Você está na página 1de 54

Manual de Formação

de
Mecânica Auto

 Tecnologia de Mecânica Auto


Elaborado pelo Eng. Mestre André Quieza Actualizado pelo Eng. Mestre André Quieza
2017 2018
INTRODUÇÃO
 O desenvolvimento da Engenharia depende da possibilidade de
utilizar com maior rendimento os enormes recursos energéticos
que os combustíveis possuem sob a forma de energia interna.

 Em 1862, NIKOLAUS AUGUST OTTO (alemão) inventou o


motor de ciclo que leva seu nome e que necessita de centelha
eléctrica para inflamar a mistura de ar/combustível. Em 1897, o
também alemão RUDOLPH DIESEL inventou o motor de ciclo
que leva seu nome, e que inflama a mistura por meio da
compressão.

 O motor é o resultado do trabalho de diversos pesquisadores com


contribuições de várias ciências, destacando-se aquelas que
levaram os motores a consumirem cada vez menos combustíveis e
a poluírem cada vez menos o meio ambiente.

Tecnologia de Mecânica Auto


ENERIA
DEFINIÇÃO
 ENERGIA É TUDO AQUILO QUE É CAPAZ DE
TRANSFORMA-SE EM TRABALHO

TIPOS DE ENERGIA
A ENERGIA PODE APRESENTAR–SE EM DIVERSOS
TIPOS OU FORMAS:
 - MECÂNICA
 - CALORÍFICA
 - QUÍMICA
 - ELÉCTRICA , E ETC
TRANSFORMAÇÃO DE ENERGIA
 A ENERGIA PODE PASSAR DE UMA FORMA PARA OUTRA

 A ENERGIA QUÍMICA CONTIDA NO COMBUSTÍVEL, É


TRANSFORMADA EM ENERGIA CALORÍFICA E ESTA POR
SUA VEZ EM ENERGIA MECÂNICA QUE FAZ AVANÇAR O
VEICULO.
MOTORES DO CICLO OTTO
 Ignição por descarga eléctrica (faíca)
 Utilizam energia elétrica para dar início a reação de
combustão. A centelha (faísca elétrica) é produzida
pela vela de ignição;
 O combustível é misturado com o ar fora da câmara
de combustão.

MOTORES DO CICLO DIESEL


 Ignição por compressão
 Utilizam o aumento da temperatura, devido a
compressão da massa de ar admitida, para dar início
a reação de combustão;
 O combustível é misturado com o ar dentro da
câmara de combustão.
GENERALIDADES SOBRE MÁQUINAS TÉRMICAS

 Motor: é toda máquina capaz de transformar uma forma de


energia noutra forma de energia diferente.

 Máquinas Térmicas: são máquinas que transformam a


energia interna dos combustíveis em energia mecânica.

 Combustão ou queima: é um processo químico em que,


necessariamente, três elementos se combinam:

 Combustível: todo material capaz de ser queimado.


 Comburente: elemento que alimenta a combustão. Ex.:
oxigénio.
 Calor ou ignição: forma de energia que faz com que o
combustível atinja o ponto de ignição (chama).
Tecnologia de Mecânica Auto
 Motor de combustão: são aqueles que utilizam energia interna do
fogo para realizar trabalho mecânico.

Os motores de combustão podem ser classificados em:

 COMBUSTÃO EXTERNA
Define-se como motor de combustão externa um conjunto de
elementos que se destina a transformar a energia química do
combustível em energia calorífica e esta última em energia
mecânica (movimento). (A combustão é feita fora do cilindro).

