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O ensaio de piezocone sísmico: execução, interpretação e exemplos de aplicação

Conference Paper · June 2012

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4 authors, including:

Heraldo Luiz Giacheti Osvaldo Vitali


São Paulo State University Purdue University
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Tiago Souza
Instituto Tecnologico de Aeronautica
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O ENSAIO DE PIEZOCONE SÍSMICO: EXECUÇÃO, INTERPRETAÇÃO E EXEMPLOS DE
APLICAÇÃO

Heraldo Luiz Giacheti – Professor


Unesp – Faculdade de Engenharia – Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil e Ambiental
giacheti@feb.unesp.br

Osvaldo Paiva Magalhães Vitali – M.Sc.


USP – Escola de Engenharia de São Carlos – Programa de Pós-Graduação em Geotecnia
opmvitali@gmail.com

Tiago de Jesus Souza – M.Sc.


USP – Escola de Engenharia de São Carlos – Programa de Pós-Graduação em Geotecnia
souza.tj@gmail.com

Rubens Antônio Amaral Pedrini – Mestrando


Unesp – Faculdade de Engenharia – Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil e Ambiental
rubenspedrini@gmail.com

RESUMO

Este artigo apresenta o ensaio de piezocone de sísmico (SCPTU) como ferramenta para investigação
do subsolo. Discute os procedimentos para calibração e execução desse ensaio e a base de sua interpretação.
Resultados de alguns ensaios realizados no Brasil são apresentados visando: a) comparar resultados de
ensaios cross hole e down hole com o SCPT para demonstrar a aplicação dessa técnica; b) a investigação de
solos tropicais não saturados com ênfase no uso da relação Go/qc como recurso complementar; c) previsão da
curva tensão - recalque de fundações diretas em solos de comportamento não-convencional, empregando
uma abordagem mais racional, com menor dependência de correlações empíricas.

ABSTRACT

This paper presents the seismic piezocone test (SCPTU) as a tool for site investigation. It discusses the
procedure to calibrate the probe, to conduct the test and the basis for the test interpretation. Some tests results
carried out in Brazil are presented to: a) compare cross hole and SCPTU down hole test results; b)
investigate unsaturated tropical soils emphasizing the use of Go/qc ratio as a complementary resource; c)
predicting stress - settlement curves of shallow foundation design in two soils with unconventional behavior
using a more rational approach, with less reliance on empirical correlations.

INTRODUÇÃO

As mudanças que vem ocorrendo no mundo moderno, onde o uso de recursos eletrônicos, com
destaques para os computadores conectados em rede, faz com que as informações cheguem ao usuário mais
rapidamente. Na atividade de Engenharia, essas mudanças têm levado a uma maior velocidade para tomada
de decisões, as quais dependem da rapidez e da qualidade dos parâmetros de projeto obtidos.
Mesmo com todas essas mudanças e exigências atuais do mercado os projetos geotécnicos muitas
vezes só utilizam as sondagens de simples reconhecimento com medida do N do SPT como único recurso de
para investigação do subsolo.
Um recurso interessante que tem surgido para possibilitar obter mais rapidamente e com qualidade
informações do subsolo são as técnicas de ensaios de campo híbridas, que permitem além de definir o perfil
geotécnico e estimar parâmetros, determinar um parâmetro específico no próprio campo. Destaca-se entre
essas técnicas o ensaio de piezocone sísmico (SCPTU).
Neste artigo o ensaio SCPTU é apresentado com destaque para sua calibração, execução e base para
sua correta interpretação. Alguns resultados de ensaios realizados no Brasil também estão nesse artigo com a
finalidade de mostrar como os resultados são obtidos, apresentados e utilizados na investigação geotécnica.
PIEZOCONE SÍSMICO

