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TRATORES E COLHEITADEIRAS
APOSTILA DO ALUNO
"A educação é o único caminho pelo qual tornaremos o Brasil um país melhor no Futuro".
R M X - Consultoria e Treinamentos
Definição de motores
Motor é uma máquina que converte qualquer forma de energia em trabalho mecânico.
O motor de combustão transforma energia térmica (calorífica) em trabalho mecânico (energia mecânica).
Tipos de motores
Quanto ao tipo de combustão, os motores podem ser:
Combustão interna:
de pistão:
- ciclo Otto a gasolina
- ciclo Diesel a óleo diesel
de êmbolo rotativo:
- Wankel
Partes componentes
a) Bloco
É a maior parte do motor e sustenta todas as outras partes. Nele estão contidos os cilindros, geralmente
em linha nos motores de tratores de rodas. São normalmente construídos de ferro fundido, mas a este
podem ser adicionados outros elementos para melhorar suas propriedades.
Alguns blocos possuem tubos removíveis que formam as paredes dos cilindros, chamadas de
“camisas”. Estas camisas podem ser “úmidas” ou “secas”, conforme entrem ou não em contato com a água
de refrigeração do motor.
b) Cabeçote
Este componente fecha o bloco na sua parte superior, sendo que a união é feita por parafusos.
Normalmente, é fabricado com o mesmo material do bloco. Entre o bloco e o cabeçote existe uma junta de
vedação.
c) Cárter
O cárter fecha o bloco na sua parte inferior e serve de depósito para o óleo lubrificante do motor.
Normalmente, é fabricado de chapa dura, por prensagem.
d) Pistão (êmbolo)
É a parte do motor que recebe o movimento de expansão dos gases. Normalmente, é feito de ligas de
alumínio e tem um formato aproximadamente cilíndrico. No pistão encontram-se dois tipos de anéis:
Anéis de lubrificação: estão localizados na parte inferior do pistão e têm a finalidade de lubrificar as paredes
do cilindro. O pistão liga-se à biela através de um pino. O pino é normalmente fabricado de aço cementado.
e) Biela
É a parte do motor que liga o pistão ao virabrequim. É fabricado de aço forjado e divide-se em três partes:
cabeça, corpo e pé. A cabeça é presa ao pistão pelo pino e o pé está ligado ao virabrequim através de um
material antifricção, chamado casquilho ou bronzina.
f) Virabrequim
É também chamado de girabrequim ou árvore de manivelas. É fabricado em aço forjado ou fundido.
Possui mancais de dois tipos:
1) Excêntricos: estão ligados aos pés das bielas;
2) De centro: sustentam o virabrequim ao bloco.
g) Volante
É constituído por uma massa de ferro fundido e é fixado no virabrequim. Acumula a energia cinética,
propiciando uma velocidade angular uniforme no eixo de transmissão do motor. O volante absorve energia
durante o tempo útil de cada pistão(expansão devido à explosão do combustível), liberando-a nos outros
tempos do ciclo (quando cada pistão não está no tempo de potência), concorrendo com isso para reduzir os
efeitos de variação do tempo do motor.
h) Válvulas
Existem dois tipos de válvulas: de admissão e de escape. Elas são acionadas por um sistema de comando
de válvulas. O movimento do virabrequim é transmitido para o eixo de comando de válvulas por meio de
engrenagens. O eixo de comando de válvulas liga-se por uma vareta ao eixo dos balancins. Este, por sua vez,
é que acionará as válvulas. A abertura e o fechamento das válvulas estão relacionadas com o movimento do
pistão e com o ponto de injeção, de modo a possibilitar o perfeito funcionamento do motor.
As engrenagens da distribuição podem ter uma relação de 1:2, o que significa que cada rotação da
árvore de manivelas corresponde a meia rotação da árvore de comando de válvulas.
i) Partes complementares
São os sistemas auxiliares indispensáveis ao funcionamento do motor: sistema de alimentação de
combustível, sistema de alimentação de ar, sistema de arrefecimento, sistema de lubrificação e sistema
elétrico.
1ª Admissão
Nesta fase, o pistão desce, estando a válvula de admissão aberta e a de escape fechada. Ao descer,
o pistão cria uma depressão no cilindro. O ar é então forçado pela pressão atmosférica a entrar no cilindro,
passando pelo filtro de ar e pela tubulação de admissão. A quantidade de ar admitida é sempre a mesma,
qualquer que seja a potência que estiver sendo utilizada ou a posição do acelerador.
2ª Compressão
Então, o pistão sobe, as válvulas de admissão e de escape estão fechadas. O ar admitido na fase de
admissão é comprimido até ocupar o volume da câmara de combustão. Devido à compressão, o ar se aquece.
No final da compressão, o bico injetor injeta, finamente pulverizado, o óleo diesel no interior da câmara de
combustão. O óleo diesel, em contato com o ar aquecido, se inflama, iniciando assim a combustão.
3ª Combustão/Explosão
O pistão desce, acionado pela força de expansão dos gases queimados. As válvulas de admissão e de
escape estão fechadas. A força de expansão dos gases queimados é transmitida pelo pistão à biela e desta
ao virabrequim, provocando assim o movimento de rotação do motor. A expansão é o único tempo que
produz energia, sendo que os outros três tempos consomem uma parte dessa energia. A energia produzida
é acumulada pelas massas do virabrequim e do volante.
4ª Escape
O pistão sobe, estando a válvula de escape aberta e a de admissão fechada. Os gases queimados são
expulsos através da passagem dada pela válvula e escape.
Um pouco antes de o pistão alcançar sua posição mais alta, uma certa quantidade de óleo diesel é
atomizada na câmara de combustível pela unidade injetora de combustível. O intenso calor, causado pela
alta compressão do ar, inflama imediatamente o combustível atomizado no cilindro.
A pressão resultante força o pistão para baixo, no curso de expansão. As válvulas de escape vão se
abrir quando o pistão estiver na metade do curso descendente, permitindo que os gases queimados saiam
pelo coletor de escapamento.
Quando o pistão, em seu curso descendente, descobre as janelas de admissão, o cilindro é
novamente “lavado” pelo ar limpo.
O ciclo completo de combustão é concluído em cada cilindro durante cada volta do virabrequim, ou
em outras palavras, em 2 tempos.
