0,15% AC

2) SEÇÃO QUADRADA: Cálculo como viga 𝑴


10) 𝒎 = 𝒅 𝟑 𝒙 𝒅𝒇𝒄𝒅
𝒃

3) SEÇÃO CIRCULAR: Ábaco

4) Nd = 𝜸f N

5) Md = 𝜸f M

6) fcd = 0,85 fck/𝜸c

7) fyd = fyk/𝜸c

𝑨𝒄 ∙𝒇𝒄𝒅
8) 𝑨𝒔 = 𝒑 𝒇𝒚𝒅

𝑵𝒅
9) 𝒏 =
𝒅𝒃𝟐 𝒙 𝒇𝒄𝒅
6.0 – DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DA ESTACA A MOMENTO FLETOR
ÁBACO 1 ÁBACO 2
6.0 – DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DA ESTACA A MOMENTO FLETOR
ÁBACO 3
Onde:

● db – Diâmetro da estaca

● da – Distância intereixos da armadura


longitudinal

● Nd – Carga vertical majorada (tração ou


compressão)

● Md – Momento majorado

● fcd – Resistência de cálculo do concreto

● fyd - Resistência de cálculo do aço

Calculam-se, agora, n e m, determina-se o


coeficiente p, para entrada fórmula do As
6.1 – DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DA ESTACA A ESFORÇO CORTANTE
● VSD ≤ VRD2

● VSD ≤ VRD3

● VRD3 = VSW + VC

● VSD – Força solicitante de projeto

● VRD2 – Força cortante resistente de cálculo (ruína da diagonal comprimida do concreto)

● VRD3 – Força cortante resistente de cálculo (ruína da tração diagonal)

● VSW – Força cortante resistente de cálculo do aço

● VC – Força cortante resistente de cálculo do concreto


𝑓𝑐𝑘
● VRD2 = 0,27 1 − 250 𝑓𝑐𝑑 𝑏𝑤 𝑑 (fck em Mpa)

𝑑2
● VC = 0,6 x FCTD x 𝛑 x 4
6.1 – DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DA ESTACA A ESFORÇO CORTANTE
● FCTD – Resistência de cálculo do concreto ao cisalhamento

● FCTD = 0,15 ∛ 𝑓𝑐𝑘 2

𝐴𝑆𝑊
● VSW = 𝑥 0,9 𝑥 𝑑 𝑥 𝑓𝑦𝑑 ; VSW = Vd - Vc
𝑆

● d – altura útil da peça de concreto = (diâmetro da estaca – cobrimento)

● ASMÍN = 𝜌min x 100 x bw

Tabela com valores de 𝜌mín


6.2 – DIMENSIONAMENTO GEOTÉCNICO E ESTRUTURAL DE ESTACA A TRAÇÃO
➜ Somam-se todas as parcelas de atrito lateral

➜ Verifica-se em que profundidade ocorre esforço nulo na estaca


DIMENSIONAMENTO
GEOTÉCNICO ➜ Para tal verificação, toma-se o valor de 70% do atrito lateral,
pelos métodos de capacidade de carga

➜ A armadura deve atingir, no mínimo, esta profundidade

➜ Definição do fck, dimensionamento das armaduras

➜ w – coeficiente relacionado com a abertura de fissuras


DIMENSIONAMENTO
ESTRUTURAL w = 1 para estaca não protegida em meio agressivo.
Fissura até 0,1 mm.
w= 2 para estaca não protegida em meio não agressivo.
Fissura até 0,2 mm
w= 3 para estaca protegida
6.2 – DIMENSIONAMENTO GEOTÉCNICO E ESTRUTURAL DE ESTACA A TRAÇÃO

DIMENSIONAMENTO 𝜙 3 𝑥( 𝜎𝑠 2
w= 𝑥
ESTRUTURAL 2 𝑛𝑏 −0,75 𝐸𝑠 𝑥 𝑓𝑡𝑘

➜ 𝜙 = Diâmetro das barras tracionadas


➜ nb = Coeficiente de aderência (≤ 1,8)
Onde: ➜𝜎s – Tensão máxima no aço para garantir a abertura de fissura
➜Es - Módulo de elasticidade do aço (Es = 210000 MPa)
➜ ftk - Resistência característica do concreto à tração: ftk =(0,06 fck)+ 0,7

➜ ambiente marinho?
➜ ambiente que contém produtos químicos?
w ➜ existe variação do lençol freático?
➜Es - Módulo de elasticidade do aço (Es = 210000 MPa)
➜ ftk - Resistência característica do concreto à tração: ftk =(0,06 fck)+ 0,7
6.2 – DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE ESTACA A TRAÇÃO

DIMENSIONAMENTO 𝜙 3 𝑥( 𝜎𝑠 2
w= 𝑥
ESTRUTURAL 2 𝑛𝑏 −0,75 𝐸𝑠 𝑥 𝑓𝑡𝑘

Vamos começar utilizando esta fórmula, ➜ Bom à compressão


Concreto
ligada a abertura de fissuras ➜ Não tão bom à tração

Escolhendo w = 1 (ambiente agressivo e


estaca não protegida Es = 210000 MPa (aço)

Utilizar barras de 20 mm
Ftk = (0,06 fck) + 0,7
(Escolha do projetista)
𝜙 – Diâmetro da barra em mm
6.2 – DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE ESTACA A TRAÇÃO
EXERCÍCIO 5: Dimensionar a estaca à tração, com carga estrutural igual a 125 Tf e carga
geotécnica igual a 86 Tf . A carga de tração na estaca é de 30 Tf. O fck da estaca é 20
MPa. A estaca possui 50 cm de diâmetro.
Solução:

ftk = 0,06 fck + 0,7 = 0,06 fck + 0,7 ⇒ ftk = 1,9 MPa
𝜙 3 𝑥( 𝜎𝑠 2 20 𝜎 𝑠2
w= 𝑥 1= 𝑥3𝑥
2 𝑛𝑏 −0,75 𝐸𝑠 𝑥 𝑓𝑡𝑘 2 𝑥 1,8 − 0,75 210000 𝑥 1,9

𝜎s2 = 18952,5 ⇒ 𝜎s = 137,67 MPa


Tensão máxima a ser aplicada no aço, para que
a abertura máxima de fissuras seja de 0,1 mm
30 tf = 0,3 MN
Força em MN
𝑁𝑡𝑘 0,3
Com isso, é possível determinar a área de aço: 𝐴𝑠 = = ⇒ 𝐴𝑠 = 2,18 𝑥 10 − 3 𝑚2
𝜎𝑠 137,67

As = 21,79 cm2 ➜ 7 𝜙 20.0 mm Tensão em MPa


6.2 – DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE ESTACA A COMPRESSÃO
EXERCÍCIO 6: Dimensionar a estaca à compressão, com carga estrutural igual a 125 Tf e
carga geotécnica igual a 86 Tf . A carga de tração na estaca é de 30 Tf. O fck da estaca é
20 MPa. A estaca possui 50 cm de diâmetro.
Solução:
Se não ultrapassarmos uma tensão de 6MPa (Estaca hélice contínua) – As = 0,4% Ac

Carga de compressão: 86 Tf

𝐹 86000 𝑘𝑔𝑓
𝜎 = 𝐴 = 1963,44 𝑐𝑚2 ⇒ 𝜎 = 43,8105 kgf/cm2 = 4,38 MPa < 6 MPa

0,4
As = 0,4% Ac = 𝑥 1963,44 ⇒ 𝐴𝑠 = 7,8 𝑐𝑚2 ➜ 7 barras de 12.5 mm
100

OBSERVAÇÕES:

● Tal armadura é menor que a utilizada no dimensionamento à tração. Assim, mantém-se a


armadura à tração

● A estaca deve ser armada ao longo de todo o fuste (esforço de tração)


6.3 – DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE ESTACA A MOMENTO FLETOR
EXERCÍCIO 7: Dimensionar a estaca à momento, com carga estrutural igual a 125 Tf e
carga geotécnica igual a 86 Tf . A carga de tração na estaca é de 30 Tf. O fck da estaca é
20 MPa. A estaca possui 50 cm de diâmetro. Some-se a estas solicitações, um momento
fletor igual a 15,62 tfm
1º PASSO: Cálculo do fcd
Solução:
Dados do problema: 𝑓𝑐𝑘
𝑓𝑐𝑑 = 0,85
𝛾𝑐
Nk = 86 tf (compressão)
20 𝑘𝑔𝑓
Nk = -30 tf (tração) 𝑓𝑐𝑑 = 0,85 𝑥 1,4 ⇒ 𝑓𝑐𝑑 = 12,14 𝑀𝑃𝑎 = 121,4 𝑐𝑚2
Mk = 15,62 tfm

2º PASSO: Cálculo do fyd


𝑓𝑦𝑘
𝑓𝑦𝑑 =
𝛾𝑐

5000 𝑘𝑔𝑓
𝑓𝑦𝑑 = ⇒ 𝑓𝑦𝑑 = 4347,82 𝑐𝑚2
1,15
6.3 – DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE ESTACA A MOMENTO FLETOR
Solução:

3º PASSO: Cálculo do n 4º PASSO: Cálculo do m

n1 – compressão (n= 86000 kgf) 𝑴


𝒎 = 𝒅 𝟑 𝒙 𝒅𝒇𝒄𝒅
𝒃

n2 – tração (n= -30000 kgf)


𝟏,𝟒 𝒙 𝟏𝟓𝟔𝟐𝟎 𝒙 𝟏𝟎𝟎
𝑵𝒅 𝒎= = 𝟎, 𝟏𝟒
𝟓𝟎𝟑 𝒙 𝟏𝟐𝟏,𝟒
𝒏= 𝟐
𝒅𝒃 𝒙 𝒇𝒄𝒅
5º PASSO: Determinar o coeficiente p ➜ ir ao
𝟏, 𝟒 𝒙 𝟖𝟔𝟎𝟎𝟎 ábaco
𝒏𝟏 = = 𝟎, 𝟑𝟗
𝟓𝟎𝟐 𝒙 𝟏𝟐𝟏, 𝟒
𝑨𝒄 ∙𝒇𝒄𝒅
p = 1,1 𝑨𝒔 = 𝒑
𝟏, 𝟒 𝒙 (−𝟑𝟎𝟎𝟎𝟎) 𝒇𝒚𝒅
𝒏𝟐 = = − 𝟎, 𝟏𝟒
𝟓𝟎𝟐 𝒙 𝟏𝟐𝟏, 𝟒
𝟏𝟗𝟔𝟑, 𝟒𝟒 ∙ 𝟏𝟐𝟏, 𝟒
𝑨𝒔 = 𝟏, 𝟏
𝟒𝟑𝟒𝟕, 𝟖𝟐
6.3 – DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE ESTACA A MOMENTO FLETOR
Solução:
5º PASSO: Determinar o coeficiente p ➜ ir ao ábaco

𝑨𝒄 ∙𝒇𝒄𝒅
p = 1,1 𝑨𝒔 = 𝒑 𝒇𝒚𝒅

𝟏𝟗𝟔𝟑, 𝟒𝟒 ∙ 𝟏𝟐𝟏, 𝟒
𝑨𝒔 = 𝟏, 𝟏
𝟒𝟑𝟒𝟕, 𝟖𝟐

As = 60,31 cm2 ➜ 12 𝜙 25.0 mm

OBSERVAÇÕES:

