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Universidade Federal de Viçosa – UFV, MG, Brasil
e-mail: fabricio.filho@ufv.br
Introdução
Um método comumente utilizado para análise de tensões é o Método de Elementos
Finitos (FEM). Ele consiste de uma maneira de solucionar problemas com um grau alto de
complexidade nos diferentes campos da engenharia. O sucesso nesse método se dá com a
formulação de um programa que represente a peça ou componente da maneira mais fidedigna
possível, tornando os resultados fiéis a realidade.
A análise dos resultados é de suma importância para compreensão da solução obtida.
Sendo assim, (BUDYNAS) credita a teoria da energia de distorção para materiais dúcteis uma
forma eficaz de avaliação dos resultados. Ela define uma tensão efetiva, usualmente chamada
de tensão de von Mises. A partir dela é possível fazer uma análise dos resultados, de forma a
entender o comportamento do componente em questão.
Este resumo tem como objetivo avaliar as tensões da manga de eixo traseira do veículo
UFVBaja, causadas por um carregamento crítico, proporcionado por um salto sobre rampa.
Será possível avaliar o comportamento da manga de eixo pelo Método de Elementos Finitos e
posterior análise de falha pela Teoria de von Misses.
Procedimento Experimental
O material utilizado para a confecção da manga traseira do veículo UFVBaja foi o aço
SAE 1020, que possui as propriedades mecânicas mostradas na Tabela 1. Essas propriedades
foram levadas em consideração na modelagem do componente, sendo o material considerado
homogêneo e isotrópico.
Tabela 1. Propriedades mecânicas Aço SAE 1020
A manga de eixo foi projetada com auxílio do software Solidworks em uma montagem
com todos os componentes do veículo (Figura 1), assim foi possível encontrar o melhor
posicionamento possível da mesma para que ela não entrasse em conflito com outros
componentes do sistema de suspensão e transmissão. Dessa forma, a geometria da manga de
eixo pôde ser definida permitindo que suas angulações e posicionamentos garantissem as
características cinemáticas desejadas pelos projetistas (MILLIKEN). Seu novo projeto mantém
a suspensão three-link na traseira do veículo, mostrada na Figura 2.
A malha foi gerada sendo composta basicamente por elementos tetraédricos com 4
nós, que possui um comportamento quadrático se adequando a modelos com superfícies
irregulares (GATO). Seu refinamento (Figuras 3 e 4) em regiões de interesse e nas regiões
criticas foi cuidadosamente estudado para que as tensões no componente fossem corretamente
representadas.
As forças que atuam na manga de eixo foram determinadas com o auxílio do software
MSC Adams/Car®. No programa em questão foi construída a suspensão traseira que será
utilizada no veículo para a competição nacional 2018 e foi simulada uma situação de salto
sobre rampa, situação considerada crítica (de maior esforço) que pode ocorrer durante uma
competição. Assim, o componente estudado foi projetado para suportar este tipo de situação.
Resultado e Discussão
Foram definidas como regiões críticas da peça as orelhas de fixação das barras
traseiras e a região próxima ao amortecedor. Foi feito um teste de malha a partir de sucessivos
refinamentos da malha nesse espaço.
Tabela 2. Resultados obtidos para a região da orelha de fixação de uma das barras traseiras.
Nº da simulação 1ª simulação 2ª simulação 3ª simulação 4ª simulação
Nº de nós 55971 61104 73392 109391
Nº de elementos 29464 32639 40240 64004
Tamanho elem. 5 4 3 2
(mm)
Tensão máx. (MPA) 146,27 142,46 143,26 145,45
Conclusão
Devido ao grande número de incertezas presentes durante o trabalho do componente
em questão, pode-se concluir que a manga de eixo traseira do veículo UFVBaja possui um
coeficiente de segurança adequado ao projeto. Portanto, para a situação de salto sobre rampa
em que o veículo foi sujeito durante a simulação, o componente em questão não irá apresentar
falhas.
Em uma análise mais profunda, seria importante considerar a influência do processo
de soldagem nas tensões existentes no componente, pois ele pode gerar regiões com tensões
mais elevadas. Além disso, seria importante fazer uma análise de fadiga, para que assim a
vida da peça pudesse ser estimada com uma maior precisão.
References (NBR6023)
[2] MILLIKEN, WILLIAN F.; MILLIKEN, DOUGLAS L. Race Car Vehicle Dynamics.
Warrendale: Society of Automotive Engineers, Inc, 1995.
[4] NORTON, R. L. Projeto de máquinas. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013. 1030 p.