Tipos de injeção
Em relação à câmara de câmara de combustão, os motores Diesel dividem-se nos seguintes tipos:
Cilindrada
É o volume deslocado pelo pistão do ponto morto superior (PMS) até o ponto morto inferior (PMI)
multiplicado pelo número de cilindros do motor.
Onde:
Relação de compressão
A câmara de combustão é o espaço livre depois da cabeça do pistão quando este atinge o PMS.
A compressão do ar contido no cilindro é feita pelo pistão durante seu curso do PMI ao PMS no tempo de
compressão. O volume inicial ocupado pelo ar é somente o da câmara de combustão.
A relação (ou taxa) de compressão é a relação entre o volume inicial e o volume final. A relação de
compressão da gasolina é 6:1 a 8:1; do álcool é 12:1 a 14:1 e do óleo diesel é de 16:1 a 18:1.
Onde:
Para que a queima do combustível ocorra dentro dos padrões técnicos do ciclo e a expansão dos
gases produza a pressão e o trabalho desejados, é necessário que a massa de combustível injetada no motor
seja misturada a uma quantidade de ar. Forma-se assim a mistura combustível- ar, cuja dosagem é feita pela
injeção eletrônica ou pelo carburador.
Torque
O torque é definido como o produto da força atuante (pressão exercida sobre a área da cabeça do
pistão) pela distância perpendicular do eixo à direção dessa mesma força.
É expresso pela fórmula:
Onde:
T = torque, expresso em kgfm (Sistema Técnico), kpm (quilopond metro)
(DIN), lbf.ft (SAE), J (Sistema Internacional = N.m)
F = intensidade da força atuante, expressa em kgf, lbf, N
d = distância perpendicular entre o eixo e a direção a força, em m, pés
O torque depende exclusivamente do tamanho e da quantidade de pistões, da relação de
compressão e do tipo de combustível utilizado, variando muito pouco com a rotação do motor, devido à
perda de eficiência nas rotações mais altas e muito baixas. Um motor de mais torque tem possibilidade de
fazer o trator puxar maior carga desde que o peso do mesmo propicie aderência suficiente no solo.
Potência
A potência de um motor é definida como o trabalho realizado numa unidade de tempo. A potência
é calculada pela seguinte fórmula:
Um trator com um motor mais potente, desde que tenha o peso adequado, pode executar mais
trabalho que um menos potente, no mesmo tempo.
Ao contrário do torque, a potência depende da rotação do motor, ou seja, nas rotações mais altas
alcança-se uma maior potência até um ponto em que, mesmo aumentando-se a rotação, a potência passa a
diminuir.
Unidades de potência
Definições
a) cv
Em cv ou PS é a força necessária para elevar uma massa de 75 kg à altura de um metro em um segundo.
b) HP
Um HP é a força necessária para elevar uma massa de 76 kg à altura de um metro em um segundo.
c) W
Um watt é a potência desenvolvida quando se realiza contínua e uniformemente um trabalho igual a um
joule por segundo.
Turbina
SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO DE AR
A quantidade de ar utilizada por um motor de combustão interna depende fundamentalmente do
regime, cilindrada e tipo de motor (atmosférico ou sobrealimentado), mas representa sempre um volume
bastante grande pelo que é fundamental que se encontre livre de poeiras. Estas provocam um desgaste
acentuado dos motores, especialmente ao nível dos cilindros, chumaceiras, válvulas e suas guias e, nos
motores sobrealimentados, nas chumaceiras do veio das turbinas.
A utilização dos equipamentos agrícolas em determinadas situações, nomeadamente nas lavouras e
colheita de cereais, aumenta significativamente a concentração de poeira no ar e consequentemente os
riscos de deterioração do motor, pelo que é necessário redobrar os cuidados a ter com os sistemas de limpeza
do ar; para além dos aspectos relacionados com os trabalhos agrícolas o tempo seco aumenta também a
concentração de poeiras na atmosfera.
Pré-filtro de ar
Sistema aspirado
Nesse sistema a entrada do ar no cilindro ocorre somente com a pressão ambiente (pressão atmosférica).
ATENÇÃO:
1. Em tratores turbo-alimentados, dê a partida e mantenha em marcha lenta por algum tempo, pois o óleo
Lubrificante demora um pouco para chegar até o Turbocompressor e pode causar sérios danos.
2. O mesmo vale para desligar o motor. Deixe-o funcionando em marcha lenta por alguns segundos antes
de fazer o corte do combustível.
Filtro de ar
Tem como função reter partículas pequenas contidas no ar.
Podem ser de dois tipos:
1) em banho de óleo
2) de papel
Filtro de ar de papel
Nos filtros de papel, também conhecidos como “filtro de ar seco” existem dois elementos filtrantes
descartáveis:
1) Primário de papel
2) Secundário de feltro
Indicador de restrição
O indicador de restrição do filtro de ar, localizado no painel do trator, tem a função de indicar
quando deve ser feita a limpeza ou a troca do elemento filtrante primário.
Funciona através do vácuo gerado no condutor de admissão, quando o elemento primário
está muito sujo, ocorrendo uma restrição à passagem do ar.
ATENÇÃO:
Outras referências que indicam a necessidade de limpeza ou troca do elemento filtrante primário são:
• Fumaça preta no escapamento
• Perda de potência
• Elevação da temperatura do motor
Caso a luz do indicador de restrição acenda, não há necessidade de parada imediata do trator, podendo ainda
trabalhar por algum tempo, porém com constante observação da cor (preta) da fumaça do escapamento, da
temperatura do motor e da perda de potência.
ATENÇÃO:
1. Pressão máxima do compressor: 70 lbf/pol2.
2. Para limpeza, utilize somente ar comprimido de boa qualidade, pois gases de escapamento são
prejudiciais para o elemento filtrante.
Recoloque e fixe o elemento filtrante, apertando-o suficientemente de maneira a vedar a entrada de pó,
porém com cuidado para não danificá-lo. O número de operações de limpeza que o elemento filtrante
principal poderá receber varia de acordo com a recomendação do fabricante.
ATENÇÃO:
A limpeza em excesso do elemento filtrante principal diminui a qualidade de filtragem, uma vez que
o pó impregnado no papel do elemento filtrante aumenta essa eficiência.