● Tal armadura é MAIOR que a utilizada no dimensionamento à tração. Assim, mantém-se


esta armadura como a armadura da estaca

● A estaca deve ser armada ao longo de todo o fuste (esforço de flexão)


6.4 – DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE ESTACA A ESFORÇO CORTANTE
EXERCÍCIO 8: Dimensionar a estaca ao cortante, com carga estrutural igual a 125 Tf e
carga geotécnica igual a 86 Tf . A carga de tração na estaca é de 30 Tf. O fck da estaca é
20 MPa. A estaca possui 50 cm de diâmetro. Some-se a estas solicitações, um momento
fletor igual a 15,62 tfm. O esforço cortante é 3,88 tf (característico)
Solução:
Dados do problema:

1º) PASSO: Cálculo do esforço cortante de projeto

Vk = 3,88 tf

Vd = 1,4 x Vk = 1,4 x 3,88 ⇒ Vd = 5,432 tf (cortante de projeto)

● ASMÍN = 𝜌min x bw = 0,0884 x 50 = 4,42 cm2


6.4 – DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE ESTACA A ESFORÇO CORTANTE
2º) PASSO: Cálculo do esforço cortante resistente

VSD ≤ VRD2 (primeira condição a ser atendida)


𝑓𝑐𝑘
VRD2 = 0,27 1 − 250 𝑓𝑐𝑑 𝑏𝑤 𝑑 (fck em Mpa)

2
20 0,85 . 20000 0,4312
VRD2 = 0,27 1 − 250
𝑥 1,4
𝑥𝜋 4

VRD2 = 440,47 kN = 44,05 tf

3º) PASSO: Determinação da resistência de cálculo do concreto ao cisalhamento (FCTD)


3 2
FCTD = 0,15 𝑓𝑐𝑘 ⇒FCTD = 0,15 x 7,37 ⇒ FCTD = 1,105 MPa

4º) PASSO: Cálculo da força cortante resistente de cálculo do concreto (Vc)


𝑑2 0,4312 2
VC = 0,6 x FCTD x 𝜋 4
⇒Vc = 0,6 x 1,105 x 𝛑 x 4
= 0,0968 𝑀𝑁 = 96,8 𝑘𝑁 = 9,68 𝑡𝑓
6.4 – DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE ESTACA A ESFORÇO CORTANTE

5º) PASSO: Cálculo do Vsw

Vsw = Vd – Vc = 5,432 – 9,68 ⇒ 𝑉𝑠𝑤 = 5,432 − 9,68 ⇒ 𝑉𝑠𝑤 = − 4,248 𝑡𝑓

Valor negativo: não precisa armar ➜ armadura mínima


O concreto resiste a este esforço

ASMÍN = 𝜌min x bw = 0,0884 x 50 = 4,42 cm2 ➜ 𝜙 6.3 c/ 15


Quando for verificar algo que já fez, leve o maior
tempo possível, dias, se possível, pois facilitará
perceber os seus erros

A.C.R. Laranjeiras
7.0 – PROJETO DE FUNDAÇÕES EM ESTACAS

7.1 – 1ª PASSO: ESCOLHER O TIPO DE ESTACA

7.1.1 – Observar o nível de carregamento


7.1.2 – Tipo de solo
7.1.3 – Existência/profundidade do lençol freático

7.2 – 2ª PASSO: ESCOLHER O(S) DIÂMETROS DAS ESTACAS

7.3 – 3ª PASSO: CALCULAR A CARGA ADMISSÍVEL ESTRUTURAL (Pe)

Pe = 𝜎adm,est x AC
Onde:
𝜎adm,est – Tensão admissível estrutural (ver tabela 4 – NBR6122:2019)
AC – Área da seção transversal da estaca
7.0 – PROJETO DE FUNDAÇÕES EM ESTACAS

7.4 – 4ª PASSO: DEFINIR A QUANTIDADE DE ESTACAS (n)

𝑭𝒁
𝒏=
𝑷𝒆

FZ – Carga vertical do pilar

7.5 – 5ª PASSO: DEFINIR A GEOMETRIA DO ESTAQUEAMENTO

7.5.1 – Observar o espaçamento mínimo entre eixos das estacas


(2,5 ou 3 vezes o diâmetro da estaca)

7.6 – 6ª PASSO: CALCULAR A CARGA ATUANTE NAS ESTACAS (Pi)

𝑭𝒁 𝑴𝑿 ∙ 𝒚𝒊 𝑴𝒀 ∙ 𝐱𝐢
𝑷𝒊 = ± ±
𝒏 𝚺𝒚𝒊𝟐 𝚺𝒙𝒊𝟐
Onde: xi, yi – Distâncias (em ”x” e em “y”) do eixo da estaca à linha de referência que passa
pelo centro do bloco/pliar.
7.0 – PROJETO DE FUNDAÇÕES EM ESTACAS

7.7 – 7ª PASSO: DETERMINAR O COMPRIMENTO DAS ESTACAS (Padm,geo)

7.7.1 - Escolher um comprimento de estaca (se possível) de forma que as


capacidades geotécnica e estrutural se aproximem.
7.7.2 – Atentar para a estaca mais solicitada

7.8 – 8ª PASSO: DIMENSIONAMENTO DAS ARMADURAS

7.9 – 9ª PASSO: DETALHAMENTO DAS ARMADURAS


8.0 – GEOMETRIA DO ESTAQUEAMENTO
8.1 – BLOCO DE COROAMENTO: ELEMENTO ESTRUTURAL COM A FUNÇÃO DE DISTRIBUIR AS
CARGAS PROVENIENTES DA ESTRUTURA ÀS ESTACAS.

PLANTA BAIXA CORTE


8.0 – GEOMETRIA DO ESTAQUEAMENTO

VISTA ESPACIAL

MODELAGEM
EXECUÇÃO BLOCO
8.0 – GEOMETRIA DO ESTAQUEAMENTO
8.2 – ESTAQUEAMENTO: CONJUNTO DE ESTACAS SOLIDARIZADAS PELO BLOCO DE
COROAMENTO
8.0 – GEOMETRIA DO ESTAQUEAMENTO
8.0 – GEOMETRIA DO ESTAQUEAMENTO

OBSERVAÇÃO:
O espaçamento mínimo entre estacas deve ser obedecido entre estacas do mesmo
estaqueamento e entre estaqueamentos vizinhos.

d= 2,5 a 3 𝜙ESTACA
8.0 – ESTAQUEAMENTO
EXERCÍCIO 9: Considerando que já foram realizados o dimensionamento estrutural e
geotécnico, calcular o estaqueamento para o pilar a seguir.

ESTACAS QUAISQUER TIPO


CARGA ADMISSÍVEL: 700 kN

Solução:

DEFINIR A QUANTIDADE DE ESTACAS: ATENÇÃO!


OBS 1: O número de estacas é uma previsão, pois
𝑭𝒁 trata-se de uma estimativa com carga centrada
𝒏=
𝑷𝒆𝒔𝒕/𝒈é𝒐𝒕𝒆𝒄
OBS 2: Coloca-se um acréscimo na carga de 5%, para
estimar o peso próprio do bloco de coroamento
8.0 – ESTAQUEAMENTO
𝑭𝒁 𝟏, 𝟎𝟓 𝒙 𝟐𝟑𝟔𝟎
𝒏= = 𝟑, 𝟓𝟒 𝒆𝒔𝒕𝒂𝒄𝒂𝒔 Adotar 04 estacas
𝑷𝒆𝒔𝒕/𝒈é𝒐𝒕𝒆𝒄 = 𝟕𝟎𝟎
DISTÂNCIA MÍNIMA ENTRE ESTACAS:

2,5 X 𝜙est = 2,5 x 40 cm = 100 cm

REAÇÕES NAS ESTACAS:

Σ 𝑋𝑖 2 = 2 𝑋 0,50 2 + 2 𝑋 −0,5 2 = 1,0 m2

Σ 𝑌𝑖 2 = 2 𝑋 0,50 2 + 2 𝑋 −0,50 2 = 1,0 𝑚2


𝑭𝒁 𝑴𝑿 ∙ 𝒚𝒊 𝑴𝒀 ∙ 𝐱𝐢
𝑷𝒊 = ± ±
𝒏 𝚺𝒚𝒊𝟐 𝚺𝒙𝒊𝟐

2478 55 .0,5 90 .0,5


Na estaca mais carregada: 𝑃 = 4
+ 1
+ 1
= 692 𝑘𝑁 Ok!!!
2478 55 .0,5 90 .0,5
Na estaca menos carregada: 𝑃 = − − = 547 𝑘𝑁
4 1 1
8.0 – ESTAQUEAMENTO
EXERCÍCIO 10: Calcular a carga atuante nas estacas do bloco abaixo, sabendo-se que no
mesmo atuam as seguintes cargas:

N= 2000 kN
MX = 500 kNm
MY = 400 kNm

Solução:

∑xi2 = 4 x (1,5)2 + 2 x (0,5)2 = 9,5 m2


∑yi2 = 4 x (1)2 = 4 m2

OBS : Deve-se verificar a carga em cada estaca. Tal carga não deve exceder os limites de
carga geotécnica e estrutural
8.0 – ESTAQUEAMENTO
N= 2000 kN ∑xi2 = 9,5 m2 𝑵 𝑴𝒚 𝒙𝒊 𝑴𝒙𝒚𝒊
MX = 500 kNm 𝑷𝑰 = ± ±
∑yi2 = 4 m2 𝒏 𝜮𝒙𝒊𝟐 𝜮𝒚𝒊𝟐
MY = 400 kNm

𝟐𝟎𝟎𝟎 𝟒𝟎𝟎 𝑿 𝟏, 𝟓 𝟓𝟎𝟎 𝑿 𝟏


𝑷𝟏 = − + = 𝟑𝟗𝟓 𝒌𝑵
𝟔 𝟗, 𝟓 𝟒
𝟐𝟎𝟎𝟎 𝟒𝟎𝟎 𝑿 𝟏, 𝟓 𝟓𝟎𝟎 𝑿 𝟏
𝑷𝟐 = + + = 𝟓𝟐𝟏 𝒌𝑵
𝟔 𝟗, 𝟓 𝟒
𝟐𝟎𝟎𝟎 𝟒𝟎𝟎 𝑿 𝟎, 𝟓
𝑷𝟑 = − = 𝟑𝟏𝟐 𝒌𝑵
𝟔 𝟗, 𝟓

𝟐𝟎𝟎𝟎 𝟒𝟎𝟎 𝑿 𝟎, 𝟓
𝑷𝟒 = + = 𝟑𝟓𝟒 𝒌𝑵
𝟔 𝟗, 𝟓
𝟐𝟎𝟎𝟎 𝟒𝟎𝟎 𝑿 𝟏, 𝟓 𝟓𝟎𝟎 𝑿 𝟏
𝑷𝟓 = − − = 𝟏𝟒𝟓 𝒌𝑵
𝟔 𝟗, 𝟓 𝟒

