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1.

INTRODUÇÃO

Lajes são elementos planos, em geral horizontais, com duas dimensões muito
maiores que a terceira. A principal função das lajes é receber os carregamentos
atuantes no andar em que estão localizadas, transferindo-os para as vigas de
contorno, estas para os pilares até chegar aos elementos de fundação que
transmitirão as cargas ao solo.

As lajes maciças são moldadas no local. Elas formam, juntamente com as vigas
e os pilares de uma estruturam um conjunto monolítico com transmissão, entre todos
seus elementos de esforços, deslocamentos e deformações. Verifica-se que sua
execução encarece a estrutura, com grande quantidade de forma e escoramento.

O objetivo deste trabalho é o dimensionamento e detalhamento da armadura


do pavimento de lajes maciças, representado na figura 1 abaixo, obedecendo as
características normativas da NBR 6118:2014 e NBR 6120:2019 e o roteiro de cálculo
recomendado por Chust (2004), considerando as seguintes características:

 As salas serão utilizadas para uma biblioteca;


 Todas as lajes deverão ter a mesma espessura;
 Concreto com resistência características fck = 30MPa
 Aço CA-50;
 Cobrimento nominal de 30mm;
 Contrapiso (argamassa de cimento e areia) com espessura de 25mm;
 Reboco fundo da laje argamassa de cimento e areia com 15mm de espessura;
 Revestimento de piso de granito com 20mm;
 Espessura média de argamassa colante de 3mm;
Figura 1 - Painel de lajes estudado

2. DIMENSIONAMENTO
2.1. VINCULAÇÃO

Como o método de cálculo considera a separação do painel de lajes em seus


elementos constituintes, o primeiro passo é discretizá-lo. Nesse sentido, cada região
contida entre quatro vigas será considerada uma laje, de tal forma que teremos um
total de quatro elementos desse tipo.

Assim, a vinculação entre suas bordas levará em consideração a rigidez à


rotação apresentada com seus contornos engastados ou simplesmente apoiados.

Para as bordas comuns de L1-L4, L2-L3 e L3-L4 adota-se que não haja rotação,
enquanto para as demais bordas o giro é permitido. Portanto, resultam os vínculos
indicados na figura 2, e os respectivos casos de laje representados na figura 3 que
serão relevantes para o dimensionamento.
Figura 2 - Vinculação entre as lajes estudadas

Figura 3 - Situações de vinculação das placas isoladas


constantes no quadro

Assim, temos que as lajes estudadas L1 e L2 se enquadram no caso 3, enquanto


L3 e L4 correspondem aos casos 6 e 4, respectivamente.
2.2. PRÉ-DIMENSIONAMENTO

O pré-dimensionamento da altura das lajes será feito de acordo com a NBR


6118(1980), já que a versão de 2014 não menciona uma altura como ponto de partida
inicial da laje, com valores de 𝜓2 (coeficiente dependente das condições de vinculação
e dimensões da laje) e 𝜓3=25 (CA-50, laje maciça) e 𝑙 (menor dos dois vãos das lajes).
Utilizam-se as equações:

𝑙
𝑑≥ (1)
𝜓 ∙𝜓
ℎ = 𝑑 + 𝑐 + 1,5𝜙 (2)

Como c = 3cm, e adotando-se para pré-dimensionamento ∅ = 10mm = 1cm,


resulta ℎ = 𝑑 + 4,5. A seguir está apresentada a tabela do cálculo de pré-
dimensionamento:

Tabela 1 - Pré-dimensionamento da altura das lajes


lx ly d c Ø c+1,5Ø h
Laje λ Caso ψ2 ψ3
(m) (m) (m) (cm) (cm) (m) (m)
1 5,64 7,4 1,31 3 1,61 25 0,140 3 1 0,0450 0,1851
2 4,7 8,1 1,72 3 1,49 25 0,126 3 1 0,0450 0,1712
3 5,65 8,1 1,43 6 1,81 25 0,125 3 1 0,0450 0,1699
4 6,4 8,1 1,27 4 1,68 25 0,152 3 1 0,0450 0,1974
Fonte: Os autores (2020)

