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Turma 2/2019
castro.mgabriel@outlook.com
joaomarcos.hilario@gmail.com
pcs_dir2@yahoo.com.br
Resumo: A biela apresenta-se como um dos principais componentes de uma máquina que tem
como principal função transmitir ou transformar um movimento retilíneo em circular contínuo.
Em motores de combustão interna, a biela é o componente responsável por transmitir a força
gerada na câmara de combustão, obtida pelo pistão, à árvore de manivelas. Neste artigo, será
realizada uma análise de convergência de uma biela automotiva – durante um ciclo em um
motor a gasolina de 4 tempos – a partir da variação do tipo de elemento utilizado no modelo e
o refino gradual de sua malha. O modelo foi desenvolvido utilizando o software SolidWorks
2018 e posteriormente, com base no software ANSYS mechanical APDL 18.1, é efetuado a
verificação do deslocamento total e a tensão de von Mises do componente, de forma a se
verificar a convergência dos resultados. As análises mostraram uma variação significativa dos
valores obtidos conforme a mudança da escolha do tipo de elemento a se utilizar, enquanto,
que relativamente ao refinamento da malha do modelo, constatou-se um menor grau de
sensibilidade dos resultados.
Palavras-Chave: Biela, malha, ANSYS, análise de convergência.
Disciplina Análise Estrutural – Método dos Elementos Finitos
Turma 2/2019
1. INTRODUÇÃO
2. DESCRIÇÃO DO OBJETO
O material utilizado nesse estudo é o aço SAE 4340 devido a sua grande aplicação na área
automobilística, especialmente na produção de bielas de alto desempenho. O material em
questão possui uma composição química baseada principalmente em cromo, níquel e
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molibdênio. A curva de tensão-deformação é mostrada na Fig. 1. As propriedades mecânicas
são as seguintes: módulo de elasticidade, 𝐸 = 190 GPa, coeficiente de Poisson, 𝜈 = 0.3, limite
de escoamento, 𝜎𝑦 = 470 MPa e densidade, 𝜌 = 7850 kg/m³.
Figura 2. Modelo
SolidWorks da biela Figura 3. Modelo importado
para o Ansys APDL
P
PME = 877
v. f (1)
3. METODOLOGIA
A princípio, foi realizado um refinamento h, com esse tipo de refinamento foi observado
que quanto menor for o tamanho do elemento, maior será a quantidade de elementos totais
usados para discretizar o domínio, sendo que a cada refinamento realizado pode-se obter
resultados que representam mais fielmente o comportamento real da estrutura. Entretanto, a
quantidade de refinamentos desta natureza que é necessário realizar para garantir uma boa
acurácia das respostas depende principalmente da ordem polinomial do elemento selecionado
para discretizar o domínio.
Para o refinamento p, foram utilizados três tipos diferentes de elementos, Solid 185, 186 e
187. Sendo o Solid 185 o elemento de menor ordem, notou-se uma maior presença de elementos
distorcidos durante a obtenção dos resultados, principalmente em regiões curvas (Fig. 5),
comparativamente ao Solid 186 e 187 (Fig. 6). De acordo com Soriano (2009), isso se deve ao
fato de o Solid 185 ser um elemento que possui um campo de deslocamento linear, ou seja, ao
se utilizar elementos tetraédricos, somente é possível representar campos de tensões constantes,
necessitando de um grande refinamento para se obter resultados confiáveis. Além disso, por ser
um elemento de baixa ordem, não é indicado para aplicações em geometrias complexas. Em
relação ao Solid 186 e 187, seus resultados são idênticos. Isso aconteceu por conta do fato de
ambos os elementos terem o mesmo número de nós por elemento, com um comportamento de
deslocamento quadrático.
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Destarte, os resultados encontrados para os deslocamentos e tensão de von Mises para cada
refinamento são mostrados nas Tabelas 1 e 2, respectivamente. Posteriormente, foi realizada
uma análise de convergência dos resultados que são indicados na Fig. 7 e Fig. 8. Com base nos
gráficos de convergência, é possível notar a perda de qualidade dos resultados ao se utilizar um
elemento de baixa ordem, apresentando também, uma maior dificuldade de se obter uma
convergência de seus resultados, visto que, é necessário um custo computacional muito maior
– devido à necessidade de um maior refinamento na malha – para que seja obtida uma maior
acurácia das variáveis primárias e secundárias do modelo, que, no presente artigo, representam
os deslocamentos e tensão de von Mises, respectivamente.