𝟐𝟎𝟎𝟎 𝟒𝟎𝟎 𝑿 𝟏, 𝟓 𝟓𝟎𝟎 𝑿 𝟏


𝑷𝟔 = + − = 𝟐𝟕𝟏 𝒌𝑵
𝟔 𝟗, 𝟓 𝟒
9.0 – DETALHES DE PROJETO
9.1 – LOCAÇÃO DOS PILARES
9.0 – DETALHES DE PROJETO
9.1 – LOCAÇÃO DOS PILARES
9.0 – DETALHES DE PROJETO
9.2 – LOCAÇÃO DO ESTAQUEAMENTO
9.0 – DETALHES DE PROJETO
9.2 – LOCAÇÃO DO ESTAQUEAMENTO
9.0 – DETALHES DE PROJETO
9.2 – LOCAÇÃO DO ESTAQUEAMENTO
9.0 – DETALHES DE PROJETO
9.3 – DETALHE DA ESTACA
9.0 – DETALHES DE PROJETO
9.4 – DETALHE DO BLOCO
9.0 – DETALHES DE PROJETO
9.5 – QUADROS INFORMATIVOS
9.0 – DETALHES DE PROJETO
9.6 – QUADROS NOTAS
9.0 – DETALHES DE PROJETO
9.6 – QUADROS NOTAS
9.0 – DETALHES DE PROJETO
9.7 – PROVA DE CARGA
9.0 – DETALHES DE PROJETO
9.7 – PROVA DE CARGA
PROGRAMA NÃO SUBSTITUI CONHECIMENTO

Prof. Daniel Loriggio


10.0 – RECALQUES A APLICAÇÃO DE UMA CARGA
VERTICAL P NA CABEÇA DESSA
ESTACA PROVOCARÁ DOIS TIPOS
DE DEFORMAÇÕES:

1ª) ENCURTAMENTO ELÁSTICO


DA ESTACA (𝛒e)

2ª) DEFORMAÇÕES VERTICAIS DE


COMPRESSÃO DOS ESTRATOS DE
SOLO SUBJACENTES À BASE DA
ESTACA, ATÉ O INDESLOCÁVEL,
O QUE RESULTA UM RECALQUE
(𝛒S) DA BASE.

COMPRIMENTO SERÁ: L - 𝛒e
➢ L – Comprimento da estaca DISTÂNCIA C SERÁ REDUZIDA PARA: C - 𝛒S
➢ C – Distância da ponta à superfície
do indeslocável RECALQUE TOTAL (𝛒): 𝛒 = 𝛒e + 𝛒s
10.0 – RECALQUES

10.1 – ENCURTAMENTO ELÁSTICO:

➜ CILÍNDRICA

➜ MACIÇA
HIPÓTESES
DA ESTACA ➜ CONCRETO

➜ ATRAVESSANDO CAMADAS
DISTINTAS DE SOLO (EX: 3)

CAPACIDADE DE CARGA DA ESTACA

R= RP + RL = RP + (RL1+RL2+RL3)
10.0 – RECALQUES
ADMITA-SE, AINDA:

1ª) A carga vertical P, aplicada na cabeça da


estaca, seja superior à resistência lateral (RL),
isto é, um valor intermediário entre a resis-
tência lateral e a capacidade de carga (R):

RL < P < R

2ª) Todo o atrito lateral (RL) esteja mobilizado ● z = profundidade

3ª) A reação mobilizada na ponta (PP), que é ● diminuição do esforço normal P( na cabeça
inferior à resistência de ponta na ruptura (RP), da estaca) até um mínimo PP (na base da
seja o suficiente para o equilíbrio das forças: estaca)

PP = P – R L < RP
10.0 – RECALQUES
➢ P1, P2, P3 ➜ Valores médios do esforço
normal nos segmentos de estaca

𝑅𝐿1
➢ 𝑃1 = 𝑃 − 2

𝑅𝐿2
➢ 𝑃2 = 𝑃 − 𝑅𝐿1 − 2

𝑅𝐿3
➢ 𝑃3 = 𝑃 − 𝑅𝐿1 𝑅𝐿2
− − 2

O encurtamento elástico da estaca é obtido pela Lei de Hooke:

𝟏
𝝆𝒆 = ∙ 𝜮 𝑷𝒊 ∙ 𝑳𝒊
𝑨 ∙ 𝑬𝑪
Caso de um pilar de concreto com módulo
Onde: de elasticidade EC, altura L e seção transversal
constante com área A, o diagrama de esforço
● A = Área da seção transversal do fuste normal é constante e igual a P, e o encurtamento
da estaca 𝑃𝐿
elástico 𝜌𝑝 =
● E = Módulo de elasticidade do concreto 𝐴𝐸𝐶
10.0 – RECALQUES
Na ausência de valor específico de EC, podemos considerar:

EC = 28 a 30 GPa para estaca pré-moldada


EC = 21 GPa para hélice contínua, franki e estacão
EC = 18 GPa para Strauss e escavada a seco
EA = 210 GPa para o aço
EM = 10 GPa para a madeira

Saiba sempre a origem de qualquer informação


do seu projeto.

A. C. R. Laranjeiras
10.0 – RECALQUES
10.2 – RECALQUE DO SOLO
➜ ESTACA APLICA CARGAS RLi AO SOLO (FUSTE)
PRINCÍPIO DA
➜ ESTACA TRANSMITE A CARGA PP PELA PONTA
AÇÃO E REAÇÃO
➜ RECALQUE 𝛒S ➜ ENTRE A BASE DA ESTACA E O INDESLOCÁVEL

VESIC (1975)

DUAS PARCELAS COMPÕEM


O RECALQUE DO SOLO

𝛒S = 𝛒S,P + 𝛒S,L
10.0 – RECALQUES
10.2 – RECALQUE DO SOLO

● METODOLOGIA DE AOKI (1984) PARA CÁLCULO DE 𝛒S

● Força PP vertical para baixo, aplicada ao solo

● Acréscimo de tensões numa camada sub-


jacente qualquer, de espessura H, e que h seja
a distância vertical do ponto de aplicação da
força ao topo dessa camada

● Propagação de tensões 1:2, o acréscimo de


tensões na linha média dessa camada é dado
pela expressão:

4𝑃𝑝
∆𝜎𝑝 =
𝐻 2
𝜋 𝐷+ℎ+
2
10.0 – RECALQUES
10.2 – RECALQUE DO SOLO

● METODOLOGIA DE AOKI (1984) PARA CÁLCULO DE 𝛒S

● Forças aplicadas pela estaca ao solo, verticais para baixo

● Acréscimo de tensões numa camada sub-


jacente qualquer, de espessura H, e que h seja
a distância vertical do ponto de aplicação da
força ao topo dessa camada

4𝑅𝐿𝑖
∆𝜎𝑖 =
𝐻 2
𝜋 𝐷+ℎ+
2
● O acréscimo total de tensões (todas as parcelas RLi
mais a força Pp, será:

Δ𝜎 = Δ𝜎𝑝 + ΣΔ𝜎𝑖
10.0 – RECALQUES
10.2 – RECALQUE DO SOLO
● METODOLOGIA DE AOKI (1984) PARA CÁLCULO DE 𝛒S
● Dessa forma, o recalque devido ao solo (𝜌S) é encontrado pela Teoria da Elasticidade Linear:

Δ𝜎
𝜌𝑠 = Σ( 𝐻)
𝐸𝑠
Onde:

➢ ES – Módulo de deformabilidade da camada de solo, obtido da seguinte forma:

𝜎0 + Δ𝜎 𝑛
𝐸𝑆 = 𝐸0
𝜎0
Onde:

➢ E0 – Módulo de deformabilidade do solo antes da execução da estaca


➢ 𝜎0 – Tensão geostática no centro da camada
➢ n – Expoente que depende da natureza do solo: n = 0,5 para materiais granulares e n= 0
para argilas duras e rijas
10.0 – RECALQUES
10.2 – RECALQUE DO SOLO

● METODOLOGIA DE AOKI (1984) PARA CÁLCULO DE 𝛒S

● Para a avaliação de E0, Aoki (1984) considera:

➢ E0 = 6 K NSPT para estacas cravadas

➢ E0 = 4 K NSPT para estacas hélice contínua

➢ E0 = 3 K NSPT para estacas escavadas

➢ K – Coeficiente empírico do método Aoki-Velloso (1975), função do tipo de solo


10.0 – RECALQUES
SOLO K (MPa) 𝜶 (%)
AREIA 1,00 1,4
AREIA SILTOSA 0,80 2,0
AREIA SILTO ARGILOSA 0,70 2,4
AREIA ARGILOSA 0,60 3,0
AREIA ARGILO SILTOSA 0,50 2,8
SILTE 0,40 3,0
SILTE ARENOSO 0,55 2,2
SILTE ARENO ARGILOSO 0,45 2,8
SILTE ARGILOSO 0,23 3,4
SILTE ARGILO ARENOSO 0,25 3,0
ARGILA 0,20 6,0
ARGILA ARENOSA 0,35 2,4
ARGILA ARENO SILTOSA 0,30 2,8
ARGILA SILTOSA 0,22 4,0
ARGILA SILTO ARENOSA 0,33 3,0
11.0 – EFEITO DE GRUPO

➢ Os grupos de estacas apresentam sempre recalques superiores ao de uma estaca isolada,


submetida a mesma carga

➢ Pode-se equacionar esse efeito de grupo por meio de um fator 𝜶, de tal modo que:
𝛒g = 𝜶 𝛒i

RECALQUE DO GRUPO RECALQUE ESTACA ISOLADA

➢ Valores experimentais apontam, por exemplo, valores de 𝜶 compreendidos entre 1,6 e 4,0,
dependendo do tamanho e da forma do grupo, para modelos de estacas cravados em areia
medianamente compacta (Cintra, 1987)

➢ Algumas fórmulas existentes na literatura para a estimativa do fator 𝜶 não são confiáveis,
pois levam em conta exclusivamente parâmetros geométricos do grupo, enquanto as variáveis
mais importantes são a deformabilidade do estrato de solo compreendido entre a base das
estacas e o indeslocável, e a espessura desse estrato.
11.0 – EFEITO DE GRUPO
11.0 – EFEITO DE GRUPO

➢ Há um caso de obra, por exemplo, em que grupos grandes de estacas sofreram recalques da
mesma ordem que sofreria uma estaca isolada, porque as estacas estavam bem próximas do
indeslocável

➢ O método mais interessante e abrangente para o cálculo de recalque de grupos de estacas


é o de autoria de Aoki e Lopes (1975), porque leva em conta a interação entre todos os grupos
e elementos isolados da fundação, estimando a contribuição de cada um nos recalques dos
demais
● 25 mm em areia
➢ PRÁTICA DE PROJETO DE FUNDAÇÕES USUAIS POR ESTACAS
● 50 mm argila

(Os valores acima referem-se a grupos de estacas) Meyerhof (1976)

