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MT - DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM

DIRETORIA DE DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO - IPR


DIVISÃO DE CAPACITAÇÃO TECNOLÓGICA
Rodovia Presidente Dutra km 163 - Centro Rodoviário, Parada de Lucas
Rio de Janeiro, RJ - CEP 21240-330
Norma rodoviária
Procedimento
DNER-PRO 257/99
p. 01/11

Estudos e amostragem de rochas em pedreiras para fins


rodoviários

RESUMO 4 Amostragem

Este documento apresenta o procedimento a ser 5 Interpretação do mapeamento geológico e da


adotado no estudo e na amostragem de rochas em amostragem em pedreiras
pedreiras para fins rodoviários. Prescreve a
metodologia para estudos de pedreiras virgens, em Anexo informativo
operação e/ou já exploradas, a amostragem, a
qualificação macroscópica de amostras, registro e
remessa para exame em laboratório. 0 PREFÁCIO

ABSTRACT Esta Norma estabelece um procedimento padrão para


estudos de pedreiras virgens, em exploração e/ou já
This document presents the procedure to be used for exploradas, abrangendo sua localização,
rock survey and sampling in quarries for road levantamento topográfico, mapeamento geológico,
construction matter. It also prescribes the methods sondagens e coleta de amostras de rochas para
for survey and sampling besides the samples ensaios de laboratórios.
macroscopia qualification, recording and testing.

SUMÁRIO 1 OBJETIVO

0 Prefácio Fixar a metodologia para a localização, mapeamento


topográfico, mapeamento geológico, sondagens e
1 Objetivo coleta de amostras de rochas para ensaios em
laboratórios, de pedreiras virgens e pedreiras em
2 Referência exploração e/ou já exploradas, para utilização em
obras rodoviárias.
3 Metodologia

Macrodescritores MT : geologia, norma, pedra (material), rodovia (parte)

Microdescritores DNER : geologia, instalação industrial, pedra (material), rodovia, sondagem, sondagem rotativa

Palavras-chave IRRD/IPR : geologia (4053), norma (0139), normalização (9075), pedreira (5124), prospecção (5722),
rocha (4154), rodovia (2755), sondagem (5720)

Descritores SINORTEC : geologia, normas, pedra, rochas, sondagem de solo

Aprovada pelo Conselho Administrativo em 30/06/99, Resolução no 09/99, Sessão no CA/05/99

Autor: DNER/DrDTc (IPR) Substitui a DNER-PRO 257/94

Processo no 51100008730/98.21
DNER-PRO 257/99 p. 02/11

2 REFERÊNCIAS

a) DNER-IE 006/94 - Materiais rochosos usados em rodovias - análise petrográfica;


b) DNER-ME 040/95 - Prospecção geofísica pelo método de eletrorresistividade;
c) DNER-ME 045/95 - Prospecção geofísica pelo método da sísmica de refração;
d) DNER-PRO 012/95 - Fotointerpretação aplicada à engenharia civil;
e) DNER-PRO 014/95 - Mapeamento geológico-geotécnico para obras viárias;
f) DNER-PRO 102/97 - Sondagem de reconhecimento pelo método rotativo;
g) DNER-PRO 120/97 - Coleta de amostras de agregados;
h) DNER-PRO 257/94 - Amostragem de rodas em pedreiras para fins rodoviários;
i) ABNT MB-6/87/NBR-7216/87 - Amostragem de agregados;
j) ABNT NB-28/68/NBR-6490/85 - Reconhecimento e amostragem para fins de caracterização
de ocorrência de rochas;
l) ABNT NB 601/83/NBR-6497/83 - Levantamento geotécnico;
m)ABNT TB-3/69/NBR-6502/80 - Rochas e solos;
n) ABNT TB-310/87/NBR-9942/87 - NM-66/98 - Constituintes mineralógicos dos agregados
naturais;
o) ASTM C 33/86 - Specification for concrete aggregates;
p) ASTM D 75/87 - Methods for sampling aggregates;
q) ASTM D 420/87 - Investigations and sampling soil and rock for engineering purposes;
r) ASTM D 3282/83 - Recommended practice for classification of soils and soil aggregate
mixture for highway contruction purposes;
s) CESP-MCA - 21/80 - Procedimento para amostragem do agregado.

3 METODOLOGIA

3.1 Pedreiras virgens

3.1.1 Levantamento topográfico da ocorrência

O levantamento topográfico deve ser executado abrangendo a área correspondente aos limites
exploráveis da ocorrência através de métodos convencionais de topografia ou por restituição de
fotografias aéreas. As plantas obtidas devem apresentar curvas de nível espaçadas de 1,00m e estar
em escala compatível com a complexidade geológica local.

Os levantamentos efetuados devem estar devidamente amarrados ao eixo da rodovia juntamente


com o detalhes e indicações de acesso.

3.1.2 Mapeamento geológico

O mapeamento geológico destinado a orientar os trabalhos de localização e exploração mais


corretos das ocorrências rochosas será realizados em duas etapas:

a) Mapeamento geológico de superfície

O mapeamento geológico de superfície é executado de acordo com a planta topográfica e


pela interpretação de fotografias aéreas, conjugadas ou não com o uso de alidade e
prancheta, trena, bússola, binóculo, e outros dispositivos.
DNER-PRO 257/99 p. 03/11

Devem ser levantados para cada ocorrência no mínimo os seguintes elementos:

• descrição, classificação e origem de elementos geológicos (litotipos, camadas e


formações, afloramentos, blocos);
• contatos geológicos entre as formações e camadas;
• estratigrafia e distribuição geológica;
• textura das rochas existentes;
• estimativa de espessura das formações e camadas;
• variações geomecânicas apreciáveis, tais como: atitudes, dobras, falhas, fraturas,
lineações;
• incrustações, intrusões, amígdalas, vesículas, veios, diques, inclusões, material de
preenchimento.

b) Mapeamento geológico de sub-superfície

O mapeamento geológico de sub-superfície é executado com o apoio dos elementos


fornecidos pelo mapeamento topográfico e geológico de superfície utilizando-se os
seguintes tipos de sondagens:

 

  - sísmica de refração

 geofísicas  - eletrorresitividade

  - radar de penetração
 

Tipo de sondagens 
  - escavação de poço
  - escavação de trincheira
  - sondagem a trado
 mecânicas  - sondagem à percussão (só com uso da lâmina de
  lavagem
  - sondagem rotativa

Os perfis individuais das sondagens e as seções topográficas pertinentes devem possibilitar a


obtenção das seguintes informações:

• diferentes tipos litológicos mapeáveis e suas espessuras;


• diferentes tipos de aspectos estruturais contendo ou não material de preenchimento (fraturas.
falhas, diáclases, dobras, xistosidades, lineações);
• seleção das áreas contendo material de boa qualidade e estimativa de volume;
• outras informações julgadas necessárias.

No Anexo, p. 08/11 e p. 09/11, estão apresentados exemplos ilustrativos de levantamento de uma


pedreira virgem. (Figuras 1 e 2).
DNER-PRO 257/99 p. 04/11

3.2 Pedreiras em exploração e/ou já exploradas

3.2.1 Levantamento topográfico

Como as pedreiras em exploração e/ou já exploradas assumem formas já condicionadas pela sua
maneira de lavra o levantamento topográfico poderá ser mais simplificado e apresentado na forma
de esquemas, feitos com auxílio de trenas, bússolas, clinômetros.

3.2.2 Mapeamento geológico

O mapeamento geológico das pedreiras em exploração e/ou já exploradas é realizadas em duas


etapas:

a) Mapeamento geológico de superfície

O mapeamento geológico de superfície é feito através da utilização de técnicas de desenhos


inclusive desenho a mão livre, técnicas fotográficas, alidade e prancheta, bússola, clinômetro
e trena, utilizando-se os produtos do levantamento topográfico.

O primeiro procedimento é o do desenho consistindo em registrar por meio de croquis, as feições


litoestruturais que ocorram no maciço rochoso (dobras, fraturas, litotipos, capa). Este registro
implica em medir e estimar, respectivamente, as dimensões dos aspectos litoestruturais mais
importantes. O desenho deve ser feito em papel quadriculado para retratar o mais verdadeiramente
possível as relações dimensionais das diversas feições existentes, suas características litoestruturais
e descontinuidades, em uma situação de perspectiva para dentro do maciço.

O segundo procedimento, o qual utiliza a tomada de fotografias, consiste em estabelecer uma linha-
base, distante de D metros do pé do paredão, sobre a qual se posicionará a máquina fotográfica. Esta
distância será função da menor dimensão de qualquer descontinuidade do paredão que se deseja
mapear ao longo da linha-base, marcam-se pontos eqüivalentes entre si, de tal modo que produza
uma superposição lateral das fotos de 60%, e uma superposição vertical de 30%, quando possível
para se obter a estereoscopia. Para montagem de mosaicos poderá haver superposição inferiores às
recomendadas. Os diversos litotipos são posteriormente identificados nas fotos montadas em forma
de painéis podendo também servir para execução de desenhos.

Os elementos obtidos por este mapeamento geológico devem possibilitar a obtenção dos mesmos
elementos do item 3.1.2 - b para pedreiras virgens isto é:

• diferentes tipos litológicos mapeáveis e suas espessuras;


• diferentes tipos de aspectos estruturais contendo ou não material de preenchimento (fraturas.
falhas, diáclases, dobras, xistosidades, lineações);
• seleção das áreas contendo material de boa qualidade e estimativa de volume;
• outras informações julgadas necessárias.