Pelos resultados, a maior altura necessária é de 19,7cm. No entanto é um valor


para efeito de pré-dimensionamento, sendo assim será adotado um valor menor de h
e verificado se o mesmo atende às limitações normativas, caso contrário, aumenta-se
a altura e verifica-se novamente quando ao deslocamento vertical. Como as quatro
lajes devem ter a mesma altura, adota-se:

h = 18cm

d = 13,5cm
2.3. CARGAS ATUANTES

Para o cálculo das cargas atuantes faz-se uso dos valores médios presentes
na NBR:6120 (2019). Assim deve-se considerar o peso próprio do concreto armado,
os elementos que constituem o piso, que são as cargas permanentes, bem como as
cargas acidentais recomendadas para o ambiente de uma biblioteca. Temos:

Tabela 2 - Cálculo das cargas permanentes (g)

Carga γ (kN/m3) Espessura (m) Carga/m² (kN/m²)


Peso próprio 25 0,18 4,5
Contrapiso 21 0,025 0,525
Reboco 21 0,015 0,315
Revestimento 28,5 0,02 0,57
Argamassa 15 0,003 0,045
Carga total (KN/m²) 5,955
Fonte: Os autores (2020)

Tabela 3 - Cálculo das cargas acidentais (q)


Ambiente Carga/m² (kN/m²)
Biblioteca 4
Fonte: Os autores, 2020

Temos que realizar a combinação quase permanente, necessária na


verificação do estado limite de deformação excessiva, que é obtida considerando-se
as cargas permanentes mais a parcela de ψ1 = 0,4 da carga acidental. Temos assim
p = 7,55KN/m²

2.4. VERIFICAÇÃO DAS FLECHAS

Os deslocamentos máximos (flechas) calculados para a combinação quase


permanente e para a carga acidental, neste caso, deverão atender aos limites
apresentados abaixo, sendo considerado o valor de 2/3 do limite total do
deslocamento que há entre a laje e as vigas:
 Para a combinação quase permanente (considerando a fluência)
somente para a laje: (2/3)*(l/250) = l/375
 Para apenas a carga acidental somente para a laje: (2/3)*(l/250) = l/525.

Os valores limites para cada situação de carregamento e para cada uma das
lajes está na tabela 4.

Tabela 4 - Flechas
Flecha limite (cm)
Laje Caso lx (cm) Comb. quase
Carga acidental
permanente

L1 3 564 1,504 1,074


L2 3 470 1,253 0,895
L3 6 565 1,507 1,076
L4 4 640 1,707 1,219
Fonte: Os autores (2020)

Além disso, de acordo com a NBR 6118:2014, para a verificação dos estados
limites de serviço, deve-se calcular o módulo de elasticidade inicial, optando-se por
agregados à base de granito e a resistência estabelecida, para em seguida
determinarmos o módulo de deformação secante através das respectivas equações:

𝐸 = 𝛼 ∙ 5600 ∙ 𝑓𝑐𝑘 (3)


𝐸 = 𝛼 ∙𝐸 (4)
Temos assim:

Tabela 5 - Módulos de Elasticidades


Eci (MPa) 30672,46322
Ecs (MPa) 26991,76763
Ecs (KN/m²) 26991767,63
Fonte: Os autores (2020)

A flecha imediata ou elástica é aquela que ocorre quando é aplicado o primeiro


carregamento na peça, que não leva em conta os efeitos da fluência. Já a flecha
diferida no tempo é aquela que leva em conta o fato do carregamento atuar na
estrutura ao longo do tempo, causando a sua deformação lenta ou fluência.
Deste modo, calcula-se a flecha elástica para a carga obtida com a combinação
permanente e a flecha para a carga acidental, respectivamente:

𝑝 ∙ 𝑙𝑥 𝛼
𝑓= ∙ (5)
𝐸 ∙ ℎ 100
𝑞 ∙ 𝑙𝑥 𝛼
𝑓= ∙ (6)
𝐸 ∙ ℎ 100

Onde o valor da constante α é relativo às características geométricas do


elemento submetido à carga uniformemente distribuída.

