Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
net/publication/327750954
CITATIONS READS
0 1,199
4 authors, including:
Tiago Souza
Instituto Tecnologico de Aeronautica
27 PUBLICATIONS 29 CITATIONS
SEE PROFILE
Some of the authors of this publication are also working on these related projects:
Site characterization of unsaturated tropical soils based on in situ tests View project
All content following this page was uploaded by Tiago Souza on 24 September 2018.
RESUMO
Este artigo apresenta o ensaio de piezocone de sísmico (SCPTU) como ferramenta para investigação
do subsolo. Discute os procedimentos para calibração e execução desse ensaio e a base de sua interpretação.
Resultados de alguns ensaios realizados no Brasil são apresentados visando: a) comparar resultados de
ensaios cross hole e down hole com o SCPT para demonstrar a aplicação dessa técnica; b) a investigação de
solos tropicais não saturados com ênfase no uso da relação Go/qc como recurso complementar; c) previsão da
curva tensão - recalque de fundações diretas em solos de comportamento não-convencional, empregando
uma abordagem mais racional, com menor dependência de correlações empíricas.
ABSTRACT
This paper presents the seismic piezocone test (SCPTU) as a tool for site investigation. It discusses the
procedure to calibrate the probe, to conduct the test and the basis for the test interpretation. Some tests results
carried out in Brazil are presented to: a) compare cross hole and SCPTU down hole test results; b)
investigate unsaturated tropical soils emphasizing the use of Go/qc ratio as a complementary resource; c)
predicting stress - settlement curves of shallow foundation design in two soils with unconventional behavior
using a more rational approach, with less reliance on empirical correlations.
INTRODUÇÃO
As mudanças que vem ocorrendo no mundo moderno, onde o uso de recursos eletrônicos, com
destaques para os computadores conectados em rede, faz com que as informações cheguem ao usuário mais
rapidamente. Na atividade de Engenharia, essas mudanças têm levado a uma maior velocidade para tomada
de decisões, as quais dependem da rapidez e da qualidade dos parâmetros de projeto obtidos.
Mesmo com todas essas mudanças e exigências atuais do mercado os projetos geotécnicos muitas
vezes só utilizam as sondagens de simples reconhecimento com medida do N do SPT como único recurso de
para investigação do subsolo.
Um recurso interessante que tem surgido para possibilitar obter mais rapidamente e com qualidade
informações do subsolo são as técnicas de ensaios de campo híbridas, que permitem além de definir o perfil
geotécnico e estimar parâmetros, determinar um parâmetro específico no próprio campo. Destaca-se entre
essas técnicas o ensaio de piezocone sísmico (SCPTU).
Neste artigo o ensaio SCPTU é apresentado com destaque para sua calibração, execução e base para
sua correta interpretação. Alguns resultados de ensaios realizados no Brasil também estão nesse artigo com a
finalidade de mostrar como os resultados são obtidos, apresentados e utilizados na investigação geotécnica.
PIEZOCONE SÍSMICO
Piezocone
O piezocone é um ensaio de penetração quasi-estática in situ que permite identificar o perfil
geotécnico do terreno e avaliar preliminarmente os parâmetros geotécnicos do solo (Lunne et al., 1997). Nos
USA o procedimento está normalizado pela ASTM D3441 (1986), tanto para o ensaio com medida de poro-
pressões (CPTU) como sem essa medida (CPT). No Brasil a norma é ABNT MB-3406 (1990).
O ensaio é realizado introduzindo no terreno a uma velocidade constante igual a 20 mm/s
(aproximadamente a 1 m/min) uma ponteira em forma cônica (Figura 1) conectada à extremidade de um
conjunto de hastes. O cone tem um vértice de 60° e um diâmetro típico de 35,7 mm (área de 10 cm2).