Para testar o funcionamento do indicador de restrição do filtro de ar, funcione o motor em rotação
mediana e, com auxílio de outra pessoa, obstrua parcialmente a entrada do ar.
ATENÇÃO:
observe se a lâmpada acende. caso não acenda, procure um
profissional da área. Faça estes testes periodicamente.
ATENÇÃO:
Coletor de admissão
A entrada de ar para o interior dos motores com vários cilindros agrupam-se numa única conduta,
que se designa por coletor de admissão, na extremidade do qual se encontra o filtro de ar; esta disposição
permite que apenas um filtro seja suficiente para alimentação de todos os cilindros; o desenho do coletor de
admissão deve conferir ao ar, à entrada dos cilindros, um movimento turbilhonar.
Admissão do ar
1) Por meio do vácuo criado pelo movimento descendente do pistão: motor aspirado
2) Sob pressão: motor turbinado
Turbocompressor:
Quando se fala em turbocompressor, a primeira coisa que nos vem à cabeça é o aumento de
potência. Ok, mas vários outros benefícios estão diretamente ligados à sua utilização. Potência realmente é
o que mais se torna aparente quando um motor diesel passa a ser sobrealimentado. Mas os benefícios vão
além disso. É o caso, por exemplo, do aumento de rendimento, melhora na queima da mistura de
combustível injetado no cilindro e, consequentemente, menor emissão de poluentes. A diminuição da
fumaça, além de ter vantagens
evidentes para o meio
ambiente, também evita que a
sua presença na câmara de
combustão, no pistão, nas
válvulas e sistema de
escapamento, propicie a
cristalização de um tipo de
carvão que, gradativamente,
vai minando o desempenho do
motor. O carvão acumulado é
extremamente abrasivo e
compromete com rapidez o
funcionamento do equipamento. Outra vantagem do turbo, e que pouca gente destaca, é a possibilidade da
utilização de motores menores em substituição aos de grande cilindrada. Como ele aumenta sensivelmente
a potência, podem-se produzir motores de cilindradas menores, mais baratos, mais leves, com menores
emissões e com o mesmo rendimento de motores aspirados de grande capacidade cúbica. O turbo se
sobressai também nas grandes altitudes, onde o ar rarefeito compromete seriamente a potência dos motores
naturalmente aspirados. Nesse caso, a diminuição da quantidade do ar no meio ambiente não afeta somente
os seres vivos. Ela também deixa os motores muito mais fracos, já que é imprescindível a presença do
oxigênio para produzir a queima do diesel no interior da câmara de combustão. Com o ar é injetado pelo
turbo em grandes quantidades no interior do motor, a perda de rendimento é minimizada.
Intercooler
Aftercooler
É um permutador de calor ar ou radiador de ar. Ele também pode ser água / ar (água / ar), que está
localizado após o turbo. De acordo com o conceito apenas o termo pós-arrefecedor ser justificada, quando
falamos de motores com turbos (não em paralelo) de descarga sequencial com dois permutadores de calor,
então a primeira "cooler" montada para resfriar o ar a partir do primeiro turbo seria o intercooler, e o
segundo "cooler "montado após o segundo turbo seria o pós-arrefecedor.
O arrefecedor final está localizado a jusante do turbocompressor reduz o calor produzido pelo atrito
e compressão da carga de ar. O pós-arrefecedor aumentar a densidade do ar na câmara de combustão e
reduzir a sua temperatura.
Termos:
*Conclusão
Do ponto de vista técnico interpreta-se mal o termo "Intercooler", como era usado em sistemas de
turboalimentação sequenciais; Atualmente grande porcentagem de veículos que utilizam sistemas paralelos
turbocharged deve usar o termo correto para Aftercooler (aftercooler), mas, infelizmente, ainda usa-se o
termov Intercooler prazo para fins de marketing. Tenha em mente que hoje a maioria turbocharged motores
chamados "Intercooler", na verdade, são sistemas em paralelo com um refrigerador (Aftercooler).
Wastegate
Alguns motores Diesel com turbo-compressor possuem uma válvula que limita a pressão produzida
pelo compressor no sentido de obviar qualquer sobrecarga que possa danificar o motor. Esta válvula é
conhecida pela sua denominação inglesa: wastegate.
O caudal de ar gerado pelo compressor (2) cria pressão no coletor de admissão (4). Uma derivação
(5) liga o coletor de admissão (4) com a válvula wastegate (3). Uma pressão demasiado elevada no coletor
de admissão promove a compressão da mola da válvula wastegate e consequentemente a sua abertura. Os
gases de escapes são lançados diretamente no tubo de escape (6) sem passarem pela turbina (7). Ao limitar,
desta forma, a rotação da turbina, limita-se a rotação do compressor, ou seja limita-se o caudal e pressão no
coletor de admissão como se pretendia.
Coletor de escape
O coletor de escape agrupa as várias saídas dos cilindros do motor que ligam ao escapamento, que
por sua vez, elimina os gases resultantes da explosão. Após a deflagração do combustível no interior abre-se
a válvula de escape quando da subida do pistão e a pressão obriga os gases queimados a saírem, sendo
conduzidos pelo coletor de escape até o escapamento do motor.
Os coletores de escape costumam ser feitos de ferro fundido e, atingindo temperaturas de centenas
de graus, são sensíveis ao derramamento de água proveniente de outros pontos do motor, podendo esta
provocar o estalar do mesmo.
Abafador
COMPONENTES DO SISTEMA
Tanque de combustível
Copo de sedimentação
Está localizado antes da bomba alimentadora;
Decanta a água contida no combustível;
Apresenta na parte inferior um parafuso para drenagem.
Filtro de combustível
A finalidade de um filtro para Diesel é proteger o sistema de injeção. Estes filtros eliminam as
impurezas existentes de várias maneiras:
- Contaminação durante a produção, transporte, armazenamento, reparações, etc.
- Entrada de partículas através do sistema de ventilação do depósito de combustível.
- Contaminação por sujeira e oxidação nos depósitos de combustível ou tubos.
- Condensação de água no depósito de combustível, causada por variações da temperatura
Estas contaminações podem obstruir os sistemas de injeção, dando origem a deterioração e problemas no
motor.