 COMBUSTÃO INTERNA
Define-se como motor de combustão interna um conjunto de
elementos que se destina a transformar a energia química do
combustível em energia calorífica e esta última em energia
mecânica (movimento). (A queima do combustível ocorre
dentro do cilindro, como é o caso dos motores a gasolina,
álcool ou diesel).
Tecnologia de Mecânica Auto
CLASSIFICAÇÃO DOS MOTORES DE
COMBUSTÃO INTERNA

 Quanto ao tipo de combustão


podem ser:
• Motores de Combustão Interna
• Motores de Combustão Externa

 Quanto à disposição dos


cilindros:
• Em linha
• Em “V”
• Horizontais Opostos

Tecnologia de Mecânica Auto


• Em linha

• Em “V”

• Horizontais Opostos
CONFIGURAÇÃO PRINCIPAL DO MOTOR DIESEL
ORGÃOS MÓVEIS
Constituição

1. Êmbolos (pistão) E também temos:


2. Pinos de êmbolo • Válvulas de admissão e escape
3. Anéis de segmento • Árvore de comando de válvulas (veio
4. Bielas excêntrico)
5. Bronzinas (capas) • Órgãos da distribuição
6.Árvore de manivelas (cambota)
7. Volante do motor
ÊMBOLO / PISTÃO

Seguimentos de fogo
Coroa do
Seguimento de compressão
êmbolo
Seguimento raspador de óleo

Cavirão
Freio do
cavirão/trava Saia do êmbolo

Tirante

Capas da chumaceira da
Parafuso de cabeça do tirante
aperto do tirante
O embolo
Com o seu movimento, puxa a
mistura ar/combustível ou somente ar
do exterior. Comprime a mistura ou o
ar sucessivamente, recebendo assim a
pressão dos gases em expansão, e
expelindo os gases queimados no
cilindro. Além disso, guia os pés da
biela e absorve o impulso lateral
determinado pela inclinação que
ocorre na biela, durante a rotação da
cambota.

A vedação entre o êmbolo e a camisa é garantida por um conjunto de


vedantes a que se dá o nome de segmentos.
O número de segmentos é variável de motor para motor. Os
segmentos superiores chamam-se de compressão por efectuarem a
função de reter os gases, impedindo-os de passarem para a parte
inferior do bloco.

O segmento mais inferior é


conhecido por segmento
raspador, e tem a função de
raspar o óleo da parede da camisa
durante o trajecto descendente do
êmbolo, uma vez que todo o óleo
deixado nas paredes da camisa,
acima do êmbolo , seria
queimado na combustão.
TIRANTE / Biela

Tem por função transmitir o


movimento alternativo do
êmbolo ao veio de manivelas;

Compreende:
Cabeça
•Parte que liga ao veio de
manivelas;

Corpo
•Parte que liga o pé à cabeça;

•Parte da biela que liga ao êmbolo, possuindo um casquilho para
funcionamento do cavirão;
•Possui canais interiores que asseguram a passagem de óleo de lubrificação
para o êmbolo e cavirão;
1. Pé
2. Corpo
3. Cabeça
4. Perno de aperto
5. Chumaceira da cabeça do tirante
6. Capas/casquilos
7. Casquilho do pé do tirante
8. Canais de lubrificação

L – comprimento do tirante (biela)


R – raio do veio de manivelas
Vcc – volume da câmara de combustão
Vv – volume varrido (cilindrada)
D – diâmetro do cilíndro
C - curso
Flange à qual está
CAMBOTA Mancais Fixos de aparafusado o volante
apoio do veio de
manivelas

Moente/mancais
Contrapeso assegura
um equilíbrio correcto Canais de lubrificação

• Também chamado de virabrequim e/ou arvore de manivelas . É um


componente mecânico rotatório dotado de uma série de manivelas, por
intermédio das quais o movimento das bielas é transmitido ao volante
do motor.
• Tem como função converter o movimento alternativo dos êmbolos e dos
tirantes em movimento de rotação.

• Para girar sem provocar vibrações inadmissíveis, a cambota


deve ser cuidadosamente calibrada. Para isso, utilizam-se
alguns contra-pesos colocados junto aos braços das manivelas.

• Em geral, a cambota é atravessada por uma série de canais internos que têm a
função de levar o óleo sob pressão, das chumaceiras dos mancais fixos às
chumaceiras das bielas.