O piezocone possui células de carga que registram a resistência de ponta (qc) e o atrito lateral (fs). Os
valores da poro-pressão (u) são determinados através de um transdutor de pressão, o qual pode estar
localizado em posições distintas da ponteira. Em ensaios de piezocone, que são realizados em meios
saturados, especialmente nos terrenos onde ocorrem as argilas moles, deve-se corrigir a medida da
resistência de ponta, devido à ação da água sobre as ranhuras do cone. Deste modo, a resistência de ponta
(qc) deve ser corrigida em função da poro-pressão medida na base do cone (u2) através da equação:
qt = qc + u2.(1-a) (1)
onde qt é resistência de ponta corrigida e “a” a relação de áreas desiguais, dependente da geometria do cone.
O procedimento para realização de um ensaio CPT e CPTU é o mesmo, com exceção da preparação do
piezo-elemento. Essa preparação consiste na saturação do elemento de filtro poroso e do próprio cone. O
sistema de reação utilizado para penetração consiste em um sistema hidráulico, normalmente com
capacidade entre 100 a 200 kN, geralmente montado sobre carretas ou carroceria de caminhões.
Em um piezocone, os sinais são normalmente transmitidos através de um cabo que passa pelo interior
das hastes de cravação. Os dados são digitalizados, e normalmente gravados a cada 25 ou 50 mm de variação
da profundidade. Esses sistemas de aquisição de dados permitem a apresentação em tempo real dos
resultados obtidos durante a penetração, utilizando gráficos da variação qc, fs e u com a profundidade.
Durante uma interrupção da penetração, é possível monitorar a dissipação da poro-pressão com o tempo.
Cabo
Acelerômetro
Inclinômetro
Strain Gauges da
Célula de Carga de
Atrito Lateral Luva de Atrito
(Área de 150cm2)
Sensor de
Temperatura
Strain Gages da
Célula de Carga de
Trandutor de
Resistência de Ponta
Poro-Pressão
Filtro de Cone de 60o
Material Plástico diâmetro de
35.68mm
Sísmica
Os ensaios sísmicos em furos de sondagem possibilitam a determinação precisa das velocidades das
ondas de compressão (P) e cisalhantes (S) e assim o cálculo dos parâmetros dinâmicos dos solos. Esses
ensaios são denominados cross-hole, down-hole e up-hole em função da posição da fonte no furo. São
ensaios não destrutivos, de rápida execução, abrangendo grandes volumes de maciço. No ensaio cross-hole
instala-se uma fonte mecânica geradora de ondas elásticas num furo e no mínimo dois geofones, em outros
dois furos, alinhados ao outro, todos no mesmo nível (Figura 2.a). O momento da chegada das ondas é
captado nos geofones. Dos registros dos ensaios, determinam-se os tempos de percurso das ondas P e S e
calculam-se suas velocidades de propagação. O ensaio down-hole é realizado em apenas um furo onde se
instala o geofone. A fonte fica localizada na superfície (Figura 2.b). O ensaio up-hole também é realizado em
apenas um furo, mas nele se instala a fonte, ao invés dos geofones, que ficam na superfície (Figura 2.c).
Com a velocidades Vs e conhecendo-se a massa específica do material (ρ), calcula-se o módulo de
cisalhamento máximo (Go), utilizando a expressões d teoria da elasticidade (Equações 2).
γ
Go = ρ .Vs2 = .Vs2 (2)
g
(a )
(b ) (c )
Figura 2. Esquema de ensaios sísmicos. (a) cross-hole, (b) down-hole e (c) up-hole (Giacheti et al. 2006).
Fonte
Ondas
Cisalhantes
∆S L2 − L1
Vs = =
∆t t 2 − t1
Cone Sísmico
Figura 3. Uma das fontes sísmicas utilizada em ensaio Figura 4. Representação esquemática de um ensaio
SCPTU down-hole por Vitali et al. (2010). SCPT down-hole (Stewart e Campanella, 1992).
O ensaio down-hole, através do SCPTU, envolve basicamente três etapas: medida do tempo de
chegada das ondas S, determinação da velocidade da onda S (Vs) em cada profundidade de ensaio e cálculo
do módulo de cisalhamento máximo (Go) empregando a equação 2, para cada uma dessas profundidades.
Cada uma dessas etapas possui incertezas e pode levar a erros acumulativos que devem ser reduzidos.