Piezocone
O piezocone é um ensaio de penetração quasi-estática in situ que permite identificar o perfil
geotécnico do terreno e avaliar preliminarmente os parâmetros geotécnicos do solo (Lunne et al., 1997). Nos
USA o procedimento está normalizado pela ASTM D3441 (1986), tanto para o ensaio com medida de poro-
pressões (CPTU) como sem essa medida (CPT). No Brasil a norma é ABNT MB-3406 (1990).
O ensaio é realizado introduzindo no terreno a uma velocidade constante igual a 20 mm/s
(aproximadamente a 1 m/min) uma ponteira em forma cônica (Figura 1) conectada à extremidade de um
conjunto de hastes. O cone tem um vértice de 60° e um diâmetro típico de 35,7 mm (área de 10 cm2).
O piezocone possui células de carga que registram a resistência de ponta (qc) e o atrito lateral (fs). Os
valores da poro-pressão (u) são determinados através de um transdutor de pressão, o qual pode estar
localizado em posições distintas da ponteira. Em ensaios de piezocone, que são realizados em meios
saturados, especialmente nos terrenos onde ocorrem as argilas moles, deve-se corrigir a medida da
resistência de ponta, devido à ação da água sobre as ranhuras do cone. Deste modo, a resistência de ponta
(qc) deve ser corrigida em função da poro-pressão medida na base do cone (u2) através da equação:

qt = qc + u2.(1-a) (1)

onde qt é resistência de ponta corrigida e “a” a relação de áreas desiguais, dependente da geometria do cone.
O procedimento para realização de um ensaio CPT e CPTU é o mesmo, com exceção da preparação do
piezo-elemento. Essa preparação consiste na saturação do elemento de filtro poroso e do próprio cone. O
sistema de reação utilizado para penetração consiste em um sistema hidráulico, normalmente com
capacidade entre 100 a 200 kN, geralmente montado sobre carretas ou carroceria de caminhões.
Em um piezocone, os sinais são normalmente transmitidos através de um cabo que passa pelo interior
das hastes de cravação. Os dados são digitalizados, e normalmente gravados a cada 25 ou 50 mm de variação
da profundidade. Esses sistemas de aquisição de dados permitem a apresentação em tempo real dos
resultados obtidos durante a penetração, utilizando gráficos da variação qc, fs e u com a profundidade.
Durante uma interrupção da penetração, é possível monitorar a dissipação da poro-pressão com o tempo.
Cabo

Acelerômetro

Inclinômetro

Strain Gauges da
Célula de Carga de
Atrito Lateral Luva de Atrito
(Área de 150cm2)
Sensor de
Temperatura
Strain Gages da
Célula de Carga de
Trandutor de
Resistência de Ponta
Poro-Pressão
Filtro de Cone de 60o
Material Plástico diâmetro de
35.68mm

Figura 1: Ponteira de um piezocone sísmico (adaptado de Davies e Campanella, 1995).

Sísmica
Os ensaios sísmicos em furos de sondagem possibilitam a determinação precisa das velocidades das
ondas de compressão (P) e cisalhantes (S) e assim o cálculo dos parâmetros dinâmicos dos solos. Esses
ensaios são denominados cross-hole, down-hole e up-hole em função da posição da fonte no furo. São
ensaios não destrutivos, de rápida execução, abrangendo grandes volumes de maciço. No ensaio cross-hole
instala-se uma fonte mecânica geradora de ondas elásticas num furo e no mínimo dois geofones, em outros
dois furos, alinhados ao outro, todos no mesmo nível (Figura 2.a). O momento da chegada das ondas é
captado nos geofones. Dos registros dos ensaios, determinam-se os tempos de percurso das ondas P e S e
calculam-se suas velocidades de propagação. O ensaio down-hole é realizado em apenas um furo onde se
instala o geofone. A fonte fica localizada na superfície (Figura 2.b). O ensaio up-hole também é realizado em
apenas um furo, mas nele se instala a fonte, ao invés dos geofones, que ficam na superfície (Figura 2.c).
Com a velocidades Vs e conhecendo-se a massa específica do material (ρ), calcula-se o módulo de
cisalhamento máximo (Go), utilizando a expressões d teoria da elasticidade (Equações 2).
γ
Go = ρ .Vs2 = .Vs2 (2)
g

(a )
(b ) (c )

Figura 2. Esquema de ensaios sísmicos. (a) cross-hole, (b) down-hole e (c) up-hole (Giacheti et al. 2006).