• As bordas dos furos desses canais devem ser perfeitamente


lisas. Numa das extremidades da árvore de manivelas fica
preso o volante do motor
ORGÃOS FIXOS

Cabeça (cúpla)

Bloco do Motor

Cárter do Motor
 Cabeça

1. Cabeça
2. VV admissão
3. Guia VV admissão
4. VV evacuação
5. Guia VV evacuação
6. Injector
a) Água doce
b) Combustível
c) Ar arranque
d) Gases de evacuação
Câmara de combustão
 Bloco:
É a parte principal do motor. Aloja maior parte dos órgãos móveis,
os cilindros e, por vezes, componentes de outros sistemas. É
fabricado de ferro fundido ou liga leve. Os blocos de liga leve
melhoram consideravelmente a relação peso/ potência.
características
• Neles são usinados os cilindros ou os furos para a colocação destes; os
motores arrefecidos a ar levam cilindros aletados, possuindo, geralmente,
bloco baixo permitindo que os cilindros fiquem expostos à circulação do ar
de arrefecimento.
• Na parte inferior do bloco estão os alojamentos dos mancais centrais, onde se
apoia o eixo de manivelas (virabrequim).
Cilindros
Os cilindros alojam os êmbolos e permitem seu movimento rectilíneo
alternado.
•Órgão onde a energia calorífica se
transforma em energia mecânica.

•O interior é perfeitamente polido para que


o êmbolo se mova com o mínimo de atrito.

•Nos motores a dois tempos os cilindros


poderão ter orifícios de evacuação e de
admissão.
•O cilindro é formado por uma camisa que
pode ser construída no próprio bloco ou
amovível sendo neste caso, equipada com
juntas tóricas.
CÁRTER

O cárter é a parte inferior do motor. Nos motores de quatro tempos é


basicamente o reservatório de óleo lubrificante. A bomba de óleo lubrificante
está localizada no cárter. Pode ser feito de chapa de aço estampada, ou de liga
leve, aletado, para facilitar a dissipação do calor.
OS ACESSÓRIOS DO MOTOR

PARA MELHORAR O FUNCIONAMENTO DO MOTOR, É IMPORTANTE


TER EM CONTA OS ASPECTOS LIGADOS A FRICÇÃO ENTRE AS PEÇAS
ISTO É A LUBRIFICAÇÃO, E A REFRIGERAÇÃO DOS MESMOS.

ASSIM OS MOTORES TÊM ENTRE OUTROS OS SEGUINTES ACESSÓRIOS:

- BOMBA DE ÓLEO
- BOMBA DE ÁGUA
- RADIADOR
- VENTILADOR
- ALTERNADOR
- MOTOR DE ARRANQUE
- BATERIA E ETC…
A FUNÇÃO DOS
ORGÃOS FIXOS
E MÓVEIS NO
MOTOR
ORGÃOS MÓVEIS
EMBOLO (PISTÃO)
PELO SEU MOVIMENTO, ASPIRA E COMPRIME O AR DENTRO DO
MOTOR, QUE DEPOIS DA COMBUSTÃO, EVACUA OS GASES
QUEIMADOS PARA FORA DO MOTOR. POR OUTRO LADO, O MESMO

GARANTE A ESTANQUEIDADE NO CILINDRO.


BIELA
SERVE COMO ELEMENTO DE LIGAÇÃO ENTRE O EMBOLO E A CAMBOTA
E TRANSMITE O MOVIMENTO DA CAMBOTA PARA O EMBOLO E VICE
VERSA
VEIO EXCÊNTRICO, VARETAS
TUCHAS E MARTELOS
TÊM A FUNÇÃO DE COORDENAR A ABERTURA E O FECHO DAS
VÁLVULAS, ATRAVÉS DO MOVIMENTO DA CAMBOTA, PASSANDO PELO
VEIO EXCÊNTRICO.