CALIBRAÇÃO E SATURAÇÃO
Calibração do piezocone
Para que um ensaio de piezocone seja realizado adequadamente é necessária que seja feita a calibração
e a checagem dos dispositivos de medida de todo o sistema antes de utilizá-lo no campo. Deste modo, é
necessário que cada um dos sensores do piezocone (resistência de ponta - qc, atrito lateral - fs e poro-pressão
- u), sejam calibrados. Na calibração comparam-se os valores medidos pelo piezocone (qc, fs e u) com os
valores medidos por dispositivos de referência (transdutores de pressão e células de carga). Bolinelli et al.
(2005) apresenta com detalhes os procedimentos para calibração de um piezocone, ilustrado na Figura 5.
Utilizando-se de uma prensa e transdutores de carga os valores das cargas medidas nos sensores do
piezocone versus os valores das cargas de referência possibilitam determinar as constantes de calibração ou
os fatores de correção para a resistência de ponta (qc) e para o atrito lateral (fs). Utilizando-se uma câmara
para aplicação de pressão de água ou de ar é possível determinar-se a constante de calibração ou o fator de
correção plotando-se o valor registrado pelo sensor de pressão do piezocone versus a pressão de referência
medida com um transdutor calibrado (Figura 6). Quando se usa uma câmara onde se aplica ar pressurizado,
ou seja, a poro pressão de referência (u), e são feitas medidas simultâneas das resistências de ponta (qc) e de
atrito lateral (fs) do piezocone, é possível determinar os fatores de correção de áreas desiguais a (Figura 6).
Detalhes sobre a realização da calibração do piezocone podem ser encontrados em Lunne et al. (1997).
500
450
400 uT
resistência de ponta. qc (kPa)
pressão medida, uT (kPa) 350
300
250 qc
200
150
a = 0.64
100
50
0
0 100 200 300 400 500
(a) (b)
Figura 5: Calibração de piezocones (a) ponta e do atrito Figura 6. Calibração do poro-pressão e relação
lateral (b) poro-pressão (Bolinelli et al., 2005). de área desiguais a, (Bolinelli et al., 2005).
Sísmica
É possível verificar se os geofones ou acelerômetros instalados em ponteiras sísmicas apresentam
respostas que correspondem às especificações do fabricante, ou ainda se dois sensores instalados num
mesmo piezocone apresentam respostas idênticas, aspecto que é fundamental para interpretação através do
intervalo verdadeiro de tempo (Butcher et. al., 2005). Vitali (2011) realizou este procedimento em
laboratório, que consistiu em medir as vibrações aleatórias produzidas por um shaker com um geofone, um
acelerômetro e um laser medidor de velocidade, que serviu de referência para os dois sensores. O
acelerômetro foi utilizado como uma referência para os geofones. Na Figura 7.a têm-se as fotos desse ensaio.
Os resultados mostraram que os três geofones testados forneceram respostas idênticas e consistentes com a
curva de calibração fornecida pelo fabricante.
Vitali (2011) também realizou testes para avaliar a resposta dos geofones após sua instalação numa
ponteira sísmica por ele desenvolvida. A avaliação foi feita comparando a função resposta em frequência
(FRF) dos geofones com a dos acelerômetros obtidas de golpes aplicados com um martelo instrumentado
com célula de carga sobre os dispositivos onde os geofones estavam instalados na ponteira. A Figura 7.b
mostra uma foto de um acelerômetro colado no compartimento da ponteira sísmica onde um dos três
geofones foi instalado. Na Figura 8 é apresentado os resultados deste teste que permite comparar a resposta
do geofone em relação ao acelerômetro de referencia. Para frequencias superiores que 30Hz, a resposta do
geofone instalado na ponteira é praticamente idêntica a do acelerômetro. A diferença de 180º observada na
fase é devido ao posicionamento dos sensores quanto ao sentido do eixo de vibração. Vitali (2011) concluiu
que os geofones instalados na ponteira forneceram respostas idênticas e confiáveis para uso em ensaios
SCPT, especialmente quando o interesse é empregar o método cross over pelo intervalo verdadeiro.