O Ensaio de Piezocone Sísmico (SCPTU)


A partir de meados dos anos 80, incorporou-se ao piezocone um sistema para aquisição de ondas
sísmicas, que passou a ser conhecido como piezocone sísmico (SCPTU). O SCPTU apresenta as mesmas
características de um cone padrão acrescido de um geofone ou um acelerômetro no seu interior (Figura 1).
Durante a realização dos ensaios, procura-se posicionar sísmico horizontal paralelo à direção da onda
gerada. O procedimento adotado para cravação do cone fornece um contato mecânico firme entre o solo e o
sensor sísmico, que possibilita uma excelente recepção do sinal. A orientação do sensor pode ser controlada
da superfície e a determinação da profundidade pode ser feita com extrema precisão, especialmente quando
não se usa dois sensores numa mesma ponteira. A importância da manutenção da orientação do sensor é um
dos principais fatores que afetam a qualidade dos registros, conforme discutido por Vitali (2011).
Para facilitar a identificação da chegada das ondas é recomendado utilizar uma fonte que tenha
capacidade de gerar grande quantidade de ondas S, tenha repetibilidade, permita sua reversão e seja de fácil
transporte (Figura 3). Para minimizar os problemas de ruído no momento da geração da onda, o motor do
equipamento utilizado para alimentar o sistema hidráulico de cravação do cone deve ser desligado.
O ensaio de campo é realizado da mesma forma que com o piezocone no que diz respeito ao
procedimento de preparação, saturação e medidas de qc, fs e u. A determinação da velocidade de ondas pode
ser feita a cada parada de penetração do cone, seja no momento da cravação, como no momento da retirada.
Um desenho esquemático de como é feito o ensaio down-hole como o SCPTU, é apresentado na Figura 4.
Sistema de Trigger
Aquisição de
Dados
Peso
Martelo

Fonte

Ondas
Cisalhantes

∆S L2 − L1
Vs = =
∆t t 2 − t1

Cone Sísmico

Figura 3. Uma das fontes sísmicas utilizada em ensaio Figura 4. Representação esquemática de um ensaio
SCPTU down-hole por Vitali et al. (2010). SCPT down-hole (Stewart e Campanella, 1992).

O ensaio down-hole, através do SCPTU, envolve basicamente três etapas: medida do tempo de
chegada das ondas S, determinação da velocidade da onda S (Vs) em cada profundidade de ensaio e cálculo
do módulo de cisalhamento máximo (Go) empregando a equação 2, para cada uma dessas profundidades.
Cada uma dessas etapas possui incertezas e pode levar a erros acumulativos que devem ser reduzidos.
CALIBRAÇÃO E SATURAÇÃO

Calibração do piezocone
Para que um ensaio de piezocone seja realizado adequadamente é necessária que seja feita a calibração
e a checagem dos dispositivos de medida de todo o sistema antes de utilizá-lo no campo. Deste modo, é
necessário que cada um dos sensores do piezocone (resistência de ponta - qc, atrito lateral - fs e poro-pressão
- u), sejam calibrados. Na calibração comparam-se os valores medidos pelo piezocone (qc, fs e u) com os
valores medidos por dispositivos de referência (transdutores de pressão e células de carga). Bolinelli et al.
(2005) apresenta com detalhes os procedimentos para calibração de um piezocone, ilustrado na Figura 5.
Utilizando-se de uma prensa e transdutores de carga os valores das cargas medidas nos sensores do
piezocone versus os valores das cargas de referência possibilitam determinar as constantes de calibração ou
os fatores de correção para a resistência de ponta (qc) e para o atrito lateral (fs). Utilizando-se uma câmara
para aplicação de pressão de água ou de ar é possível determinar-se a constante de calibração ou o fator de
correção plotando-se o valor registrado pelo sensor de pressão do piezocone versus a pressão de referência
medida com um transdutor calibrado (Figura 6). Quando se usa uma câmara onde se aplica ar pressurizado,
ou seja, a poro pressão de referência (u), e são feitas medidas simultâneas das resistências de ponta (qc) e de
atrito lateral (fs) do piezocone, é possível determinar os fatores de correção de áreas desiguais a (Figura 6).
Detalhes sobre a realização da calibração do piezocone podem ser encontrados em Lunne et al. (1997).
500

450

400 uT
resistência de ponta. qc (kPa)
pressão medida, uT (kPa) 350

300

250 qc

200

150
a = 0.64
100

50

0
0 100 200 300 400 500

pressão aplicada, Po (kPa)

(a) (b)
Figura 5: Calibração de piezocones (a) ponta e do atrito Figura 6. Calibração do poro-pressão e relação
lateral (b) poro-pressão (Bolinelli et al., 2005). de área desiguais a, (Bolinelli et al., 2005).