➢NO CASO DE ESTACAS ISOLADAS, IMPOMOS UM FATOR DE SEGURANÇA DE 1,5 À CARGA


QUE PROVOCA O RECALQUE DE 15 mm, EM AREIA, OU DE 25 mm, EM ARGILA. DESSE MODO,
ESTABELECEMOS UMA MARGEM PARA QUE OS GRUPOS RECALQUEM MAIS QUE A ESTACA
ISOLADA,MAS PROVAVELMENTE DENTRO DOS LIMITES INDICADOS POR MEYERHOF.
12 – EXERCÍCIOS
EXERCÍCIO 11: Considerando os dados do exercício 2, estimar o recalque das estacas,
considerando o módulo de elasticidade do concreto Ec = 28GPa em estaca pré-moldada.

a) Diagrama de transferência de carga (esforço normal na estaca)

Cota da NSPT RL1 (kN) RL2 (kN) RL3 (kN) RL (kN)


ponta
(m)
-13 14 99 232 106 437

RP (kN) R (kN) PGEO


(kN)
510 950 500
12 – EXERCÍCIOS
EXERCÍCIO 11: Considerando os dados do exercício 2, estimar o recalque das estacas,
considerando o módulo de elasticidade do concreto Ec = 28GPa em estaca pré-moldada.

a) Diagrama de transferência de carga (esforço normal na estaca)

➢ Para a carga admissível (P = 500 kN) aplicada na cabeça


da estaca

➢ Parcelas de atrito lateral são mobilizadas integralmente

➢ Reação na ponta mobiliza apenas o suficiente para o


equilíbrio das forças

➢ PP = 500 – (99 + 232 + 106) ⇒ PP = 63 kN


12 – EXERCÍCIOS
b) Recalque devido ao encurtamento elástico do fuste

𝟏
𝝆𝒆 = ∙ 𝜮 𝑷𝒊 ∙ 𝑳𝒊
𝑨 ∙ 𝑬𝑪
𝒅𝟐 𝟎,𝟑𝟑 𝟐
A= 𝝅 = 𝝅 ⇒ 𝑨 = 𝟎, 𝟎𝟖𝟓𝟓𝟑 𝒎𝟐
𝟒 𝟒

Ec = 28 GPa = 28 x 106 kPa

𝟓𝟎𝟎+𝟒𝟎𝟏 𝟒𝟎𝟏+𝟏𝟔𝟗 𝟏𝟔𝟗+𝟔𝟑


𝚺 (Pi . Li) = ∙ 𝟓+ ∙𝟓+ ∙ 𝟐
𝟐 𝟐 𝟐

𝚺 (Pi . Li) = 2252,5+ 1425+ 232 = 3909,5 kNm

𝟏
𝝆𝒆 = ∙ 𝟑𝟗𝟎𝟗, 𝟓 ⇒ 𝝆𝒆 = 𝟎, 𝟎𝟎𝟏𝟔𝟑𝒎
𝟎, 𝟎𝟖𝟓𝟓𝟑 ∙ 𝟐𝟖𝟎𝟎𝟎𝟎𝟎𝟎

𝛒e = 1,6 mm
12 – EXERCÍCIOS
b) Recalque devido ao solo
A partir da cota de apoio da ponta da estaca (-13 m), vamos considerar camadas de
espessura de 1m, para estimar o recalque de cada uma delas, até a camada de recalque
zero ou até atingir o indeslocável. Para a estimativa do recalque de cada camada, deve-
mos obter o acréscimo de tensões (𝛥𝜎) , na linha média de cada camada.

Ex: para a camada 1, temos: 4 ∙ 63 252


∆𝜎𝑝 = 2
= = 115,6 ≈ 116 𝑘𝑃𝑎
𝜋 0,33 + 0,0 + 0,5 2,18
4𝑃𝑝
∆𝜎𝑝 = 4 ∙ 99 396
𝐻
𝜋 𝐷+ℎ+ 2 ∆𝜎1 = = = 1,18 ≈ 1,0 𝑘𝑃𝑎
2 𝜋 0,33 + 9,5 + 0,5 2 335,23
4 ∙ 232 928
4𝑅𝐿𝑖 ∆𝜎2 = 2
= = 10,40 ≈ 10,0 𝑘𝑃𝑎
∆𝜎1 = 𝜋 0,33 + 4,5 + 0,5 89,25
𝐻 2
𝜋 𝐷+ℎ+
2 4 ∙ 106 424
∆𝜎3 = 2
= = 40,30 𝑘𝑃𝑎 ≂ 40 𝑘𝑃𝑎
𝜋 0,33 + 1,0 + 0,5 10,52

𝛥𝜎 = 1,0 + 10,0 + 40,0 + 116 ⇒ 𝛥𝜎 = 167 kPa


12 – EXERCÍCIOS
b) Recalque devido ao solo

Repetindo o procedimento anterior para as demais camadas, obtém-se a seguinte tabela:

Camada H (m) 𝛥𝜎1 (kPa) 𝛥𝜎2 (kPa) 𝛥𝜎3 (kPa) 𝛥𝜎p (kPa) 𝛥𝜎 (kPa)

1 1 1 10 40 116 167
2 1 1 7 17 24 49
3 1 1 5 9 10 25
4 1 1 4 6 5 16
5 1 1 3 4 3 11
6 1 1 3 3 2 9
7 1 0 2 2 2 6
8 1 0 2 2 1 5
12 – EXERCÍCIOS
b) Recalque devido ao solo

Em seguida, adotamos os seguintes valores do peso específico (𝜸)


para encontrar a tensão geostática (𝜎0) no meio de cada camada:

a) Até -10,0 m ➜ 𝜸 = 16 kN/m3


b) Entre -10,0 e -12,0 m ➜ 𝜸sat = 19 kN/m3
c) Entre -12,0 m e -19,0 m ➜ 𝜸sat = 20 kN/m3
d) Entre -19,0 m e – 24,0 m ➜ 𝜸sat = 21 kn/m3

Cálculo do módulo de deformabilidade (ES)


𝜎0 + Δ𝜎 𝑛
𝐸𝑆 = 𝐸0
𝜎0

E0 = 6 K NSPT (para estacas cravadas) ⇒ E0 = 6 x 0,6 x 14 ⇒ E0 = 50,4 ≂ 50 MPa)

𝜎0 = 10 x 16 + 2 x 9 + 1 x 10 + 0,5 x 10 ⇒ 𝜎0 = 193 kPa


193+167
𝐸𝑆 = 50 0,5 ⇒ Es = 68,28 ⇒ Es ≂ 68 MPa
193
12 – EXERCÍCIOS
b) Recalque devido ao solo

Repetindo o procedimento anterior para as demais camadas, obtém-se a seguinte tabela:

Camada K (MPa) NSPT E0 (MPa 𝜎0 (MPa) ES (MPa) (𝛥𝜎/ES) . H


(mm)

1 0,6 14 50 193 68 2,5


2 0,6 16 58 203 65 0,8
3 0,6 15 54 213 57 0,4
4 0,6 13 47 223 49 0,3
5 0,6 14 50 233 51 0,2
6 0,6 16 58 243 59 0,2
7 0,6 21 76 253 77 0,1
8 0,6 28 101 264 102 0
12 – EXERCÍCIOS
b) Recalque devido ao solo

Portanto, fazendo o somatório da última coluna, temos o recalque devido ao solo:

𝜌s = 2,5 + 0,8 + 0,4 + 0,3 + 0,2 + 0,2 + 0,1 + 0 ⇒ 𝜌s = 4,5 mm

O RECALQUE TOTAL SERÁ O SOMATÓRIO ENTRE O ENCURTAMENTO ELÁSTICO E O RECALQUE


DO SOLO: 𝜌 = 𝜌e + 𝜌S

𝜌 = 1,6 mm + 4,5 mm ⇒ 𝜌 = 6,1 mm


A obediência das normas técnicas é a melhor forma
de se evitar problemas na esfera jurídica por parte de
projetistas e engenheiros

Adv. Carlos Del Mar


13 – ATRITO NEGATIVO

➜ Estacas implantadas em solos adensáveis

➜ Recalque por adensamento supera o recalque da estaca


CARACTERÍSTICAS
➜ A camada adensável, em vez de contribuir com o atrito lateral
resistente (positivo), passa a gerar acréscimo de solicitação vertical
na estaca, de cima para baixo
13 – ATRITO NEGATIVO
O QUE CAUSA O ATRITO NEGATIVO???

a) Amolgamento (perda de resistência) da camada compressível, pela cravação das estacas

Solo antes da cravação das estacas Região amolgada após após a


cravação das estacas
13 – ATRITO NEGATIVO
O QUE CAUSA O ATRITO NEGATIVO???

b) Recalque da camada compressível causado por uma sobrecarga devida ao lançamento de


um aterro, ao estoque de materiais ou outra causa

Recalque do solo caso


não houvesse estacas As estacas limitam o recalque
na região onde estão instaladas
13 – ATRITO NEGATIVO
O QUE CAUSA O ATRITO NEGATIVO???

c) Solos subadensados que recalcam por efeito do peso próprio

Camadas em adensamento As estacas limitam o recalque


devido ao peso próprio na região onde estão instaladas
13 – ATRITO NEGATIVO
13.1 – ATRITO NEGATIVO CAUSADO POR AMOLGAMENTO DA CAMADA COMPRESSÍVEL

● Diâmetro da estaca
REGIÃO AMOLGADA
● Processo de execução
DEPENDE
● Sensibilidade da argila
13 – ATRITO NEGATIVO
13.1 – ATRITO NEGATIVO CAUSADO POR AMOLGAMENTO DA CAMADA COMPRESSÍVEL

VALOR DO ATRITO NEGATIVO:

● É IGUAL AO PESO PRÓPRIO DA


ARGILA AMOLGADA

➜ Algumas argilas recuperam rapidamente uma parcela considerável de


DIFICULDADES sua resistência poucos dias após a cravação das estacas (SET- UP)

➜ Sensibilidade das argilas


13 – ATRITO NEGATIVO
13.2 – ATRITO NEGATIVO PROVOCADO POR SOBRECARGAS

Estaca que atravessa um aterro e uma camada compressível de espessura d


13 – ATRITO NEGATIVO
13.2 – ATRITO NEGATIVO PROVOCADO POR SOBRECARGAS

ATRITO NEGATIVO POR SOBRECARGA

● Geometria do aterro

● Para um dado estaqueamento, não


pode ser maior que o peso do volume
de aterro (somado a sobrecarga) sobre
o plano que contém o estaqueamento
13.3 – PROCEDIMENTOS PARA SE TENTAR REDUZIR O ATRITO NEGATIVO
● ATRITO NEGATIVO ➜ ENCARECE O ESTAQUEAMENTO
1º) Pré-carregamento da camada compressível antes da instalação das estacas. Deve-se
analisar: ➜ Cronograma da obra
➜ Custos (pré-carregamento e carga adicional no estaqueamento)

2º) Eliminação do contato direto do solo com a estaca, instalando-se as estacas após a crava-
ção de tubos de maior diâmetro, limpando-se o solo dentro dos mesmos. Não pode ser usado
quando atuam cargas horizontais

3º) Pintura da superfície externa da estaca com uma mistura betuminosa especial. Esta pintura
deve ser feita com uma técnica que garanta uma espessura mínima de betume que não seja
removida durante a cravação pelo atrito com o solo