Tubulações
Baixa pressão: entre o tanque e a bomba injetora
Bomba injetora
A bomba injetora é um dos componentes mais importantes do sistema de alimentação. Ela é
responsável por injetar o combustível no motor para que ocorra a combustão. Dosagem e controle da
injeção de combustível sob pressão. Está Localizada entre os filtros e os bicos injetores.
Bicos injetores
Os bicos injetores são componentes de extrema precisão, responsáveis por pulverizar finamente o
combustível na câmara de combustão do motor. Quanto melhor for a pulverização, maior será o rendimento
do motor. Em consequência, se obtém mais economia de combustível com menor emissão de gases
poluentes. Os modernos motores diesel estão equipados com bicos injetores que devem injetar combustível
sob pressões e temperaturas elevadas, tudo para que o veículo obtenha a maior potência possível. A
combustão deve ser o mais completa possível, para que os gases não contaminem o ar.
Quando ocorre a pulverização do combustível na câmara a pressão é em torno de 1600 bar, ou seja,
cerca de 1600 vezes o valor da pressão atmosférica. Os motores diesel podem apresentar controle de injeção
eletrônica.
O Common Rail (CR) é um sistema de injeção direta de combustível diesel sob alta-pressão em
motores de combustão interna. Criado nos anos 90 pela FIAT, e mais tarde desenvolvido e patenteado pela
BOSCH, hoje o sistema Common Rail é utilizado por quase todos os novos automóveis Diesel fabricados na
Europa, em diferentes marcas e modelos.
Como funcionam ?
No sistema Common Rail os bicos injetores não estão ligados a uma bomba injetora através de um
tubo para cada cilindro como acontece no sistema mecânico. Aqui, o gasóleo é continuamente bombeado
para um único tubo distribuidor (um único “Rail”), aumentando a pressão. Todos os cilindros recebem
combustível através deste tubo de alta pressão. A injeção é efetuada sob alta pressão no injetor,
independentemente da rotação do motor, sendo o comando dos injetores realizado por válvulas magnéticas
presentes na cabeça dos mesmos. A quantidade de combustível e a pressão são determinadas de forma
independente pela unidade de comando e, de acordo com as informações provenientes de diversos sensores,
maximizando assim o desempenho do motor. De forma a atingir o processo de combustão ideal, a injeção
pode ser separada em várias fases, como por exemplo, pré-injeção, injeção principal e pós-injeção.
ATENÇÃO:
Utilizar pano que não deixe fiapos.
Periodicamente verifique a limpeza do respiro do tanque.
O abastecimento do tanque deve ser feito sempre após a
jornada diária. Isso evita a condensação da água que ocupa o
tanque. Se abastecido, o volume de ar é expulso pelo bocal.
PRECAUÇÃO!!!
Não fumar ou provocar faíscas durante esta operação, para evitar riscos de incêndio ou explosão
1.Drene o copo sedimentador: Esta operação é feita diariamente, abrindo-se o bujão de drenagem localizado
na parte inferior do copo. Deixe escorrer a água e/ou impurezas até que saia óleo limpo e feche novamente.
ALERTA Ecológico!!!
Descarte o óleo em local apropriado, evitando contaminar o meio ambiente.
2.Faça limpeza do copo sedimentador: No mesmo período da troca do(s) filtro(s) de combustível, faça a
limpeza do sedimentador, procedendo da seguinte forma:
ATENÇÃO!!!
Evitar aperto exagerado do parafuso, pois poderá causar danos no copo que, em alguns
casos, é de vidro.
Em alguns casos, os sedimentadores são descartáveis, rosqueados manualmente, e
devem ser substituídos de acordo com a recomendação do fabricante.
O óleo diesel retirado do copo sedimentador pode ser utilizado na limpeza de
componentes.
ALERTA Ecológico!!!
Descarte o óleo diesel sujo em local apropriado, evitando contaminar o meio ambiente.
Algumas bombas alimentadoras possuem um filtro de tela, que deve ser limpo periodicamente.
Limpe da seguinte forma:
Normalmente a troca do(s) filtro(s) de óleo diesel é feita conjuntamente com a troca de óleo do
motor, porém deve-se consultar o manual do operador. Troque da seguinte forma:
❶ Feche a torneira do tanque, se for o caso.
❷ Remova os componentes.
❺ Faça a sangria do copo sedimentador e do filtro do óleo diesel conforme indicado no manual do
operador.
O intervalo dessa manutenção e o óleo a ser utilizado na bomba injetora são o mesmo do motor.
Troque o óleo da bomba injetora da seguinte forma:
Atenção:
Coloque óleo novo até sair todo
óleo sujo pelo bujão de nível.
ATENÇÃO: Ao recolocar o bujão de nível, aperte moderadamente para não danificar a rosca.
Radiador
Tampa do radiador
Mangueiras condutoras
Bomba d’água
Ventilador e correia
Galerias internas do motor
Válvula termostática
Termômetro
Grade protetora e/ou tela frontal do radiador
Radiador
O radiador é um trocador de calor do
líquido aquecido pelo motor e o ar ambiente
gerado pelo ventilador.
Tampa do radiador
A tampa do radiador tem uma válvula de pressão e uma
de descompressão. A pressurização do sistema de
arrefecimento tem função de retardar o ponto de
ebulição do líquido, prevenindo a perda do líquido por
evaporação, e evitar o fenômeno da cavitação.
Bomba d’água
Válvula termostática
ATENÇÃO:
A válvula termostática deve ser substituída quando apresentar defeito.
Termômetro
Toda tampa de radiador tem especificações de pressão, adequadas às marcas e modelos de tratores, que
vêm indicadas no manual do operador.
*Se a tampa apresentar problemas em alguns destes componentes, faça a sua reposição.
Com o passar do tempo a correia sofre variações de tensão, afrouxando-se, o que pode provocar
patinagens entre a correia e as polias.
Tensão excessiva provoca desgaste prematuro da correia e dos rolamentos da bomba d’água e/ou do
alternador.
O ponto de medição da folga da correia deve ser entre as polias do motor e bomba d’água. A medida
da folga e o procedimento de regulagem devem ser consultados no manual do operador.
PRECAUÇÃO!!!
