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INTRODUÇÃO
Lajes são elementos planos, em geral horizontais, com duas dimensões muito
maiores que a terceira. A principal função das lajes é receber os carregamentos
atuantes no andar em que estão localizadas, transferindo-os para as vigas de
contorno, estas para os pilares até chegar aos elementos de fundação que
transmitirão as cargas ao solo.
As lajes maciças são moldadas no local. Elas formam, juntamente com as vigas
e os pilares de uma estruturam um conjunto monolítico com transmissão, entre todos
seus elementos de esforços, deslocamentos e deformações. Verifica-se que sua
execução encarece a estrutura, com grande quantidade de forma e escoramento.
2. DIMENSIONAMENTO
2.1. VINCULAÇÃO
Para as bordas comuns de L1-L4, L2-L3 e L3-L4 adota-se que não haja rotação,
enquanto para as demais bordas o giro é permitido. Portanto, resultam os vínculos
indicados na figura 2, e os respectivos casos de laje representados na figura 3 que
serão relevantes para o dimensionamento.
Figura 2 - Vinculação entre as lajes estudadas
𝑙
𝑑≥ (1)
𝜓 ∙𝜓
ℎ = 𝑑 + 𝑐 + 1,5𝜙 (2)
h = 18cm
d = 13,5cm
2.3. CARGAS ATUANTES
Para o cálculo das cargas atuantes faz-se uso dos valores médios presentes
na NBR:6120 (2019). Assim deve-se considerar o peso próprio do concreto armado,
os elementos que constituem o piso, que são as cargas permanentes, bem como as
cargas acidentais recomendadas para o ambiente de uma biblioteca. Temos:
Os valores limites para cada situação de carregamento e para cada uma das
lajes está na tabela 4.
Tabela 4 - Flechas
Flecha limite (cm)
Laje Caso lx (cm) Comb. quase
Carga acidental
permanente
Além disso, de acordo com a NBR 6118:2014, para a verificação dos estados
limites de serviço, deve-se calcular o módulo de elasticidade inicial, optando-se por
agregados à base de granito e a resistência estabelecida, para em seguida
determinarmos o módulo de deformação secante através das respectivas equações:
𝑝 ∙ 𝑙𝑥 𝛼
𝑓= ∙ (5)
𝐸 ∙ ℎ 100
𝑞 ∙ 𝑙𝑥 𝛼
𝑓= ∙ (6)
𝐸 ∙ ℎ 100
∆𝜉
𝛼 = (7)
1 + 50 ∙ 𝜌′
Sendo assim, esse fator de tempo caracteriza-se pelo valor 𝑡0, que é a idade,
em meses, relativa à data de aplicação da carga de longa duração e a retirada do
escoramento, no caso 14 dias. A favor da segurança, considerou-se que todas as
ações atuarão após a retirada do escoramento, nessa data, t0 = 14/30 = 0,47.
, ,
𝜉(𝑡 ) = 0,68 ∙ 0,996 ∙ 0,47 = 0,53
2 − 0,53
𝛼 = = 1,47
1
𝑓 , = 𝑓 ∙ (1 + 1,47) (8)
Tabela 6 - Flecha elástica
lx Flechas elásticas e limites (cm)
Laje Caso λ α α*lx4 fi
(m) ft'inf ft'lim fq fq'lim
L1 3 5,64 1,32 4,5 4553,328 0,0022 0,539 1,504 0,001 1,074
L2 3 4,7 1,75 5,26 2566,712 0,0012 0,304 1,253 0,001 0,895
L3 6 5,65 1,45 2,8 2853,329 0,0014 0,338 1,507 0,001 1,076
L4 4 6,4 1,27 3,73 6257,902 0,003 0,741 1,707 0,002 1,219
Fonte: Os autores (2020)