(a) (b)
Figura 7. Ensaio para calibração dos geofones instalados em ponteira sísmica (Vitali, 2010).
1e+0 4
Acelerometro ponta Acelerometro ponta
3 Geofone ponta
Módulo (m/s / N)
Fase (rad)
1e-2 1
0
1e-3 -1
1e-4 -2
-3
1e-5 -4
0 100 200 300 400 0 100 200 300 400
Frequência (Hz) Frequência (Hz)
4
Figura 8. Resultados da verificação dos registros de um geofone instalado em ponteira sísmica (Vitali, 2010).
Saturação do piezocone
De Mio et al. (2004) decreve o procedimento padrão para saturação do piezocone utiliza um anel de pedra
porosa, saturado apropriadamente, utilizando fluido de baixa compressibilidade, como água ou glicerina,
conforme recomendando por Lunne et al. (1997). O anel poroso tem 36 mm de diâmetro externo, 5 mm de
espessura e 5 mm de altura, podendo ser constituído por uma liga maleável de bronze sinterizado. O processo
de saturação e colocação da pedra porosa no sistema deve ser feito com máxima cautela evitando a formação
de bolhas de ar que produzam compressão no sistema e comprometimento das leituras de poro-pressão. Esta
saturação da pedra porosa consiste em submergí-la em glicerina aquecida num banho maria ou à alto vácuo,
como mostra a Figura 11.a.
De Mio et al. (2004) também descreve como é utilizado o filtro de cavidade preenchido com graxa
automotiva (Figura 11.b), e o considera mais prático que o filtro poroso saturado com glicerina, uma vez que
na sua preparação insere-se apenas o bico de um tubo de graxa na ponteira cônica, pressionando-o até
preencher todas as cavidades. O piezocone é virado de cabeça para baixo e a cavidade mais interna do
transdutor de poro-pressão é preenchido com água deaerada e então a ponteira é parafusada a ele fazendo
com que a graxa espirre para fora. A descrição detalhada dessa técnica encontra-se em Larsson (1995).
Graxa
Água
Glicerina
Cone
Piezocone
(a) Saturação do elemento poroso do piezocone. (b) Filtro de cavidade com graxa.
Figura 11. Técnica convencional (a) e alternativa (b) para medida de poro-pressão (SGI, 1995).
INTERPRETAÇÃO
R
7 6 vo
OC
5
Dr
6
5 4
4
1 e 3 1 OC
R
3
St St
1
2 1
2
0,1 0,1
0 1 2 3 4 5 6 7 8 -0,2 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4
RAZÃO DE ATRITO, R f (%) PARÂMETRO DE PORO PRESSÃO - Bq
Figura 12. Carta de classificação de solos a partir de ensaio de piezocone (Robertson et al., 1986).
EXEMPLOS DE APLICAÇÃO
4
Areia fina
Argilosa
6
vermelha
Profundidade (m)
8 SM - SC
10
12
LA'
NA'
14
16
18
Argila siltosa
vermelha
Areia fina argilosa
20 vermelha
CPT CH DH x CH
SCPT SCPT SCPT x CH
DH1 e DH2 SCPT x DH
Figura 14. Resultados de CPT, SCPT, down hole, cross hole no campo experimental de Bauru (Vitali, 2011).
Os resultados dos ensaios down-hole foram interpretados utilizando o intervalo verdadeiro de tempo e
o método cross-correlation com os sinais obtidos com uma fonte de aço posicionada a frente do
equipamento de cravação do piezocone, a 30 cm do furo. O ensaio DH2 foi feito posicionando o
equipamento de cravação paralelo ao alinhamento dos furos do ensaio cross hole e do ensaio DH1,
perpendicular a este alinhamento. Os valores de Vs determinados no ensaio DH1 foram muito semelhantes
aos determinados no ensaio cross hole de referência, com diferença média de 5,8%, com pouca variação
desta diferença ao longo da profundidade. Considerando os resultados do ensaio DH2 a diferença média foi
de 14,7% até 7m de profundidade e de 5,9% a partir daí. Considerando os resultados do ensaio SCPT a
diferença foi de 9,2% até 10m de profundidade e de 18,2% entre 10 até 15m. Vitali (2011) atribui essas
diferenças a grande heterogeneidade do solo locale a uma possível anisotropia. Concluiu que os valores de
Vs determinados pelas técnicas (down hole e cross-hole) podem ser consideradas equivalentes para
determinação de Go.