Faça esta operação somente com motor frio, evitando o risco de
queimadura.
ATENÇÃO!!!
Evite o uso de objetos ou ferramentas perfurantes para realizar alguma limpeza da colmeia.
ATENÇÃO:
1. Caso a luz da temperatura acenda ou o medidor indique superaquecimento, pare o trator, contudo não
desligue o motor. Desça do trator e verifique a possível causa.
2. Quando a causa do superaquecimento for a quebra da correia ou a perda total do líquido (mangueira),
desligue o motor imediatamente. Para as demais causas, mantenha
o motor ligado por um período, para diminuir a temperatura.
SISTEMA DE LUBRIFICAÇÃO
O sistema de lubrificação é muito importante para que o motor funcione em um regime normal, com
o rendimento e consumo desejado. Este sistema é responsável pela preservação e vida útil dos componentes
móveis do motor de combustão interna.
Basicamente o funcionamento do sistema é muito simples, partindo dos princípios da hidráulica, o
sistema precisa fazer circular óleo em um circuito fechado e distribuir este lubrificante em todas as partes
que estão gerando atrito e calor, e consequentemente o desgaste.
A bomba de óleo que recebe a rotação do motor começa a girar também, o óleo é sugado, através
do pescador dentro do cárter, a bomba vaza o óleo pelo sistema onde encontra um circuito a sua frente e
consequentemente o efeito da pressão começa a surgir. O óleo bombeado percorre uma galeria até
encontrar uma válvula de alívio e entrar no filtro.
Depois de filtrado, o óleo é direcionado à uma galeria que distribuirá este lubrificante por todo o
motor. A bomba, que bombeia enquanto o motor estiver funcionando, impulsiona o óleo aos canais do
virabrequim e mancais de apoio no bloco, assim como, os munhões e moentes que estão em contato com as
bronzinas. O lubrificante continua um caminho paralelo aonde irá lubrificar, através de jatos de óleo, os
cilindros e anéis. Outro caminho será dado ao óleo lubrificante para chegar até o cabeçote, que cumprirá seu
papel de lubrificar o comando de válvulas, os mancais de apoio, os guias de válvulas, os tuchos e balancins.
Quando o óleo alcança todas as partes móveis do motor, lubrificando e contribuindo com todas as suas
funções, ele retorna ao cárter por gravidade, depois de absorver o calor em volta dos cilindros e levá-lo ao
cárter para ser dissipado o óleo do motor está pronto para começar o ciclo que, enquanto o motor funcionar,
não termina, e o óleo sempre circula desempenhando suas funções.
A vida longa do motor, horas de trabalho, o desgaste natural de alguns componentes vão contribuir
para a perda de eficiência do sistema sendo, em alguns casos, necessária a substituição destas peças. A
manutenção preventiva e a troca do óleo e filtro preservam a vida do motor e dos próprios componentes do
sistema de lubrificação.
ÓLEOS LUBRIFICANTES
Para que o óleo lubrificante possa atingir os objetivos acima deve atender as especificações de
VISCOSIDADE e de QUALIDADE indicadas pelo fabricante do motor.
A viscosidade é a resistência que um óleo impõe ao seu escoamento. É o tempo em segundos, para
que certa quantidade de óleo, numa dada temperatura, escoe através de um orifício de formato e
dimensões padronizados.
É medida em instrumento padrão, denominado viscosímetro saybolt universal.
Os óleos multiviscosos são os mais recomendados para motores, em razão de menor variação da
viscosidade com a alteração da temperatura, melhorando o processo de lubrificação. Para motores diesel, o
óleo multiviscoso mais recomendado é o SAE 15w-40.
Graxas lubrificantes
Graxas são lubrificantes pastosos, compostos por um óleo mineral liquido e um espessante (sabão
metálico), que oferece uma consistência semelhante ao gel para manter o lubrificante líquido no lugar. Por
isso são classificadas pela consistência e pelo tipo de sabão.
Consistência é a resistência oferecida por uma graxa à sua penetração e é classificada pelo GLI em:
000, 00, 0, 1, 2, 3, 4, 5 e 6. Quanto maior o número, mais consistente é a graxa. De acordo com o sabão
utilizado, as graxas podem ser à base de cálcio, sódio, alumínio, lítio, etc.
Outra propriedade importante da graxa é o ponto de gota, que indica a temperatura em que a graxa
passa do estado sólido ou semi-sólido para o estado líquido. Na prática, esta medida serve como orientação
da temperatura máxima em que a graxa pode ser submetida durante o trabalho.
A graxa de uso agrícola mais recomendada é a de consistência número 2, de sabão de lítio, que reúne
as características desejáveis como resistência à umidade, poeira, variações de temperatura e altas rotações.
Bomba de óleo
A bomba de óleo serve para succionar o lubrificante do cárter, bombeando-o para as galerias.
O volume bombeado é proporcional à rotação do motor e a pressão máxima é limitada por uma
válvula de alívio. A bomba de óleo está localizada no reservatório de óleo lubrificante, pode ser acionada
pelo movimento do eixo de manivelas ou pelo eixo pelo eixo do comando de válvulas. Sua função é suprir
óleo lubrificante sob pressão as diversas partes do motor.
As bombas de óleo na sua maioria são do tipo de engrenagens ou rotor conforme desenho abaixo.
Estas bombas são constituídas por um par de engrenagens encerradas em uma caixa fechada. O óleo entra
por uma das extremidades da caixa e é forçado a passar entre as engrenagens. A medida que as engrenagens
giram é obtido o aumento de pressão.
Filtro de óleo
O filtro de óleo está Localizado na parte externa do bloco do motor. Tem como função reter partículas
indesejáveis visando promover a limpeza do óleo lubrificante.
As impurezas reduzem significativamente a vida dos motores, desta forma os filtros devem sempre
ser trocados de acordo com a recomendação do fabricante do trator. A Figura abaixo ilustra a localização do
filtro de óleo no sistema de lubrificação do motor.
Válvula de alívio
Localizada na linha de alta pressão do sistema. Tem como objetivo evitar que
a pressão atinja valores acima do recomendado.
Manômetro
Antes da primeira partida no motor, verifique o nível de óleo que deve estar entre
o mínimo e o máximo indicados na vareta. Para isso, o trator deve estar em local plano. Se
necessário, complete.
