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Joinville
2019
GUILHERME VINÍCIUS DE AZEVEDO
Joinville
2019
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 4
2 OBJETIVOS .......................................................................................................................... 5
3 VARIAÇÃO DOS PARÂMETROS .................................................................................... 6
3.1 VARIAÇÃO DA RAZÃO DE COMPRESSÃO ................................................................ 6
3.2 VARIAÇÃO DA ROTAÇÃO DO MOTOR ........................................................................ 7
3.3 VARIAÇÃO DO VOLUME INTERNO DO CILINDRO ................................................... 8
3.4 VARIAÇÃO DO COEFICIENTE DE EXPANSÃO ADIABÁTICA ................................. 8
3.5 VARIAÇÃO DA PRESSÃO DE ADMISSÃO ................................................................. 10
3.6 VARIAÇÃO DA TEMPERATURA DE ADMISSÃO ..................................................... 11
3.7 FRAÇÃO RESIDUAL DE GASES ................................................................................... 12
3.8 DETERMINAÇÃO DAS CONDIÇÕES ÓTIMAS DE OPERAÇÃO .............................. 14
4 CONCLUSÃO...................................................................................................................... 16
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 17
1 INTRODUÇÃO
A massa de ar admitida por um motor pode variar em sua temperatura de entrada uma vez
que está a temperatura ambiente. Ao redor do mundo, devido as diferentes temperaturas,
motores de veículos trabalham de -60 °C a 60 °C. Essa larga banda de temperaturas que a massa
de ar entra no cilindro afeta diretamente a potência dos motores.
A massa de ar admitida por um motor pode variar em sua temperatura de entrada uma vez
que está a temperatura ambiente. Ao redor do mundo, devido as diferentes temperaturas,
motores de veículos trabalham de -60 °C a 60 °C. Essa larga banda de temperaturas que a massa
de ar entra no cilindro, afeta diretamente a potência dos motores.
Este estudo aborda a banda temperatura de -15 °C à 135 °C. A principal influência da
temperatura no sistema é no tocante aos inversos, densidade e volume específico. O aumento
da temperatura expande o gás no volume, de modo que sua concentração reduz. Portanto
quando aumentamos a temperatura, o volume específico do ar aumenta, ou seja, 1 kg de ar
ocupará um volume maior. Inversamente proporcional temos a densidade. Ao aumentarmos a
temperatura, 1 m^3 de ar não tem a mesma massa de ar que anteriormente e sim, menos.
O efeito no motor é a perda de potência devido ao menor trabalho de ciclo. O menor
trabalho de ciclo ocorre devido a menor quantidade de oxidante dentro da câmara, afinal o
motor aspira naturalmente um volume de ar que não tem a mesma quantidade de oxigênio que
teria um ar com temperatura menor. Para que não ocorra um desequilíbrio da combustão o
computador do carro reduz a injeção de combustível, gerando um trabalho menor.
Veículos de competição, e alguns comerciais, utilizam um equipamento chamado “intercooler”,
que resfria a massa de ar da admissão, garantindo uma densidade satisfatória do ar. É
basicamente um “ar-condicionado” para o motor.
Imagem 5 – Fonte: O autor
Considerando, portanto, a análise feita, podemos dizer que quanto menor a temperatura da
massa de ar admitida, maior será a potência entregue pelo ciclo.
A denominada “fração residual dos gases de combustão”, é a massa de produtos que não
é expelida ao fim do processo de exaustão, a qual fará parte do sistema no próximo ciclo do
motor. Através da manipulação do equacionamento fornecido pela literatura, foi possível
analisar os efeitos da variação de alguns parâmetros na fração residual dos gases de combustão.
Com base no estudo realizado, percebeu-se a influência da razão de compressão, temperatura
de admissão e coeficiente de expansão adiabática na quantidade de gases que não são expelidos.