Varetas

Veio Excêntrico

Martelos Tuchas
(Balancim)
VÁLVULAS
ABREM E FECHAM OS CANAIS DE ADMISSÃO DO AR E DA
EVACUAÇÃO DOS GASES QUEIMADOS
ORGÃOS FIXOS
BLOCO MOTOR
ALOJA OS CILINDROS E NELE PASSAM TAMBEM OS CANAIS PARA A
LUBRIFICAÇÃO E A REFRIGERAÇÃO DO MOTOR.
CÚPLA
TAPA A PARTE SUPERIOR DOS CILINDROS, E SUPORTA OS INJECTORES,
VÁLVULAS, MARTELOS, VELAS, E EM CERTOS MOTORES O VEIO
EXCÊNTRICO.
CILINDRO
AS PAREDES DO CILINDRO SERVEM DE GUIA PARA O EMBOLO, E DENTRO
DESTE, É ASPIRADO O AR PARA SER COMPRIMIDO E QUE DEPOIS DA
COMBUSTÃO, OS GASES QUEIMADOS SÃO EVACUADOS FORA DO MOTOR.
BOMBA INJECTORA E
INJECTORES(MOTOR DIÉSEL)

A BOMBA ENVIA O COMBUSTÍVEL SOB PRESSÃO ATÉ AOS INJECTORES, E


ESTES POR SUA VEZ PULVERIZAM – NO NA CÂMARA DE COMBUSTÃO.
BOMBA, CARBURADOR,
DISTRIBUIDOR, PLACA ELECTRÔNICA,
INJECTORES E VELAS
OS MOTORES COM CARBURADOR, A BOMBA ASPIRA A GASOLINA PARA O
CARBURADOR E ESTE POR SUA VEZ DOSEA A QUANTIDADE
NECESSÁRIA PARA DENTRO DO MOTOR.

NOS MOTORES A INJECÇÃO, A BOMBA ENVIA A GASOLINA AOS


INJECTORES E A PLACA ELECTRÔNICA COORDENA A ABERTURA DOS
MESMOS PARA INTRDUZIREM A GASOLINA, DENTRO DO MOTOR.

NOS DOIS CASOS, AS VELAS FAZEM A DESCARGA ELÉCTRICA NA


MISTURA (AR GASOLINA) DE ACORDO COM A ORDEM DO
DISTRIBUIDOR, DANDO ORIGEM A EXPLOSÃO.
CARTER DE ÓLEO
SERVE COMO RESERVATÓRIO DE TODO ÓLEO QUE O MOTOR PRECISA
PARA LUBRIFICAR OS ORGÃOS.

TAMPA DE CULATRA
COBRE A PARTE SUPERIOR DA CÚPLA , EVITANDO ASSIM A ENTRADA DE
ELEMENTOS ESTRANHOS PARA DENTRO DO MOTOR, ASSIM COMO O
DESPERDICIO DE ÓLEO.
COLECTORES DE ADMISSÃO E
DE ESCAPE
SERVEM COMO CANAIS DE ENTRDA DO AR ADMITIDO NO MOTOR E
PARA EVACUAR OS GASES QUEIMADOS NO MOMENTO DE ESCAPE.
A TUBAGEM
OS TUBOS CONDUZEM OS FLUIDOS E O AR QUE CIRCULAM NO
INTERIOR E NO EXTERIOR DO MOTOR, PARA MELHORAR O SEU
RENDIMENTO.

Bomba
Injectora
CONFIGURAÇÃO PRINCIPAL DO
MOTOR DIESEL
O CONJUNTO MÓVEL
O CONJUNTO MÓVEL É COMPOSTO PELOS ORGÃOS SEGUINTES:

 CAMBOTA
 ÊMBOLO
 BIELA

PELO SEU MVIMENTO, O AR É ASPIRADO PARA DENTRO DO MOTOR COMPIMINDO-O DE


SEGUIDA.

O TRABALHO DESEJADO, REALIZA-SE COM A COMBUSTÃO QUE UMA VEZ REALIZADA, OS


GASES QUEIMADOS SÃO EVACUADOS PARA FORA DO MOTOR.

