Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Joinville
2023
1
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 1
2 DESENVOLVIMENTO........................................................................................................ 2
2.1 CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS DO MOTOR .................................................... 2
2.2 PARÂMETROS DE OPERAÇÃO DO MOTOR ................................................................ 5
3 MODELOS DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR ........................................................... 9
3.1 ANALOGIA DE REYNOLDS ............................................................................................ 9
3.2 MODELO WOSCHNI 1978...............................................................................................10
3.3 MODELO ZAPF.................................................................................................................11
4 CONCLUSÃO...................................................................................................................... 12
5 REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 13
1 INTRODUÇÃO
No seguinte trabalho foi realizada uma análise da simulação de um motor a combustão
interna por meio do software AVL-BOOST. Tendo como objetivo avaliar e discutir os
resultados obtidos na simulação deste motor a partir de modelos de transferência de calor,
razões de compressão e faixas de rotação propostos para o trabalho em questão. Obtendo como
resultado as curvas características de operação motor, assim como também a verificação dos
parâmetros geométricos deste modelo de motor a combustão interna.
Figura 1 - Modelo de MCI utilizado. Fonte: Imagem retirada do ambiente Moodle da disciplina (2023).
2
2 DESENVOLVIMENTO
O modelo de motor a combustão interna utilizado é um motor do tipo ignição por
compressão de 3 cilindros, 4 tempos e que tem como combustível o diesel.
A partir dos valores diâmetro do cilindro e do curso do pistão, que são os mesmos para ambas as
tabelas, foi possível calcular o volume deslocado do cilindro, que é o volume compreendido entre
o ponto morto superior e o ponto morto inferior, representados por TC e BC respectivamente na
Figura 2, sendo este valor igual para ambas as tabelas. Para determinar o volume morto do motor,
que corresponde ao volume entre o ponto morto superior e o topo da câmara de combustão, uma
relação entre o volume deslocado e as respectivas razões de compressão foi aplicado, obtendo
assim dois valores para cada razão de compressão utilizada. Já para o determinar o cálculo da
cilindrada deste motor, foi feita a multiplicação do volume deslocado pelo cilindro vezes o
número de cilindros no motor.
4
Para verificar se os parâmetros geométricos do motor analisado estão de acordo com os valores
comuns de motores a combustão interna, calculou-se também a razão diâmetro do
cilindro/deslocamento do pistão e a razão de comprimento biela/comprimento manivela e
comparou-se com os valores presentes na tabela da Figura 3, que apresentam os valores típicos
da geometrica básica deos mecanismos de um motor. Observa-se então que com os valores de
(R) = 3,38 e rc = 16,5 e rc =19,5 estão dentro dos parâmetros típicos para motores pequenos e
médios e de ignição por compressão, contudo, há de se verificar que o valor encontrado de (RBS)
= 0,7692 que está fora do parâmetro mínimo para motores pequenos e médios, porém, pelo fato
de estar mais próximo do parâmetro de motores pequenos e médios do que de motores grandes,
considera-se que o motor se encaixa em todos os parâmetros típicos esperados para seus
parâmetros geométricos.
5
A partir dos dados obtidos pelas simulações no software, utilizando a ferramenta Excel
plotou-se as principais curvas caracteristicas de operação desse motor. Os gráficos abaixo
mostram a curva de potência ao freio pela velocidade do motor para as razões de compressão
de 16,5 e de 19,5 respectivamente.
Figura 4 – Potência ao freio pela velocidade do motor. Fonte: Imagem elaborada pelo autor(2023).
Figura 5 – Potência ao freio pela velocidade do motor. Fonte: Imagem elaborada pelo autor(2023).
6
Figura 6 – Torque ao freio pela velocidade do motor. Fonte: Imagem elaborada pelo autor(2023).
Figura 7 – Torque ao freio pela velocidade do motor. Fonte: Imagem elaborada pelo autor(2023).
7
Já para as curvas de torque mostradas nos gráficos acima, o pico de torque, para ambas as
razões de compressão, ocorre a 1600 rpm, sendo de 404,97 N.m para rc=16,5 e de 404,81 N.m
para rc=19,5 o que pode-se presumir que a curva de torque apresenta uma elevação inicial até
1600 rpm antes de ir diminuíndo com o aumento da velocidade do motor. O fato de o pico de
torque ser encontrado em uma rotação tão baixa, deve-se pelo fato de os motores de ignição
por compressão atuarem com razões de compressão bem maiores do que de motores de ignição
por centelha, com isso a pressão na cabeça do cilindro no momento da ignição é bem maior.
Figura 8 – Consumo específico de combustível pela velocidade do motor. Fonte: Imagem elaborada pelo
autor(2023).
Figura 9 – Consumo específico de combustível pela velocidade do motor. Fonte: Imagem elaborada pelo
autor(2023).
8
Para o consumo específico de combustível, ambas as curvas partem do ponto de valor mínimo
que é a 1600 rpm, sendo de 0,2122 kg/kWh para rc=16,5 e de 0,2123 para rc=19,5, com o
respectivo aumento do consumo junto do aumento da velocidade do motor. Este aumento do
consumo de combustível com o aumento das rotações do motor tem haver com o fato de que
para altas rotações as perdas mecânicas devido ao bombeamento de combustível e também as
perdas por atrito aumentam de forma significativa, o que aumenta o consumo. Embora não seja
mostrado nos gráficos acima, supõe-se que em rotações abaixo de 1600 rpm ocorra uma elevação
do consumo em razão de que em baixas rotações há mais perdas térmicas devido a velocidade
do cilindro ser mais baixa, fazendo com que o calor gerado na combustão tenha mais tempo para
se dissipar, sendo necessário mais combustível para compensar a perda.