Para o efeito da fluência ser considerado, deve-se utilizar a carga da


combinação quase permanente e relacionar coeficientes em função do tempo de
aplicação da carga (ξ) e da armadura comprimida (ρ’), segundo a equação:

∆𝜉
𝛼 = (7)
1 + 50 ∙ 𝜌′
Sendo assim, esse fator de tempo caracteriza-se pelo valor 𝑡0, que é a idade,
em meses, relativa à data de aplicação da carga de longa duração e a retirada do
escoramento, no caso 14 dias. A favor da segurança, considerou-se que todas as
ações atuarão após a retirada do escoramento, nessa data, t0 = 14/30 = 0,47.

Os coeficientes ξ para as idades 𝑡0 = 0,47 e para o tempo infinito são:

, ,
𝜉(𝑡 ) = 0,68 ∙ 0,996 ∙ 0,47 = 0,53

𝜉(∞) = 2 (𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑓𝑖𝑥𝑜 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 𝑞𝑢𝑒 70 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠)

Como não há armadura comprimida, ρ’ = 0, resultando 𝛼𝑓:

2 − 0,53
𝛼 = = 1,47
1

O valor da flecha total no tempo infinito será aquela correspondente à


combinação quase permanente multiplicada por (1 + 𝛼𝑓). Os valores obtidos estão na
tabela a seguir.

𝑓 , = 𝑓 ∙ (1 + 1,47) (8)
Tabela 6 - Flecha elástica
lx Flechas elásticas e limites (cm)
Laje Caso λ α α*lx4 fi
(m) ft'inf ft'lim fq fq'lim
L1 3 5,64 1,32 4,5 4553,328 0,0022 0,539 1,504 0,001 1,074
L2 3 4,7 1,75 5,26 2566,712 0,0012 0,304 1,253 0,001 0,895
L3 6 5,65 1,45 2,8 2853,329 0,0014 0,338 1,507 0,001 1,076
L4 4 6,4 1,27 3,73 6257,902 0,003 0,741 1,707 0,002 1,219
Fonte: Os autores (2020)

É observada que a maior das flechas se distancia com folga da maior flecha
limite, que é 1,707cm. Assim é possível reduzir o valor da altura das lajes igualando-
se a maior flecha das lajes, L4, com a flecha limite correspondente, em metros,
lembrando-se que a flecha calculada é imediata, devendo ser multiplicada por 2,47
para a fluência ser considerada:

7,55 ∙ 6,4 3,73


∙ ∙ 2,47 = 0,01707
26991767,63 ∙ ℎ 100

ℎ = 0,136𝑚 ≅ 0,14𝑚

Obtemos assim uma redução considerável de h, que, por conseguinte reduz o


consumo de concreto com a nova altura de 14cm. Portanto, será adotado um valor de
h = 15cm e d = 10,5cm para ambas as armaduras, positiva e negativa.

2.5. CARREGAMENTO CORRIGIDO

Com a nova altura, o carregamento atuante nas lajes, relacionados a peso


próprio, serão recalculados. Temos:
Tabela 7 - Cálculo das cargas permanentes
corrigido (g)
γ Espessura Carga/m²
Carga 3
(kN/m ) (m) (kN/m²)
Peso próprio 25 0,15 3,75
Contrapiso 21 0,025 0,525
Reboco 21 0,015 0,315
Revestimento 28,5 0,02 0,57
Argamassa 15 0,003 0,045
Carga total (KN/m²) 5,20
Fonte: Os autores, 2020

O valor da carga acidental permanece o mesmo de q=4KN/m² e o carregamento


total atinge o valor de p + q = 9,2KN/m².

2.6. MOMENTOS FLETORES

Serão calculados os momentos fletores para a carga total 9,2KN/m², verificada


a altura útil mínima, feitas as correções necessárias, e calculados a altura e momentos
finais. Os momentos máximos positivos e negativos, nas lajes, por unidade de
comprimento (faixa unitária), são calculados através das respectivas expressões:

𝑝∙𝑙
𝑚 = 𝜇 ∙ (9)
100
𝑝∙𝑙
𝑚 = 𝜇 ∙ (10)
100
𝑝∙𝑙
𝑥 = 𝜇 ∙ (11)
100
𝑝∙𝑙
𝑥 = 𝜇 ∙ (12)
100