ENVELHECIMENTO
lo
s
jo
Solos Lateritícos
ve
100
ns
Go/qc
o
qt - σvo
ci m
Areia
σ´vo
en
t
ad
os
Qt =
Aumentando 10
Compressibilidade
Misturas de
10 areias Areias não cimentadas
Baixo
Índice de
não envelhecidas
ARGILAS Vazios
Misturas de
Siltes Alto
Índice de 11
(b)
Vazios
Solos Lateriticos
Orgânicos Solos Saprolíticos
5 10 100 1000
(a) qc1
1
Figura 15. Relação Go/qc para solos lateríticos de saprolíticos de Bauru, São Carlos e Campinas (a) No ábaco de
Qt versus Go/qc (b) No ábaco de Go/qc versus qc1 (adaptado de Giacheti e De Mio, 2008).
g
G τ
= 1− f (3)
Go τ max
onde f e g são parâmetros de ajuste que controlam a não linearidade da curva tensão-deformação. Se a curva
tensão – deformação fosse representada por uma hipérbole simples, os parâmetros de ajuste seriam f = g = 1.
Já, para um carregamento monotônico em solos não-estruturados e não cimentados, os resultados de ensaios
triaxiais e de cisalhamento simples levaram a valores de f=1 e g=0,3 (Mayne, 2000). Através da Teoria da
Elasticidade e desse modelo hiperbólico, Mayne (2000) sugere o uso da seguinte expressão para representar
o recalque não linear de sapatas:
Q. I
δ=
[
B.Eo 1 − (Q / Qult )
g
] (4)
Souza (2011) avaliou a aplicação de resultados de ensaio de cone sísmico (SCPT) para prever o
comportamento de fundações diretas em dois solos tropicais arenosos a partir da proposta de Mayne (2000).
Para possibilitar a aplicação desse modelo para solos não convencionais, Souza (2011) ajustou os parâmetros
desse modelo para dois solos não convencionais, com base em resultados de ensaios sísmicos e triaxiais
realizados no do campo experimental de São Carlos e chegou a valores de f=0,99 e g=0,03. Atribui-se o
baixo valor do parâmetro g ao efeito da cimentação e da sucção matricial na rigidez dos solos arenosos
lateríticos nos locais estudados. Os resultados para os dois locais estudados, onde existem dados de provas de
carga em placa, são apresentados na Figura 16, apenas para duas profundidades (2m para Bauru e 4m para o
São Carlos). Os estudos realizados para Bauru mostraram que as previsões das curvas tensão-recalque pelo
método de Mayne (2000) foram melhores que aquelas feitas com outros métodos clássicos para as
profundidades de 2, 3 e 4m. Para São Carlos as previsões das curvas tensão-recalque foi representada de
modo a incorporar a curva média e o desvio padrão para levar em conta a variabilidade dos parâmetros Go e
qc. Os resultados também mostram que para todas as previsões, em termos de média e desvio, se encontram
dentro da faixa das provas de carga para diferentes sucções matriciais. Também para esse campo
experimental as previsões foram melhores para 4 e 6 m de profundidade do que para 1,5 m de profundidade.
Concluiu-se que o método de Mayne (2000) para a previsão da curva tensão-recalque com base em
resultados de ensaios de cone sísmico levou a resultados próximos aqueles obtidos nas provas de carga, após
os ajustes nos parâmetros g e f do modelo.
0 0
PC1
PC2
10 SCPT1
10
SCPT2
Média (SCPT)
Média +/- Desvio (SCPT)
QS3
Recalque (mm)
Recalque (mm)
Q4
20 20 Q5
30 30
40 40
50 50
Figura 16. Previsão do comportamento de fundações diretas utilizando ensaios SCPT e resultados de provas
de carga em placa a) a 2,0m de profundidade em Bauru b) a 4,0m de profundidade em São Carlos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ABNT MB-3406 (1990). Solo – Ensaio de Penetração de Cone In Situ (CPT), CB-02, Rio de Janeiro, 10 p.
