Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
REPARO DE ESTRUTURAS
GOIÂNIA
2022
PROPOSTA
Conforme explanado em sala de aula, o princípio para a estimativa da capacidade portante residual de uma
estrutura em concreto armado é feita a partir do levantamento das condições das seções transversais críticas
do(s) elemento(os) deteriorado(s) da estrutura. Assim, o processo consiste em avaliar os esforços internos
(resistentes) da seção transversal levando-se em consideração suas partes íntegras. Também, numa situação
de reforço estrutural, deve-se quantificar os novos esforços solicitantes e determinar quais os acréscimos de
seção transversal (concreto e aço) a serem implementados. Se se optar pelo uso de outros materiais de
reforço como chapas de aço ou compósitos com fibras de carbono, por exemplo, uma vez especificados estes
materiais, deve-se calcular suas respectivas áreas de seção transversal considerando-se o equilíbrio entre
esforços internos e externos. Com isso em mente, pede-se apresentar:
O modelo foi desenvolvido para o dimensionamento de chapas metálicas coladas com resina epóxi utilizadas
para reforço estrutural de vigas de concreto. Esse reforço funciona para os esforços de flexão. Nesse método
de dimensionamento, feito para o estágio II de deformação do concreto, considera-se algumas das hipóteses
de Bernoulli, como que a seção da viga permanece plana após a deformação; considera-se também que a
distância do ponto da seção até a linha neutra da mesma é proporcional à deformação por ela sofrida com a
aplicação da tensão associada.
O método de Bressen considera que a chapa metálica é colada no concreto após a aplicação das cargas
permanentes neste, o que fica nítido na Figura 1.1. Após a colagem da chapa de aço passa a ser considerada
também a sobrecarga, o que também é facilmente contemplado pela Figura 1.1, que mostra a sobreposição
das deformações sofridas devido a cada grupo de esforços (permanentes e variáveis).
Nela, A R é a área da chapa de aço utilizada como reforço estrutural, A representa a armadura positiva da
viga, b é a largura da viga; σ Ci indica a tensão resistente do concreto à compressão; σ A i indica a tensão
resistente da armadura da viga à tração e σ AR representa a resistência combinada da chapa e da armadura à
tração. Zi é a altura útil da seção e a é a distância entre a linha neutra até o topo da seção. M P indica as
cargas permanentes e M S a sobrecarga.
A largura da chapa é arbitrada como igual à da viga e sua espessura (e R ) é obtida através do equilíbrio de
momentos no diagrama que sobrepõe os efeitos da carga permanente e da sobrecarga. Basicamente, o
equilíbrio dos momentos nos leva à Equação 1.1, que, rearranjada, se torna a Equação 1.2, que possibilita o
cálculo dessa espessura. Considerando que já temos a largura, conforme explicado no início deste parágrafo,
assim chegamos á “quantificação” do elemento de reforço por seção da viga segundo o Método de Bressen.
O cálculo de σ Ci precisa ser feito conforme indica o a teoria clássica para o estádio II de dimensionamento
do concreto armado.
A R=
1
σ AR × Z 2 [ a²
× ( M P + M S ) + ( σ C 1 +σ C 2 ) × ×b−( σ A 1 +σ A 2 ) × A ×Z 1
6 ] (1.1)
eR =
1
σ AR × Z2 ×b [ a²
× ( M P + M S ) + ( σ C 1 +σ C 2 ) × ×b−( σ A 1 +σ A 2 ) × A ×Z 1
6 ] (1.2)
A Figura 1.2 ilustra esse processo, sendo que, nela, σ C P é a tensão que surge no concreto devido à
aplicação da carga permanente ( M P ¿ e N i é o esforço de compressão que surge nas fibras superiores da
seção devido à essa mesma carga. ε C P é, portanto, a deformação que surge nesse mesmo local devido à
aplicação da carga permanente. Quando a diferença em relação a esses índices é a letra s no lugar da letra
p, dá-se a eles significado equivalente, agora associado à aplicação das cargas variáveis (sobrecarga).
Quando a letra s vem no lugar da letra c , tem-se a tensão e a deformação na armadura da viga. ε SRS e σ SRS
são referentes, respectivamente, à deformação e à tensão sofrida e atuante pela chapa de aço devido à
aplicação da carga variável.
Novamente, as dimensões do reforço são calculadas a partir de um rearranjo da equação de equilíbrio dos
momentos. A Equação 1.3 mostra o equilíbrio de momentos aplicado para esse caso e, a Equação 1.4,
mostra seu rearranjo, que facilita o cálculo.
MS
A R= −A (1.4)
σ SRS × Z S
A ancoragem da chapa, a princípio, se dá apenas pela aplicação da resina epóxi. Em chapas mais espessas
que 3mm, deve-se utilizar também a ancoragem mecânica, através do uso de chumbadores. Nessa seção,
será falado sobre a ancoragem através da aplicação da resina, que deve transferir à chapa as tensões de
tração atuantes nas fibras inferiores da viga. Esse comprimento de ancoragem é determinado a partir da
tensão que deve ser suportada pela resina (para que ela possa ser transferida à chapa).
Souza e Ripper (1998) trazem um modelo de cálculo desse comprimento que se baseia em considerar a
distribuição da força resultante T R ef como triangular ao longo do comprimento da chapa (e da resina). O
valor máximo que essa resultante pode assumir em cada ponto é determinado pela Equação 2.1, onde s é o
desvio padrão dos ensaios reais de colagem realizados, ou seja, essa equação tem base empírica também. A
Figura 2.1 indica essa ideia. Nela, l a 1 é o comprimento de ancoragem que deve ser calculado pelo equilíbrio
de forças longitudinais. Essa ideia vale para tensões antes da última (de ruptura).
f TK =f T M −1,64 × s (2.1)
Quando temos a tensão de ruptura, ilustrada na Figura 2.2, temos um valor máximo, obviamente, que é o do
la 2
centro da distribuição. Precisamos dividir a ancoragem em dois trechos ( ), sendo que ela (l a 2) também
2
pode ser calculada pelo equilíbrio das forças longitudinais.
F FC
A FC = (5.1)
σ FC
Por fim, a escolha da fibra mais adequada será baseada em qual oferece o reforço necessário pelo melhor
preço e maior simplicidade de aplicação (ADORNO; DIAS; SILVEIRA, 2015).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS