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TP5 – Obras Viárias

Geologia de Engenharia

Janeiro de 2023

José Lopes – 1191609; André Rocha – 1201088


Diogo Carneiro – 1201077; Mariana Silva – 1201542
Instituto Superior de Engenharia do Porto, Politécnico do Porto
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA GEOTÉCNICA
1. Indique os aspetos, que neste caso concreto, terão de ser tratados e esclarecidos pela
Geologia de Engenharia. Justificando.

Pretende-se executar um trecho de estrada com cerca de 1+400 km de extensão, situado na


zona de Bragança – parte do lote 11 da Autoestrada Transmontana. Assim sendo, é necessário
ter especial atenção, essencialmente, a zonas de escavação, de aterro e de obras de arte, assim
como a manchas de empréstimo.

o Zonas de escavação:
 Avaliação das características litológicas e hidrogeológicas dos maciços, que
permitirão determinar certos comportamentos referentes às solicitações que a obra
apresenta;
 Apreciação das características mecânicas dos níveis de fundação do pavimento;
 Estudo das características estruturais dos maciços, bem como a sismicidade da zona,
de modo a definir quais os parâmetros de interesse para a escavação;
 Avaliação da escavabilidade e ripabilidade das formações geológicas de interesse
para a escavação, permitindo assim definir o modo de escavação.
 Definição da geometria e estabilidade dos taludes, assim como o seu revestimento.
 Avaliação das condições de reutilização do material escavado.

o Zonas de aterro:
 Avaliação das características estruturais dos maciços e sismicidade da zona, à
semelhança das zonas de escavação;
 Determinação da geometria, espessura e estabilidade das formações
geológicas;
 Estudo das condições de fundação;
 Análise da posição do nível freático e definição de órgãos de drenagem
superficial e profunda;

o Zonas de obra de arte:


 Estudo das condições de fundação;
 Definição da necessidade de contenções.

o Manchas de empréstimo:
 Permitem obter materiais de construção;
 Determinação do volume de material disponível.
2. Apresente a campanha de prospeção a executar. Localize os trabalhos de prospeção
propostos tanto em planta como em perfil, apresente as suas principais características (tipo,
método, profundidade, etc.) e objetivos

Apresente a campanha de prospeção a executar. Localize os trabalhos de prospeção propostos


tanto em planta como em perfil, apresente as suas principais características (tipo, método,
profundidade, etc) e objetivos.

Com o intuito de se determinar a natureza e caraterísticas do terreno, a disposição do mesmo e


acidentes com interesse para esta obra linear foi elaborada uma campanha de prospeção para
um trecho de estrada com cerca de 1+400 km de extensão, localizado na zona de Bragança;
parte do lote 11 da Autoestrada Transmontana (Tabela 1).
Tabela 1 – Proposta de campanha de prospeção

Perfis de refração sísmica (superfície)


Poços de prospeção
Zona de Escavação
Sondagens á rotação com trépano
acompanhadas de ensaios SPT
Ensaio do Dilatómetro de Marchetti
Sondagens á rotação com trépano
Zona de Aterro
acompanhadas de ensaios SPT
Poços de prospeção
Ensaio de carga em placa
Penetrómetro dinâmico superpesado (DPSH)
Zona de Obras de Arte
Sondagens á rotação com trépano
acompanhadas de ensaios SPT

Como se pode observar na tabela 1, esta campanha foi dividida em três zonas: zona de
escavação, zona de aterro e zona de obras de arte.

Sabendo que nas zonas de escavação pretende-se: conhecer a ripabilidade das formações para
definir o modo de escavação, conhecer as características geotécnicas dos terrenos que
constituirão os taludes para definir a sua geometria e avaliar a sua estabilidade, avaliar as
características mecânicas dos níveis de fundação do pavimento, avaliar as características
hidrogeológicas e avaliar a potencial de reutilização dos materiais escavados foram realizados
perfis de refração sísmica, poços de prospeção e sondagens á rotação com coroa.

Os perfis de refração sísmica realizados compõem o método de refração sísmica que permite
através da velocidade de propagação das ondas sísmicas classificar a escavabilidade do terreno
bem como ripabilidade do solo. Por sua vez, os poços de prospeção realizados com 4 metros de
profundidade apresentam baixo custo e têm como finalidade o acesso e observação direta “in
situ” dos solos e ainda a colheita de amostras remexidas de grande volume para posterior
análise. Por outro lado, a utilização de sondagens á rotação com trépano com 10 a 14/15 m de
profundidade permite que os ensaios de SPT realizados dentro das mesmas sejam realizados em
qualquer tipo de solo. Por último, os ensaios de SPT permitem a determinação da resistência do
solo na base do furo de sondagem como também a obtenção de amostras para fins de
identificação.
Já na zona de aterro onde se pretende: definir a espessura e geometria das formações (aluviões,
coluviões, etc), avaliar as características geotécnicas das formações (resistência ao corte,
compressibilidade, etc), conhecer as características mecânicas do firme subjacente e detetar a
posição do nível freático e avaliar as suas variações sazonais foram elaborados o ensaio do
dilatómetro de Marchetti, sondagens á rotação com trépano acompanhadas de ensaios SPT.

Com o ensaio do dilatómetro de Marchetti visa-se a obtenção de uma variada gama de


parâmetros geotécnicos relacionados com a resistência, deformabilidade e história de tensões
do solo.

No que toca á zona de obras de arte, pretende-se nessa zona: avaliar as condições de fundação
e a necessidade de contenções. Por esses motivos foram realizados nessa zona o ensaio de carga
em placa, o ensaio do penetrómetro dinâmico superpesado e sondagens á rotação com trépano
acompanhadas de ensaios SPT.

O ensaio de carga em placa realizado á superfície permite simular a deformação que ocorre no
terreno devido á obra de arte e deste modo caraterizar a qualidade do pavimento rodoviário do
trecho em estudo. Já o ensaio do penetrómetro dinâmico superpesado é utilizado para
determinar a resistência á penetração do solo.

3. Será possível, à partida, antever dificuldades (do ponto de vista geotécnico) na


implementação desta estrada?

Sim, é possível que possam ocorrer situações de dificuldade acrescida, uma vez que a zona da
obra apresenta algumas características, do ponto de vista geológico-geotécnico, que podem
condicionar a obra, pois, existem nas zonas de aterros passagens hidráulicas, e que isso origina
a necessidade de um estudo quanto ao volume de água que por elas passam, uma vez que existe
a possibilidade de uma má impermeabilização e caso se verifique mais água do que o projetado,
pode acontecer do aterro começar a ceder.

Deve-se, ainda, ter em consideração zonas em que o material-rocha presente ofereça condições
negativas, no que diz respeito ao seu aproveitamento na respetiva da geotecnia. A título
exemplificativo, zonas com solos de granulometria curta, rochas muito fragmentadas e solos
suscetíveis a grandes assentamentos.
Referências
Carta Geológica de Portugal à escala 1:200.000, folha 2

Eurocode 7 – Geotechnical design – Part 2: Ground Investigation and Testing, EN 1997-2:2007


Anexos

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