Onde os coeficientes 𝜇𝑥, 𝜇𝑦, 𝜇𝑥′ e 𝜇𝑦′ são relacionados aos vínculos e as
dimensões fornecidos nos quadros referentes a cada caso. Deste modo, obtém-se os
seguintes resultados:
Tabela 8 - Momentos Fletores

Laje lx (m) λ plx²/100 μx Mx μy My μx' Xx μy' Xy


L1 5,64 1,31 2,93 5,2 15,22 2,42 7,08 10,48 30,67 - -
L2 4,7 1,72 2,03 6,24 12,68 1,74 3,54 11,92 24,22 - -
L3 5,65 1,43 2,94 3,94 11,57 1,45 4,26 8,13 23,88 - -
L4 6,4 1,27 3,77 4,16 15,68 2,69 10,14 9,37 35,31 7,81 29,43
Fonte: Os autores (2020)

A determinação da altura mínima corresponde ao estudo de seções


retangulares submetidas à flexão, sendo relacionado a uma faixa de laje de largura
unitária, segundo a fórmula:

𝑀
𝑑 ≥ 2∙ (13)
𝑏 ∙𝑓

Onde Md é o momento de cálculo ponderado pelo fator de γf = 1,4 e fdc a


resistência de cálculo do concreto minorada pelo mesmo fator, bw é a largura unitária.
Assim levamos em consideração os maiores momentos positivos e negativos,
respectivamente:

1,4 ∙ 15,68
𝑑 ≥ 2∙ = 0,064𝑚
30000
1 ∙ 1,4

1,4 ∙ 35,31
𝑑 ≥ 2∙ = 0,096𝑚
30000
1 ∙ 1,4

Percebe-se que ambos os valores são menores que o encontrado em 2.4,


portanto a laje está a favor da segurança, tanto com relação a altura útil mínima, como
ao controle de flechas.

2.7. DETALHAMENTO DAS ARMADURAS


2.7.1. ARMADURAS LONGITUDINAIS

Para o cálculo das armaduras será empregada a altura útil de 10,5 cm


determinada anteriormente. No caso das armaduras negativas, esse valor está a favor
da segurança. O cálculo da armadura é feito da mesma maneira que em vigas
retangulares sob flexão simples para uma faixa de laje de largura igual a 1,0 m. Como
para as armaduras positivas e negativas a altura útil é maior que a mínima, o aço
CA50, trabalhará com sua capacidade total, ou seja, 𝜀𝑆 > 𝜀𝑦𝑑 = 0,207% e a resistência
do aço será 𝑓𝑠 = 𝑓𝑦𝑘 = 50𝑘𝑁/𝑐𝑚2. A resistência característica do concreto é 𝑓𝑐𝑘 =
30.000kN/𝑚2.

Admitindo a equivalência com o método de vigas retangulares, será calculado


as constantes adimensionais KMD, KX e KZ para ser possível o cálculo da área de
aço, As, com as formulações:

𝑀
𝐾𝑀𝐷 = (14)
𝑏 ∙𝑓 ∙𝑑

2𝐾𝑀𝐷
𝐾𝑋 = 1 − 1 − (15)
𝛼

𝜆 ∙ 𝐾𝑋
𝐾𝑍 = 1 − (16)
2
𝑀
𝐴 = (17)
𝐾𝑍 ∙ 𝑑 ∙ 𝑓
Onde os valores de αc vale 0,85 para concretos de classe até C50 e λ, diferente
do anteriormente relacionado aos lados da laje, igual a 0,8 pelo mesmo motivo. Temos
assim os valores da área de aço em cm²/m e demais constantes nas tabelas a seguir:

Tabela 9 - Armaduras longitudinais: L1 e L2


L1 L2
Mx My Xx Mx My Xx
Mk 15,22 7,08 30,67 12,68 3,54 24,22
Msd 21,31 9,92 42,94 17,76 4,96 33,91
bw 1 1 1 1 1 1
d 0,105 0,105 0,105 0,105 0,105 0,105
fck 30000 30000 30000 30000 30000 30000
fcd 21428,6 21428,6 21428,6 21428,6 21428,6 21428,6
fyd 43,478 43,478 43,478 43,478 43,478 43,478
KMD 0,090 0,042 0,182 0,075 0,021 0,144
KX 0,141 0,063 0,304 0,116 0,031 0,233
KZ 0,944 0,975 0,878 0,954 0,987 0,907
As 4,95 2,23 10,71 4,08 1,10 8,19
Fonte: Os autores (2020)
Tabela 10 - Armaduras longitudinais: L3 e L4
L3 L4
Mx My Xx Mx My Xx Xy
Mk 11,57 4,26 23,88 15,68 10,14 35,31 29,43
Msd 16,2 5,97 33,44 21,96 14,2 49,44 41,21
bw 1 1 1 1 1 1 1
d 0,105 0,105 0,105 0,105 0,105 0,105 0,105
fck 30000 30000 30000 30000 30000 30000 30000
fcd 21428,6 21428,6 21428,6 21428,6 21428,6 21428,6 21428,6
fyd 43,478 43,478 43,478 43,478 43,478 43,478 43,478
KMD 0,069 0,025 0,142 0,093 0,060 0,209 0,174
KX 0,105 0,038 0,229 0,145 0,092 0,359 0,290
KZ 0,958 0,985 0,908 0,942 0,963 0,856 0,884
As 3,70 1,33 8,06 5,11 3,23 12,65 10,21
Fonte: Os autores (2020)

A armadura mínima para a seção de concreto, obedece ao item 17.3.5.2 da


NBR 6128:2014, que para um concreto da classe C30, deve ser da ordem de 0,15%
da área da seção transversal. Assim, para uma faixa de largura unitária e altura de
15cm, temos que a mínima armadura será de 2,25cm²/m. Às áreas de aço contidas
nas tabelas 9 e 10 que forem inferiores ao mínimo, serão igualadas a ele, caso
contrário permanece igual ao calculado.

Assim, optou-se pelos diâmetros Ø8mm e Ø12,5mm para as armaduras


positivas e negativas, respectivamente. De tal forma que o espaçamento e área de
aço efetiva fique o mais otimizado possível, obedecendo critérios normativos,
aproximando-se da área de aço calculada, ainda sim verificado a uniformidade das
escolhas de bitolas, prevendo situações práticas no canteiro de obra, onde pode não
haver um controle rigoroso de qualidade de quem irá executar o serviço, assim temos
os dados especificados na tabela abaixo:
Tabela 11 - Espaçamento: L1 e L2
L1 L2
Mx My Xx Mx My Xx
Msd (KN.m) 21,31 9,92 42,94 17,76 4,96 33,91
As (cm²/m) 4,95 2,25 10,71 4,08 2,25 8,19
Ø (mm) 8 8 12,5 8 8 12,5
S (cm) 10,1 22,3 11,5 12,8 22,3 15,64
Sf (cm) 10 20 10 10 20 15
Aefetiva (cm²/m) 5,03 2,52 12,3 5,03 2,52 8,2
Fonte: Os autores (2020)

Tabela 12 - Espaçamento: L3 e L4
L3 L4
Mx My Xx Mx My Xx Xy
Msd (KN.m) 16,2 5,97 33,44 21,96 14,2 49,44 41,21
As (cm²/m) 3,70 1,33 8,06 5,01 3,23 12,25 10,21
Ø (mm) 8 8 12,5 8 8 12,5 12,5
S (cm) 13,9 22,3 15,7 10 15,9 10 12,3
Sf (cm) 10 20 15 10 10 10 10
Aefetiva (cm²/m) 5,03 2,52 8,2 5,03 5,03 12,3 12,3
Fonte: Os autores (2020)

2.7.2. COMPRIMENTO FINAL DAS BARRAS POSITIVAS

As barras positivas seguirão recomendações de acordo com a NBR 618:2014.