No Anexo, p. 10/11 e p. 11/11, estão mostrados exemplos ilustrativos dos procedimentos


(Figuras 3 e 4).
DNER-PRO 257/99 p. 05/11

b) Mapeamento geológico sub-superfície

Este mapeamento, realizado por intermédio de sondagens só é feito quando os estudos


geológicos realizados nos paredões, não forem suficientes para resolver e confirmar todos os
aspectos técnicos do mapeamento geológico anterior.

4 AMOSTRAGEM

4.1 Coleta das amostras

A amostragem das rochas deve ser representativa das várias litologias mapeadas. Para isso, é
necessário a orientação de técnicos especializados no assunto.

Nas pedreiras virgens a amostragem pode ser feita por quatro processos (isolados ou em conjunto),
isto é:

- Testemunhos das sondagens rotativas (diâmetro EX, AX ou maior em casos especiais, conforme
DNER-PRO 102/97);
- Fogacho em blocos ou em afloramentos existentes;
- Cravação de ponteiros em blocos ou afloramentos existentes;
- Cata de material local.

Nas pedreiras em exploração e/ou já exploradas a amostragem é feita durante os desmontes ou então
pelos mesmos processos utilizados nas pedreiras virgens.

A quantidade mínima de amostras coletadas por litotipo é 130 kg, devendo ser devidamente
acondicionada para remessa a laboratório especializado.

4.2 Remessa das amostras

As amostras devidamente acondicionadas devem ser enviadas para os laboratórios especializados


acompanhadas da seguinte ficha para cada litotipo:
DNER-PRO 257/99 p. 06/11

FICHA PARA REGISTRO DA AMOSTRA

Interessado: .................................................................................................................................
Pedreira: ......................................................................................................................................
Localização: ................................................................................................................................
Uso Previsto: ...............................................................................................................................
Litotipo: ......................................................Quantidade: ............................................................
Obs.: ............................................................................................................................................

Documento que acompanha as amostras:

Mapa Geológico da Pedreira

Desenho

Mosaico Fotográfico, com localização da amostragem

Descrição do Método de Coleta de Amostras

5 INTERPRETAÇÃO DO MAPEAMENTO GEOLÓGICO E DA AMOSTRAGEM DAS


PEDREIRAS EM EXPLORAÇÃO E/OU JÁ EXPLORADAS

O mapeamento geológico interpretado em função das sondagens, das amostras coletadas e dos
aspectos visíveis das ocorrências existentes, caracterizam duas feições básicas das rochas isto é, a
litologia e a estrutura.

Quanto a litologia as rochas britadas são classificadas segundo o Grau de Alteração da Tabela 1
(DNER-IE 006/94) em:

- “Contaminadas”, de uma certa percentagem em volume, quando pelo menos uma das feições
litológicas mapeadas for enquadrada num dos símbolos A3 e A4 da Tabela 1.

- “Misturadas”, de uma certa percentagem em volume, quando todas as feições litológicas


mapeadas forem enquadradas nos símbolos A0, A1 e A2 da Tabela 1.
DNER-PRO 257/99 p. 07/11

Tabela 1 - Grau de alteração

Símbolo Grau de alteração Características

Aspecto sadio ou leve alteração hidrotermal.


A0 Rocha sã ou praticamente sã
As fraturas podem apresentar sinais de oxidação.

Perda do brilho dos minerais constituintes, juntas


A1 Rocha pouco alterada
oxidadas ou levemente alteradas.

Significativas porções de rochas mostram-se


Rocha medianamente descoloridas ou oxidadas e apresentam sinais de
A2
alterada intemperismo (mudanças químicas,
microfissuração)

Toda a rocha apresenta-se descolorida ou


A3 Rocha muito alterada
oxidada, cristais alterados e fissurados

Rocha extremamente Rocha descomposta, friável textura e estruturas


A4
alterada preservadas

O mapeamento da pedreira (interpretação fotogeológica) possibilitará a avaliação volumétrica


percentual de cada litologia para os diversos avanços médios de mais ou menos um metro de
produção da pedreira.

Para as pedreiras desativadas deverá ser estimado um avanço médio também da ordem de 1,0 m.

/Anexo
DNER-PRO 257/99 p. 08/11

ANEXO INFORMATIVO

FIGURA 1
PLANTA TOPOGRÁFICA FIG.2
DNER-PRO 257/99 p. 09/11
FIG.3
DNER-PRO 257/99 p. 10/11
FIGURA 3
PEDREIRA EM EXPLORAÇÃO
ESQUEMA FIG.4
DNER-PRO 257/99 p. 11/11

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