Sísmica
É possível verificar se os geofones ou acelerômetros instalados em ponteiras sísmicas apresentam
respostas que correspondem às especificações do fabricante, ou ainda se dois sensores instalados num
mesmo piezocone apresentam respostas idênticas, aspecto que é fundamental para interpretação através do
intervalo verdadeiro de tempo (Butcher et. al., 2005). Vitali (2011) realizou este procedimento em
laboratório, que consistiu em medir as vibrações aleatórias produzidas por um shaker com um geofone, um
acelerômetro e um laser medidor de velocidade, que serviu de referência para os dois sensores. O
acelerômetro foi utilizado como uma referência para os geofones. Na Figura 7.a têm-se as fotos desse ensaio.
Os resultados mostraram que os três geofones testados forneceram respostas idênticas e consistentes com a
curva de calibração fornecida pelo fabricante.
Vitali (2011) também realizou testes para avaliar a resposta dos geofones após sua instalação numa
ponteira sísmica por ele desenvolvida. A avaliação foi feita comparando a função resposta em frequência
(FRF) dos geofones com a dos acelerômetros obtidas de golpes aplicados com um martelo instrumentado
com célula de carga sobre os dispositivos onde os geofones estavam instalados na ponteira. A Figura 7.b
mostra uma foto de um acelerômetro colado no compartimento da ponteira sísmica onde um dos três
geofones foi instalado. Na Figura 8 é apresentado os resultados deste teste que permite comparar a resposta
do geofone em relação ao acelerômetro de referencia. Para frequencias superiores que 30Hz, a resposta do
geofone instalado na ponteira é praticamente idêntica a do acelerômetro. A diferença de 180º observada na
fase é devido ao posicionamento dos sensores quanto ao sentido do eixo de vibração. Vitali (2011) concluiu
que os geofones instalados na ponteira forneceram respostas idênticas e confiáveis para uso em ensaios
SCPT, especialmente quando o interesse é empregar o método cross over pelo intervalo verdadeiro.

(a) (b)
Figura 7. Ensaio para calibração dos geofones instalados em ponteira sísmica (Vitali, 2010).
1e+0 4
Acelerometro ponta Acelerometro ponta
3 Geofone ponta
Módulo (m/s / N)

1e-1 Geofone ponta


2

Fase (rad)
1e-2 1
0
1e-3 -1
1e-4 -2
-3
1e-5 -4
0 100 200 300 400 0 100 200 300 400
Frequência (Hz) Frequência (Hz)
4
Figura 8. Resultados da verificação dos registros de um geofone instalado em ponteira sísmica (Vitali, 2010).

Saturação do piezocone
De Mio et al. (2004) decreve o procedimento padrão para saturação do piezocone utiliza um anel de pedra
porosa, saturado apropriadamente, utilizando fluido de baixa compressibilidade, como água ou glicerina,
conforme recomendando por Lunne et al. (1997). O anel poroso tem 36 mm de diâmetro externo, 5 mm de
espessura e 5 mm de altura, podendo ser constituído por uma liga maleável de bronze sinterizado. O processo
de saturação e colocação da pedra porosa no sistema deve ser feito com máxima cautela evitando a formação
de bolhas de ar que produzam compressão no sistema e comprometimento das leituras de poro-pressão. Esta
saturação da pedra porosa consiste em submergí-la em glicerina aquecida num banho maria ou à alto vácuo,
como mostra a Figura 11.a.
De Mio et al. (2004) também descreve como é utilizado o filtro de cavidade preenchido com graxa
automotiva (Figura 11.b), e o considera mais prático que o filtro poroso saturado com glicerina, uma vez que
na sua preparação insere-se apenas o bico de um tubo de graxa na ponteira cônica, pressionando-o até
preencher todas as cavidades. O piezocone é virado de cabeça para baixo e a cavidade mais interna do
transdutor de poro-pressão é preenchido com água deaerada e então a ponteira é parafusada a ele fazendo
com que a graxa espirre para fora. A descrição detalhada dessa técnica encontra-se em Larsson (1995).

Graxa

Água
Glicerina

Cone
Piezocone

(a) Saturação do elemento poroso do piezocone. (b) Filtro de cavidade com graxa.
Figura 11. Técnica convencional (a) e alternativa (b) para medida de poro-pressão (SGI, 1995).