Sendo assim, toda armadura positiva será levada até as vigas e prolongadas acima
dos 4cm do eixo do apoio sugerido pela norma, respeitando o valor do cobrimento,
temos:

Laje L1

 lx = 564 – 2*3 + 2*7,5 = 573cm (N1)


 ly = 740 – 2*3 + 2*7,5 = 749cm (N2)

Laje L2

 lx = 470 – 2*3 + 2*7,5 = 479cm (N3)


 ly = 810 – 2*3 + 2*7,5 = 819cm (N4)
Laje L3

 lx = 565 – 2*3 + 2*7,5 = 574cm (N5)


 ly = 810 – 2*3 + 2*7,5 = 819cm (N4)

Laje L4

 lx = 640 – 2*3 + 2*7,5 = 649cm (N6)


 ly = 810 – 2*3 + 2*7,5 = 819cm (N4)

2.7.3. COMPRIMENTO FINAL DAS BARRAS NEGATIVAS

As barras negativas, tal qual as positivas, seguirão recomendações de acordo


com a NBR 6118:2014. Assim, a armadura se estenderá uma distância de 25% de lx,
sendo este o menor lado, para o interior da laje, a essa medida será acrescentado o
valor do comprimento de ancoragem reto, considerando região de boa aderência e
por fim, haverá um gancho reto na ponta das barras, se prolongando até o limite do
cobrimento inferior da laje.

Tabela 13 - Comprimento de ancoragem reto, lb


fctm fctK,inf fctd fbd fbd lb
η1 η2 η3
(MPa) (MPa) (MPa) (MPa) (KN/cm²) (m)
2,25 1 1 2,896 2,028 1,448 3,259 0,326 42
Fonte: Os Autores (2020)

Laje L1-L4.

 Comprimento na laje L1: 0,25*564 + 42 + 9 = 192cm


 Comprimento na laje L4: 0,25*640 + 42 + 9 = 211cm
 Comprimento total: 403cm (N7)

Laje L2-L3.

 Comprimento na laje L2: 0,25*470 + 42 + 9 = 169cm


 Comprimento na laje L3: 0,25*565 + 42 + 9 = 193cm
 Comprimento total: 361cm (N8)
Laje L3-L4.

 Comprimento na laje L3: 0,25*565 + 42 + 9 = 193cm


 Comprimento na laje L4: 0,25*640 + 42 + 9 = 211cm
 Comprimento total: 404cm (N9)

A observação fica por conta do encontro da laje L3 e L4 que possuíam


armaduras de mesma bitola, mas espaçamentos distintos. Portanto, optou-se por
igualar o espaçamento para a Ø12,5mm a cada 10cm, referente ao contido em L4.

2.7.4. Quantidade de barras presentes e resumo de aço

A quantidade de barras será calculada dividindo-se a distância de eixo a eixo


de uma direção pelo espaçamento adotado. Na tabela seguinte tais dados junto ao
resumo de aço.

Tabela 13 – Lista de barras


Comprimentos
Ø Eixo-Eixo S (m)
Barra Qtd
(mm) (cm) (m)
Unitário Total
N1 8 740 10 74 5,73 424,02
N2 8 564 20 28 7,49 209,72
N3 8 810 10 81 4,79 387,99
N4 8 470 20 23 8,19 565,11
N5 8 810 10 81 5,74 464,94
N6 8 565 20 28 6,49 181,72
N7 12,5 740 10 74 4,03 298,22
N8 12,5 810 15 54 3,61 194,94
N9 12,5 810 10 81 4,04 327,24
Fonte: Os autores (2020)

Dessa forma, o resumo de aço encontra-se logo abaixo.

Tabela 14 - Resumo de aço


Ø Massa Comprimento Peso
(mm) (Kg/m) (m) (kg)
8 0,395 2233,5 882,23
12,5 0,963 820,4 790,05
Total 1672,3
Fonte: Os autores (2020)
2.8. Reações nas vigas de contorno

As reações nas vigas de contorno devido ao carregamento proveniente das


lajes são calculadas segundo as equações:

𝑙
𝑞 = 𝑘 ∙𝑝∙ (18)
10
𝑙
𝑞 = 𝑘 ∙𝑝∙ (19)
10
𝑙
𝑞 = 𝑘 ∙𝑝∙ (20)
10
𝑙
𝑞 = 𝑘 ∙𝑝∙ (21)
10
O fator k é tabelado, referente aos diferentes tipos de vinculação das lajes, e a parcela
de cada carregamento que recai sobre as vigas é relacionada à teoria dos quinhões
de carga. Sendo assim, as reações qx e qx’, refere-se a viga perpendicular ao eixo x
e qy e qy’ a uma viga perpendicular ao eixo y. Nesse sentido qx e qy relacionam às
bordas apoiadas e e qx’e qy’ aquelas engastadas.

