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(Prospecção Geotécnica e
Ensaios de Campo)
7. PROSPECÇÃO GEOTÉCNICA E
ENSAIOS DE CAMPO
7.1. Introdução
7.2. Prospecção / Amostragem
7.3. Vantagens e desvantagens dos ensaios de campo
7.4. Ensaios de campo (descrição e parâmetros geotécnicos
obtidos)
7.5. Exemplos de trabalhos de prospecção geotécnica
1
7.1. Introdução
A aplicação das teorias e metodologias que baseiam os
aspectos da concepção e do dimensionamento das estruturas
condicionadas pelo terreno onde são implantadas requer:
1) A identificação, em termos geológicos e geotécnicos, da
sequência das camadas ou estratos que compõem o terreno,
até profundidade que varia consoante o tipo de estrutura e o
próprio maciço de implantação;
2) A caracterização das condições da água no terreno;
3) A caracterização física, mecânica e hidráulica dos solos
que compõem as camadas ou estratos cujo comportamento
condicione de algum modo o da estrutura a construir.
7.1. Introdução
2
7.2. Prospecção / Amostragem
Prospecção Geofísica
Métodos sísmicos (induzem no terreno ondas
elásticas; ex. ensaio sísmico entre furos)
Métodos eletromagnéticos (induzem no terreno
corrente elétrica ou ondas eletromagnéticas; ex.
georadar)
Prospecção Mecânica
Poços e valas ou trincheiras
Sondagens de penetração (ex. CPT)
Sondagens de furação à percussão (ex. SPT)
Sondagens de furação à rotação
Geotécnica - 2016 – UERJ
Tipo de amostras:
Indeformadas vs remexidas
3
7.2. Prospecção / Amostragem
Aplicação
estática da
carga
Trado de
ancoragem Sapatas de
apoio
Trado de
Tubo
furação
amostrador
4
7.2. Prospecção / Amostragem
Furos de sondagem (acesso indirecto)
Amostrador Shelby
Tubo simples em aço (parede fina),
acoplado a uma cabeça, cuja válvula
permite reter a amostra no seu interior.
Coroa do
amostrador de
rocha
VÍDEO
5
7.2. Prospecção / Amostragem
Furos de sondagem (acesso indirecto)
6
7.3. Vantagens e desvantagens dos ensaios
de campo
Vantagens dos ensaios de campo
O solo é ensaiado no seu próprio meio, logo, sem alterações
do seu estado de tensão. Devido a isso, diz-se que alguns
ensaios de campo são os únicos ensaios susceptíveis de
estimar com razoável aproximação o estado de tensão em
repouso (K0), nomeadamente o pressiómetro autoperfurador;
7
7.3. Vantagens e desvantagens dos ensaios
de campo
Desvantagens dos ensaios de campo
Em muitos dos ensaios de campo as alterações do estado de
tensão e as condições de deformação que impõem ao solo
são muito diferentes das que as obras de engenharia
acarretam, o que não é favorável à validade das conclusões
que com tais ensaios se pode extrair acerca do
comportamento do maciço;
8
7.4. Ensaios de campo
Ensaio SPT - Amostrador
Extremidade
inferior
biselada
Peça roscada para amarração
Amostrador bipartido ao trem de varas
Martelo
Bigorna ou
batente
Trem de varas
∆H1 = 15 cm
∆H2 = 30 cm -> NSPT
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7.4. Ensaios de campo
VÍDEO
Ensaio SPT
Resultados
10
7.4. Ensaios de campo
Tensão efectiva
( N1 )60 = C N × N 60
( )
σ vo' 1
0,5 ≤ C N = '
0.5
≤ 2,0
σ vo
(σ ) = 100 kPa
'
vo 1
11
7.4. Ensaios de campo
Ensaio SPT - Correlações
Areia OC
0.5
(σ oct
'
)
CN = ' 1
σ oct
12
7.4. Ensaios de campo
NSPT vs Pressão admissível
Tensão admissível para s<25 mm (solos incoerentes)
800
N55=40
700
N55=30
Pressão admissível, qa (kPa)
600
500
N55=20
400
300
N55=10
200
N55=5
100
0
0.0 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0 6.0
Largura da Sapata, B' (m)
20
Terzaghi & Peck
NSPT
15
10
Sowers: Argilas de
5 alta plasticidade
Sowers: Argilas de média plasticidade
0
0 25 50 75 100 125 150 175 200
Coesão não drenada, cu(kPa)
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7.4. Ensaios de campo
Ensaio CPT – CPTU - Equipamento
fs
u2
qc
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VÍDEO
Geotécnica - 2016 – UERJ
14
7.4. Ensaios de campo
Ensaio CPT - CPTU
Valores medidos:
Resistência de ponta (qc), atrito lateral (fs)
Pressão intersticial (u) no caso do CPTU
u3
u2
u1
Calcula-se a Razão de Atrito (Rf)
fs
Rf = × 100 (%)
qc
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7.4. Ensaios de campo
Ensaio CPTU - Resultados
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7.4. Ensaios de campo
Ensaio CPTU
An
a=
Ac
q t = q c + u 2 ⋅ (1 − a )
17
7.4. Ensaios de campo
Ensaio CPT – Classificação
18
7.4. Ensaios de campo
Ensaio CPT – Classificação LEGENDA
1 – Solo fino sensível
2 – Material orgânico
3 – Argila
4 – Argila siltosa a argila
5 – Silte argiloso a argila siltosa
6 – Silte arenoso a silte argiloso
7 – Areia siltosa a silte arenoso
8 – Areia a areia siltosa
9 – Areia
10 – Areia com cascalho a areia
11 – Solo fino muito compacto *
12 – Areia a areia argilosa *
* Sobreconsolidado ou cimentada
19
7.4. Ensaios de campo
Ensaio CPTU – Classificação
VÍDEO
20
7.4. Ensaios de campo
Areias de
quartzo não
cimentadas
21
7.4. Ensaios de campo
qc − σ vo qc − σ vo
cu = =
Nk 15 ± 5
Argilas
Eu = M cu
22
7.4. Ensaios de campo
Ensaio CPT – Módulo de deformabilidade
Franki (1991)
α = 2,5 a 3,5 para depósitos normalmente
consolidados e recentes
α = 3,5 a 6,0 para depósitos normalmente
consolidados antigos
α = 6,0 a 10,0 para maciços sobreconsolidados
Areias
Es = α qc
E s = 3 qc
Correlações: NSPT - qc
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7.4. Ensaios de campo
Correlações: NSPT - qc
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7.4. Ensaios de campo
Penetrómetros Dinâmicos
CARACTERÍSTICA DPL DPM DPH DPSH
M – Massa do pilão (kg) 10 30 50 63,5
H – Altura de queda (m) 0,5 0,5 0,5 0,75
A – Área da base do cone (cm2) 10 10 15 20
Ângulo no vértice do cone (graus) 90 90 90 90
L – Comprimento de penetração (cm) 10 10 10 20
MgH/A – Energia específica por 50 150 167 238
pancada (kJ/m2)
VÍDEO
25
7.4. Ensaios de campo
VÍDEO
2 M tf
cu =
πD 2 H +
D
3
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7.4. Ensaios de campo
Ensaio Sísmico entre furos
(Cross-hole seismic test)
Martelo sísmico
VÍDEO
Geofone
Colocação de um tubo metálico para
revestimento do furo de sondagem
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7.4. Ensaios de campo
Ensaio Sísmico entre furos
(Cross-hole seismic test)
Valores medidos:
Velocidade das ondas S, VS
Velocidade das ondas P, VP
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7.4. Ensaios de campo
E = 2(1 + ν ) ⋅ G
0,1%
Relação G/Gmax com a distorção para solos argilosos
(Sun et al., 1988)
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7.4. Ensaios de campo
Ensaio Sísmico entre furos
(Cross-hole seismic test)
E = 2(1 + ν ) ⋅ G
0,1%
Relação G/Gmax com a distorção para areias
(Seed et al., 1984)
Geotécnica - 2016 – UERJ
E = 2(1 + ν ) ⋅ G
0,1%
Relação G/Gmax com a distorção para cascalhos
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(Seed et al., 1984)
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7.4. Ensaios de campo
Ensaio de Carga em Placa (PLT)
Q (1 − υ 2 )
s= ⋅
B E
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7.4. Ensaios de campo
Ensaio com Pressiómetro de Ménard (PMT)
32
7.4. Ensaios de campo
VÍDEO
Correcção da altura
piezométrica
33
7.4. Ensaios de campo
Ensaio com Pressiómetro de Ménard (PMT)
34
7.4. Ensaios de campo
Ensaio com Pressiómetro de Ménard (PMT)
Módulo pressiométrico, EM
V + V0 p f − p0
EM = 2(1 + ν ) ⋅ Vs + f ⋅
2 V f − V0
Sendo Vs o volume inicial da sonda e ν o coeficiente de Poisson.
35
7.4. Ensaios de campo
VÍDEO
36
7.4. Ensaios de campo
Ensaio com Pressiómetro auto-perfurador (SBPT)
dr
ε=
r0
1 dΨ
G= ⋅
2 dε
σ h0 − u0
K0 =
σ v0 − u0
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7.4. Ensaios de campo
Para um carregamento em
condições não drenadas, a
resistência não drenada é
dada pela expressão:
dψ
cu =
∆V
d
V
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7.4. Ensaios de campo
Ensaio com o Cone Pressiómetro
15 mm
Membrana
Flexível
Membrana
60 mm Flexível Dilatômetro
Seringa
94 mm
Seringa
de
Calibração
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7.4. Ensaios de campo
Ensaio com Dilatómetro de Marchetti (DMT)
Cravação da lâmina no
terreno de forma estática a
uma velocidade de 2 cm/s
(ou dinâmica).
Interrompe-se a cravação a
cada 20 cm para fazer a
expansão da membrana.
