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MOTORES

DE
COMBUSTÃO
INTERNA
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
(CIP)
Simêncio, Éder Cícero Adão
S589m Motores de combustão interna / Éder Cícero Adão
Simêncio. – Londrina : Editora e Distribuidora Educacional
S.A., 2019.
214 p.
ISBN 978-85-522-1422-9

1. Motores de combustão interna. 2. Mistura e sistemas


de ignição. 3. Combustíveis. I. Simêncio, Éder Cícero Adão.
II. Título.
CDD 621
As máquinas térmicas são dispositivos que
permitem transformar calor em trabalho.
O calor pode ser obtido de diferentes fontes:
combustão, energia elétrica,
energia atômica, etc. Este texto preocupa-se
apenas com o caso em que o calor é
obtido pela queima do combustível, isto é,
energia química em trabalho mecânico.
MCIs são classificados em:
Motores alternativos:
Quando o trabalho é obtido pelo movimento de vaivém de um pistão,
transformado em rotação contínua por um sistema biela-manivela.
Motores rotativos:
Quando o trabalho é obtido diretamente por um movimento de rotação.
São exemplos: turbina a gás e o motor Wankel.

Motores de impulso:
Quando o trabalho é obtido pela força de reação dos gases expelidos em alta
velocidade pelo motor.
Neste caso são exemplos: motor a jato e foguetes.
1. Bomba d’água
2. Válvula termostática

3. Compressor de ar
4. Duto de admissão
5. Injetor de combustível

6. Válvula de escapamento

7. Coletor de admissão

8. Válvula de admissão

9. Linha de combustível

10. Haste de válvula


11. Duto de água
12. Tampa de válvula
13. Cabeçote
14. Tampa lateral
15. Bloco
16. Eixo comando de válvulas
22. Bomba de óleo
23. Cárter
24. Engrenagem do virabrequim
25. Amortecedor vibracional
26. Ventilador
27. Duto de admissão
28. Balancim da válvula de admissão
29. Balancim da válvula de
escapamento
30. Coletor de escapamento
31. Pistão
32. Motor de partida
33. Dreno de água
34. Filtro de óleo
35. Radiador de óleo
36. Vareta de nível de óleo
37. Bomba manual de combustível
38. Bomba injetora de combustível
39. Respiro do cárter
40. Filtro de combustível
Ponto Morto Superior
Ponto Morto Inferior
Curso do pistão
Volume total
Volume Morto ou volume da câmara de combustão
Cilindrada unitária
Número de cilin­dros do motor
Diâmetro dos cilindros do motor
Volume deslocado do motor (cilindrada total)
EQUAÇÃO PARA CÁLCULO DO DESLOCAMENTO VOLUMÉTRICO UNITÁRIO OU
CILINDRADA UNITÁRIA
𝝅 . 𝑫²
𝑽 𝒅𝒖 = .𝑺
𝟒
EQUAÇÃO PARA CÁLCULO DO DESLOCAMENTO VOLUMÉTRICO TOTAL OU
CILINDRADA TOTAL
𝝅. 𝑫 ²
𝑽 𝒅 =𝑽 𝒅𝒖 . 𝒛 = . 𝑺. 𝒛
𝟒

EQUAÇÃO PARA CÁLCULO DA RELAÇÃO VOLUMÉTRICA OU


TAXA DE COMPRESSÃO

𝑽 𝟏 𝑽 𝒅𝒖 +𝑽 𝟐 𝑽 𝒅𝒖
𝒓 𝒗= ¿ ¿ +𝟏
𝑽𝟐 𝑽𝟐 𝑽𝟐
Nos veículos da marca Mitsubishi, do modelo Triton, eles podem estar
equipados com dois tipos de motores flex, que podem utilizar gasolina ou
etanol para seu funcionamento.
Analisando os dados de cada motor, calcule a sua cilindrada.
Motor 4 cil – Curso de – Diâmetro do cilindro de
Motor 6 cil – Curso de – Diâmetro do cilindro de
Taxa de compressão é de 9,0:1
𝝅 . 𝑫²
𝑽 𝒅𝒖= .𝑺
𝟒