4º) Instalar as estacas de modo que possam recalcar da mesma ordem de grandeza do
recalque da camada compressível

5º) Utilização de estacas de pequeno diâmetro para reduzir a área de contato com o solo

6º) Utilização de estacas troncocônicas com a menor seção voltada para baixo, de modo que a
camada compressível ao recalcar se descole do fuste
13 – ATRITO NEGATIVO
13.4 – MÉTODOS PARA SE ESTIMAR O ATRITO NEGATIVO

13.4.1 – MÉTODO CONVENCIONAL

➢ No caso de estacas isoladas, a força devido ao atrito negativo pode ser estimada
por:

AN = U ∙ 𝚺 𝛥l ∙ rl

Onde:

● U = Perímetro da estaca
● 𝛥l = Trechos de solo com rl = constante
● rl = adesão entre a estaca e o solo. Para argilas moles, este valor pode ser adotado igual a
coesão dessas argilas. Na falta deste valor, ou quando a estaca atravessa aterros, rl pode ser
adotado igual, em módulo, ao atrito lateral fornecido pelos métodos de transferência de carga
citados anteriormente.
13 – ATRITO NEGATIVO
13.4 – MÉTODOS PARA SE ESTIMAR O ATRITO NEGATIVO

13.4.1 – MÉTODO CONVENCIONAL

➜ ATRITO NEGATIVO APENAS POR AMOLGAMENTO: Valor pode ser negligenciado


quando a argila tiver uma rápida cicatrização (Efeito Set up)

➜ A REGIÃO AMOLGADA QUE SERÁ RESPONSÁVEL PELO ATRITO NEGATIVO é de


difícil avaliação. Alguns estudiosos sugerem que seja considerada uma área de um circulo com
1,5 vezes o diâmetro da estaca. Outros propõem que essa extensão seja de 30 a 50 cm em
torno do diâmetro da estaca.

13.4.2 – MÉTODO DE BEER & WALLAYS

➜ O cálculo é feito separadamente para o efeito da sobrecarga (que inclui o aterro)


e para o efeito da camada compressível, respectivamente, AN0 e AN𝜸.

AN = AN0 + AN𝜸
13 – ATRITO NEGATIVO
13.4 – MÉTODOS PARA SE ESTIMAR O ATRITO NEGATIVO

Onde:
𝑑2
● 𝐴0 = 𝜋 ➜ Quando a estaca é isolada
4
𝜋𝑑2
● 𝐴𝛾 = ➜ Quando a estaca é isolada
16
● D = Diâmetro da estaca

● d = Espessura da camada compressível

● K0 tg𝝋 = (1-sen𝝋) tg𝝋 = Atrito solo-estaca

● p0 = Sobrecarga no topo da camada compressível

● 𝜸’Peso específico efetivo da camada compressível


13 – ATRITO NEGATIVO
13.4 – MÉTODOS PARA SE ESTIMAR O ATRITO NEGATIVO

A profundidade z até onde se deve considerar a ação do atrito negativo é obtido a


partir da figura a seguir: Figura 1
13 – ATRITO NEGATIVO
13.4 – MÉTODOS PARA SE ESTIMAR O ATRITO NEGATIVO

Quando as estacas fazem parte de um grupo, o procedimento é análogo ao de


estaca isolada, alterando-se apenas os valores de A0 e A𝜸 para:

A0 = A𝜸 = a . b (estacas internas ao bloco)

𝑎 + 0,9𝑑 𝑏 + 0,9𝑑
𝐴0 = 𝐴𝛾 = (𝑒𝑠𝑡𝑎𝑐𝑎𝑠 𝑛𝑜𝑠 𝑣é𝑟𝑡𝑖𝑐𝑒𝑠 𝑑𝑜 𝑏𝑙𝑜𝑐𝑜)
4

𝑑 𝑏 𝑑 𝑎
𝐴0 = 𝐴𝛾 = 0,9 + 𝑎 𝑜𝑢 0,9 + 𝑏 (𝑒𝑠𝑡𝑎𝑐𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑟𝑖𝑓𝑒𝑟𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑏𝑙𝑜𝑐𝑜)
2 2 2 2
13 – ATRITO NEGATIVO
13.4 – MÉTODOS PARA SE ESTIMAR O ATRITO NEGATIVO
13 – ATRITO NEGATIVO
EXERCÍCIO 12: Calcular a carga devida ao atrito negativo na estaca de concreto com 40 cm de
diâmetro, indicada na figura, usando o método convencional e o método de De Beer-Wallays.

a) Método convencional

PL = U ∙ 𝚺 𝛥l ∙ rl

PL (-) = 𝛑 x 0,4 x 18 x 15 ⇒

PL (-) ≂ 339 kN
13 – ATRITO NEGATIVO
EXERCÍCIO 12: Calcular a carga devida ao atrito negativo na estaca de concreto com 40 cm de
diâmetro, indicada na figura, usando o método convencional e o método de De Beer-Wallays.

b) Método de De Beer-Wallays

𝜋𝑑2 182
𝐴0 = = 𝜋 ⇒ 𝐴0 = 254 𝑚2
4 4

𝜋𝑑2 182
𝐴𝛾 = = 𝜋 ⇒ 𝐴𝛾 = 64𝑚2
16 16

K0 tg𝝋 = (1-sen𝝋)tg𝝋 = (1-sen10∘)tg10∘ ≂ 0,15

𝛑 D d k0 tg𝝋 = 𝛑 x 0,4 x 18 x 0,15 = 3,4

𝑡𝑔𝜑 3,4
𝜋 𝐷 𝑑 𝐾0 = = 0,0134 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑜 0,015
𝐴0 254
13 – ATRITO NEGATIVO
EXERCÍCIO 12: Calcular a carga devida ao atrito negativo na estaca de concreto com 40 cm de
diâmetro, indicada na figura, usando o método convencional e o método de De Beer-Wallays.

b) Método de De Beer-Wallays

𝑡𝑔𝜑 3,4
𝜋 𝐷 𝑑 𝐾0 = ≂ 0,06
𝐴𝜸 64
− 0,015
𝐴𝑁0 = 254 𝑥 20 1 − 𝑒 ≃ 76 𝑘𝑁
− ,
1 − 𝑒 0 06
𝐴𝑁𝛾 = 64 𝑥 14 − 10 𝑥 18 1 − = 136
0,06

𝐴𝑁 = 76 + 136 ⇒ 𝐴𝑁 = 212 𝑘𝑁
13 – ATRITO NEGATIVO
EXERCÍCIO 12: Calcular a carga devida ao atrito negativo na estaca de concreto com 40 cm de
diâmetro, indicada na figura, usando o método convencional e o método de De Beer-Wallays.

b) Método de De Beer-Wallays

Profundidade máxima até onde atua o atrito negativo:

𝐷
𝑝0 = (20 𝑥 0,4)/( 14 − 10 𝑥 64 = 0,03
𝛾’𝐴𝛾

𝐷
⟶ 𝑧. 𝐴𝛾 ≈ 0,2 (figura 1)

64
𝑧 = 0,2 𝑥 = 32 𝑚 > 18 𝑚. 𝑃𝑜𝑟𝑡𝑎𝑛𝑡𝑜, 𝑡𝑜𝑑𝑎 𝑎
0,4
camada compressível contribuirá para o atrito negativo
13 – ATRITO NEGATIVO
13.5 – CARGA ADMISSÍVEL
Conhecido o valor do atrito, a
carga de ruptura da PR da estaca,
do ponto de vista geotécnico,
será, segundo a NBR 6122:

PR = PP + PL(+) = 2P + 1,5 PL(-)

O coeficiente de segurança 1,5,


ao invés de 2, aplicado à parcela
PL(-) decorre do fato de que o
“atrito negativo”acarreta
problemas de recalque e não de
Onde: ruptura.
● P é a carga máxima que pode ser aplicada ao topo da estaca
● PL (-) é a parcela correspondente ao atrito negativo
● PL (+) é a parcela correspondente ao atrito lateral onde existe atrito positivo
O produto final de um projeto não é um bem material. É
um conjunto de ideias que envolve décadas de
conhecimento técnico e aprendizado, proporcionado
por profissionais dedicados ao conhecimento
Eng. Frederico Fernando Falconi
14 – NEGA
➜ Penetração permanente para dez golpes do pilão

➜ Medidas em estacas cravadas

➜ S – Nega

➜ K – Repique elástico

➜ Capacitação do
operador
◼︎ D = K + S

◼︎ K = C2 + C3

◼︎ C2 = Deformação elástica do
material estaca Deformação
permanente
◼︎ C3 = Deformação elástica do
solo
14 – NEGA
● Como se obter a nega?

➜ Vendo que a ponta estaca se aproxima da cota de projeto

➜ Observando o relatório de sondagem

➜ Observando a resistência da estaca para penetração da estaca

➜ O controle de cravação é feito tradicionalmente pela NEGA


14 – NEGA

Medida simples da nega Medida de nega e repique


14 – NEGA

● PARA UM BOM CONTROLE DO ESTAQUEAMENTO, DEVE SER REALIZADO EM


TODAS AS ESTACAS
14 – NEGA
14 – NEGA

O operador deve ser muito bem treinado!!!


14 – NEGA

O que obtemos da NEGA?

➢ Há algum tempo, JÁ FOI utilizada para confirmar capacidade de carga

➢ Deve ser utilizada como parâmetro para uniformização (impenetrabilidade) e uma


ligeira previsão da profundidade que se obterá a nega satisfatória

MÉTODOS PARA ESTIMAR A PROFUNDIDADE NA QUAL VAI SE OBTER A NEGA

➢ BRIX ➢ENGINEERING NEWS

➢ HOLANDESES ➢ EYTELWEIN
ORDEM DE GRANDEZA PARA MEDIDAS DE NEGA

➢ 10 mm para estacas pré-moldadas de concreto

➢ Até 20 mm para estacas metálicas


14 – NEGA
UNIFORMIDADE

SITUAÇÃO IDEAL SITUAÇÃO SEM CONTROLE DA NEGA

● POSSIBILIDADE DE RECALQUE DIFERENCIAL

◼︎ O QUE PODE ACONTECER?

● A nega der antes do comprimento total da estaca? ➜ Arrasa-se a estaca

● Se cravar toda a estaca e mesmo assim não der nega? ➜ Emenda-se a estaca até dar nega
14 – NEGA

◼︎ O QUE PODE ACONTECER?

● A nega der antes do comprimento total da estaca? ➜ Arrasa-se a estaca

● Se cravar toda a estaca e mesmo assim não der nega? ➜ Emenda-se a estaca até dar nega

Só projetista lê nota de desenho.

A.C.R. Laranjeiras
15 – REPIQUE
➜ Penetração elástica da estaca no solo

➜ Medido em estacas cravadas


Deformação
➜ S – Nega elástica

➜ K – Repique elástico

➜ Capacitação do
operador
◼︎ D = K + S

◼︎ K = C2 + C3

◼︎ C2 = Deformação elástica do
material estaca

◼︎ C3 = Deformação elástica do
solo
15 – REPIQUE ➢ NO INÍCIO DA CRAVAÇÃO:

➜ Nega grande
➜ Repique pequeno

➢ NO FINAL DA CRAVAÇÃO:

➜ Nega pequena
➜ Repique grande

QUAL A UTILIDADE DO REPIQUE


ELÁSTICO?