Figura 10 – BMEP versus velocidade média do pistão. Fonte: Imagem elaborada pelo autor(2023).
Figura 11 – BMEP versus velocidade média do pistão. Fonte: Imagem elaborada pelo autor(2023).
9
O parâmetro avaliado nos gráficos acima é a pressão média efetiva (BMEP) em função da
velocidade média do motor, sendo o BMEP obtido pela razão do trabalho por ciclo pelo volume
deslocado no cilindro e através dela é possível fazer comparação direta entre motores muito
diferentes entre si e observar qual motor tem melhor aproveitamento na produção de trabalho. Já
para calcular a velociade média do pistão, a seguinte relação foi utilizada:
̅𝑆̅𝑃= 2𝐿𝑁
Onde N representam as rotações do motor em revoluções por segundo e com isso foi criado o
gráfico da pressão média efetiva pela velocidade média do pistão para as duas razões de
compressão em análise.
Observando as duas curvas acima, percebe-se que o pico de 16,6 bar em ambas razões de
compressão para uma velocidade média de 6,93 m/s, velocidade essa que corresponde a rotação
de 1600 rpm, onde também é o pico de torque do motor.
Já em uma segunda análise acerca dos valores médios de velocidade do pistão, observou-se que
os valores encontrados estão fora da faixa convencional, como pode ser observado na figura
abaixo. Isso se ocasionado provavelmente pelo fato de o motor possui um grande curso do pistão.
Figura 12 – Valores médios (aproximados) da velocidade média do pistão. Fonte: Imagem retirada do
ambiente do Moodle da disciplina (2023)
(1)
No qual:
𝑐𝑢
𝐶1 = 2,28 +0,308.𝑐𝑚;
𝐶2 = 0,00324;
𝐷 – Diâmetro do cilindro;
𝑐𝑚 – Velocidade média do pistão;
𝑐𝑢 – Velocidade circunferencial;
𝑉𝐷 – Folga por cilindro;
𝑝𝑐,0 – Pressão no cilindro do motor;
𝑇𝑐,1 – Temperatura no cilindro no fechamento da válvula de admissão;
𝑝𝑐,1 – Pressão no cilindro no fechamento da válvula de admissão.
11
(2)
Sendo o coeficiente de transferência de calor no porto (αp) para o fluxo fora do cilindro:
(3)
(4)
Onde:
𝛼𝑝 – Coeficiente de transferência de calor no porto;
𝑇𝑑 – Temperatura downstream;
𝑇𝑢 – Temperatura upstream;
𝑇𝑤 – Temperatura de parede no porto;
𝐴𝑤– Área de superfície do porto;
𝑚̇ – Taxa de fluxo de massa;
𝑐𝑝 – Calor específico a pressão constante;
ℎ𝑣 – Abertura da válvula;
Assim, obtendo os coeficientes, é possível determinar as trocas de calor entre os gases nas
válvulas e dutos.
12
4 CONCLUSÃO
Esse trabalho teve como objetivo simular e analisar o funcionamento de uma motor de
3 cilindro, 4 tempos e ignição por compressão com combustível diesel, por meio do software
AVL-BOOST, utilizando como parâmetros propostos modelos de transferência de calor de
Analogia de Reynolds nos dutos, modelo de Woschni 1978 no cilindro e modelo de Zapf para
os portos das válvulas, sendo tais simulações realizadas para duas razões de compressão de 16,5
e 19,5 à rotações do motor de 1600, 2000, 3100 e 4000 rpm.
Além disso, analisando os modelos de troca de calor propostos, a começar pelo modelo
de analogia de Reynolds, este modelo é mais bem aplicável quando supõe-se que o escamento
dentro dos tudos ocorre de maneira laminar, o que na realidade não se comprova, pois o
escoamento nos dutos do motor ocorre de forma turbulenta, sendo mais indicado o uso do
modelo de analogia de Reynolds Modificada ou analogia de Chilton-Colburn é estendida a
outros números de Prandtl, que é aplicável a escoamentos turbulentos. Já o modelo de Woschni
1978, sua aplicação econtra-se de acordo para a simulação realizada, pois este modelo ainda é
amplamente utilizada na indústria automotiva e em outras indústrias que dependem de motores
de combustão interna, especialmente para a análise de motores de pequeno e médio porte. E por
fim, para o modelo de Zapf, levando como base um estudo realizado pela Motortechnische
Zeitschrift, observou-se que os valores de coeficiente transferência de calor encontrados são
mais elevados do que a realidade, ainda que essa divergência não provoque grandes diferenças
no cálculo final das trocas gasosas analisadas, estando de acordo o seu uso para esse tipo de
aplicação.
Em suma, a simulação com o software AVL-BOOST ainda que não consiga refletir
com precisão e fidelidade o real funcionameto de um motor a combustão interna, ainda assim é
uma ferramenta prática e que consegue entregar resultados condizentes em relação ao
funcionamento dos modelos de motores que são analisados por meio desse software.
13
5 REFERÊNCIAS
ÇENGEL, Yunus A. et al. Transferência de Calor e Massa. 4. ed. Porto Alegre: Amgh Editora
Ltda., 2012. 904 p.
Pivec, R., Sams, T. & Wimmer, A. Wärmeübergang im Ein- und Auslaßsystem. MTZ
Motortech Z 59, 658–663 (1998).
WOSCHNI, G.; A Universally Applicable Equation for the instantaneous Heat Transfer
Coefficient in the Internal Combustion Engine, SAE Paper No. 670931, 1967.