𝑉 𝑑𝑢 =¿ 𝜋=¿... 𝐷=¿86 ,5𝑚𝑚¿ 8 ,65 𝑐𝑚𝑆=¿100𝑚𝑚 ¿10,0𝑐𝑚

cm³
𝝅. 𝑫 ²
𝑽 𝒅 =𝑽 𝒅𝒖 . 𝒛 = . 𝑺. 𝒛
𝟒

𝑽 𝒅 =𝟓𝟖𝟕, 𝟑𝟔 𝐜𝐦 ³. 𝟒

𝑽 𝒅 =𝟐𝟑𝟓𝟎 , 𝟔 𝐜𝐦 ³
𝑽 𝒅𝒖
𝒓 𝒗= +𝟏
𝑽𝟐

𝟓𝟖𝟕 ,𝟑𝟔 𝒄𝒎³


𝟗 , 𝟎= +𝟏
𝑽𝟐

𝟑
𝟗 , 𝟎 𝑽 𝟐 =𝟓𝟖𝟕, 𝟑𝟔 𝒄 𝒎 +𝑽 𝟐

𝟖 , 𝟎 𝑽 𝟐 =𝟓𝟖𝟕 , 𝟑𝟔 𝒄𝒎 ³

𝑽 𝟐=𝟕𝟑 , 𝟒𝟐 𝒄𝒎 ³
𝝅 . 𝑫²
𝑽 𝒅𝒖= .𝑺
𝟒

𝑉 𝑑𝑢 =¿
? 𝜋=¿... ¿ 9 ,3 𝑐𝑚 𝑆=¿85 ,8𝑚𝑚 ¿8 ,58𝑐𝑚
𝐷=¿9 3𝑚𝑚
𝝅. 𝑫 ²
𝑽 𝒅 =𝑽 𝒅𝒖 . 𝒛 = . 𝑺. 𝒛
𝟒

𝑽 𝒅 =𝟓𝟖𝟐, 𝟖𝟑 𝐜𝐦 ³. 𝟔

𝑽 𝒅 =𝟑 . 𝟒𝟗𝟔 , 𝟗𝟖 𝐜𝐦 ³
1.0 T-GDI
Item 1.0 Flex Flex 1.6 Flex
Deslocamento 998 998 1.591
cm³

HYUNDAI Diâmetro e ? X 84 ? X 84 77 X ?
Curso mm
– HB20
Ordem de 123 123 1342
Ignição

Nº de cilindros 3 3 4
𝝅. 𝑫 ²
𝑽 𝒅 =𝑽 𝒅𝒖 . 𝒛 = . 𝑺. 𝒛
𝟒

=¿ 𝑐𝑚 ³ 𝜋=¿...
𝑉 𝑑998 𝐷=¿? 𝑆=¿84 ¿ 8 , 4 𝑐𝑚

998cm³

𝑫= √𝟓𝟎 ,𝟒𝟐 𝒄𝒎²=𝟕,𝟏𝟎𝒄𝒎=𝟕𝟏𝒎𝒎


𝝅. 𝑫 ²
𝑽 𝒅 =𝑽 𝒅𝒖 . 𝒛 = . 𝑺. 𝒛
𝟒

591𝑐𝑚 ³ 𝜋=¿...
𝑉 𝑑1=¿ 𝐷=¿77𝑚𝑚=7,7𝑐𝑚 𝑆=¿?

1.591cm³

S
Nomenclatura
cinemática
•VA é a válvula de admissão;
•VE é a válvula de escapamento;
•x é a distância para o pistão atingir o PMS;
• é a velocidade média do pistão;
•L é o comprimento da biela;
•n é a frequência da árvore de manivelas;
•r é o raio da manivela,
• é a velocidade angular da árvore de manivelas,
• é o ângulo formando entre a manivela e um eixo
vertical de referência.
•O curso do pistão , a velocidade angular na árvore da manivela e a velocidade
média do pistão são calculadas, respectivamente, pelas Equações
Enquanto a distância para o pistão atingir o PMS é calculada a partir da
Equação

( √ ( ) )
2
𝑟
𝑥=𝑟 ( 1− 𝑐𝑜𝑠 𝛼 ) + 𝐿 1 − 1− . 𝑠𝑒𝑛 ² 𝛼
𝐿
•Como o próprio nome diz, os motores de combustão interna realizam movimento
mecânico a partir de uma reação de combustão e podem ser classificados quanto à
ignição e ao número de tempos do ciclo de operação.

Quanto à ignição, os dois tipos de motores alternativos são:

Os motores de ignição por faísca (MIF) ou Otto, nos quais o combustível


(normalmente, gasolina ou etanol hidratado) é inflamado por uma faísca.

Os motores de ignição espontânea (MIE) ou Diesel, em que o aumento da


temperatura e da pressão do ar, durante a compressão, é suficientemente capaz
de iniciar espontaneamente a reação de combustão.
Essa temperatura é denominada temperatura de
autoignição (TAI).

Combustivel DIESEL ETANOL HIDRATADO GASOLINA

250°C 420°C 400°C


•Os motores alternativos MIE ou MIF são
classificados em motores alternativos a
quatro tempos (4T) ou motores
alternativos a dois tempos (2T).