➜ Comprovar a capacidade de
carga da estaca

PRINCIPAIS MÉTODOS:

➜ Chellis modificado por Velloso


➜ Chellis modificado por Rosa
15 – REPIQUE

➢ O REPIQUE ELÁSTICO SUBSTITUI A PROVA DE CARGA?

➜ NÃO substitui a prova de carga

➢ E QUAL A IMPORTÂNCIA DO REPIQUE?

➜ A NBR 6122 obriga a fazer prova de carga para 100 estacas ou mais... E se tivermos 90
estacas?
➜ O repique pode auxiliar neste momento, pois a mesma norma obriga a medir em
todas as estacas.
Regra de ouro: se dá trabalho para projetar, dará
trabalho para executar

A.C.R. Laranjeiras
16 – FÓRMULAS DINÂMICAS
➜ MÉTODOS DINÂMICOS são aqueles que preveem a capacidade de carga de uma estaca
com base nos resultados da cravação.

➢ METODOLOGIA

➜ Traçar uma linha na horizontal na estaca


➜ Aplicar uma sequência de 10 golpes
➜ Traçar novamente outra linha
➜ Medir a distância entre os dois
traços
➜ Dividir esta distância por dez
➜ Obtém a penetração média por
golpe (NEGA)
➜ Métodos restritos para estacas
cravadas por percussão
➜ Em todas as fórmulas existe um
fator de correção (𝜂) da capacidade
de carga
16 – FÓRMULAS DINÂMICAS
➜ As fórmulas dinâmicas se baseiam no princípio da conservação de energia, igualando a
energia potencial do martelo ao trabalho realizado na cravação na estaca, ou seja, o produto
de resistência vencida pela estaca por sua penetração no solo. Descontando-se eventuais per-
das de energia, tem-se a seguinte equação:

𝑾 ∙𝒉=𝑹 ∙𝒔+𝑿

Energia potencial Trabalho Perdas

Onde: Principais perdas de energia:

➢ W é o peso do martelo 1) Repique do martelo


➢ h é a altura de queda 2) Deformação elástica do cepo e do
➢ R é a resistência à cravação coxim
➢ s é a penetração permanente ou “nega” 3) Atrito do martelo
➢ X é a perda de energia do sistema 4) Guias
16 – FÓRMULAS DINÂMICAS
Onde:
➜ Fórmula dos holandeses (Woltmann)
➢ Rd é a resistência oferecida pelo solo à
𝑃2
∙ℎ 1 penetração da estaca (em kN)
𝑅𝑑 = ∙ 𝜂 ≥6
𝑠 ∙ 𝑃+𝑄 𝜂
➢ P é o peso do martelo (em kN)
➜ Fórmula de Brix
➢ Q é o peso da estaca (em kN)
ℎ 1
𝑅𝑑 = 𝑃2 ∙ 𝑄 ∙ ∙ . 𝜂 ≥5
𝑠 ∙ 𝑃+𝑄 2 𝜂 ➢ h é a altura de queda do martelo (em cm)

➜ Fórmula do Engineering News ➢ s é a “nega” para 1 (um) golpe em cm

𝑃 ∙ℎ 1 ➢ c = 2,5 cm (bate-estaca queda livre)


𝑅𝑑 = ∙ 𝜂 ≥6
𝑠+𝑐 𝜂
➢ c = 0,25 (bate estaca a diesel – dupla ação)
➜ Fórmula de Eytelwein

𝑃2 ∙ ℎ 1
𝑅𝑑 = +𝑄+𝑃 ∙ 𝜂 ≥6
𝑠 ∙ 𝑄+𝑃 𝜂
16 – FÓRMULAS DINÂMICAS
Além da “nega”, é possível registrar o repique durante o processo de cravação pela fórmula:

𝐴
𝑄𝑚𝑜𝑏 = 𝐾 − 𝐶3 ∙ 𝐸 ∙
𝑓 ∙𝐿
Onde: ➢ f é o fator de correção do comprimento
cravado a partir do diagrama de transferência
➢ Qmob é a carga mobilizada da estaca de carga. Varia entre 0 e 1:
(em kN)
● 0,5 quando a estaca trabalha
➢ K é o repique elástico (m) preponderantemente por atrito

➢ C3 é o encurtamento elástico do solo na ● 1,0 quando a estaca trabalha


ponta da estaca (m) preponderantemente por ponta

➢ E é o módulo de elasticidade da estaca ● Na ausência de dados, a literatura


recomenda o valor de 0,8
➢ A é a área da seção da estaca (m2)

➢ L é o comprimento da estaca (m)


16 – FÓRMULAS DINÂMICAS
Valores de C3 em função do tipo de solo
Tipo de solo C3 (mm)
Areias 0,0 – 2,5
Areias siltosas e siltes arenosos 2,5 – 5,0
Argilas siltosas e siltes argilosos 5,0 – 7,5
Argilas 7,5 – 10,0
17 – NEGA E REPIQUE
EXERCÍCIO 13: Executou-se uma obra de fundações constituídas por estacas pré-moldadas
de concreto, maciças, de 26 cm de diâmetro e comprimento médio de cravação de 10 m;
foram cravadas com um bate-estacas de queda livre com massa do martelo de 2800 kg e
altura de queda de 0,50 m. Determinar a resistência mobilizada utilizando os dados da nega
e repique, conforme a figura a seguir. O terreno de embutimento da estaca é caracterizado
por argila siltosa.

Dados:

K (médio)= 15 mm

Dmx = 20 mm
Solução:

𝐷𝑚𝑥 20
a) Nega: 𝑠 = ⇒ 𝑠 = 10 ⇒ 𝑠 = 2 𝑚𝑚 = 0,002 m, c= 2,5 cm= 0,0025 m
10

Peso do martelo: P = 28 kN (2800 kg ➜ dado do problema)

0,26 2
Peso da estaca: Q = 𝜸 V = 25 x 𝜋 𝑥 𝑥 10 ⇒ 𝑄 = 13,27 𝑘𝑁
4

Altura de queda: h = 0,50 m

● Fórmula dos holandeses (Woltmann)

𝑃2 ∙ℎ 1 282 ∙0,50 1
𝑅𝑑 = 𝑠 ∙ 𝑃+𝑄
∙𝜂 = 0,002 ∙ 28+13,27
∙ 6 = 791 𝑘𝑁

● Fórmula de Brix

ℎ 1 0,5 1
𝑅𝑑 = 𝑃2 ∙ 𝑄 ∙ 2 ∙ 𝜂 = 282 ∙ 13,27 ∙ 2 ∙ 6 = 254 𝑘𝑁
𝑠 ∙ 𝑃+𝑄 0,002 ∙ 28+13,27
● Fórmula dos holandeses (Woltmann)

𝑃2 ∙ℎ 1 282 ∙0,50 1
𝑅𝑑 = ∙𝜂 = ∙ 6 = 791 𝑘𝑁
𝑠 ∙ 𝑃+𝑄 0,002 ∙ 28+13,27

● Fórmula de Brix

ℎ 1 0,5 1
𝑅𝑑 = 𝑃2 ∙ 𝑄 ∙ 2 ∙ 𝜂 = 282 ∙ 13,27 ∙ 2 ∙ 6 = 254 𝑘𝑁
𝑠 ∙ 𝑃+𝑄 0,002 ∙ 28+13,27

● Fórmula do Engineering News

𝑃 ∙ℎ 1 28 ∙0,5 1
𝑅𝑑 = 𝑠+𝑐 ∙ 𝜂 = 0,002+0,025 ∙ 6 = 86 𝑘𝑁

● Fórmula de Eytelwein

𝑃2 ∙ℎ 1 282 ∙0,5 1
𝑅𝑑 = +𝑄+𝑃 ∙ = + 28 + 13,27 ∙ 6 = 798 𝑘𝑁
𝑠 ∙ 𝑄+𝑃 𝜂 0,002 ∙ 28+13,27
𝐴
b) Repique: 𝑄𝑚𝑜𝑏 = 𝐾 − 𝐶3 ∙ 𝐸 ∙
𝑓 ∙𝐿

E = 30 GPa = 30 x 106 kPa, A = 0,053 m2, f = 0,8, K = 1,5 cm= 0,015 m, L= 10 m


C3 = 5,0 a 7,5 mm = 6,25 mm (média) = 0,00625 m

0,053
𝑄𝑚𝑜𝑏 = 0,015 − 0,00625 ∙ 30000000 ∙ = 1739 𝑘𝑁
0,8 ∙ 10

GRANDES DIFERENÇAS DE VALORES!!!


17 – NEGA E REPIQUE
EXERCÍCIO 14: Determinar a “nega”para 10 golpes necessários para que uma estaca de
concreto pré-moldada, com 15 m de comprimento e seção 0,35 m x 0,35 m, cravada com
um martelo de queda livre com peso de 35 kN e altura de queda de 0,60 m, que possa
suportar uma carga de 450 kN. Utilize os métodos dos holandeses, Brix, Engineering News e
Eytelwein.

Solução:
P = 35 kN; h= 0,60 m; c= 2,5 cm = 0,025 m
Q = (0,35 x 0,35 x 15) x 25 = 45,94 kN
Rd = 450 kN

s (10 golpes) = ?

● Fórmula dos holandeses (Woltmann)

𝑃2 ∙ℎ 1 𝑃2 ∙ℎ 1 352 ∙0,6 1
𝑅𝑑 = ∙𝜂 ⇒𝑠 = ∙𝜂 = ∙ 6 = 3,4 𝑚𝑚
𝑠 ∙ 𝑃+𝑄 𝑅𝑑 ∙ 𝑃+𝑄 450 ∙ 35+45,94

s (10 golpes) = 34 mm
● Fórmula de Brix
ℎ 1 ℎ 1 0,6 1
𝑅𝑑 = 𝑃2 ∙ 𝑄 ∙ 𝑠 ∙ 𝑃+𝑄 2 ∙ 𝜂 ⇒ 𝑠 = 𝑃2 ∙ 𝑄 ∙ 𝑅𝑑 ∙ 𝑃+𝑄 2 ∙ 𝜂 = 352 ∙ 45,94 ∙ 450 ∙ 35+45,94 2 ∙6=
= 0,0019 m ⇒ s =1,9 𝑚𝑚

s (10 golpes) = 19 mm

● Fórmula do Engineering News


𝑃 ∙ℎ 1 𝑃 ∙ℎ−𝑅𝑑∙ 𝑐 1 35 ∙0,6−450∙0,025 1
𝑅𝑑 = 𝑠+𝑐 ∙ 𝜂 ⇒ s = ∙𝜂⇒s= ∙ 6 = 0,0036 𝑚 = 3,6 𝑚𝑚
𝑅𝑑 450

s (10 golpes) = 36 mm

● Fórmula de Eytelwein

𝑃2 ∙ℎ 1 𝑃2 ∙ℎ 1
𝑅𝑑 = +𝑄+𝑃 ∙ ⇒𝑠 = 2 2 .
𝑠 ∙ 𝑄+𝑃 𝜂 𝑅𝑑 ∙𝑄+𝑅𝑑 ∙𝑃−𝑄∙𝑃−𝑃∙𝑐−𝑄 −𝑃 𝜂

352 ∙0,6 1
𝑠= 2 ∙ = 0,0039 𝑚 = 3,9 𝑚𝑚
450 ∙45,94+450 ∙35−45,94∙35−35∙0,0025−45,942−35 6

S (10 golpes) = 39 mm
Quanto mais tempo o engenheiro fica com o
desenho a sua frente, mais qualidade ele agrega
ao projeto.

