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Geotécnica

(Prospecção Geotécnica e
Ensaios de Campo)

Fernando Eduardo Rodrigues Marques

Geotécnica - 2016 – UERJ

7. PROSPECÇÃO GEOTÉCNICA E
ENSAIOS DE CAMPO

7.1. Introdução
7.2. Prospecção / Amostragem
7.3. Vantagens e desvantagens dos ensaios de campo
7.4. Ensaios de campo (descrição e parâmetros geotécnicos
obtidos)
7.5. Exemplos de trabalhos de prospecção geotécnica

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 7.1. Introdução
 A aplicação das teorias e metodologias que baseiam os
aspectos da concepção e do dimensionamento das estruturas
condicionadas pelo terreno onde são implantadas requer:
1) A identificação, em termos geológicos e geotécnicos, da
sequência das camadas ou estratos que compõem o terreno,
até profundidade que varia consoante o tipo de estrutura e o
próprio maciço de implantação;
2) A caracterização das condições da água no terreno;
3) A caracterização física, mecânica e hidráulica dos solos
que compõem as camadas ou estratos cujo comportamento
condicione de algum modo o da estrutura a construir.

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 7.1. Introdução

 Para atingir esses objetivos é necessário:


 Proceder à colheita de amostras
para ensaios em laboratório; Prospecção
Geotécnica
 Realizar ensaios in situ;

 Realizar ensaios em laboratório.

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 7.2. Prospecção / Amostragem

 Prospecção Geofísica
 Métodos sísmicos (induzem no terreno ondas
elásticas; ex. ensaio sísmico entre furos)
 Métodos eletromagnéticos (induzem no terreno
corrente elétrica ou ondas eletromagnéticas; ex.
georadar)
 Prospecção Mecânica
 Poços e valas ou trincheiras
 Sondagens de penetração (ex. CPT)
 Sondagens de furação à percussão (ex. SPT)
 Sondagens de furação à rotação
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 7.2. Prospecção / Amostragem

 Obtenção das amostras:


 Acesso directo vs furos de sondagem

 Tipo de amostras:
 Indeformadas vs remexidas

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 7.2. Prospecção / Amostragem

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Acesso directo (bloco)

 7.2. Prospecção / Amostragem

Aplicação
estática da
carga

Trado de
ancoragem Sapatas de
apoio

Trado de
Tubo
furação
amostrador

Furos de sondagem (acesso indirecto)


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 7.2. Prospecção / Amostragem
Furos de sondagem (acesso indirecto)
Amostrador Shelby
Tubo simples em aço (parede fina),
acoplado a uma cabeça, cuja válvula
permite reter a amostra no seu interior.

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 7.2. Prospecção / Amostragem


Furos de sondagem (acesso indirecto)
Amostradores para rochas

Coroa do
amostrador de
rocha

VÍDEO

simples duplo duplo giratório


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 7.2. Prospecção / Amostragem
Furos de sondagem (acesso indirecto)

 7.3. Vantagens e desvantagens dos ensaios


de campo
Vantagens dos ensaios de campo
 A sua realização não está excluída em nenhum tipo de solo,
embora, naturalmente, nem todos os ensaios de campo se
possam realizar em todos os tipos de terreno;

 Com eles caracteriza-se em geral grande número de pontos


do maciço; alguns dos ensaios fornecem um registro contínuo
dos resultados em profundidade (ex. CPTU), o que permite
detetar a presença de camadas de muito pequena expessura
e a posição rigorosa das fronteiras entre as diversas camadas;

 A sua execução é mais rápida do que a dos ensaios em


laboratório;
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 7.3. Vantagens e desvantagens dos ensaios
de campo
Vantagens dos ensaios de campo
 O solo é ensaiado no seu próprio meio, logo, sem alterações
do seu estado de tensão. Devido a isso, diz-se que alguns
ensaios de campo são os únicos ensaios susceptíveis de
estimar com razoável aproximação o estado de tensão em
repouso (K0), nomeadamente o pressiómetro autoperfurador;

 Alguns dos ensaios de campo são efetuados aproveitando os


furos de sondagem em qualquer caso indispensáveis para a
identificação da sequência dos estratos, da posição dos níveis
aquíferos, etc.;

 Envolvem em geral custos mais reduzidos.