ATENÇÃO:
O motor deve ser aquecido para facilitar o escoamento do óleo.
Utilize a chave adequada e o vasilhame específico, para a drenagem do óleo
ALERTA ECOLóGICO!!!
O óleo lubrificante usado é reciclável e deve ser estocado em
tambores com tampa, para não contaminar o meio ambiente.
Usando as mãos ou uma ferramenta adequada, retire o filtro e recolha o óleo em vasilhame.
ATENÇÃO!!! ALERTA ECOLóGICO!!!
Sempre que trocar o óleo do motor, substitua, também, O filtro lubrificante usado pode ser estocado, para ser
o filtro. enviado para reciclagem.
9. Coloque o óleo pelo bocal de enchimento e confira o nível pela vareta, que deverá estar na marca máxima.
ATENÇÃO!!!
A capacidade de óleo é indicada no manual do operador.
O funil de abastecimento deve estar limpo.
Coloque a tampa do bocal de abastecimento de óleo e limpe possíveis respingos.
Ligue o motor em marcha lenta, observando o indicador de pressão.
Esse procedimento é para que ocorra o enchimento do filtro e galerias. Após isto, confira novamente
o nível e se não há vazamentos.
REGULAGEM DE VÁLVULAS
Curso de Mecânica Agrícola Página 53
R M X - Consultoria e Treinamentos
Caso as válvulas estejam com uma folga muito pequena, as pistas e os próprios assentos vão se
deteriorar, saindo das características de projeto. Já se houver uma folga muito grande, o enquadramento de
comando também será alterado, as válvulas vão iniciar a abertura em um tempo muito tardio e isso atrapalha
o rendimento volumétrico do motor, ou seja, altera o escoamento de gases de escape e a admissão da
mistura ar/combustível.
Diagnóstico
❶ O robusto motor OM 904 LA de quatro cilindros possui regulagem bem simples, com metodologia
parecida com a do K7M em balanço. Inclusive a ordem de detonação é a mesma: 1-3-4-2, porém, o 1º cilindro
fica no lado do sincronismo. Como os pares não mudam, a sequência de regulagem em balanço também é o
mesmo do motor Renault. Seu diferencial é possuir 12 válvulas: duas de admissão e uma de exaustão para
cada cilindro. Faça a operação com o motor frio ou após 30 minutos depois de desligado.
❷ Para regular as válvulas de um dos cilindros, coloque as válvulas do cilindro gêmeo em balanço. Utilize
uma chave allen 5 mm para segurar o fuso regulador da haste de acionamento do balancim, e uma chave
combinada 14 mm para soltar sua contraporca.
Para o motor Mecedes-Benz OM 904 LA, as folgas nominais das válvulas são:
Admissão: 0,40 mm Exaustão: 0,60 mm
❸ Posicione a lâmina correta entre a cabeça da válvula e o contato do balancim. No caso das válvulas de
admissão, a lâmina deve ser posicionada no vão do contato entre o cavalete de acionamento e os balancins.
Solte a contraporca para mover o fuso com a chave allen. Encoste o contato do balancim parafuso na lâmina
e aperte a contraporca. Movimente a lâmina e observe se a folga naquela válvula está correta.
❹
OBS: No caso deste motor, o procedimento é bem simples, mas motores diesel mais novos têm
procedimentos bem mais complexos, às vezes, demandando a utilização de relógio comparador e
ferramentas especiais.
Trator 4x4
Possui todas as rodas do
mesmo tamanho, providas detração
permanentes, com velocidade igual
nos dois eixos.
SISTEMA DE TRANSMISSÃO
O sistema de transmissão é um conjunto de mecanismos responsáveis pela recepção, transformação
e transmissão da potência do motor até locais de sua utilização nos tratores. Nos tratores agrícolas os
principais locais de utilização de potência são: tomada de potência, sistema hidráulico do engate de três
pontos e barra de tração. A potência, nesses diferentes locais, pode ser determinada pelas seguintes
equações:
POTÊNCIA NO MOTOR
Tm N m em que,
Pm 2 Pm = potência no motor, cv;
60 75
Tm = torque no motor, m.kgf;
Nm = rotação no motor, rpm.
POTÊNCIA NA TDP
T N em que,
PTDP 2 TDP TDP = potência na TDP do trator, cv;
60 75 PTDP
TTDP = torque na TDP do trator,
m.kgf;
N TDP = rotação na TDP do trator, rpm.
RENDIMENTO DE TRAÇÃO
P em que,
nt Et E r ou nt bt nt = rendimento de tração.
Pm
Transmissões hidrodinâmicas
São transmissões que utilizam a energia cinética do fluido. Ex.: embreagens hidráulicas e conversores
hidráulicos de torque.
Transmissões hidrostáticas
São transmissões que utilizam a pressão estática do fluido. Ex.: bomba hidráulica acionada pelo
motor converte potência do motor (torque e rpm) em potência hidráulica (pressão e vazão), transmitida por
uma linha de escoamento, e convertida novamente em potência junto aos rodados dos tratores.
Transmissões mecânicas
A embreagem
A embreagem permite tornar o motor independente das rodas, isto é, que o motor gire e as rodas estejam
paradas. Se a transmissão for mecânica, isto não é possível, ao menos que exista algo que permita separá-los, já que,
se estivessem unidos e um extremo parasse, o outro também pararia. No entanto, quando intervém a hidráulica, a coisa
muda, porque já não há uma união mecânica completa entre o motor e as rodas. Por isso, quando há uma embreagem
hidráulica (turboembreagem) ou uma transmissão hidrostática, em teoria, não há necessidade da embreagem (no
entanto, sempre vem a prática, que sempre é diferente da teoria).
Tradicionalmente, a embreagem se situa depois do motor, antes da caixa de câmbio. Normalmente existe um
pedal para comandar seu funcionamento. Quando não se pisa o pedal, a potência circula do motor para a caixa de
câmbio. Diz-se que a embreagem está “embreada”. Pisar a embreagem é “desembrear”, isto é, deixar de transmitir o
movimento do motor à caixa de câmbio. Tradicionalmente, a embreagem é do tipo mecânico, de discos. O
funcionamento é simples. O virabrequim e o eixo de entrada à caixa de câmbio (se costuma chamá-lo de primário) não
são os mesmos. Este primário é unido a um disco que gira com ele e, por sua vez, pode deslocar-se, porque o eixo
primário e o disco são estriados. Se o disco se desloca até o volante do motor e “cola” por aderência ao mesmo
(aproveitando a grande superfície do volante), ambos girarão juntos. Transmissão embreada. Quando se separam, o
movimento não se transmite à caixa de câmbio. Transmissão desembreada. O encarregado de deslocar o disco é o
“prato de pressão” que, tradicionalmente, se move graças a uma série de mecanismos acionados pelo movimento do
pedal da embreagem.
Como princípio de funcionamento, devemos recordar que a embreagem é um transmissor de torque. Não o
modifica. Ou manda ou não manda, o que também se pode descrever como colado ou descolado, mas, em ambas
situações, sem mover-se com relação à embreagem. Assim deve funcionar. Precisamente o incorreto é que não trabalhe
nestas duas condições extremas. O termo “colado” é muito intuitivo para descrever estas duas condições de
funcionamento, porque se o disco está “mais ou menos colado” é porque não está colado totalmente ao volante, está
se movendo e este atrito desgasta sua superfície prematuramente. No entanto, todos temos pisado muitas vezes o
pedal “mais ou menos” para evitar que se apague o motor em algumas manobras difíceis. É um pecado, mas o grave é
fazê-lo trabalhando (transmitindo muito torque), como temos visto algumas vezes em tratores arando. Poderia-se
pensar em colocar uma recomendação no manual de instruções desta forma:
Inicialmente as embreagens de disco eram “a seco”, mas agora são em banho de óleo, que tem uma duração
e rendimento superiores (Quando se diz “rendimento” nos estamos referindo, claro, à capacidade de transmitir torque
motor).
Com a entrada da hidráulica nos veículos para “assistir” as operações que antes se faziam à base da força
muscular de braços (ou pés), aparecem as embreagens mecânicas de acionamento hidráulico. A embreagem, em si, é
igual, com disco (ou discos), mas o prato de pressão é substituído por uma série de pistões acionados por óleo, cuja
missão é deslocar o disco contra o volante. Neste caso, quando não se pisa a embreagem (embreado), é porque o
distribuidor hidráulico do sistema manda óleo com pressão aos pistões para que colem o disco ao volante. A embreagem
“atua”. Quando se pisa a embreagem (desembrear), se libera a pressão sobre os pistões e o disco se separa. A
embreagem “não atua”.
As restrições de emprego da embreagem mecânica são duas: o salto para frente que o trator pode dar e o fato
de apagar o motor. Se ao embrear, o motor tem força suficiente para a carga que tem que vencer (por exemplo, entrar
em movimento em uma subida), porque se pisou no fundo o acelerador, o veículo sai bruscamente e dá um salto para
frente. Se, ao contrário, o motor não tem força, se apagará. Resumindo, a embreagem mecânica deve ser de:
Para corrigir estes problemas da embreagem mecânica apareceu a embreagem hidráulica (turboembreagem),
na qual não há uma união mecânica (disco) entre o motor e a caixa de câmbio. A transmissão se faz entre duas meias-
rodas providas de aletas (palhetas), uma unida ao motor e a outra ao eixo primário da caixa de câmbios. Ambas meias-
rodas se juntam para formar uma câmara que tem um óleo especial. A câmara é como uma roda de um trator, lastrada
com água (neste caso, óleo) que estivesse dividida em duas pelo plano médio e tivesse as garras (muito perpendiculares
à direção de deslocamento) por dentro, ao invés de por fora. Ao acelerar o motor, a meia-roda unida a ele começa a
impulsionar o óleo com suas palhetas. O óleo adquire velocidade e choca contra as palhetas da meia-roda unida ao
primário da caixa de câmbios. A velocidade do óleo produz uma força centrífuga que é a que acaba arrastando a roda
da caixa de câmbios e transmitindo o torque motor, da mesma maneira que a embreagem mecânica é um transmisssor
de torque e não o modifica. Consegue-se arrastar o primário na mesma velocidade do motor e, se não consegue porque
a velocidade do motor não produz suficiente força centrífuga para arrastá-lo, se dedica a “mover” o óleo no interior da
câmara. Por isso, este óleo deve ter uma série de aditivos (antiespumante, etc) e não é conveniente que esteja assim
muito tempo, porque também se aquece. Mas o interessante é que o motor não se apaga, porque pode seguir
funcionando mesmo que as rodas parem. Além disso, tampouco haverá saltos do trator, porque a inércia do óleo até
que a tração comece faz com que, ainda que se levante o pé bruscamente, a entrada em funcionamento seja progressiva
e suave.
A teoria nos diz que uma embreagem hidráulica suaviza o funcionamento, evita que se apague o
motor e haja necessidade do “tudo ou nada” e ... elimina a embreagem. Já não a necessitamos. Com o motor,
“traciono” ou não. No entanto, tem também seus condicionantes: Diferentemente da embreagem mecânica,
não se chega a produzir a independência absoluta “motor-transmissão”. Seu problema é, sim, a opção
“desembrear”, que aqui consistiria em “deixar de acelerar”. Inclusive com o motor quase “morto”, sempre
há um certo “arraste”, devido a que sempre circula óleo, ainda que seja com muito pouca força. Quando
atrás da embreagem se encontra uma caixa de câmbios com dentes que devem engrenar-se (ainda que seja
sincronizada), mover-se é um problema. Para a caixa de câmbios não tem a mínima graça. Tanto é assim que,
a maioria dos veículos que tem embreagem hidráulica, tem, além dela, uma embreagem mecânica. Essa
solução busca a comodidade (nada de saltos, nem motores apagados), mas também a independência na hora
de engrenar.
Embreagem de volante
Mecanismo de aderência por atrito que realiza a conexão do volante do motor aos demais órgãos de
transmissão. Possui as seguintes funções:
Passagem gradativa do movimento;
Interrupção do movimento para acoplamento de engrenagens;
A embreagem de volante esta localizada no eixo primário entre o volante do motor e a caixa de
marchas.
