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Explorando o método científico

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Instituto Superior de Engenharia do Porto – Departamento


Engenharia Geotécnica
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Métodos Científicos em Engenharia


2ºSemestre
Departamento de Engenharia Geotécnica

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Diogo Carneiro 1201077


04/2021
Índice
Introdução................................................................................................................................. 3
O que é o método científico? ..................................................................................................... 3
Porque é que os cientistas usam o método científico? ................................................................ 3
Etapas do método científico ...................................................................................................... 3
Observação/Problema ........................................................................................................... 4
Abordagem ao problema ....................................................................................................... 4
Levantamento de hipóteses .................................................................................................... 4
Desenho experimental ........................................................................................................... 4
Análise dos resultados ........................................................................................................... 5
Conclusões ............................................................................................................................ 7
Referências ............................................................................................................................... 8

Índice de figuras

Figura 1 - Procedimento do modelo analógico de Terzaghi. ....................................................... 5


Figura 2 - Interpretação da solução da teoria da consolidação de Terzaghi. ................................ 6

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Introdução
No âmbito da unidade curricular Métodos Científicos propôs-se a realização de um
trabalho escrito que, por intermédio do método científico, aborde uma problemática inerente à
geotecnia, geologia, meio ambiente, ou até à física e química. Deste modo, debruçar-me-ei na
teoria da consolidação de Terzaghi. Vale realçar que para a elaboração do presente trabalho
tornou-se indispensável recorrer a diferentes fontes de informação, destacando-se a apresentação
em formato PowerPoint, disponibilizada pelo docente da unidade curricular e o livro “Mecânica
dos Solos” de Manuel de Matos Fernandes.

O que é o método científico?


De facto, o método científico diz respeito a um procedimento constituído por
determinadas etapas que, em suma, visam responder de forma coerente a problemas específicos
e obter, portanto, fundamentos validados cientificamente. De realçar, ainda, que a explicação às
diversas problemáticas existentes no mundo deve ser, efetivamente, conseguida por meio de
objetos e conceções fiáveis, como a publicação de leis. Assim sendo, passo a citar as diferentes
etapas do método científico: Observação, abordagem ao problema, levantamento de hipóteses,
desenho experimental, análise dos resultados e conclusões.

Porque é que os cientistas usam o método científico?


Efetivamente, destacam-se como mais valias da utilização do método científico a
reprodutibilidade e a falseabilidade, ou seja, a possibilidade de repetir qualquer experiência seja
qual for o local ou a pessoa e o a suscetibilidade de as propostas científicas serem falsas,
respetivamente,
Vale realçar que o uso do método científico salvaguarda um cientista da subjetividade,
dado que se trata de um conjunto de etapas indispensáveis para adquirir conhecimentos
cientificamente válidos e fiáveis. Deste modo, torna-se possível apontar como vantagens a
segurança, os baixos custos e a facilidade de produzir, criar ou inventar, acompanhando as etapas
estabelecidas.

Etapas do método científico


De facto, o método científico diz respeito a um procedimento constituído por
determinadas etapas que, em suma, visam responder de forma coerente a problemas específicos
e obter, portanto, fundamentos validados cientificamente. Deste modo, passo a enumerar as
diferentes etapas do método científico:
1. Observação: Acarreta a utilização dos cinco sentidos de modo realizar-se uma análise
exaustiva sob qualquer fenómeno.
2. Abordagem do problema: Compreende a conceção de questões críticas alusivas à
observação.
3. Levantamento de hipóteses: É nesta fase que se elaboram justificações possíveis para as
perguntas desenvolvidas.
4. Desenho experimental: Neste momento, coloca-se á prova as hipóteses formuladas na
etapa anterior.
5. Análise de resultados: Levanta-se os dados obtidos no desenho experimental e tratam-se
os mesmos, por meio de metodologias estatísticas.

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6. Conclusões: Na eventualidade dos resultados constatados encontrarem-se em
conformidade com as hipóteses anteriormente levantadas, as mesmas são aceites. Caso
contrário, isto é, os resultados obtidos não coincidem com as hipóteses, estas são
rejeitadas.

Observação/Problema
Trata-se de um problema quando determinado investigador procura formar questões
relacionadas com os fenómenos observados. De facto, os problemas devem ser mencionados de
forma clara para que facilite a compreensão por parte de outros cientistas e facilite o processo de
criação de teorias e leis relacionadas ao tema em apreço e que respondam aos problemas.
Assim sendo, o trabalho irá debruçar-se sobre a razão pela qual ocorre deformações dos
solos argilosos carregados em condições confinadas, diferidas no tempo.

Abordagem ao problema
De facto, os solos são constituídos por grãos sólidos e vazios (ar e/ou líquido) e a
aplicação de tensões nos mesmos leva à ocorrência de deformações e, portanto, ao assentamento
por consolidação. Quando se exerce uma pressão no solo constata-se uma redução de volume
devido ao rearranjo das partículas, bem como saída de água. Certamente, surgiram inúmeras
hipóteses que justificassem o fenómeno mencionado. Contudo seria indispensável analisar o
problema e realizar diversos estudos que validassem cientificamente as hipóteses definidas.