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 7.3. Vantagens e desvantagens dos ensaios


de campo
Desvantagens dos ensaios de campo

 Em uma boa parte dos ensaios não está claramente definido o


estado de tensão, o estado de deformação e as condições de
drenagem no solo ensaiado. Logo a interpretação racional dos
resultados desses ensaios não é possível ou é muito difícil;

 Daí resulta que os parâmetros mecânicos do maciço tenham,


em tais casos, de ser obtidos mediante correlações empíricas,
derivadas da experiência em obras e terrenos similares, com
os resultados dos ensaios de campo;

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 7.3. Vantagens e desvantagens dos ensaios
de campo
Desvantagens dos ensaios de campo
 Em muitos dos ensaios de campo as alterações do estado de
tensão e as condições de deformação que impõem ao solo
são muito diferentes das que as obras de engenharia
acarretam, o que não é favorável à validade das conclusões
que com tais ensaios se pode extrair acerca do
comportamento do maciço;

 Com excepção do ensaio SPT, os ensaios de campo não


permitem a identificação direta da natureza do solo ensaiado,
já que não implicam a recolha de qualquer amostra do
mesmo.

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 7.4. Ensaios de campo


Ensaios de campo
 Standard Penetration Test (SPT)
(Ensaio de Penetração Dinâmica)
 Cone-Penetrómetro (CPT - CPTU)
 Penetrómetros dinâmicos (DP)
 Corte rotativo (FVT – Field Vane Test / Palheta)
 Sísmico entre furos (Cross-hole seismic test)
 Ensaio de carga em placa (PLT)
 Pressiómetro de Ménard (PMT)
 Pressiómetro auto-prefurador (SBPT)
 Dilatómetro de Marchetti (DMT)
 Ensaios de bombeamento
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 7.4. Ensaios de campo
Ensaio SPT - Amostrador
Extremidade
inferior
biselada
Peça roscada para amarração
Amostrador bipartido ao trem de varas

Martelo

Bigorna ou
batente

Trem de varas

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 7.4. Ensaios de campo


Ensaio SPT - Equipamento
P = 63,5 kgf H=76 cm

∆H1 = 15 cm
∆H2 = 30 cm -> NSPT
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 7.4. Ensaios de campo

Ensaio SPT - Execução

VÍDEO

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 7.4. Ensaios de campo

Ensaio SPT
Resultados

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 7.4. Ensaios de campo

Ensaio SPT - Correcções


 Energia ER =
Er
× 100 N 60 =
ER
×N
Ep 60
 Comprimento das varas
 Diâmetro do furo
Comprimento das > 10 m 1,0
varas 6 - 10 m 0,95
4-6m 0,85
3-4m 0,75
Diâmetro do furo 65 – 115 mm 1,0
150 mm 1,05
200 mm 1,15

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 7.4. Ensaios de campo

Ensaio SPT - Correcções

 Tensão efectiva

( N1 )60 = C N × N 60
( )
 σ vo' 1 
0,5 ≤ C N =  ' 
0.5

≤ 2,0
 σ vo 

(σ ) = 100 kPa
'
vo 1

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 7.4. Ensaios de campo
Ensaio SPT - Correlações

Compacidade das areias


(N1)60 0-3 3-8 8-25 25-42 >42

Dr (%) 0-15 15-35 35-65 65-85 85-100


Compacidade Muito solta Solta Medianamente Compacta Muito compacta
compacta ou densa ou muito densa

Consistência das argilas


N 0-2 2-4 4-8 8-15 15-30 >30
Consistência Muito Mole Média Dura Muito Rija
mole dura