Os resultados em KN/m, estão representados na tabela seguinte, para a carga p de


9,2KN/m²:

Tabela 15 - Reações nas vigas de contorno

Laje lx (m) λ plx kx qx ky qy kx' qx' ky' qy'


L1 5,64 1,31 51,89 2,63 13,647 1,83 9,50 4,55 23,61 - -
L2 4,7 1,72 43,24 2,87 12,410 1,83 7,91 4,97 21,49 - -
L3 5,65 1,43 51,98 - - 1,44 7,49 3,97 20,64 - -
L4 6,4 1,27 58,88 2,2 12,954 1,83 10,78 3,8 22,37 3,17 18,66
Fonte: Os autores (2020)

Assim, nas vigas comuns às duas lajes, o carregamento deve ser somado para se
obter o valor final, é o caso das vigas V5 e V7.

2.9. Verificação ao cisalhamento

A verificação da necessidade de utilização de armadura de cisalhamento nas lajes


será feita para a laje L1, que apresenta o maior valor de esforço cortante, junto à viga
V2. Portanto será comparado o valor da força cortante de cálculo, Vsd, com a força
resistente de projeto ao cisalhamento. O valor de Vsd será:
𝑉 = 1,4 ∙ 𝑉 = 1,4 ∙ 23,61 = 33,05𝐾𝑁

O valor da força resistente de projeto, VRd1 é dado pela seguinte equação:

𝑉 = [𝜏 ∙ 𝑘 ∙ (1,2 + 40 ∙ 𝜌 ) + 0,15 ∙ 𝜎 ] ∙ 𝑏 ∙ 𝑑 (22)


Temos assim que:

𝑓 , 𝑓 , 𝑓
𝜏 = 0,25 ∙ = 0,25 ∙ 0,7 ∙ = 0,25 ∙ 0,7 ∙ 0,3 ∙
𝛾 𝛾 𝛾 (23)

𝑘 = 1,6 − 𝑑 (24)
𝐴
𝜌 = (25)
𝑏 ∙𝑑
Substituindo os valores pelas constantes já conhecidas, chegamos aos seguintes
resultados:

30 362𝐾𝑁
𝜏 = 0,25 ∙ 0,7 ∙ 0,3 ∙ = 0,362𝑀𝑃𝑎 =
1,4 𝑚

𝑘 = 1,6 − 0,105 = 1,95 > 1

10 ∙ 0,5
𝜌 = = 0,0047 < 0,02
100 ∙ 10,5

𝜎 =0

𝑉 = [362 ∙ 1,95 ∙ (1,2 + 40 ∙ 0,0047) + 0,15 ∙ 0] ∙ 1 ∙ 0,105 = 102,87𝐾𝑁

Portanto, Vsd = 33,05KN < VRd1 = 102,87KN. Logo, não é necessária uma
armadura transversal de cisalhamento. Caso Vsd > VRd1, a armadura deveria ser
dimensionada como em vigas.

2.10. Verificação da compressão da diagonal de concreto

A verificação da compressão do esmagamento das bielas de concreto é feita


comparando Vsd com VRd2, dado pela equação:

𝑉 = 0,5 ∙ 𝛼 ∙𝑓 ∙𝑏 ∙𝑑 (26)

Temos assim que:


𝑓
𝛼 = 0,7 − (27)
200

Substituindo os valores pelas constantes já conhecidas, chegamos aos seguintes


resultados:

30
𝛼 = 0,7 − = 0,55 > 0,5 ∴ 𝛼 = 0,5
200

30000
𝑉 = 0,5 ∙ 0,5 ∙ ∙ 1 ∙ 0,105 = 562,5𝐾𝑁
1,4

Portanto, Vsd = 33,05KN < VRd2 = 562,5KN. Logo não problemas com a compressão
excessiva das bielas de concreto. Caso Vsd > VRd2, a altura da laje poderia ser
aumentada.

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