A. C. R. Laranjeiras
18.0 – TUBULÕES

ALARGAMENTO COLOCAÇÃO DA
PERFURAÇÃO DO FUSTE E LIMPEZA DA ARMADURA E
BASE CONCRETAGEM
18.0 – TUBULÕES

➜ Solos próximos à superfície do terreno apresentam baixa capacidade de carga

➜ Solos próximos à superfície apresentam elevada compressibilidade

➜ Cargas estruturais devem ser transferidas ao subsolo em maiores profundidades

TUBULÕES

UMA ALTERNATIVA AO PROJETO DE FUNDAÇÕES


18.0 – TUBULÕES

CARACTERÍSTICAS GERAIS:

➢ Elemento moldado in loco


➢ Seção transversal circular
➢ Diâmetro mínimo igual a 0,7 m, para possibilitar a entrada de pessoal em seu interior
➢ Escavação ➜ Manual
➜ Mecânica
➢ Pode ter base alargada ou não
➢ Diferenciam-se das estacas, pois sua base deve ser limpa e também pela necessidade
da descida de um especialista (geotécnico) para avaliação da tensão de suporte e
conferência da sua geometria
18.0 – TUBULÕES
18.0 – TUBULÕES
18.0 – TUBULÕES

DIVIDEM-SE EM DOIS TIPOS:

2.1 – TUBULÕES A CÉU ABERTO


2.2 – TUBULÕES A AR COMPRIMIDO

18.1 – TUBULÕES A CÉU ABERTO

➢ Empregado acima do lençol freático


➢ Solos coesivos (sem revestimento)
➢ Em caso de existirem apenas carga
vertical, não são armados. Apenas
armadura de ligação com o bloco
➢ Devem ser revestidos em terrenos
que apresentam baixa coesão. Para esta
situação, destacam-se os métodos de
Gow e Chicago
18.0 – TUBULÕES

18.1 – TUBULÕES A CÉU ABERTO

➢ Empregado acima do lençol freático


➢ Solos coesivos (sem revestimento)

Escavação mecanizada do fuste


18.0 – TUBULÕES

18.1 – TUBULÕES A CÉU ABERTO

➢ Empregado acima do lençol freático


➢ Solos coesivos (sem revestimento)

Descida do operário para alargamento da base


18.0 – TUBULÕES

18.1 – TUBULÕES A CÉU ABERTO

18.1.1 – Método de Chicago ➢ Escavação manual em etapas


de aproximadamente 2m, sem
escoramento, contando-se com
a coesão do solo;

➢ Instalação de pranchas verti-


cais de madeira, escoradas por
anéis metálicos;

➢ Repetem-se essas operações


sucessivamente, até a cota de
apoio, executando-se o alarga-
mento da base;

➢ Procede-se à concretagem do tubulão, procurando recuperar o escoramento


18.0 – TUBULÕES

18.1 – TUBULÕES A CÉU ABERTO ➢ Método para solo não coesivo,


pois torna-se impossível a esca-
18.1.2 – Método de Gow vação do fuste sem revestimento;

➢ Crava-se, por percussão, um


tubo metálico, de comprimento
igual a dois metros e espessura
igual a meia polegada;

➢ Escava-se o solo contido no seu


interior;

➢ Crava-se outro tubo, de diâmetro ligeiramente menor, no terreno ainda não escavado,
abaixo do primeiro tubo cravado;

➢ Escava-se o solo no interior deste segundo tubo;


18.0 – TUBULÕES

18.1 – TUBULÕES A CÉU ABERTO ➢ Repetem-se essas operações


sucessivamente, descendo-se
18.1.2 – Método de Gow telescopicamente os tubos, até
uma profundidade suficiente para
o alargamento da base, no diâme-
tro necessário ao fuste do tubulão;

➢ A concretagem é feita ao mes-


mo tempo em que se faz a extra-
ção dos tubos;

➢ O método de Gow pode ser


empregado em terrenos com
pouca água ou de fácil esgotamen
to.
18.0 – TUBULÕES

18.1 – TUBULÕES A CÉU ABERTO

18.1.2 – Método de Gow


18.0 – TUBULÕES

18.2 – TUBULÕES A AR COMPRIMIDO OU PNEUMÁTICOS

Detalhe dos equipamentos empregados em um tubulão pneumático


18.0 – TUBULÕES

18.2 – TUBULÕES A AR COMPRIMIDO OU PNEUMÁTICOS


➢ A pressão de ar (Par) no interior da campânula
e do tubulão deve ser suficiente para equilibrar o
peso da coluna d’água do terreno, a fim de impe-
dir sua entrada no interior da câmara de trabalho.

Par ≥ 𝜸água . hágua

Onde:

● 𝜸água é o peso específico da água

● hágua é a altura medida a partir do nível d’água


até o estágio em que se encontra a escavação

► NOTA-SE QUE A PRESSÃO DO AR COMPRIMIDO


Tubulão pneumático
(Par) VAI AUMENTANDO À MEDIDA QUE A ESCA-
VAÇÃO DO TUBULÃO AVANÇA NO TERRENO
18.0 – TUBULÕES
18.2 – TUBULÕES A AR COMPRIMIDO OU PNEUMÁTICOS

➜ Quando há a necessidade de escavar um solo que, além de precisar de escora-


mento durante a escavação, estiver situado abaixo do nível d’água (N.A).

➜ Escavação é feita no interior do revestimento, geralmente manual (também pode


ser mecanizada), a céu aberto, até que seja atingido o nível d’água. A partir deste ponto, é
instalada no revestimento uma campânula de chapa de aço, própria para trabalhar com ar
comprimido, que é fornecida por um compressor instalado próximo ao tubulão.

➜ A máxima pressão empregada em fundações a ar comprimido não deve ultra-


passar 3 atmosferas (≂ 300 kPa), por causa das limitações de tolerância do organismo
humano. Praticamente, os tubulões a ar comprimido ficam limitados a aproximadamente 30
a 35 m de profundidade abaixo do N.A.

➜ Uma vez atingido terreno com resistência compatível com o previsto em projeto,
procede-se ao alargamento da base e posterior concretagem do tubulão.

➜ É importante ressaltar a necessidade de adequação de uma obra em tubulão às


Normas Regulamentadoras: NR 18 (Brasil, 2018), NR33 (Brasil, 2012) e NR 35 (Brasil, 2016)
18.0 – TUBULÕES

18.2 – TUBULÕES A AR COMPRIMIDO OU PNEUMÁTICOS


18.0 – TUBULÕES

18.2 – TUBULÕES A AR COMPRIMIDO OU PNEUMÁTICOS


18.0 – TUBULÕES

18.2 – TUBULÕES A AR COMPRIMIDO OU PNEUMÁTICOS

Preparação do terreno Escavação a céu aberto Colocação da Concretagem


e colocação do anel de até o N.A. campânula hiperbárica
concreto
18.0 – TUBULÕES

18.2 – TUBULÕES A AR COMPRIMIDO OU PNEUMÁTICOS


18.0 – TUBULÕES

18.2 – TUBULÕES A AR COMPRIMIDO OU PNEUMÁTICOS


18.0 – TUBULÕES

18.2 – TUBULÕES A AR COMPRIMIDO OU PNEUMÁTICOS


Não guarde nada na memória, consulte e anote
tudo.

Prof. A.C.R. LARANJEIRAS


18.0 – TUBULÕES

18.3 – CAPACIDADE DE CARGA DOS TUBULÕES

18.3.1 – FÓRMULA TEÓRICA PARA SOLOS ARENOSOS

➢ Não existe ainda um processo que satisfaça os vários casos em que podem recair os
problemas de capacidade de carga das fundações por tubulão;

➢ Meyerhof (1951) propôs uma expressão para cálculo de capacidade de carga de


fundações profundas, análoga à equação proposta por Terzaghi em 1943, na seguinte forma:

1
𝜎𝑟𝑢𝑝 = 𝑐 ∙ 𝑁𝑐 + 𝑃0 ∙ 𝑁𝑞 + ∙ 𝛾 ∙ 𝐵 ∙ 𝑁𝛾
2
Enquanto Terzaghi considera a parte de solo acima da cota de apoio da fundação apenas como
sobrecarga, Meyerhof leva em consideração a resistência ao cisalhamento desenvolvida
também acima dessa cota de apoio.
18.0 – TUBULÕES

➢ Sobre a superfície de ruptura atuam os


esforços normais P0 assim como os esforços
correspondentes ao peso de terra. A diferen-
ça entre as expressões propostas por
Terzaghi (1943) e Meyerhof (1953) está
principalmente em P0 e nos valores de Nc,
Nq, N𝜸.

Segundo diversos autores:

● Meyerhof ➜ Otimista

● Terzaghi ➜ Conservador, porém não


muito distante da realidade para o caso de
solos arenosos.
18.0 – TUBULÕES

18.3 – CAPACIDADE DE CARGA DOS TUBULÕES

2.3.2 – FÓRMULA TEÓRICA PARA SOLOS ARGILOSOS

➢ Para tubulões apoiados nos solos argilosos, pode ser utilizada a teoria de Skempton, relativo
às fundações rasas sob a forma:

𝜎𝑟𝑢𝑝 = 𝑐 ∙ 𝑁𝑐 + 𝛾 ∙ 𝐻

➢ Recomenda-se que as tensões admissíveis 𝜎adm não sejam maiores que os valores da
pressão de pré-adensamento das argilas (para que os recalques não sejam provenientes do
adensamento das argilas ao longo da reta de compressão virgem. Assim:

𝜎𝑎𝑑𝑚 ≤ 𝜎𝑎

Em que 𝜎a é a tensão de pré-adensamento do solo


A fórmula geral de Terzaghi também pode ser utilizada para solos argilosos, adotando (𝜙 = 0).
0).
Os valores calculados serão mais conservadores que os calculados pela fórmula de Skempton
18.0 – TUBULÕES

18.3 – CAPACIDADE DE CARGA DOS TUBULÕES

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:

1) Fórmulas teóricas resultam em tensões de ruptura, devendo-se então aplicar um fator de


segurança (FS) não inferior a 3,0 para obtenção da tensão admissível para projeto;

2) A rigor, a carga admissível de um tubulão é representada pela soma da capacidade de carga


da base Qbase, somada a uma parcela de carga Qlateral, em razão da contribuição da resistência
lateral na superfície lateral do seu fuste

Qadm = Qbase + Qlateral


Na prática, porém, a contribuição da resistência lateral é desprezada, considerando-se impli-
citamente como se fosse apenas suficiente para contrabalançar o peso do tubulão. Logo, na
prática, em geral emprega-se:

Qadm = Qbase ou 𝜎adm = 𝜎base


18.0 – TUBULÕES

18.3 – CAPACIDADE DE CARGA DOS TUBULÕES


18.0 – TUBULÕES

18.3 – CAPACIDADE DE CARGA DOS TUBULÕES

18.3.3 – FÓRMULAS SEMIEMPÍRICAS

➢ Alonso (1983)

Tensão admissível com base no valor médio do NSPT (na profundidade da ordem de
grandeza igual a duas vezes o diâmetro da base, a partir da cota de apoio da mesma).