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 7.4. Ensaios de campo

NSPT vs Ângulo de atrito interno das areias (Décourt, 1989)


Areia NC
0.5
 (σ vo' )1 
CN =  ' 
 σ vo 

Areia OC
0.5
 (σ oct
'
)
CN =  ' 1 
 σ oct 

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 7.4. Ensaios de campo
NSPT vs Pressão admissível
Tensão admissível para s<25 mm (solos incoerentes)

800
N55=40

700
N55=30
Pressão admissível, qa (kPa)

600

500
N55=20
400

300
N55=10
200
N55=5
100

0
0.0 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0 6.0
Largura da Sapata, B' (m)

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 7.4. Ensaios de campo


NSPT vs cu
30
Sowers: Argilas de
25 baixa plasticidade

20
Terzaghi & Peck
NSPT

15

10
Sowers: Argilas de
5 alta plasticidade
Sowers: Argilas de média plasticidade
0
0 25 50 75 100 125 150 175 200
Coesão não drenada, cu(kPa)
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 7.4. Ensaios de campo
Ensaio CPT – CPTU - Equipamento

fs

u2

qc
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 7.4. Ensaios de campo


Ensaio CPT - CPTU - Equipamento
Veloc. de penetração = 2 cm/s
Freq. leitura (depende do equipamento)

VÍDEO
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 7.4. Ensaios de campo
Ensaio CPT - CPTU
 Valores medidos:
 Resistência de ponta (qc), atrito lateral (fs)
 Pressão intersticial (u) no caso do CPTU

u3

u2
u1
 Calcula-se a Razão de Atrito (Rf)
fs
Rf = × 100 (%)
qc
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 7.4. Ensaios de campo


Ensaio CPT - Resultados

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 7.4. Ensaios de campo
Ensaio CPTU - Resultados

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 7.4. Ensaios de campo


Ensaio CPTU - Resultados

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 7.4. Ensaios de campo
Ensaio CPTU

 Correcção da resistência de ponta no ensaio CPTU:

An
a=
Ac

q t = q c + u 2 ⋅ (1 − a )

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 7.4. Ensaios de campo


Ensaio CPTU
 Normalização das grandezas medidas no ensaio CPTU:
 Resistência de ponta normalizada, Qt
qt − σ v 0
Qt =
σ v0 − u0
 Razão de atrito normalizada, Fr
fs
Fr = × 100 (%)
qt − σ v 0
 Coeficiente de poro-pressão, Bq
u medido − u 0
Bq =
qt − σ v 0
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 7.4. Ensaios de campo
Ensaio CPT – Classificação

Carta de classificação de Douglas e Olsen (1981)


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 7.4. Ensaios de campo

Ensaio CPT – Classificação

Carta de classificação de Robertson e Campanella (1983)


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 7.4. Ensaios de campo
Ensaio CPT – Classificação LEGENDA
1 – Solo fino sensível
2 – Material orgânico
3 – Argila
4 – Argila siltosa a argila
5 – Silte argiloso a argila siltosa
6 – Silte arenoso a silte argiloso
7 – Areia siltosa a silte arenoso
8 – Areia a areia siltosa
9 – Areia
10 – Areia com cascalho a areia
11 – Solo fino muito compacto *
12 – Areia a areia argilosa *
* Sobreconsolidado ou cimentada

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 7.4. Ensaios de campo

Ensaio CPTU – Classificação

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 7.4. Ensaios de campo
Ensaio CPTU – Classificação

ZONA COMPORTAMENTO DO SOLO ZONA COMPORTAMENTO DO SOLO


1 solo fino sensível 6 areias:
2 material orgânico – lodos areias limpas a silte arenoso
3 argila a argila siltosa 7 areia com cascalho a areia
4 misturas de silte: 8 areias muito densas a areias argilosas *
argila siltosa a silte argiloso 9 solos finos duros *
5 misturas de areia: * - (sobreconsolidado ou cimentado)
silte arenoso a areia siltosa

