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Escola de Engenharia
Grupo 5
A100800 André Pereira Ferreira
A100671 Jorge Miguel Alves Marques
A100791 Mariana da Silva Pereira
A100873 Mariana Dias Amaro
A100717 Rui Pedro Diz Ribeiro
1. Descrição
No âmbito da unidade curricular de Mecânica dos Materiais II foi proposto a
análise de concentrações de tensões dum componente à escolha pelo grupo através de
cálculos analíticos e simulação de elementos finitos. Para esse efeito, são calculadas todas
as reações e tensões presentes no componente selecionado bem como esquemas e
diagramas de corpo livre que sejam necessários para o estudo das concentrações.
2. Componente
O componente escolhido pelo grupo foi uma fivela dum cinto de segurança (figura
1), sendo esta uma peça fundamental do seu sistema de retenção. Esta tem como função
garantir que o cinto permaneça preso à volta do corpo do utilizador, evitando que o corpo
seja projetado em caso de acidente ou colisão. As fivelas podem apresentar diferentes
formas dependendo do modelo desejado. Por forma a facilitar o trabalho, optou-se por
analisar apenas a parte metálica que compõe a fivela do cinto.
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3. Condições de fronteira
De modo a elaborar o estudo, definiram-se condições de fronteira na peça a
analisar garantindo a viabilidade da sua resolução. Optou-se por isolar apenas a parte
metálica do cinto de segurança (fivela) e focar o estudo no furo localizado na sua
extremidade inferior, onde se encontram maiores concentrações de tensões. Escolheu-se
ainda substituir o furo quadrangular por um circular com um raio de 5mm e considerou-
se que a parte de cima não teria qualquer tipo de abertura, de maneira que fosse possível
simplificar a sua resolução (figura 2).
a b
Posteriormente, para o cálculo das reações a que a peça está sujeita, considerou-
se a aplicação de uma carga axial de 500N na extremidade livre da fivela (parte de maior
largura) que simboliza a força desenvolvida pelo tronco de um indivíduo na sua
utilização. E ainda que, a extremidade inferior (de menor largura) se encontra encastrada
e fixa. Podemos assumir que só se iram desenvolver reações na direção da força aplicada,
pois é o único eixo onde existem solicitações.
Assim, com vista as condições enunciadas, obteve-se a esquematização
representativa da peça com as respetivas cotas e seguinte diagrama de corpo livre (figuras
3 e 4).
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F F’ F
4. Resolução analítica
Concentração de tensões é um aumento localizado na magnitude da tensão que
ocorre em áreas onde há uma mudança abrupta na geometria, como furo, entalhes e
curvas. Perante isto, é esperado que a maior concentração de tensões se encontre em volta
do furo.
Para a resolução analítica, considou-se a seguinte relação:
𝜎𝑚á𝑥
𝐾= (1)
𝜎𝑚𝑒𝑑
sendo K o fator de concentração de tensões, que é dado tendo em conta os gráficos
fornecidos pelos docentes da UC. Perante isso, selecionou-se o gráfico que corresponde
ao perfil em estudo (figura 5).
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𝐾 ≈ 2,18
Após encontrado o valor K (K=2,18), calculou-se a tensão média que é dada pelo
quociente entre a força aplicada (F) e a área da secção (A):
𝐹
𝜎𝑚𝑒𝑑 = (3)
𝐴
Assumindo um valor de 500𝑁 para F e uma área de 3 × 10−5 𝑚𝑚2, dada pela
expressão 𝐴 = (𝐷 − 2𝑟) × 𝑏, onde b corresponde à espessura da peça, substituem-se
estes valores na equação (3), obtendo-se o valor para tensão média 𝜎𝑚𝑒𝑑 ≈ 16,67𝑀𝑃𝑎.
Recorrendo à relação enunciada em (1), conclui-se que
𝜎𝑚𝑎𝑥 = 𝜎𝑚𝑒𝑑 × 𝐾 ≈ 36,33 𝑀𝑃𝑎
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6. Conclusões
Ao analisar os resultados obtidos pelo método analítico e através da simulação,
observa-se que os resultados são ligeiramente diferentes. Essa diferença, apesar de
pequena, pode dever-se, a nível analítico, a imprecisões na leitura do valor do fator de
concentração de tensões e das dimensões do componente estudado e, também, a
arredondamentos efetuados ao longo dos cálculos realizados e o tipo de malha utilizado
durante a simulação.
Para perceber como é que o tamanho do furo e a espessura da peça se relacionavam
com a tensão máxima, efetuou-se o cálculo da tensão para dois furos com um raio menor
que o utilizado no estudo e dois maiores. Relativamente à espessura da peça, utilizou-se
o mesmo procedimento mantendo o tamanho do furo. Para cada uma das situações
apresentadas foram mantidas as medidas de atravancamento, bem como o valor da força
aplicada, e obtiveram-se os seguintes gráficos (figuras 11 e 12).
Figura 11 – Representação gráfica da tensão máxima, max [MPa] em função do raio do furo, r [mm].
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Figura 12 – Representação gráfica da tensão máxima, max [MPa] em função da espessura da peça, b
[mm].
Pela análise dos gráficos apresentados, conclui-se que a tensão máxima aumenta
de forma exponencial com o aumento do raio do furo e diminui com o aumento da
espessura da peça, como esperado.
Assim, de forma a diminuir as tensões instaladas nas descontinuidades
geométricas da peça, que provocam deformações, poderia ser feita a redução do raio do
furo da peça e/ou o aumento da espessura da mesma.