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Março de 2023
1 Introdução
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2 Revisão bibliográfica
Para a análise de troca de calor em dutos, será adotado o método Gnielinski. Este método
consiste em uma formulação analítica para determinar o coeficiente de transferência de calor
em escoamentos turbulentos plenamente desenvolvidos em dutos. Consiste numa correlação
complexa e válida para tubos em uma grande variação no número de Reynolds, incluindo a
região de transição (LIENHARDT, 2019).
Ao contrário das equações de Dittus-Boelter e de Sieder-Tate, que podem gerar erros de até
25% em certos casos, a equação de Gnielinski se apresenta como uma solução mais complexa
e precisa, ao reduzir erros para até 10% (INCROPERA, 2011). Também é importante notar
que todas essas equações são aplicáveis a tubos lisos. Para escoamentos turbulentos em tubos
rugosos, o coeficiente de transferência de calor aumenta com a rugosidade da parede, à medida
que o número de Reynolds aumenta (LIENHARDT, 2019).
A transferência convectiva de calor entre o gás de exaustão e a parede do tubo pode ser
modelada pela abordagem de Nusselt:
αgw · dhyd
Nu =
λg
A análise da troca de calor dentro do cilindro será realizada utilizando o método Bargende,
que consiste em um modelo transferência de calor fenomenológico para motores de combustão
interna tridimensionais. O modelo inclui a energia cinética turbulenta e descreve o processo de
combustão com a ajuda de um modelo de duas zonas, sendo baseado na aplicação local de uma
correlação Re-Nu aprimorada (BARGENDE, 2001).
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2.3 Método Zapf
Para a troca de calor no porto foi escolhido o método Zapf, que consiste em um mé-
todo numérico para geometrias complexas, desenvolvido pelo engenheiro e matemático alemão
Ernst-August Zapf na década de 1970.
O método tem como base a solução da equação de condução de calor usando o método
das diferenças finitas, usando um sistema de coordenadas não ortogonal que é alinhado com a
geometria do problema, o que permite uma modelagem mais precisa de formas complexas. O
método também leva em conta a transferência de calor convectiva na superfície do objeto que
está sendo modelado. Dessa forma, o método Zapf é aplicado da seguinte forma.
Com base na revisão bibliográfica realizada sobre os três métodos de cálculo de transferên-
cia de calor que serão utilizados nas simulações, é possível afirmar que se encontram dentro dos
limites de validade estipulados pelas fórmulas, além de serem métodos relativamente modernos
e com bom grau de acuracidade.
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3 Simulação
Conforme já enunciado, a simulação e posterior análise dos resultados será feita com base
em um motor ciclo Diesel de tempos. Na tabela a seguir encontram-se algumas de suas carac-
terísticas geométricas e de operação.
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Para estas condições, destaca-se uma potência máxima de 173,8 kW (236 cv) a 5000 rpm, e
um torque máximo de 435 Nm já obtidos em uma baixa faixa de rotação (1600 rpm), o que é um
comportamento característico de motores que operam em ciclo Diesel. A média do consumo
específico entre 1600 e 4100 rpm foi de 214 g/kWh.
Também foi obtida o gráfico de pressão média efetiva em função da velocidade média do
pistão na faixa de rotações simuladas.
Desta vez, destaca-se uma potência máxima ligeiramente maior que a anterior, de 176 kW
(238 cv) a 5000 rpm, e um torque máximo semelhante de 437 Nm na mesma faixa de rotação
(1600 rpm). A média do consumo específico entre 1600 e 4100 rpm se manteve próxima à
condição anterior, com uma pequena redução, sendo de 213 g/kWh.
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Segue o gráfico da pressão média efetiva em função da velocidade média do pistão, agora
para a nova razão de compressão.
4 Análises
Em um primeiro momento, pode-se afirmar que as simulações foram bem sucedidas. Não
houve nenhum erro registrado durante o processo, e todos os valores obtidos foram razoáveis.
Não houve, por exemplo, casos de potência negativa, nula ou com curvas demasiadamente
inconsistentes. Dessa forma, segue-se para uma análise do aspecto geral do formato das curvas.
Sobre o formato geral das curvas de torque e potência em relação à velocidade do mo-
tor, com base em curvas características genéricas para motores que operam em ciclo Diesel, é
possível afirmar que os resultados obtidos encontram-se coerentes.
É possível também comparar as curvas de consumo específico e pressão efetiva média com
o gráfico de um motor 6 cilindros, de 8.4L Diesel, naturalmente aspirado, com dimensões de di-
âmetro e comprimento do cilindro semelhantes (bore = 115mm, stroke = 135mm), representado
na figura 7.
Nota-se, entretanto, que a ordem de grandeza dos valores da curva em relação às rotações
não parecem ser muito próximas, mas essa questão será melhor analisada na seção 4.4.
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Figura 6: Curva característica geral para motores Diesel
(BOSCH, 2004)
(HEYWOOD, 2004)
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4.3 Comparação entre razões de compressão
O gráfico da Figura 8 apresenta um comportamento esperado, uma vez que com uma razão
de compressão maior, houve um aumento nos valores das curvas de torque e potência. Para este
caso específico, um pequeno aumento na no RC, causou um pequeno deslocamento das curvas
para cima (maior potência e torque).
Outro passo importante na avaliação dos resultados obtidos nas simulações, além das aná-
lises teóricas, é a comparação dos valores encontrados com dados de motores reais já testados.
A partir da comparação dos dados da tabela 2, concluí-se que os valores obtidos de potência
e torque, correspondem à valores próximos dos demais motores de mesma cilindrada. Nota-
se um torque abaixo da média dos demais (435 Nm obtidos, contra a média de 553 Nm dos
demais), mas seu valor ainda encontra-se próximo do torque máximo obtido no motor da Ford.
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Tabela 2: Comparação entre motores Diesel 3.0L
Potência Torque
Cilindrada
Fabricante Modelo Cilindros máxima máximo RC
(L)
(cv) (Nm)
Simulado referência 3.0 L3 236 435 18
Mercruiser
Mercury 3.0 V6 274 594 16,5
3.0L TDI
BMW M57 3.0 L6 286 580 16,5 a 18
Power Stroke
Ford 3.0 V6 253 440 16
Lion
AJ-V6D
Jaguar 3.0 V6 275 600 16,4
Gen III
Para o caso da potência máxima, o valor obtido na simulação ficou ligeiramente abaixo da
média dos demais (236 cv ante 272 cv). De forma geral, estes valores encontram-se em uma
ordem de grandeza suficientemente razoável.
Ambos valores de torque e potência ligeiramente inferiores aos demais motores pode ser
explicado pela quantidade inferior no número de cilindros. Portanto, concluí-se que os valores
obtidos expressam uma boa aproximação do comportamento real do motor.
Por fim, segue uma tabela com todos os dados obtidos nas simulações e utilizados para
montar os gráficos.
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Referências Bibliográficas
BERGMAN, T. L. et al. Fundamentals of Heat and Mass Transfer. [s.l.] John Wiley Sons,
2011.
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