Carta de classificação proposta por Robertson (1990)


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 7.4. Ensaios de campo


Ensaio com Cone sísmico – Classificação

VÍDEO

Carta de classificação baseada em Qt e G0 proposta


por Robertson et al. (1995)
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 7.4. Ensaios de campo

Ensaio CPT – Ângulo de atrito interno

Areias de
quartzo não
cimentadas

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 7.4. Ensaios de campo


Ensaio CPT – Ângulo de atrito interno

Densidade relativa qc (MPa) φ’ (º)

Muito baixa 0,0 – 2,5 29 – 32

Baixa 2,5 – 5,0 32 – 35

Média 5,0 – 10,0 35 – 37

Alta 10,0 – 20,0 37 – 40

Muito alta > 20,0 40 - 42

NOTA: Os valores de φ’ são válidos para areias. Para solos siltosos


deve ser efectuada uma redução de 3º. Para cascalhos deve ser
adoptado um acréscimo de 2º.
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 7.4. Ensaios de campo

Ensaio CPT – Coesão não-drenada, cu

qc − σ vo qc − σ vo
cu = =
Nk 15 ± 5

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 7.4. Ensaios de campo

Ensaio CPT – Módulo de deformabilidade

Argilas

Eu = M cu

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 7.4. Ensaios de campo
Ensaio CPT – Módulo de deformabilidade
Franki (1991)
α = 2,5 a 3,5 para depósitos normalmente
consolidados e recentes
α = 3,5 a 6,0 para depósitos normalmente
consolidados antigos
α = 6,0 a 10,0 para maciços sobreconsolidados
Areias
Es = α qc

E s = 3 qc

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 7.4. Ensaios de campo

Correlações: NSPT - qc

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 7.4. Ensaios de campo
Correlações: NSPT - qc

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 7.4. Ensaios de campo


Penetrómetros Dinâmicos
TIPO SIGLA MASSA DO PILÃO (kg)
Ligeiro ou leve DPL M < 10
Médio DPM 10 < M < 40
Pesado DPH 40 < M < 60
Super-pesado DPSH M > 60

IMPORTANTE: Devem ser


calibrados com outros ensaios
(NDP = β NSPT)

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 7.4. Ensaios de campo

Penetrómetros Dinâmicos
CARACTERÍSTICA DPL DPM DPH DPSH
M – Massa do pilão (kg) 10 30 50 63,5
H – Altura de queda (m) 0,5 0,5 0,5 0,75
A – Área da base do cone (cm2) 10 10 15 20
Ângulo no vértice do cone (graus) 90 90 90 90
L – Comprimento de penetração (cm) 10 10 10 20
MgH/A – Energia específica por 50 150 167 238
pancada (kJ/m2)

VÍDEO

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 7.4. Ensaios de campo


Penetrómetros Dinâmicos
MgH
Resistência unitária de ponta, Rd Rd =
Ae
Resistência dinâmica de ponta, qd
M
qd = ⋅ Rd
sendo:
M + M'
Rd e qd – valores de resistência (Pa)
M – massa do pilão (kg)
g – aceleração da gravidade (m/seg2)
H – altura de queda do pilão (m)
A – área da base do cone (m2)
M’ – massa total do trem de varas, batente e vara guia (kg)
N10 (ou N20) – número de pancadas por 10 cm (ou 20 cm)
e – penetração média em m por pancada (0,1/N10 no DPL, DPM, DPH e 0,2/N20 no DPSH)

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 7.4. Ensaios de campo

Ensaio de Corte Rotativo (Vane Test / Palheta)

 7.4. Ensaios de campo


Ensaio de Corte Rotativo (Vane Test / Palheta)

VÍDEO

2 M tf
cu =
πD 2  H + 
D
 3
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 7.4. Ensaios de campo
Ensaio Sísmico entre furos
(Cross-hole seismic test)

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 7.4. Ensaios de campo


Ensaio Sísmico entre furos
(Cross-hole seismic test)

Martelo sísmico

VÍDEO

Geofone
Colocação de um tubo metálico para
revestimento do furo de sondagem
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 7.4. Ensaios de campo
Ensaio Sísmico entre furos
(Cross-hole seismic test)
 Valores medidos:
 Velocidade das ondas S, VS
 Velocidade das ondas P, VP

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 7.4. Ensaios de campo


Ensaio Sísmico entre furos
(Cross-hole seismic test) V 2


 P  − 2
Coeficiente de Poisson dinâmico, νdin 1   V S  
ν =
2  V 
din 2
 P 
 −1
  V S  
 
Módulo de distorção máximo, Gmax ou G0
γ
G max = ⋅ Vs2 = ρ ⋅ Vs2
g

Módulo de elasticidade, Emax ou E0

E max = 2(1 + ν din ) ⋅ Gmax

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 7.4. Ensaios de campo

Ensaio Sísmico entre furos


(Cross-hole seismic test)

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 7.4. Ensaios de campo


Ensaio Sísmico entre furos
(Cross-hole seismic test)

E = 2(1 + ν ) ⋅ G

0,1%
Relação G/Gmax com a distorção para solos argilosos
(Sun et al., 1988)
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 7.4. Ensaios de campo
Ensaio Sísmico entre furos
(Cross-hole seismic test)

E = 2(1 + ν ) ⋅ G

0,1%
Relação G/Gmax com a distorção para areias
(Seed et al., 1984)
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 7.4. Ensaios de campo

Ensaio Sísmico entre furos


(Cross-hole seismic test)

E = 2(1 + ν ) ⋅ G

0,1%
Relação G/Gmax com a distorção para cascalhos
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(Seed et al., 1984)

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 7.4. Ensaios de campo
Ensaio de Carga em Placa (PLT)

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 7.4. Ensaios de campo


Ensaio de Carga em Placa (PLT)

Q (1 − υ 2 )
s= ⋅
B E
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 7.4. Ensaios de campo
Ensaio com Pressiómetro de Ménard (PMT)

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 7.4. Ensaios de campo


Ensaio com Pressiómetro de Ménard (PMT)

Sequência de preparação da sonda

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 7.4. Ensaios de campo

Ensaio com Pressiómetro de Ménard (PMT)

VÍDEO

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 7.4. Ensaios de campo

Ensaio com Pressiómetro de Ménard (PMT)

Correcção do efeito da Correcção do efeito da


perda de pressão perda de volume

Correcção da altura
piezométrica

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 7.4. Ensaios de campo
Ensaio com Pressiómetro de Ménard (PMT)

Curvas típicas de um ensaio com o pressiómetro de Ménard:


curva pressiométrica e curva de fluência
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 7.4. Ensaios de campo

Ensaio com Pressiómetro de Ménard (PMT)


Pressão de fluência, pf: corresponde ao fim da zona
linear da curva pressiométrica.

Pressão diferencial de fluência: pf* = pf – σh0

Pressão limite, pl: pressão necessária para uma


expansão cilíndrica infinita. Por convenção esta é
definida como a pressão necessária à duplicação do
volume inicial da cavidade.

Pressão limite diferencial: pl* = pl – σh0

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 7.4. Ensaios de campo
Ensaio com Pressiómetro de Ménard (PMT)
Módulo pressiométrico, EM
  V + V0   p f − p0 
EM = 2(1 + ν ) ⋅ Vs +  f  ⋅
  2   V f − V0 
Sendo Vs o volume inicial da sonda e ν o coeficiente de Poisson.