40
7.4. Ensaios de campo
p1 = B − Z m − ∆B
• Pressão final na descarga, p2
p 2 = C − Z m + ∆A
sendo:
A, B e C – leituras efectuadas durante a realização do ensaio;
∆A e ∆B – correcções devidas à rigidez da membrana;
Zm – zero do manómetro de medição de pressão.
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7.4. Ensaios de campo
Ensaio com Dilatómetro de Marchetti (DMT)
Tratamento dos resultados do ensaio:
p 0 (kPa) p 1 (kPa)
0 500 1000 1500 0 1000 2000 3000
0 0
ensaio ensaio
5 média móvel 5 média móvel
média média
Profundidade (m) .
Profundidade (m) .
10 10
15 15
20 20
25 25
30 30
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p1 − p0
• Índice de material, ID ID =
p0 − u 0
p0 − u 0
• Índice de tensão horizontal, KD KD =
σ 'v
p2 − u0
• Índice de tensão neutra, UD UD =
p0 − u 0
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7.4. Ensaios de campo
Ensaio com Dilatómetro de Marchetti (DMT)
0, 47
K I D < 1,2
K0 = D − 0,6 para
1,5
OCR = (0,5 ⋅ K D ) I D < 1,2
1,56 para
OCR = (0,67 ⋅ K D )
1,91
para 1,2 < I D < 2,0
OCR = (m ⋅ K D )
n
para I D ≥ 2,0
n = 1,56 + 0,35 ⋅ P I D − 1,2
m = 0,5 + 0,17 ⋅ P P=
0,8
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7.4. Ensaios de campo
ED
R=
σ 'v
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7.4. Ensaios de campo
Ensaio com Dilatómetro de Marchetti (DMT)
Marchetti (1998)
Ensaios de bombeamento
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7.4. Ensaios de campo
Ensaios de bombeamento
Se o escoamento ocorrer numa camada homogénea, sendo
dito não confinado:
r
ln 2
k= r1 × Q
π × (h22 − h12 )
r
ln 2
k= r1 ×Q
2πd × (h2 − h1 )
46
7.4. Ensaios de campo
Aspectos respeitantes aos ensaios
47
7.5. Exemplos de trabalhos de prospecção
geotécnica
Exemplo: Edifício
Planta
Cota (m)
P8
P5 P6 M= -111280.045
S18 P= -106418.126
Z= 40.12
40
60
At 60(cm/1ªF) a
60
?
TN 30
40
?
50 Aac
30
P3 P7 ?
60
32
? 37
60
At ? 27
24 Ac ?
? 50
20 M= -111327.139
?
S13 ?
P= -106449.903 60
Z= 16.64 Aac
? (24m)
60
Aac
60
18
M= -111352.836 60(cm/1ªF)
S8 Cm
P= -106469.358 21
At ? 9
Z= 11.07 24
60(cm/1ªF)
10 Ac ? 60
60 Aac
4 Aac ?
60(cm/1ªF)
60(cm/1ªF) Cm 13
60(cm/1ªF) ? (34.5m)
60 Cc
Ac Cm
Aac Av ?
(10.3m) (15.9m)
? ? ?
0
37
Aac Cc
60(cm/1ªF)
Cm
60(cm/1ªF)
(22.5m)
Cc
-10 (20m)
-20
48
7.5. Exemplos de trabalhos de prospecção
geotécnica
Exemplo: Metropolitano de Lisboa
Planta
49
7.5. Exemplos de trabalhos de prospecção
geotécnica
Exemplo: Metrô de Brasília/DF
Perfil geológico-geotécnico
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Bibliografia recomendada:
Cruz, N. B. F. (1995). A avaliação de parâmetros geotécnicos pelo
dilatómetro de Marchetti. Tese de Mestrado em Engenharia Civil, FCTUC.
DD ENV 1997-3 (2000). Eurocode 7: Geotechnical design - Part 3: Design
assisted by field testing (draft for development). BSi.
Fernandes, M.M. (1995). Mecânica dos Solos, Introdução à Engenharia
Geotécnica, Volume II, FEUP.
Marques, F. E. R. (2006). Comportamento de túneis superficiais escavados
em solos porosos – O caso do metro de Brasília. Tese de Doutoramento em
Engenharia Civil, FCTUC.
Rodrigues, C. M. G. (2003). Caracterização geotécnica e estudo do
comportamento geomecânico de um saprólito granítico da Guarda. Tese de
Doutoramento em Engenharia Civil, FCTUC.
Schnaid, F. E Odebrecht E. (2012). Ensaios de campo e suas
aplicações à engenharia de fundações, 2ª edição. Oficina de textos.
Velloso, D. A. E Lopes, F. R. (1996). Fundações, Volume 1: Critérios de
projecto, Investigação do subsolo e Fundações superficiais. Oficina de
textos.
Viana da Fonseca, A. (1996). Geomecânica dos solos residuais do granito
do Porto. Critérios para dimensionamento de fundações directas. Tese de
Doutoramento em Engenharia Civil, FEUP.
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