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ESTUDO DA VIABILIDADE DOS ENCODERS DE BAIXO CUSTO COMO

MEDIDORES DE NÍVEL

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4 authors, including:

Marcelo Jordao Alessandro Filippo

Federal University of Rio de Janeiro Rio de Janeiro State University
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 XII Simpósio sobre Ondas, Marés, Engenharia Oceânica e Oceanografia por Satélite

ESTUDO DA VIABILIDADE DOS ENCODERS DE BAIXO CUSTO COMO

MEDIDORES DE NÍVEL

Oliveira ¹, I. A. de; Jordão², M. D. L.; Filippo¹, A. M.; Fernandes1 A. M.

¹LABOFIS - Laboratório de Oceanografia Física
R. São Francisco Xavier, 524 - Sala 4028 A - Maracanã, Rio de Janeiro - RJ, 20550-900.
ialmeida.uerj@gmail.com;amfilippo@gmail.com;alxmfr@gmail.com
2
LDSC – Laboratório de Dinâmica de Sedimento Coesivos, I-100, Centro Tecnológico,
Universidade Federal do Rio de Janeiro – COPPE/UFRJ, Cidade Universitária - Rio de
Janeiro – RJ CEP 21941-590
dilellocn@gmail.com

RESUMO

O presente estudo avaliou desempenho de dois modelos de encoder como medidores

de nível. A primeiro encoder foi extraído de mouse de computador descartado e o segundo, o
modelo Ky-040, foi comprado no mercado nacional. Para integrar o sensor encoder e o data
logger, foi utilizado uma placa de prototipação Arduino Mega. Os teste confirmaram o bom
desempenho da tecnologia Arduino como alternativa para data loggers, Dentre os diferentes
encoders testados, apenas o modelo Ky-040 passou no teste, medindo com intervalo de
confiança de ± 0,8 cm. A solução combinando um data logger Arduino e um encoder Ky-040
se mostraram potenciais alternativas para medidores de nível, tais como, marégrafos e
linígrafos automáticos.

Palavras chave: marégrafo, sensor óptico, encoder, arduino

INTRODUÇÃO

Marégrafos de boia e contra-peso são os medidores de nível de água mais difundidos

no mundo. Entretanto, os modelos disponíveis no mercado são, na sua maioria, importados.
Nestes casos, além da importação ser cara e demorada, depois o usuário fica sem suporte
técnico para manutenção e reparo no território nacional. Logo, desenvolver nossos próprios
instrumentos é estratégico para a expansão e o adensamento da rede de monitoramento
fluviométrico e maregráfico no Brasil.
O princípio de medição de um marégrafo de boia e contra-peso consiste no
monitoramento do movimento rotacional do disco que suporta a boia e o contra peso, que se
move em resposta à mudança no nível da água. Uma vez conhecida uma série de
características geométricas do sistema e do local de medição, essa informação pode ser então
convertida em nível da água. No caso do Thalimedes da OTT, o monitoramento da rotação
desse eixo é feito por um sensor óptico chamado Shaft Encoder (OTT, 2017). Dispositivos
semelhantes ao Shaft Encoder são facilmente encontrados no mercado e até mesmo no interior
de mouse de computadores descartados em nossas casas. O encoder incremental é composto
por uma roda dentada, cortada por um feixe luminoso emitido por um diodo led e recebido
por um fotodiodo.
De caráter ainda exploratório, este estudo de caso propõe incentivar a criação de um
ambiente para desenvolvimento de instrumentação científica nos cursos de oceanografia e

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hidrologia, se valendo para isso de recursos de baixo custo disponíveis no nosso mercado
nacional e até mesmo no lixo eletrônico acumulado em nossas casas

OBJETIVOS

O presente estudo avaliou o desempenho de diferentes encoders de baixo custo para

como potenciais medidores de nível.

METODOLOGIA

Os componentes utilizados na construção do marégrafo foram comprados no mercado

nacional e integrados à uma plataforma de prototipagem de baixo custo chamada Arduino. O
projeto foi pensado de maneira que o usuário pudesse construir sozinho seu próprio
marégrafo.
A unidade de controle encontra-se em uma plataforma de prototipagem Arduino /
Genuíno modelo MEGA que suporta uma microcontroladora ATEMEGA2560 de 8 bits da
família ATMEL (Figura 1 A). A plataforma dispõe de uma entrada para alimentação de 5 a 12
Vcc, uma porta de comunicação serial, 53 entradas digitais e 15 entradas analógicas.