Aoki, N. e Velloso, D. A. (1975). An approximate method to estimate the bearing capacity of piles. 5th
Panamerican Conference on Soil Mechanics and Foundation Engineering. Argentina, p. 367-376.
ASTM. D-3441 (1986). Standard test method for deep quasi-static, cone and friction-cone penetration tests
of soils, p. 414-419.
Bolinelli Jr, H. L.; Mondelli, G.; De Mio, G.; Peixoto, A. S. P. e Giacheti, H. L. (2005). Piezocone de
Resistividade na Investigação do Subsolo: Execução, Interpretação e Exemplos de Aplicação, 11o. CBGE,
Florianópolis/SC, CD Rom, 15 p.
Bucher, A. P., Campanella, R.G., Kaynia, A. M. e Massarch, K. R. (2005). Seismic cone downhole
procedure to measure shear wave velocity – A guideline. ISSMGE, Technical Committee No 10.
Campanella, R. G. e Stewart, W. P. (1991) Downhole seismic cone analysis using digital signal processing.
Second international conference on recent advances in geotechnical earthquake engeneering and soil
dynamics. Paper nº1.32.
Davies, M. P. e Campanella, R. G. (1995). Piezocone Technology: Downhole Geophysics for the
Geoenvironmental Characterization of Soil, Proceedings SAGEEP. Orlando, Florida, 11 p.
De Mio, G. (2005). Condicionantes Geológicos na Interpretação de ensaios de Piezocone para Identificação
Estratigráfica na Investigação Geotécnica e Geoambiental, Tese D.Sc., EESC-USP, São Carlos, 354 p.
De Mio, G.; Mondelli, G. e Giacheti, H. L. (2004). Ensaios de piezocone com filtro de cavidade na
investigação de solos tropicais. 5o. Simpósio Brasileiro de Solos Não Saturados, São Carlos,v.1. p.31-38.
Fahey, M. e Carter, J. P. (1993). A finite element study of the pressuremeter test in sand using a nonlinear
elastic plastic model. Canadian Geotech. Jornal, 30(2), 348-362.
Larsson, R. (1995). Use of a thin slot as filter in piezocone tests. CPT’95 Conference, V. 2. p.35-40
Lunne, T.; Robertson, P. K. e Powell, J. J. M. (1997) Cone Penetration Testing in Geotechnical Practice, E.
& F. N. Spon Editors. 312 p.
Mayne, P. W. (2000). Enhanced geotechnical site characterization by seismic piezocone penetration tests.
4th International Geotechnical Conference. p. 95-120.
Robertson, P. K. e Cabal, K. L. (2009). Guide to Cone Penetration Testing for Geotechnical Engineering,
Gregg Drilling & Testing, Inc., 3rd Edition. 115 p.
Robertson, P. K.; Campanella, R. G.; Gillespie, D. e Grieg, J. (1996). Use of piezometer cone data.
Proceedings of In-Situ 86, ASCE Specialty Conference, Blacksburg, Virginia, EUA, p. 1263-1280.
SGI (1995). The CPT Test, Equipament – Testing – Evaluation. Statens Geotekniska Institut, Information 15
E, Linköping.
Souza, T. J. (2011). Previsão da curva tensão-recalque em solos tropicais a partir de ensaios de cone sísmico.
Dissertação mestrado, EESC/USP. São Carlos-SP. Brasil.
Vitali, O. P. M. (2011). Desenvolvimento de um sistema para realização de ensaios sísmicos down hole em
conjunto com o CPT. Dissertação de mestrado, EESC/USP, São Carlos-SP, Brasil.
Vitali, O. P. M.; Pedrini, R. A. A. e Giacheti, H. L. (2010). Fatores que afetam a determinação do módulo de
cisalhamento máximo em ensaios sísmicos down hole com o piezocone. 12º Congresso Nacional de
Geotecnia, 2010, Guimarães - Portugal. v. CD-Rom. p. 1-8.