INTERPRETAÇÃO

Ensaios de Piezocone (CPTU)


A base para a identificação do perfil geotécnico a partir dos resultados de ensaios de piezocone é a
utilização de ábacos de classificação, como aquele sugerido por Robertson et al. (1986), apresentado na
Figura 12. Neste ábaco correlaciona a resistência de ponta com a razão de atrito (Rf = fs/qc), obtidas durante a
penetração. Basicamente, tem-se alta resistência de ponta associada a um baixo atrito lateral para as areias, e
o inverso para as camadas argilosas.
100 100
9 10
10 q T = q c + u(1-a) 10
12
RESISTÊNCIA DE PONTA - q t (MPa)

RESISTÊNCIA DE PONTA - q t (MPa)


vo
qt
9 uo
11 11 9 u2
ou
8 12 8
10 10 7 u2 - uo
Bq=
qt

R
7 6 vo

OC
5
Dr

6
5 4
4
1 e 3 1 OC
R
3
St St
1
2 1

2
0,1 0,1
0 1 2 3 4 5 6 7 8 -0,2 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4
RAZÃO DE ATRITO, R f (%) PARÂMETRO DE PORO PRESSÃO - Bq

Figura 12. Carta de classificação de solos a partir de ensaio de piezocone (Robertson et al., 1986).

As medidas de poro-pressão (u) também auxiliam na identificação de camadas de solo com


comportamentos distintos, observando-se um aumento da poro-pressão nas camadas com penetração não
drenada, geralmente constituídas de materiais finos (argilas e siltes). Um recurso bastante útil para
identificação rápida da posição do nível d´água também é possível de ser feito, prolongando-se a reta de
poro-pressão gerada durante uma penetração drenada, determinando-se assim a pressão hidrostática.
Interrompendo a penetração em uma camada não drenada e dissipando-se o excesso de poro-pressão
gerado, é possível estimar a permeabilidade do solo desta camada. Dependendo do tipo de solo, a dissipação
pode levar minutos ou horas, sendo recomendado que a dissipação seja no mínimo maior que 50% do
excesso de poro-pressão gerado, para possibilitar a estimativa da permeabilidade do solo.
Outra forma de interpretação de resultados de ensaios CPTU é correlacionar empiricamente qc e fs
medidos com o comportamento observado em fundações, prática que tem sido utilizada, especialmente no
Brasil, provavelmente pela dificuldade de considerar os diversos fatores que afetam o comportamento de
solos residuais não saturados. Os métodos empíricos desenvolvidos para a previsão do comportamento de
fundações, como por exemplo, o de Aoki e Velloso (1978) são, em geral, para valores de qc e fs obtidos
utilizando-se o cone mecânico. A estimativa de parâmetros de projeto pode ser feita pela abordagem indireta,
através de correlações desses parâmetros com os valores de qc, fs e u medidos. Existem inúmeras propostas
de correlações desse tipo disponíveis na literatura internacional, a maioria desenvolvida para solos
sedimentares, sendo poucos os estudos existentes para avaliar o comportamento de solos residuais.