•Nos motores 4T, o pistão desloca-se


quatro cursos, isto é, quatro vezes, que
correspondem a duas voltas do eixo do
motor para que se complete um único
ciclo
•MOTORES DE COMBUSTÃO
INSTANTÂNEA - DIESEL
CICLOS DO MOTOR 4 TEMPOS

𝛼
0° 180° 360° 540° 720°

1º cil EXPANÇÃO ESCAPE ADMISSÃO COMPRESSSÃO

2º cil ESCAPE ADMISSÃO COMPRESSSÃO EXPANÇÃO

3º cil COMPRESSSÃO EXPANÇÃO ESCAPE ADMISSÃO

4º cil ADMISSÃO COMPRESSSÃO EXPANÇÃO ESCAPE


CLASSIFICAÇÃO DOS MOTORES ALTERNATIVOS

Podem ser classificados de acordo com diversas características, e entre elas destacam-se o sistema de
alimentação de combustível, a disposição dos componentes internos, quanto ao sistema de
arrefecimento, quanto às válvulas, quanto à alimentação de ar, quanto à relação entre o diâmetro e
curso do pistão, quanto à rotação, quanto à fase do combustível e à potência específica.
Quanto ao sistema de alimentação de combustível

Os motores ciclo Otto são alimentados por um carburador ou sistema de injeção de


combustível.

Vale ressaltar que os carburadores estão próximos de se aposentar em aplicações


automotivas, já que as novas frotas já trazem o sistema de injeção eletrônica. Assim, os
carburadores são utilizados somente em aplicações de baixa potência em que as
limitações de emissão de poluentes são menos restritivas.

A injeção de combustível é mais precisa em relação ao carburador e permite um resultado


melhor no controle de emissões, que pode ocorrer no coletor de admissão (PFI – Port
Fuel Injection) ou na câmara de combustão (GDI – Gasoline Direct Injection).
Quanto ao sistema de arrefecimento

O trabalho gerado da combustão resulta uma parcela significativa de atrito e calor.


Para a manutenção da vida dos componentes faz-se necessário o arrefecimento de
algumas áreas e componentes.
O arrefecimento pode ser realizado com ar (geralmente em motores pequenos) ou
com água.
Sistema de arrefecimento a ar

Vantagem: mais simples.

Desvantagem: menos eficiente e menos homogênea.

Sistema de arrefecimento à água

Vantagem: mais eficiente, reduzindo o ruído do motor.

Desvantagem: complexidade.
RADIADOR
BOMBA D’ÁGUA
TERMOSTATO
RESERVATÓRIO DE EXPANÇÃO
SENSOR DE TEMPERATURA
VENTILAÇÃO FORÇADA
Quanto à disposição dos componentes internos

EM LINHA EM V OPOSTOS OU BOXER


MOTOR RADIAL
Motor Rotativo Wankel
QUANTO AS VÁLVULAS
A abertura e o fechamento das válvulas são usualmente realizados pelo eixo comando de válvulas,
assim acaba gerando uma classificação relativa à posição desse no sistema.
Quanto à alimentação de ar

O desempenho de um motor de combustão interna está fortemente associado à quantidade de ar


admitido e retido no interior dos cilindros, pois, quanto mais ar é admitido, maior também será a
quantidade de combustível a ser adicionado e posteriormente oxidado.

MOTOR NORMALMENTE ASPIRADO


QUANTO À RELAÇÃO ENTRE O DIÂMETRO E CURSO
DO PISTÃO
Outra forma de classificar os MCIs é por meio da relação diâmetro-curso do pistão. Com essa
classificação tem-se:

- Motor quadrado: quando o diâmetro do pistão é igual ao curso .


Esses motores apresentam bom desempenho em todas as rotações.

- Motor subquadrado: quando o diâmetro é menor que o curso .


Esses motores apresentam torque e potência em baixas rotações, sendo
um exemplo o motor VW AP-2000 — 827 (82,5 mm x 92,8 mm).

- Motor superquadrado: quando o diâmetro é maior que o curso ,


caracterizando motores de veículos esportivos com torque e potência em
altas rotações.
Quanto à rotação

São classificados em:


• Rápidos:
• Médios: .
• Lentos: .
Quanto à fase do combustível

Esta classificação divide os motores entre aqueles que utilizam


combustíveis líquidos e os gasosos.
Em relação à potência específica

Devido às exigências sobre a emissão de poluentes, é cada vez mais comum a substituição de
motores ciclo Diesel por motores ciclo Otto com maior potência específica em carros de
passeios.

A potência específica é dada pela


Equação
𝑵𝒆
𝑵𝒆𝒆𝒔𝒑𝒆𝒄 í 𝒇𝒊𝒄𝒂 =
𝑽𝒅

𝑁𝑒=𝑝𝑜𝑡 ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐í 𝑓𝑖𝑐𝑎 𝑁 𝑒 =𝑝𝑜𝑡 ê 𝑛𝑐𝑖𝑎𝑒𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑎 𝑉 𝑑 =𝑐𝑖𝑙𝑖𝑛𝑑𝑟𝑎𝑑𝑎𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙


Motores de Combustão Interna

Ciclos Termodinâmicos Reais e Ideais

Ciclo Brayton
micos Reais e Ideais

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