Deslocamento
(mm) para o Solid 5,29 5,51 6,52 7,61 7,4
185
Deslocamento
(mm) para o Solid 8,18 8,25 8,35 8,37 -
186
Deslocamento
(mm) para o Solid 8,18 8,25 8,35 8,37 -
187
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Tabela 2. Tensão de von Mises para diferentes refinamentos e elementos
Tensão de von
Mises (MPa) para 22,8 24,7 30,4 34,9 1.25
o Solid 185
Tensão de von
Mises (MPa) para 38,7 39,0 39,0 39,9 -
o Solid 186
Tensão de von
Mises (MPa) para 38,7 39,0 39,0 39,9 -
o Solid 187
Convergência deslocamento
8,5
Deslocamento (mm)
8
7,5
7
Solid 185
6,5
Solid 186
6
Solid 187
5,5
5
0 100000 200000 300000 400000 500000
Número de elementos
Convergência tensão
44
Tensão de von Mises (MPa)
40
36
32 Solid 185
28 Solid 186
24 Solid 187
20
0 100000 200000 300000 400000 500000
Número de elementos
Uma análise de convergência foi proposta para uma biela automotiva de um modelo VW
Golf GTI 2.0. A biela foi analisada com base no método dos elementos finitos a partir do
software ANSY mechanical APDL 18.1. Foi arbitrado uma pressão de 7 MPa no furo superior
que se conecta ao pistão, enquanto sua outra extremidade foi mantida fixada.
O deslocamento total e a tensão de von Mises foram obtidos para cada refinamento
realizado no modelo. Assim, observou-se que ao se efetuar um refinamento h, que consiste na
redução do tamanho do elemento que compõe a malha de elementos finitos, os valores das
grandezas analisadas aumentavam de tal forma a atingir um valor de equilíbrio, onde era
verificado a sua convergência. Entretanto, para o caso do elemento Solid 185, por se tratar de
um elemento de baixa ordem, mesmo após realizado os devidos refinamentos os resultados
encontrados divergiam em relação as mesmas análises feitas a partir do Solid 186 e 187.
Desta forma, o Solid 185 necessita de um grande refinamento de malha para que se obtenha
uma boa acurácia de resultados, porém, isso exige um grande custo computacional. Logo, o
refinamento p apresentou-se como uma boa alternativa para casos em que é necessária uma
acurácia elevada aliada a um bom custo computacional, posto que, as análises feitas a partir do
Solid 186 e 187, que são os elementos tridimensionais de mais alta ordem, mostraram-se mais
precisas e menos sensíveis em relação ao refinamento h, ou seja, foi necessário um menor
refinamento da malha para que pudesse ser observada a convergência dos resultados.
REFERÊNCIAS
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Andoko e Saputro, 2018. Strength analysis of connecting rods with pistons using finite
element method. MATEC Web of Conferences, v. 204, p. 1-6.
Antony, S. et al., 2016. Design and analysis of a connecting rod. International Journal of
Engineering Research, v. 5, n. 10, p. 188-192.
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IOSR Journal of Mechanical and Civil Engineering, v. 6, n. 5, p. 83-87.
Moaveni, S., 2007. Finite element analysis: Theory and application with ANSYS. 3rd ed.
Pearson Education, Inc.
Overfelt, R. A. et al., 2011. Hydrogen embrittlement of 4340 steel due to condensation during
vaporizes hydrogen peroxide treatment. Material Science and Engineering, v. 528, n. 10-
11, p.3639-3645.
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Silveira, F. L. Força média exercida em um pistão. CREF, 2015. Disponível em:
<https://www.if.ufrgs.br/novocref/?contact-pergunta=forca-media-exercida-em-um-
pistao>. Acesso em: 25 de novembro de 2019.
Soriano, H. L., 2009. Elementos finitos – Formulação e Aplicação na Estática e Dinâmica das
Estruturas. Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna Ltda.