Interpretação dos registros sísmicos no ensaio SCPTU


A etapa mais importante da interpretação do ensaio down-hole no SCPTU é a medida precisa do
tempo de chegada da onda S para o cálculo da velocidade de onda cisalhante (Vs), que pode ser feito
empregando diferentes métodos, como método do primeiro tempo de chegada, do cross over e do cross
correlation, conforme descrito em detalhes por Vitali et al. (2010). Na Figura 4 está representada o ensaio
SCPTU com Vs calculada dividindo-se a diferença das distâncias percorridas pelas onda (∆S), pelo intervalo
de tempo registrado nos dois sinais (∆t), conforme equação também apresentada nessa figura.
O intervalo de tempo pode ser determinado utilizando dois transdutores localizados em profundidades
diferentes (intervalo verdadeiro de tempo) ou utilizando apenas um transdutor posicionado em diferentes
profundidades sucessivamente (pseudo-intervalo de tempo) (Butcher et al., 2005).
A utilização do intervalo verdadeiro de tempo tem como vantagens eliminar os erros associados ao
dispositivo de trigger e variações nas ondas geradas e requer o emprego de dois transdutores sísmicos
idênticos. Segundo Campanella e Stewart (1991), o pseudo intervalo de tempo fornece os mesmos resultados
que o intervalo verdadeiro desde que se disponha de um sistema de trigger preciso e repetitivo.
Vitali et al. (2010) além de apresentar as diferentes formas de interpretação dos registros sísmicos
também discute os procedimentos para garantir a qualidade dos valores de valores de Vs e concluiu que tanto
o método cross over como o cross correlation podem ser aplicados, sendo que o método preferível
dependerá da frequência de aquisição disponível.
Quando se utiliza o método cross over, o cruzamento entre as ondas é a referência do tempo de
chegada, diversos autores como, por exemplo, Butcher et al. (2005) e Campanella e Stewart (1991) sugerem
utilizar o primeiro cruzamento por ser um ponto facilmente identificável e não sofrer o efeito da atenuação
do sinal e da sua dispersão. A Figura 13 ilustra um cruzamento perfeito entre as ondas em duas
profundidades distintas, num intervalo de 1 m, geralmente empregado para determinação de Vs.
Resposta (V) Tempo (s)
Figura 13. Determinação do intervalo de tempo pelo método do cross over (Campanella e Stewart, 1991).

O cálculo do módulo de cisalhamento máximo (Go) é feito utilizando a equação 2 já apresentada. A


massa específica do solo (ρ) pode ser obtida através de amostras indeformadas, resultados de ensaios de
campo, ou ainda, através de correlações com os próprios dados do CPT.
A determinação da razão de amortecimento interno do solo (Ds), a partir de resultados de ensaio
down-hole utilizando o SCPTU, passou a ser possível a partir do conhecimento e controle da energia
aplicada (Campanella e Stewart, 1991), assim como da análise dos registros baseados no spectral ratio slope.

EXEMPLOS DE APLICAÇÃO

Comparação entre resultados de ensaios cross-hole e down-hole com o SCPT


O ensaio sísmico down hole realizado em conjunto com o de piezocone sísmico possibilita que os
parâmetros dinâmicos dos solos, em especial o módulo de cisalhamento máximo (Go), seja determina ao
mesmo tempo que se obtém o perfil de um ensaio CPTU convencional, portanto muito rapidamente e a custo
relativamente baixo, quando comparado com a técnica do cross hole, que é a mais adequada para esse fim.
Alguns autores já demonstraram que os valores de Go determinado por essas duas técnicas (down hole e
cross hole) são equivalentes na maioria dos casos. Estudo realizado no Brasil por De Mio (2005) e Vitali
(2011) com a finalidade de comparar valores de Vs determinados por essas duas técnicas confirma esse fato.
Vitali (2011) realizou ensaios down-hole (DH1 e DH2) com ponteira sísmica por ele desenvolvida e
dois ensaios CPT (CPT1 e CPT2). Neste local também estão disponíveis resultados de um ensaio cross-hole
(CH) e dois ensaios SCPT (SCPT1 e SCPT2) realizados com o cone sísmico comercial por De Mio (2005)
cujos resultados se encontram na Figura 14.
Perfil Rf (%) qc (MPa) Vs (m/s) Diferença
(SPT) relativa (%)
0 2 4 6 8 10 0 3 6 9 12 15 0 200 400 600 0 20 40 60 80 100
0