A execução de ciclos de descarga-recarga permite a avaliação


do módulo de distorção, G, utilizando-se para tal as equações:
1 dp dp
G= ⋅ ou G =V ⋅
2 dε c dV
εc – deformação circunferencial na face da cavidade (r-r0)/r0
V – volume da cavidade
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 7.4. Ensaios de campo

Ensaio com Pressiómetro de Ménard (PMT)


Módulo de deformabilidade, E
EM
E=
α
Valores de α para fundações directas
Tipo de material Descrição EM/pl α
Areias Densas > 12 0,50
Soltas 7 – 12 0,33

Rochas Sãs (desprezável) 0,50


Muito fracturadas (desprezável) 0,33
Meteorizadas (desprezável) 0,67

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 7.4. Ensaios de campo

Ensaio com Pressiómetro auto-perfurador (SBPT)

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 7.4. Ensaios de campo


Ensaio com Pressiómetro auto-perfurador (SBPT)

VÍDEO

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 7.4. Ensaios de campo
Ensaio com Pressiómetro auto-perfurador (SBPT)

r = raio da cavidade cilíndrica


Ψ = pressão aplicada
ε = extensão radial
∆V/V= extensão volumétrica

dr
ε=
r0

1 dΨ
G= ⋅
2 dε

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 7.4. Ensaios de campo


Ensaio com Pressiómetro auto-perfurador (SBPT)
Determinação da tensão horizontal de repouso, σh0:

σh0 “lift-off” – pressão, a partir da qual passa a verificar-se um


abrupto acréscimo das extensões radiais associado à expansão
da cavidade cilíndrica por deformação do solo envolvente.

σ h0 − u0
K0 =
σ v0 − u0
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 7.4. Ensaios de campo

Ensaio com Pressiómetro auto-perfurador (SBPT)

Para um carregamento em
condições não drenadas, a
resistência não drenada é
dada pela expressão:


cu =
 ∆V 
d 
 V 

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 7.4. Ensaios de campo

Ensaio com Pressiómetro auto-perfurador (SBPT)


Para um carregamento em condições drenadas, o ângulo de
atrito é retirado da equação:
d ln (ψ − u0 ) 2senφ '
=
d ln ε (1 + senφ ') + K (1 − senφ ')
em que:
1 + senφ 'cv
K=
1 − senφ 'cv

e sendo φ’cv o ângulo de atrito do solo quando este tem


o índice de vazios crítico.
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 7.4. Ensaios de campo
Ensaio com o Cone Pressiómetro

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 7.4. Ensaios de campo


Ensaio com Dilatómetro de Marchetti (DMT)
Cabos
Duto pneumático

15 mm

Membrana
Flexível

Membrana
60 mm Flexível Dilatômetro
Seringa

94 mm
Seringa
de
Calibração

Dilatômetro Sistema de medição


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 7.4. Ensaios de campo
Ensaio com Dilatómetro de Marchetti (DMT)
Cravação da lâmina no
terreno de forma estática a
uma velocidade de 2 cm/s
(ou dinâmica).

Interrompe-se a cravação a
cada 20 cm para fazer a
expansão da membrana.

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 7.4. Ensaios de campo

Ensaio com Dilatómetro de Marchetti (DMT)


Unidade de controle do DMT
durante o ensaio.

Unidade de controle do DMT


durante a calibração.
VÍDEO
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40
 7.4. Ensaios de campo

Ensaio com Dilatómetro de Marchetti (DMT)

Leituras efectuadas durante o ensaio:

• Leitura A: pressão necessária para um deslocamento


horizontal do centro da membrana de 0,05 mm.
•Leitura B: pressão de gás no interior do diafragma para
provocar um deslocamento radial da membrana de 1,10 mm.
•Leitura C: pressão interna no diafragma durante a
despressurização do sistema, quando a membrana retorna ao
deslocamento correspondente à leitura A. Esta leitura só é
realizada quando for detectada a presença do nível de água no
interior do maciço.
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 7.4. Ensaios de campo


Ensaio com Dilatómetro de Marchetti (DMT)
Tratamento dos resultados do ensaio:
• Pressão inicial da expansão da membrana, p0

p 0 = 1,05 ⋅ ( A − Z m + ∆A) − 0,05 ⋅ (B − Z m − ∆B )


• Pressão final da expansão da membrana, p1

p1 = B − Z m − ∆B
• Pressão final na descarga, p2
p 2 = C − Z m + ∆A
sendo:
A, B e C – leituras efectuadas durante a realização do ensaio;
∆A e ∆B – correcções devidas à rigidez da membrana;
Zm – zero do manómetro de medição de pressão.
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41
 7.4. Ensaios de campo
Ensaio com Dilatómetro de Marchetti (DMT)
Tratamento dos resultados do ensaio:
p 0 (kPa) p 1 (kPa)
0 500 1000 1500 0 1000 2000 3000
0 0
ensaio ensaio
5 média móvel 5 média móvel
média média

Profundidade (m) .
Profundidade (m) .

10 10

15 15

20 20

25 25

30 30
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 7.4. Ensaios de campo


Ensaio com Dilatómetro de Marchetti (DMT)

Tratamento dos resultados do ensaio:

• Módulo dilatométrico, ED E D = 34,7 ⋅ ( p1 − p 0 )

p1 − p0
• Índice de material, ID ID =
p0 − u 0
p0 − u 0
• Índice de tensão horizontal, KD KD =
σ 'v
p2 − u0
• Índice de tensão neutra, UD UD =
p0 − u 0
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42
 7.4. Ensaios de campo
Ensaio com Dilatómetro de Marchetti (DMT)

Classificação dos solos

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 7.4. Ensaios de campo

Ensaio com Dilatómetro de Marchetti (DMT)


Marchetti (1980)

0, 47
K  I D < 1,2
K0 =  D  − 0,6 para
 1,5 
OCR = (0,5 ⋅ K D ) I D < 1,2
1,56 para

OCR = (0,67 ⋅ K D )
1,91
para 1,2 < I D < 2,0

OCR = (m ⋅ K D )
n
para I D ≥ 2,0
n = 1,56 + 0,35 ⋅ P I D − 1,2
m = 0,5 + 0,17 ⋅ P P=
0,8
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43
 7.4. Ensaios de campo

Ensaio com Dilatómetro de Marchetti (DMT)

Marchetti e Crapps (1981)

φ ' = 25 + 0,19 ⋅ P − 100 para I D ≥ 2,0


P = I D ⋅ Rc

500 + (R − 500 ) se R > 500 e σ 'v < 0,5 bar


Rc =
 R − 500 
1+  
 1500 
Rc = R se R ≤ 500 e σ ' v > 0,5 bar

ED
R=
σ 'v
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 7.4. Ensaios de campo


Ensaio com Dilatómetro de Marchetti (DMT)
Marchetti (1980)

M = Rm ⋅ E D Módulo de deformabilidade confinado

Rm = 0,14 + 2,36 ⋅ log K D para I D ≤ 0,6

Rm = Rm 0 + (2,5 − Rm 0 ) ⋅ log K D para 0,6 < I D < 3,0

Rm = 0,5 + 2 ⋅ log K D para 3,0 ≤ I D < 10

Rm = 0,32 + 2,18 ⋅ log K D para I D ≥ 10


(I D − 0,6 )
Rm 0 = 0,14 + 0,36 ⋅
2,4
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44
 7.4. Ensaios de campo
Ensaio com Dilatómetro de Marchetti (DMT)
Marchetti (1998)

E = 0,8 ⋅ M Módulo de deformabilidade

DD ENV 1997-3 (2000)


Resistência não drenada – argilas não cimentadas

cu = 0,22 ⋅ σ ' v 0 ⋅(0,5K D )


1, 25
para I D ≤ 0,8

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 7.4. Ensaios de campo

Ensaios de bombeamento

 Os ensaios de bombeamento em poços são indicados para


maciços de permeabilidade média a alta;

 Tais ensaios consistem em bombear um Q ≈ c.te de um poço


aberto na camada a caracterizar e medir a altura piezométrica
em tubos instalados na envolvente do furo após ser instalada
um escoamento ≈ permanente.