A temperatura de admissão tem um efeito sutil na fração residual de gases. Quanto maior
a temperatura, um maior volume o ar ocupa estando a uma pressão constante. Isto é, uma massa
menor de ar entra no cilindro, e menos combustível é inserido. A pressão média é,
consequentemente reduzida. Nesse ponto, a razão entre a massa de gases residuais total, e a
massa passível de ser alocada no volume morto, é menor do que se o ar admitido fosse de
temperatura menor. Em outras palavras, uma parte maior dos gases vai conseguir ficar no
volume morto quando o pistão chegar ao PMS.
Com isso chegamos ao termo volume morto e sua influência na fração residual de gases.
Como já sabemos, uma parte da massa dos gases de exaustão fica armazenado nesse espaço,
logo, se o reduzirmos, essa quantidade de resíduos de combustão não expelidos também reduz.
Estamos falando do aumento da razão de compressão através da redução do volume morto. Isso
geralmente é feito “rebaixando-se o cabeçote”. Usina-se toda a base do cabeçote do motor.
Quando a válvula se abre, a massa de ar ainda comprimida dentro da câmara é ejetada para
fora, de modo que a pressão interna se torna basicamente igual a pressão ambiente. Como nosso
sistema é fechado diz-se que a massa de resíduos é armazenada em um recipiente imaginário.
Mas na prática é como se toda a massa comprimida pudesse se expandir até nivelar a pressão
interna com a externa.
Nesse ponto é que entra a influência do coeficiente de expansão adiabática. Como
podemos ver na imagem da seção 3.4, a uma pressão de 100kPa, o fluido ativo com 𝛾=1,13 tem
um volume quase 1.5 vezes maior do que o fluido ativo com 𝛾=1,67. Em outras palavras, a
mesma massa de ar do fluido ativo com 𝛾=1,13 ocupa mais espaço do que o fluido com 𝛾=1,67.
Quando a válvula se abre, permitindo a expansão, um fluido ativo com 𝛾 menor ejeta mais
massa para fora da câmara do que o fluido com 𝛾 maior.
O mesmo vale para a quantidade que cabe no volume morto. Uma maior massa de resíduos
permanecerá ali quando 𝛾 for menor, porque mais massa cabe em um volume.
Por este motivo, podemos afirmar que para o ciclo Otto a ar padrão, quanto maior o 𝛾,
maior a fração residual de gases de combustão.
Neste relatório foi apresentado um estudo realizado que viu as respostas do ciclo Otto
padrão a ar, quando variado alguns parâmetros. Podemos então tecer de maneira sucinta,
algumas considerações gerais sobre cada ponto estudado.
Percebemos que quanto maior a razão de compressão maior será a eficiência do ciclo.
Vimos também que quanto menor a temperatura de admissão maior o trabalho e a potência do
ciclo devido a densidade aumentada do ar. Fizemos uma análise sobre o coeficiente de expansão
adiabática que demonstrou que quanto maior seu valor maior a potência de ciclo e também
maior a fração residual de gases. Percebemos a forte influência na potência da pressão de
admissão. Ao analisarmos a rotação do motor, foi possível aprender que é diretamente
proporcional com a potência de ciclo, porém seus valores devem ser limitados devido as perdas
de eficiência.
Ficou evidente de que a utilização deste modelo simplificado do ciclo de um motor por
modelagem termodinâmica simples, apresenta um grande desvio quando comparado ao ciclo
real instrumentado. Porém, que serve muito bem para estágios preliminares de projeto, sendo
indispensável para esta etapa.
REFERÊNCIAS
[1] BRUNETTI, F. Motores de Combustão Interna: Volume 2. São Paulo: Blucher, 2012.
[2] HEYWOOD, John B. Internal Combustion Engine Fundamentals. McGraw-Hill, Inc.
United States of America, 1988.
[3] ÇENGEL, Yunus A., BOLES, Michael A. Termodinâmica. 5ª edição. McGraw-Hill