4
Areia fina
Argilosa
6
vermelha
Profundidade (m)

8 SM - SC

10

12
LA'

NA'
14

16

18
Argila siltosa
vermelha
Areia fina argilosa
20 vermelha
CPT CH DH x CH
SCPT SCPT SCPT x CH
DH1 e DH2 SCPT x DH

Figura 14. Resultados de CPT, SCPT, down hole, cross hole no campo experimental de Bauru (Vitali, 2011).
Os resultados dos ensaios down-hole foram interpretados utilizando o intervalo verdadeiro de tempo e
o método cross-correlation com os sinais obtidos com uma fonte de aço posicionada a frente do
equipamento de cravação do piezocone, a 30 cm do furo. O ensaio DH2 foi feito posicionando o
equipamento de cravação paralelo ao alinhamento dos furos do ensaio cross hole e do ensaio DH1,
perpendicular a este alinhamento. Os valores de Vs determinados no ensaio DH1 foram muito semelhantes
aos determinados no ensaio cross hole de referência, com diferença média de 5,8%, com pouca variação
desta diferença ao longo da profundidade. Considerando os resultados do ensaio DH2 a diferença média foi
de 14,7% até 7m de profundidade e de 5,9% a partir daí. Considerando os resultados do ensaio SCPT a
diferença foi de 9,2% até 10m de profundidade e de 18,2% entre 10 até 15m. Vitali (2011) atribui essas
diferenças a grande heterogeneidade do solo locale a uma possível anisotropia. Concluiu que os valores de
Vs determinados pelas técnicas (down hole e cross-hole) podem ser consideradas equivalentes para
determinação de Go.

Caracterização de perfil de solo tropical


Nos perfis de solos tropicais a maioria das vezes o posição do nível d’água é profunda. Por isso, perde
o sentido a realização de ensaios de piezocone, pois a poro-pressão, que é a terceira medida independente e
muito útil para identificação do perfil e estimativa de parâmetros de projeto, não pode ser determinada.
Nesse caso passa a ter um interesse especial a medida de Vs para cálculo de Go, outra medida independente
que pode ser muito útil na identificação do perfil geotécnicos de solos não convencionais. A abordagem
sugerida por alguns autores como Robertson e Cabal (2009) é utilizar a relação entre a medida da rigidez a
baixa amplitude (Go) e a resistência de ponta do cone (qc) para identificar materiais com compressibilidade
não usuais. Giacheti e De Mio (2008) avaliaram resultados de ensaios SCPT, CPT e cross hole realizados em
três campos experimentais do interior de São Paulo e plotaram os resultados da relação Go/qc versus
resistência de ponta normalizada de duas formas distintas (Qt e qc1), conforme apresentado em dois ábacos da
Figura 15. Constatou que tanto os solos lateríticos como os saprolíticos quase sempre apresentam um maior
relação Go/qc do que o de areias não cimentadas. Observa-se que essa relação é maior para os solos
lateríticos do que os saproliticos devido sua estrutura. O módulo de cisalhamento a baixa amplitude (Go)
determinados nos ensaios sísmicos reflete a contribuição da cimentação por óxidos e hidróxidos de ferro e
alumínio dos solos lateríticos enquanto a penetração do cone quebra toda essa cimentação levando a uma
baixa rigidez de um material poroso.
Além disso, o ensaio SCPT permite que esses dois parâmetros (Go e qc) sejam determinados ao
mesmo tempo e em um mesmo local, reduzindo efeitos da variabilidade e facilitando a interpretação.
Portanto, segundo Giacheti e De Mio (2008) é uma técnica interessante para investigação de solos tropicais,
que pode ser útil para identificar os horizontes lateríticos e saprolíticos e com potencial para utilização na
identificação de solos colapsíveis.
Go
1 10 qc 100 300
1000 1000
1000
Areia CIMENTAÇÃO
Pedregulhosa
Limite superior (areias cimentadas)

Limite inferior (areias cimentadas)


So

ENVELHECIMENTO
lo
s
jo

Solos Lateritícos
ve

100
ns

100 Solos Saprolíticos


Go/qc
o
qt - σvo

ci m

Areia
σ´vo

en
t
ad
os
Qt =

Aumentando 10
Compressibilidade
Misturas de
10 areias Areias não cimentadas
Baixo
Índice de
não envelhecidas
ARGILAS Vazios
Misturas de
Siltes Alto
Índice de 11
(b)
Vazios
Solos Lateriticos
Orgânicos Solos Saprolíticos
5 10 100 1000
(a) qc1
1

Figura 15. Relação Go/qc para solos lateríticos de saprolíticos de Bauru, São Carlos e Campinas (a) No ábaco de
Qt versus Go/qc (b) No ábaco de Go/qc versus qc1 (adaptado de Giacheti e De Mio, 2008).

Previsão do comportamento de fundações diretas


Alguns autores sugerem o uso de um modelo não linear para previsão da curva tensão – deformação de
fundações baseado em resultados de ensaios de cone sísmico (SCPT). A base da proposta é a equação da
hipérbole modificada de Fahey e Carter (1993) para representar a degradação do módulo de cisalhamento,
partindo de Go e seguindo com valores de rigidez secantes (G) correspondentes aos diferentes níveis de
deformação. A equação dessa hipérbole assume a seguinte forma:

g
G  τ 
= 1− f   (3)
Go τ max

onde f e g são parâmetros de ajuste que controlam a não linearidade da curva tensão-deformação. Se a curva
tensão – deformação fosse representada por uma hipérbole simples, os parâmetros de ajuste seriam f = g = 1.
Já, para um carregamento monotônico em solos não-estruturados e não cimentados, os resultados de ensaios
triaxiais e de cisalhamento simples levaram a valores de f=1 e g=0,3 (Mayne, 2000). Através da Teoria da
Elasticidade e desse modelo hiperbólico, Mayne (2000) sugere o uso da seguinte expressão para representar
o recalque não linear de sapatas:

Q. I
δ=
[
B.Eo 1 − (Q / Qult )
g
] (4)

Souza (2011) avaliou a aplicação de resultados de ensaio de cone sísmico (SCPT) para prever o
comportamento de fundações diretas em dois solos tropicais arenosos a partir da proposta de Mayne (2000).
Para possibilitar a aplicação desse modelo para solos não convencionais, Souza (2011) ajustou os parâmetros
desse modelo para dois solos não convencionais, com base em resultados de ensaios sísmicos e triaxiais
realizados no do campo experimental de São Carlos e chegou a valores de f=0,99 e g=0,03. Atribui-se o
baixo valor do parâmetro g ao efeito da cimentação e da sucção matricial na rigidez dos solos arenosos
lateríticos nos locais estudados. Os resultados para os dois locais estudados, onde existem dados de provas de
carga em placa, são apresentados na Figura 16, apenas para duas profundidades (2m para Bauru e 4m para o
São Carlos). Os estudos realizados para Bauru mostraram que as previsões das curvas tensão-recalque pelo
método de Mayne (2000) foram melhores que aquelas feitas com outros métodos clássicos para as
profundidades de 2, 3 e 4m. Para São Carlos as previsões das curvas tensão-recalque foi representada de
modo a incorporar a curva média e o desvio padrão para levar em conta a variabilidade dos parâmetros Go e
qc. Os resultados também mostram que para todas as previsões, em termos de média e desvio, se encontram
dentro da faixa das provas de carga para diferentes sucções matriciais. Também para esse campo
experimental as previsões foram melhores para 4 e 6 m de profundidade do que para 1,5 m de profundidade.
Concluiu-se que o método de Mayne (2000) para a previsão da curva tensão-recalque com base em
resultados de ensaios de cone sísmico levou a resultados próximos aqueles obtidos nas provas de carga, após
os ajustes nos parâmetros g e f do modelo.

Tensão (kPa) Tensão (kPa)


0 40 80 120 160 200 0 100 200 300 400

0 0

PC1
PC2
10 SCPT1
10
SCPT2
Média (SCPT)
Média +/- Desvio (SCPT)
QS3
Recalque (mm)
Recalque (mm)

Q4
20 20 Q5

30 30

40 40

50 50

a) Bauru b) São Carlos

Figura 16. Previsão do comportamento de fundações diretas utilizando ensaios SCPT e resultados de provas
de carga em placa a) a 2,0m de profundidade em Bauru b) a 4,0m de profundidade em São Carlos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

O ensaio de piezocone de sísmico (SCPTU) foi apresentado destacando os procedimentos para


calibração, execução os princípios de sua interpretação. A experiência já disponível no Brasil mostra as
vantagens da realização dessa técnica de ensaio híbrida para a investigação do subsolo, que permitem além
da perfilagem do subsolo, estimativa de parâmetros de projeto e determinar um módulo de deformabilidade
empregando uma técnica específica para esse fim. Os resultados de ensaios cross hole e down hole realizados
lado a lado confirmam que de Go determinados pelas duas técnicas podem ser considerados equivalentes. A
possibilidade de determinar num mesmo local dois parâmetros (rigidez - Go e resistência - qc) em perfis de
solos tropicais não saturados abre novas perspectivas para identificar os horizontes lateríticos e os
saprolíticos. Aplicação recente desse ensaio para previsão da curva tensão - recalque de fundações diretas em
solos de comportamento não-convencional foi apresentada destacando o fato que é uma abordagem mais
racional por ter menor dependência de correlações empíricas.

REFERÊNCIAS

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