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45
 7.4. Ensaios de campo
Ensaios de bombeamento
 Se o escoamento ocorrer numa camada homogénea, sendo
dito não confinado:

r 
ln 2 
k=  r1  × Q
π × (h22 − h12 )

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 7.4. Ensaios de campo


Ensaios de bombeamento
 Se o escoamento ocorrer num estrato confinado:

r 
ln 2 
k=  r1  ×Q
2πd × (h2 − h1 )

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46
 7.4. Ensaios de campo
Aspectos respeitantes aos ensaios

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 7.4. Ensaios de campo


Aspectos respeitantes aos ensaios

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47
 7.5. Exemplos de trabalhos de prospecção
geotécnica
Exemplo: Edifício
Planta

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 7.5. Exemplos de trabalhos de prospecção


geotécnica
Exemplo: Edifício
Perfil geológico-geotécnico PERFIL P4

Cota (m)
P8
P5 P6 M= -111280.045

S18 P= -106418.126
Z= 40.12

40
60
At 60(cm/1ªF) a
60
?
TN 30
40
?
50 Aac
30
P3 P7 ?
60
32

? 37
60
At ? 27
24 Ac ?
? 50
20 M= -111327.139
?
S13 ?
P= -106449.903 60
Z= 16.64 Aac
? (24m)
60
Aac
60
18
M= -111352.836 60(cm/1ªF)

S8 Cm
P= -106469.358 21
At ? 9
Z= 11.07 24
60(cm/1ªF)

10 Ac ? 60
60 Aac
4 Aac ?
60(cm/1ªF)

60(cm/1ªF) Cm 13
60(cm/1ªF) ? (34.5m)
60 Cc
Ac Cm
Aac Av ?
(10.3m) (15.9m)
? ? ?
0
37
Aac Cc
60(cm/1ªF)
Cm
60(cm/1ªF)

(22.5m)
Cc
-10 (20m)

-20

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48
 7.5. Exemplos de trabalhos de prospecção
geotécnica
Exemplo: Metropolitano de Lisboa
Planta

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 7.5. Exemplos de trabalhos de prospecção


geotécnica
Exemplo: Metropolitano de Lisboa
Perfil geológico-geotécnico

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49
 7.5. Exemplos de trabalhos de prospecção
geotécnica
Exemplo: Metrô de Brasília/DF
Perfil geológico-geotécnico

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 7.5. Exemplos de trabalhos de prospecção


geotécnica
Exemplo: Rodovia (A14)
Perfil geológico-geotécnico transversal

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Bibliografia recomendada:
 Cruz, N. B. F. (1995). A avaliação de parâmetros geotécnicos pelo
dilatómetro de Marchetti. Tese de Mestrado em Engenharia Civil, FCTUC.
 DD ENV 1997-3 (2000). Eurocode 7: Geotechnical design - Part 3: Design
assisted by field testing (draft for development). BSi.
 Fernandes, M.M. (1995). Mecânica dos Solos, Introdução à Engenharia
Geotécnica, Volume II, FEUP.
 Marques, F. E. R. (2006). Comportamento de túneis superficiais escavados
em solos porosos – O caso do metro de Brasília. Tese de Doutoramento em
Engenharia Civil, FCTUC.
 Rodrigues, C. M. G. (2003). Caracterização geotécnica e estudo do
comportamento geomecânico de um saprólito granítico da Guarda. Tese de
Doutoramento em Engenharia Civil, FCTUC.
 Schnaid, F. E Odebrecht E. (2012). Ensaios de campo e suas
aplicações à engenharia de fundações, 2ª edição. Oficina de textos.
 Velloso, D. A. E Lopes, F. R. (1996). Fundações, Volume 1: Critérios de
projecto, Investigação do subsolo e Fundações superficiais. Oficina de
textos.
 Viana da Fonseca, A. (1996). Geomecânica dos solos residuais do granito
do Porto. Critérios para dimensionamento de fundações directas. Tese de
Doutoramento em Engenharia Civil, FEUP.

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