Levantamento de hipóteses
Garças á complexidade do problema, tornou-se possível apontar inúmeras hipóteses que
esclarecessem o porquê de existir assentamento por consolidação em solos argilosos quando
pressionados. Deste modo, passo a destacar as hipóteses julgadas:

 O solo é homogéneo e saturado;


 A compressibilidade da água e das partículas individuais do solo é desprezável;
 Em qualquer secção horizontal e em qualquer instante os estados de tensão e de
deformação são uniformes;
 As deformações ocorrem apenas na direção vertical;
 O escoamento da água é exclusivamente vertical e obedece a lei de Darcy;
 Os efeitos, os fenómenos e o seu curso em elementos de dimensões infinitas são
extrapoláveis para dimensões representativas de um maciço real;
 Para um pequeno intervalo de tensões e de deformações considera-se constante o
coeficiente de permeabilidade e os coeficientes de compressibilidade e de
compressibilidade volumétrica;
 Existe uma relação biunívoca entre o índice e vazios e a tensão efetiva vertical, num dado
ponto e num dado instante;

Desenho experimental
Para explicar as deformações diferidas no tempo dos solos argilosos carregados me
condições confinadas, Terzaghi propôs um modelo analógico. Trata-se de um reservatório
cilíndrico de paredes rígidas com um êmbolo em forma de disco, no qual existe um orifício muito
estreito. O disco está ligado por uma mola à base do recipiente.

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Figura 1 - Procedimento do modelo analógico de Terzaghi.

Inicialmente, a força da mola, Fm, equilibra o peso do disco, tendo sido introduzida água
no reservatório até à superfície desta coincidir com a base do disco.
Seguidamente, o objeto é pousado sobre o disco. Nesse preciso instante a força da mola
não varia, porque o respetivo comprimento ainda não se alterou. Significa que o peso do objeto,
Po, será então suportado pela água, na qual se desenvolve uma sobrepressão, ue (0). O produto
desta pela área do disco será igual ao peso do objeto.
Esta sobrepressão vai fazer com que se inicie imediatamente a seguir o escape de água
através do orifício, permitindo a descida do disco, o encurtamento da mola, logo o crescimento
da força mobilizada na mola.
Num instante, t, posterior, o peso do objeto será equilibrado, em conjunto, pela água e
pela mola. A fração daquele peso suportada pela mola, U, cresce assim progressivamente durante
o processo de descida do disco, atingindo os 100% quando a pressão da água sob o disco retoma
o valor da pressão atmosférica.
Nesse instante, a água deixa de se escoar através do orifício, o disco estaciona e uma
situação equilíbrio estabelece-se

Análise dos resultados


Coerentemente, conseguem-se alguns dados que consistem num conjunto de conceções
que se pode absorver através da realização do desenho experimental. Recorrendo a várias
fórmulas e deduções inerentes á Mecânica dos Solos, torna-se possível chegar á equação de
consolidação de Terzaghi e integrada pode dispor a evolução no espaço e no tempo da dissipação
do excesso de pressão neutra.
𝜕𝑢𝑒 𝜕 2 𝑢𝑒
= 𝑐𝑣
𝜕𝑡 𝜕𝑧 2
𝑘
Em que o coeficiente de consolidação, cv, obtém-se por: 𝑐𝑣 = 𝑚
𝑣 𝑦𝑤

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Onde:
Z – distância vertical entre um ponto e a superfície de aplicação do carregamento;
Yw – peso específico da água;
mv – coeficiente de variação volumétrica;
t – tempo;
ue – excesso de poropressão no tempo;
K – coeficiente de permeabilidade vertical.

O coeficiente de variação volumétrica determina-se a partir da seguinte equação:


𝑎𝑣
𝑚𝑣 = −
1+𝑒
Onde:
av – coeficiente de compressibilidade;
e – índice de vazios.

Vale salientar, ainda, que é possível determinar o tempo para determinado assentamento
e vice-versa.

Figura 2 - Interpretação da solução da teoria da consolidação de Terzaghi.

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Conclusões
Finalmente, pelo desenho experimental e, ainda, análise dos resultados, constata-se que
em estratos confinados de solos finos com baixa permeabilidade, no instante do carregamento,
este é essencialmente suportado pela fase líquida do solo. O excesso de pressão neutra que é
originado vai dissipar-se (consolidação) e considera-se para efeitos práticos que essa dissipação
começa apenas após a conclusão do carregamento. Durante a consolidação a tensão total mantém-
se constante, verificando-se apenas uma transferência do incremento de tensão da fase líquida
para a fase sólida. A consolidação termina quando as pressões neutras retomam os valores de
equilíbrio, ou seja, quando todo o excesso for dissipado (Fernandes, 2017).
Deste modo, os dados obtidos validam as hipóteses formuladas, bem como confirmam a
existência de deformações dos solos argilosos carregados em condições confinadas, diferidas no
tempo.

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Referências
Esteves, E. F. (s.d.). Compressibilidade e Consolidação. Obtido em 2022, de
https://moodle.isep.ipp.pt/pluginfile.php/205272/mod_resource/content/1/Ca%C3%ADt
ulo%201_CompressibilidadeConsolida%C3%A7%C3%A3o.pdf
Fernandes, M. d. (2017). Mecânica dos Solos - Conceitos e Princípios Fundamentais (5ª edição
ed., Vol. 1). Porto: U.Porto Edições.
Tonin, F. (s.d.). Compressibilidade e a Teoria do Adensamento. Obtido de
https://engenhariacivilfsp.files.wordpress.com/2013/06/aula-compressibilidade-e-
adensamento.pdf

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