Figura 1. Diagrama em bloco do algoritmo

O algoritmo de controle do sistema foi desenvolvido no software gratuito Arduino

TM
IDE em linguagem baseada em C/C++. Este modelo lógico foi instalado numa
microcontroladora que gerencia as aquisições do sensor e do relógio RTC-DS1307, e, depois,
armazena em um cartao de memória SDCard (Figura 1). Os testes com a placa de
prototipagem foram feitos em bancada, com alimentação via comunicação USB.
Um dos sensores encoder incremental foi extraído de um mouse óptico descartado
como lixo eletrônico. O segundo enconder usado no teste foi o modelo Ky-040 comprado no
mercado nacional, na faixa de 15 reais.
O encoder é um dispositivo eletromecânico que a cada mudança de posição angular
(passo), permitirá ou não a passagem de um sinal elétrico que será traduzido como estados
lógicos. Os encoders do mouse e do modelo Ky-040 se diferenciam pelo número de passos,
24 passos por volta para o primeiro e 48 passos para o segundo. Se o primeiro nível lógico do
canal A e B forem 01 e o último 11, de uma sequencia de 4 bits, o sistema incremeta de 1
valor na variável 'EncoderPosCount++', senão ele decrementa de 1 (Figura 2A).
O experimento consistiu em fixar eixo do encoder ao eixo de uma roda e percorrer
uma trena milimetrada (Figura 2B). Foram testados trajetos retilíneos de 10, 20, 30 e 50 cm.
Para cada distância, foram feitas 60 repetições.

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Figura 2. A- princípio de medição do encoder. B – Experimento com encoder de mouse.

RESULTADOS

O experimento de bancada mostrou que o desempenho do data logger foi bem

sucedido em termos de comunicação e armazenamento de data, hora e leitura do sensor
óptico. O custo do data logger ficou abaixo de 100 reais, mostrando ser uma alternativa de
baixo custo para usos em lugares com risco de perda ou dano. Inclusive, os estudos
conduzidos por Jordão et al. (2016; 2017) confirmaram o mesmo desempenho satisfatório
destes data loggers, só que em condições de campo adversas, tais como, ambientes aquáticos
e com temperaturas extremas (> 70º C).
Por outro lado, os sensores retirados dos mouses apresentaram problemas. Foram
removidos encoders de 12 mouses ópticos, de marcas variadas, porém só foi possivel
aproveitar um. Mesmo este parou de funcionar nos testes preliminares de 10 e 20 cm, com
apenas 10 repetições em cada.
Para estas medições em que foi possível usar o sensor encoder de mouse, ele foi
consistente, mantendo valores aceitáveis (< 5 cm) nas duas estimativas de distância. No
experimento em que se percorreu 10 cm na trena milimetrada, o valor médio das 10 repetições
foi de 10,6±0,9 cm. No experimento em que se percorreu 20 cm, o valor médio das 10
repetições foi de 20,8±0,7 cm. A Figura 3 mostra que a distribuição do erro não foi aleatório,
com tendência de superestimar a distância, principalmente no experimento para 20 cm. Esse
erro sistemático pode estar associado ao método de calibração ou ao baixo número de
repetições. Neste experimento, considerando todas as repetições (N=20) e descontando o erro
médio total (0,7 cm), o intervalo de confiança (± t95,19σe) seria de ± 1,8 cm.
O encoder incremental do modelo Ky-040 para Arduino apresentou leituras mais
confiaveis e um suporte para roldana mais sofisticado, possibilitando uma leitura mais
precisa.
Foram feitas 60 repetições para o comprimento de 30 cm e 50 cm. No experimento em
que se percorreu 30 cm, o valor médio das 60 repetições foi de 29,9±0,4 cm (Figura 3). No
experimento em que se percorreu 50 cm, o valor médio das 60 repetições foi de 49,8±0,3 cm
(Figura 3). Neste experimento, considerando todas as repetições (N=120) e descontando o
erro médio total (-0,1 cm), o intervalo de confiança (± t95,120σe) seria de ± 0,8 cm.

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Figura 3. Histograma das leituras do encoder de mouse para valores de 10 e 20 cm e do

encoder Ky-040 para valores de 30 e 50 cm.

CONCLUSÕES

Os experimentos iniciais mostraram que o encoder Ky-040 e o data logger construído

com tecnologia Arduino são potenciais alternativas de baixo custo para construção de
medidores de nível, para fíns educacionais e científicos.
Os encoders reaproveitados de mouses não passaram pelos teste preliminares, se
mostrando uma opção pouco confiável para usos científicos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

OTT, 2017. Operating instructions Shaft Encoder OTT SE 200. OTT Hydromet GmbH.
Kempten, Germany. 28 p.

JORDÃO, M. D. L.; VINZON, S. B.; GALLO, M. N., 2016. Avaliação do desempenho de

uma alternativa data logger open source de baixo custo para monitoramento
hidrossedimentológicos. XII Encontro Nacional de Engenharia de Sedimentos – ENES. Porto
Velho, RO: 1-8.

JORDÃO, M. D. L.; PAIVA, K. de; FIRMO, H. T.; INÁCIO, C. T.; ROTUNNO, O. C.;
LIMA, T.A., 2017. Low-cost automatic station for compost temperature monitoring. Revista
Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, 21 (11): xx-xx (em impressão).

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