𝜎adm ≤ 33,33 ∙ NSPT (em kPa)


Esta fórmula aplica-se para NSPT ≤ 20 (NSPT médio)

➢ Décourt (1989)
𝜎adm = 25 ∙ NSPT + 𝜎’vb (em kPa)
Onde:
NSPT é o índice de resistência à penetração médio entre a cota de apoio da base até a distância
2 ∙ D abaixo desta; 𝜎’vb é a tensão geostática na cota de apoio da base do tubulão
18.0 – TUBULÕES

18.3 – CAPACIDADE DE CARGA DOS TUBULÕES

➢ Albiero e Cintra (2016)

𝜎adm = 20 ∙ NSPT + 𝜎’vb (em kPa)

Onde:

NSPT é o índice de resistência à penetração média entre a cota de apoio da base até a distância
distância
1 ∙ D abaixo desta cota. 𝜎’vb é a tensão geostática na cota de apoio da base do tubulão. De
acordo com Berberian (2016), recomenda-se limitar a tensão geostática 𝜎’vb em 40 kPa e o
NSPT médio não superior a 40 golpes.
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:

1) Apesar de não haver uma definição dos limites à validade desta fórmula, recomenda-se,
para tubulões, que o valor da tensão admissível não exceda 600 kPa
18.0 – TUBULÕES

18.4 – DIMENSIONAMENTO DE TUBULÕES

2.4.1 – Tubulão isolado

➢ d ➜ Diâmetro do fuste: calculado de acordo


com a resistência do concreto

➢ D ➜ Diâmetro da base: calculado de acordo


com a tensão admissível estimada

➢ Os centros de gravidade devem coincidir com


a resultante da aplicação da carga do pilar
18.0 – TUBULÕES

As dimensões do tubulão são calculadas conforme


considerações a seguir.

a) Profundidade de apoio (H): estimada a partir da


análise do perfil do subsolo, dependente da resis-
tência da camada de suporte que servirá de apoio

b) A distribuição de tensões no solo de apoio da


base deve ser uniforme; para isso, os centros de
gravidade (CG) do fuste e da base do tubulão pre-
cisam coincidir com o centro de aplicação da carga
do pilar, isto é,

CGpilar = CGfuste=CGbase
18.0 – TUBULÕES
c) Diâmetro do fuste (d): O dimensionamento do
fuste depende somente da tensão admissível do
concreto utilizado (𝜎conc). Logo, a área do fuste
pode ser calculada dividindo-se a carga pela tensão
admissível do concreto:

𝑃 𝜋 ∙ 𝑑2
𝐴𝑓𝑢𝑠𝑡𝑒 = =
𝜎𝑐𝑜𝑛𝑐 4

Assim, tem-se:

4 ∙ 𝛾𝑓 ∙ 𝑃
𝑑=
𝜋 ∙ 𝜎𝑐𝑜𝑛𝑐

O valor da tensão admissível do concreto é adotado


em função das precárias condições de concretagem
durante a execução deste serviço, e é obtido por: Onde:
fck é a resistência característica do
0,85 ∙ 𝑓𝑐𝑘 concreto;
𝜎𝑐𝑜𝑛𝑐 =
𝛾𝑐 𝜸c = 1,8 e 𝜸f = 1,4
18.0 – TUBULÕES

Na prática, o fuste de um tubulão é dimensionado


tomando-se como tensão admissível de compressão
no concreto valores compreendidos na faixa de:

𝜎conc = 5,0 a 6,0 MPa

d ≥ 0,70 m (descida de pessoal)

Entretanto, deve-se atentar para o fato de que a


norma regulamentadora NR18, considera o diâmetro
mínimo igual a 0,90 m para a execução do fuste;
Ressalta, ainda, que o diâmetro de 0,70 m poderá
ser utilizado, desde que devidamente justificado
pelo engenheiro projetista.
18.0 – TUBULÕES
d) Diâmetro da base (D): Como as tensões admissíveis
no solo são inferiores à do concreto, quase sempre há
a necessidade de promover o alargamento da base,
resultando em um elemento tronco-cônico.
O diâmetro da base é dimensionado em função da
tensão admissível do solo na cota de apoio do tubulão,
por:

𝑃 𝜋 ∙ 𝐷2
𝐴𝑏𝑎𝑠𝑒 = =
𝜎𝑎𝑑𝑚 4

Assim, tem-se:

4∙𝑃
𝐷=
𝜋 ∙ 𝜎𝑎𝑑𝑚

Por problemas executivos, sempre que possível o diâmetro da base não deve ultrapassar 3,0m
(valor aproximado). Caso o diâmetro calculado resulte em um valor superior a este, utilizam-se
dois ou mais tubulões em um mesmo pilar
18.0 – TUBULÕES
e) Altura da base (hbase): tubulão com base circular

A altura da base é calculada por:

𝐷−𝑑
ℎ𝑏𝑎𝑠𝑒 = ∙ tan 𝛼
2

Na prática, para evitar problemas executivos, a altura


da base não deve ultrapassar 1,8 m, de acordo com a
NBR 6122

f) Ângulo (𝜶): para que não haja necessidade de arma-


ção na base, isto é, para que as tensões de tração (𝜎t)
sejam absorvidas pelo próprio concreto, a inclinação
(𝜶) da parede deve ser dada por:

(tan 𝛼) 𝜎𝑎𝑑𝑚
≥ +1
𝛼 𝜎𝑡
18.0 – TUBULÕES
Onde:

𝑓𝑐𝑡𝑘
𝜎𝑡 =
𝛾𝑐
/3
𝑓𝑐𝑡𝑘 = 0,3 ∙ 𝑓𝑐𝑘2

/
Para fck = 20 MPa, tem-se 𝑓𝑐𝑡𝑘 = 0,3 ∙ 20 2 3 = 2,21 MPa

𝜎adm é a tensão admissível do solo

𝜶 é o ângulo de inclinação da base em relação ao fuste, dado em graus na tangente e em


radianos no denominador da equação

Na prática, utiliza-se geralmente uma inclinação de 60∘ para 𝜶, que é suficiente para a grande
maioria dos casos. Neste caso, por exemplo, por exemplo, tem-se os seguintes valores:
∘ ∘
60 ∙ 𝜋 60 ∙ 3,1415
tan (𝜶) = tan(60∘)≂ 1,732 e 𝛼 = 180
= 180
∘ = 1,04719
18.0 – TUBULÕES

Exercício 01: Calcular o diâmetro do fuste, diâmetro da base e altura da base , para o tubulão
nas condições a seguir (utilizar o método de Terzaghi). A carga aplicada (P) é de 3500 kN.
Dados: Concreto C20.
18.0 – TUBULÕES

Solução:

TENSÃO ADMISSÍVEL:

Areia compacta ➜ ruptura geral (Terzaghi)

De forma geral, os tubulões apresentam bases circulares; assim:

Sc = 1,3; Sq = 1,0 e S𝜸 = 0,6

𝜎𝑟𝑢𝑝 = 1,3 ∙ 𝑐 ∙ 𝑁𝑐 + 𝑞 ∙ 𝑁𝑞 + 0,3 ∙ 𝛾 ∙ 𝐵 ∙ 𝑁𝛾

● Para um ângulo de atrito de 32∘ no solo de apoio ➜ Nc = 44,4; Nq = 28,52 e N𝜸 = 26,87

● A coesão é igual a 40 kPa

● A tensão efetiva (q) na cota de apoio ➜ q = 𝜸∙z = 17,8 ∙ 3 + 18,3 ∙ 6 ≂ 163,2 kPa
2.0 – TUBULÕES
𝜎𝑟𝑢𝑝 = 1,3 ∙ 𝑐 ∙ 𝑁𝑐 + 𝑞 ∙ 𝑁𝑞 + 0,3 ∙ 𝛾 ∙ 𝐵 ∙ 𝑁𝛾

𝜎rup = 1,3 ∙ 40 ∙ 44,4 + 163,2 ∙ 28,52 + 0,3 ∙ 18,3 ∙ D ∙ 26,87

𝜎rup = 2308,8 + 4654,46 + 147,52D ⇒ 𝜎rup = 6963,26 + 147,52D

𝜎𝑟𝑢𝑝 6963,26 + 147,52𝐷


𝜎𝑎𝑑𝑚 = ⇒ 𝜎𝑎𝑑𝑚 =
3 3

𝜋 ∙ 𝐷2
𝐴=
4
IGUALA-SE A TENSÃO
𝑃 3500 3500 4 4456,47
𝜎𝑎𝑝𝑙𝑖𝑐 = = = 𝐷2 = 3500 ∙ = ADMISSÍVEL COM A
𝐴 𝐴 𝜋∙ 4 𝜋∙𝐷2 𝐷2
TENSÃO APLICADA

6963,26+147,52𝐷 4456,47
𝜎adm = 𝜎aplic ⇒ = ⇒ 6963,26D2 + 147,52D3 = 13369,41
3 𝐷2

147,52D3 + 6963,26D2 - 13369,41 = 0 ⇒ ➜ Somente uma raiz verdadeira ➜ D=1,36m ∴


D=1,40m (valor adotado)
18.0 – TUBULÕES

DIÂMETRO DO FUSTE ALTURA DA BASE

𝐷−𝑑
4 ∙ 𝛾𝑓 ∙ 𝑃 ℎ𝑏𝑎𝑠𝑒 = ∙ tan 𝛼
𝑑= 2
𝜋 ∙ 𝜎𝑐𝑜𝑛𝑐
1,4−0,8
ℎ𝑏𝑎𝑠𝑒 = ∙ tan 60
0,85 ∙ 𝑓𝑐𝑘 2
𝜎𝑐𝑜𝑛𝑐 =
𝛾𝑐
ℎ𝑏𝑎𝑠𝑒 = 0,3 . 1,73 ⇒ ℎ𝑏𝑎𝑠𝑒 = 0,52 𝑚 ≤ 1,8 𝑚 𝑜𝑘‼!
fck = 20 MPa = 20.000 kPa
Resumo:
𝜸c = 1,8 e 𝜸f = 1,4
D= 1,40 m d= 0,80 m hb= 0,55 m
0,85 ∙20000
𝜎𝑐𝑜𝑛𝑐 = 1,8
= 9444,44 kPa

4 ∙ 1,4 ∙3500
𝑑= = 0,81 ➜ d= 0,80 m
𝜋∙9444,44
Projeto simples e projeto simplificado são coisas
bem diferentes.

Prof. A.C.R. LARANJEIRAS

Ser engenheiro e exercer a boa engenharia é um


privilégio.

Prof. A.C.R. LARANJEIRAS

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