OS CONSTRUTORES DEDICAM UMA ESPECIAL ATENÇÃO NO FABRICO DESTES ORGÃOS,


ATENDENDO O TRABALHO QUE DESENVOLVEM DENTRO DO MOTOR.

O EMBOLO É FABRICADO APARTIR DE UMA LIGA DE ALUMÍNIO, A CAMBOTA E A BIELA EM AÇO.


UM TRATAMENTO ESPECIAL, É DADO NOS PONTOS DE CONEXÃO ENTRE A CAMBOTA E A
 Conversão do movimento alternativo em rotativo

VEIO DE MANIVELAS (CAMBOTA)


VOLANTE

CILINDRO

O volante destina-se a equilibrar o funcionamento e a vencer os tempos


mortos.
DISTRIBUIÇÃO

O mecanismo de distribuição faz a transmissão de


movimento do veio de manivelas aos órgãos que dele
necessitam para comandar ou auxiliar o motor no seu
funcionamento. Estes mecanismos são:
• Veio dos martelos
• Veio da bomba injectora
• Bombas de água (quando acopladas)
• Bomba de óleo de lubrificação e de combustível
• Compressor volumétrico
• Regulador de velocidade
 Tipos de distribuição
Por correia dentada Por corrente Por engrenagens
 COMANDO DE VALVULAS
Função
O sistema de comando de válvulas tem como função sincronizar a abertura e
o fechamento das válvulas de acordo com o movimento dos êmbolos, para
permitir a entrada do ar ou da mistura de ar/ combustível nos cilindros, e a
saída dos gases queimados.

Constituição
PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR A
COMBUSTÃO INTERNA
 O motor a combustão interna ciclo Otto é uma máquina que trabalha
com os princípios da termodinâmica e com os conceitos de compressão
e expansão de fluidos gasosos para gerar força e movimento rotativo.
Nelas destacamos os ciclos à 2 e à 4 tempos de funcionamento.
Fases do ciclo teórico de 4 tempos
 A figura abaixo ilustra o princípio de funcionamento de um motor à 4
tempos. O ciclo do mesmo realiza-se com 2 voltas do veio de manivelas.

admissão compressão combustão- escape


expansão
 Admissão
O êmbolo parte do PMS, descendo
até ao PMI. A válvula de
admissão encontra-se aberta
durante este período, admitindo ar
puro dentro do cilindro, enchendo-
o.

 Compressão
com ambas as válvulas fechadas, o
êmbolo sobe até ao PMS,
comprimindo o ar puro encerrado
no cilindro.
 Combustão e expansão
Começando no PMS ou antes, o
combustível é injectado no seio do ar
quente, inflamando-se espontaneamente
no contacto com este. A injecção e a
combustão continua durante parte da
descida do êmbolo, sendo este o tempo
motor.

 Evacuação
Quando o êmbolo chega ao PMI a
válvula de escape abre-se permitindo que
os gases queimados sejam descarregados
para a atmosfera, através do sistema de
escape, durante a subida do êmbolo.
 Ordem de injecção do cíclo à 4 tempos

1 & 4 estão á
descer.

1 esta no 3º tempo
(tempo motor) e 4
esta no tempo de
admissão.

2 & 3 estão a subir.

2 esta no tempo de
escape e 3 na
compressão.
1- Admissão

2- Compressão

3- Expansão / combustão /
explosão

4- Escape / evacuação
 Fases do ciclo teórico de 2 tempos

Este ciclo foi concebido para simplificar o sistema de distribuição


reduzindo ou eliminando o nº de válvulas.

1º tempo

Compressão e admissão : passeio ascendente

2º tempo

Combustão/expansão e escape: passeio descendente

Vantagem
Obtenção de maior potência em igualdade de dimensões.
Teoricamente o dobro de um motor de 4 tempos em igualdade de
cilindros.

Inconveniente
Aquecimento excessivo dos órgãos que pode produzir rotura da
película de óleo lubrificante com risco de avaria.
O ciclo realiza-se com uma volta do veio de manivelas (cambota) e meia
volta do veio excêntrico.

admissão / Compressão :

O êmbolo ao subir comprime a mistura que já está na câmara de


combustão e nesta posição o próprio êmbolo abre a janela de
admissão permitindo que a mistura (ar – gasolina - óleo) que vem
do carburador penetre no cárter que ficou em vácuo com a subida
do êmbolo (admissão).
Combustão / Escape:

O êmbolo chega ao PMS e a vela faísca. A mistura inicia a


combustão impulsionando o êmbolo para baixo.
Quando o embolo libertar a janela de escape, os gases começam a
sair da câmara (escape).
Finalmente os gases ainda não expulsos serão empurrados pela
mistura que se encontra sob o êmbolo (cárter) através das
passagens laterais do cilindro (janela de transferência).
 admissão / Compressão :
Janela de transferência
Janela de escape

 Combustão / escape:

Janela de admissão
O CÍCLO PRÁTICO DO FUNCIONAMENTO
DO MOTOR Á 4 TEMPOS
Os tempos do cíclo prático, succedem na mesma ordem tal como no cíclo teórico.
não são delimitados pelas passagens do pistão ou embolo ao ponto morto superior
(p.m.s) ou ao ponto morto inferior (p.m.i), mas sim pelos ângulos de rotação da
cambota antes ou depois destas posições extremas.

1º TEMPO
ADMISSÃO
NO 1º TEMPO, ACONTECE O AVANÇO À ABERTURA DA VÁLVULA DE ( A.A.A ) PARA
QUE O AR OU A MISTURA, POSSA SER ADMITIDO COM UM DÉBITO SUFICIENTE
DO INÍCIO DA DESCIDA DO EMBOLO DO P.M.S ATÉ AO P.M.I.

O ATRASO AO FECHO DA VÁLVULA DE ADMISSÃO ( A.F.A ), VERIFICA-SE POUCO


DEPOIS DO EMBOLO COMEÇAR O CURSO ASCENDENTE DO P.M.I PARA O P.M.S.
2º TEMPO
COMPRESSÃO
AS DUAS VÁLVULAS ESTÃO FECHADAS, E O EMBOLO FAZ O CURSO ASCENDENTE
DO P.M.I PARA O P.M.S, COMPRIMINDO O AR OU A MISTURA PARA A CÂMARA DE
COMBUSTÃO.
3º TEMPO
COMBUSTÃO
NO 3º TEMPO, O INJECTOR PULVERIZA O COMBUSTÍVEL UM POUCO ANTES DO
EMBOLO CHEGAR NO P.M.S, DIZ-SE ENTÃO QUE HA UM AVANÇO À INJECÇÃO( A.I).

NOS MOTORES A GASOLINA OU A EXPLOSÃO, DE IGUAL MODO A DESCARGA


ELÉCTRICA FEITA PELA VELA , ACONTECE COM UM CERTO AVANÇO.

4º TEMPO
ESCAPE
A VÁLVULA DE ESCAPE, ABRE ANTES DO EMBOLO CHEGAR AO P.M.I. PORTANTO,
ACONTECE O AVANÇO A ABERTURA DA VÁLVULA DE ESCAPE (A.A.E).

VERIFICA-SE O ATRASO AO FECHO DA VALVULA DE ESCAPE (A.F.E), QUANDO O


EMBOLO DESLOCA-SE DO P.M.I PARA O P.M.S.

O BALANCEAMENTO DAS VÁLVULAS, ACONTECE QUANDO A VÁLVULA DE


ADMISSÃO E DE ESCAPE, ESTIVEREM MOMENTANEAMENTE ABERTAS ISTO É NO
FIM DO 4º TEMPO INÍCIO DO 1º TEMPO.
FIM
Actualizado pelo Eng. Mestre André Quieza
2018

Você também pode gostar