É observada que a maior das flechas se distancia com folga da maior flecha
limite, que é 1,707cm. Assim é possível reduzir o valor da altura das lajes igualando-
se a maior flecha das lajes, L4, com a flecha limite correspondente, em metros,
lembrando-se que a flecha calculada é imediata, devendo ser multiplicada por 2,47
para a fluência ser considerada:
ℎ = 0,136𝑚 ≅ 0,14𝑚
𝑝∙𝑙
𝑚 = 𝜇 ∙ (9)
100
𝑝∙𝑙
𝑚 = 𝜇 ∙ (10)
100
𝑝∙𝑙
𝑥 = 𝜇 ∙ (11)
100
𝑝∙𝑙
𝑥 = 𝜇 ∙ (12)
100
Onde os coeficientes 𝜇𝑥, 𝜇𝑦, 𝜇𝑥′ e 𝜇𝑦′ são relacionados aos vínculos e as
dimensões fornecidos nos quadros referentes a cada caso. Deste modo, obtém-se os
seguintes resultados:
Tabela 8 - Momentos Fletores
𝑀
𝑑 ≥ 2∙ (13)
𝑏 ∙𝑓
1,4 ∙ 15,68
𝑑 ≥ 2∙ = 0,064𝑚
30000
1 ∙ 1,4
1,4 ∙ 35,31
𝑑 ≥ 2∙ = 0,096𝑚
30000
1 ∙ 1,4
𝑀
𝐾𝑀𝐷 = (14)
𝑏 ∙𝑓 ∙𝑑
2𝐾𝑀𝐷
𝐾𝑋 = 1 − 1 − (15)
𝛼
𝜆 ∙ 𝐾𝑋
𝐾𝑍 = 1 − (16)
2
𝑀
𝐴 = (17)
𝐾𝑍 ∙ 𝑑 ∙ 𝑓
Onde os valores de αc vale 0,85 para concretos de classe até C50 e λ, diferente
do anteriormente relacionado aos lados da laje, igual a 0,8 pelo mesmo motivo. Temos
assim os valores da área de aço em cm²/m e demais constantes nas tabelas a seguir:
Tabela 12 - Espaçamento: L3 e L4
L3 L4
Mx My Xx Mx My Xx Xy
Msd (KN.m) 16,2 5,97 33,44 21,96 14,2 49,44 41,21
As (cm²/m) 3,70 1,33 8,06 5,01 3,23 12,25 10,21
Ø (mm) 8 8 12,5 8 8 12,5 12,5
S (cm) 13,9 22,3 15,7 10 15,9 10 12,3
Sf (cm) 10 20 15 10 10 10 10
Aefetiva (cm²/m) 5,03 2,52 8,2 5,03 5,03 12,3 12,3
Fonte: Os autores (2020)
Laje L1
Laje L2
Laje L4
Laje L1-L4.
Laje L2-L3.
𝑙
𝑞 = 𝑘 ∙𝑝∙ (18)
10
𝑙
𝑞 = 𝑘 ∙𝑝∙ (19)
10
𝑙
𝑞 = 𝑘 ∙𝑝∙ (20)
10
𝑙
𝑞 = 𝑘 ∙𝑝∙ (21)
10
O fator k é tabelado, referente aos diferentes tipos de vinculação das lajes, e a parcela
de cada carregamento que recai sobre as vigas é relacionada à teoria dos quinhões
de carga. Sendo assim, as reações qx e qx’, refere-se a viga perpendicular ao eixo x
e qy e qy’ a uma viga perpendicular ao eixo y. Nesse sentido qx e qy relacionam às
bordas apoiadas e e qx’e qy’ aquelas engastadas.
Assim, nas vigas comuns às duas lajes, o carregamento deve ser somado para se
obter o valor final, é o caso das vigas V5 e V7.
𝑓 , 𝑓 , 𝑓
𝜏 = 0,25 ∙ = 0,25 ∙ 0,7 ∙ = 0,25 ∙ 0,7 ∙ 0,3 ∙
𝛾 𝛾 𝛾 (23)
𝑘 = 1,6 − 𝑑 (24)
𝐴
𝜌 = (25)
𝑏 ∙𝑑
Substituindo os valores pelas constantes já conhecidas, chegamos aos seguintes
resultados:
30 362𝐾𝑁
𝜏 = 0,25 ∙ 0,7 ∙ 0,3 ∙ = 0,362𝑀𝑃𝑎 =
1,4 𝑚
10 ∙ 0,5
𝜌 = = 0,0047 < 0,02
100 ∙ 10,5
𝜎 =0
Portanto, Vsd = 33,05KN < VRd1 = 102,87KN. Logo, não é necessária uma
armadura transversal de cisalhamento. Caso Vsd > VRd1, a armadura deveria ser
dimensionada como em vigas.
𝑉 = 0,5 ∙ 𝛼 ∙𝑓 ∙𝑏 ∙𝑑 (26)
30
𝛼 = 0,7 − = 0,55 > 0,5 ∴ 𝛼 = 0,5
200
30000
𝑉 = 0,5 ∙ 0,5 ∙ ∙ 1 ∙ 0,105 = 562,5𝐾𝑁
1,4
Portanto, Vsd = 33,05KN < VRd2 = 562,5KN. Logo não problemas com a compressão
excessiva das bielas de concreto. Caso Vsd > VRd2, a altura da laje poderia ser
aumentada.