PLATÔ
VOLANTE DO MOTOR
PEDAL
DA
EMBREAGEM
ÁRVORE DE MANIVELAS
EIXO PRIMÁRIO
DISCO
COLAR DE EMBREAGEM COLAR
MOLAS DE PRESSÃO
PLACA DE PRESSÃO
DISCO
CAIXA DE MARCHAS
A caixa de marchas tem como função modificar o torque, a velocidade e o sentido do movimento,
segundo o princípio geral de que o que se ganha em força, perde-se em velocidade, e vice-versa.
EIXO TERCIÁRIO
ENG. DESLIZANTE
1a MARCHA
MOTOR
DIFERENCIAL
RÉ
EIXO SECUNDÁRIO
ENGRENAMENTO CONSTANTE
DIFERENCIAL
A principal função do diferencial é a de diferenciar a rotação entre as duas rodas motrizes, traseiras
ou dianteiras, sob certas circunstâncias como curvas e patinagem. O diferencial tem também as funções de
transferir o movimento em ângulo de 90◦ do pinhão para os semi-eixos e aumentar o torque para as rodas
através da redução da relação pinhão e coroa.
Incorporado ao diferencial existe o bloqueio, cuja função é eliminar o efeito do diferencial, igualando
o giro das rodas, quando uma das rodas perde aderência com o solo em patinagem.
COROA
ENGRENAGEM PLANETÁRIA GAIOLA DO
DOFERENCIAL
PONTA DE
EIXO
GIRANDO
RÁPIDO
MOVIMENTO GIRANDO
EM LINHA DEVAGAR
MOVIMENTO
RETA
PINHÃO CÔNICO: SATÉLITES EM CURVA
Diferencial dianteiro
(Trator tracionado)
Coroa-Pinhão
Satélites-Planetárias
Comando Final
Eixo estriado localizado na parte traseira do trator, acima da barra de tração, tendo como função
transmitir potência do motor (torque e rotação) para acionamento de máquinas agrícolas acopladas ao
trator. As Figuras abaixo ilustram a localização da TDP nos tratores agrícolas.
TOMADA DE FORÇA
(TDF OU TDP)
BARRA DE TRAÇÃO
EMBREAGEM
CAIXA
EIXO PRIMÁRIO COROA-PINHÃO
TDP
LUVA DE ACOPLAMENTIO
TDP
Padronização da TDP
A padronização da rotação da TDP é necessária devido ao fato de que os fabricantes de máquinas
agrícolas necessitam saber qual a rotação de trabalho da máquina para poder estimar a potência necessária
para seu funcionamento. Da mesma forma as dimensões também são padronizadas para permitir o
acoplamento de máquinas agrícolas ao trator. Assim, as TDP são projetadas para trabalhar em duas rotações
padronizadas: 540 e 1000 rpm.
Quando o reservatório dos redutores é específico, a verificação é feita por um bujão de nível.
Obs: Para verificar o nível de óleo, coloque o trator num local plano.
Verifique se os reservatórios são conjugados ou não, qual o tipo de óleo a ser utilizado, o intervalo
de troca e a capacidade do reservatório. Para obter estas informações, consulte o manual do operador.
Para alguns modelos de tratores o sistema de lubrificação é forçado por uma bomba de óleo na caixa
de câmbio. Neste caso, possui, no painel, uma luz indicadora da pressão do óleo da transmissão, cujo
funcionamento, o operador deve sempre estar atento.
Verifique os respiros
❶ Verifique o nível de óleo. Ao verificar o nível de óleo, coloque o trator num local plano. O período para
verificação do nível do óleo do sistema hidráulico está especificado no manual do operador.
Para verificação do nível de óleo do sistema hidráulico de três pontos, abaixe totalmente os braços
inferiores.
Quando o reservatório de óleo
do sistema hidráulico for o mesmo da
transmissão, a verificação de nível é
feita por vareta, que deverá estar entre
as marcas de mínimo e de máximo.
Quando o reservatório é
específico para o sistema hidráulico, a verificação de nível pode ser feita por vareta ou bujão de nível.
Conforme o modelo do trator, a manutenção do filtro hidráulico é feita através da lavagem (tela
metálica) ou da sua substituição (papel). O período para esta manutenção é variável conforme a marca e
modelo do trator, devendo-se, portanto, seguir as recomendações do manual do operador.
Quando o reservatório é específico para o sistema hidráulico, a troca do óleo deve ser feita conforme
o especificado no manual do operador.
Quando o reservatório de óleo do sistema hidráulico é o mesmo da transmissão, a troca do óleo é
feita seguindo as mesmas orientações e período da troca do óleo da transmissão.
ATENÇÃO:
Quando o implemento estiver muito tempo parado, o óleo do cilindro deve ser trocado.
Quando não estiver usando o engate rápido, mantenha a tampa plástica no seu lugar, tanto no trator
quanto no implemento.
O engate rápido do implemento deverá ser da mesma classificação e marca daquele que está no
comando hidráulico do trator, para não causar danos a ele.
Faça o ajuste do rolamento do cubo do eixo dianteiro. O mancal da roda dianteira do trator sofre um
desgaste normal em função do esforço a que é submetido.
1. Levante a roda.
2. Retire a tampa do cubo.
3. Retire a trava da porca castelo.
4. Aperte a porca castelo.
5. Coloque a trava na porca castelo.
6. Coloque a tampa no cubo.
7. Repita esta operação do outro lado do eixo dianteiro.
Engraxe as articulações que contem pinos graxeiros. A localização e o intervalo para esta operação
devem ser consultados no manual do operador.
O intervalo para verificação do nível e a especificação do óleo a ser utilizado no redutor devem ser
conforme informação contida no manual do operador.
O intervalo para verificação do nível e a especificação do óleo a ser utilizado no diferencial devem
ser conforme informação contida no manual do operador.
Atente para as especificações do óleo a ser utilizado e para o intervalo de troca, conforme indicado
no manual do operador. Essa tarefa segue os procedimentos:
F) Recoloque o bujão.
O sistema de freios do trator tem por finalidade reduzir a sua velocidade ou efetuar sua parada.
A manutenção do sistema de freios subdivide-se de acordo com a forma de acionamento, podendo
ser mecânica ou hidráulica.
Caso ocorra a folga dos pedais de forma diferente, deve-se proceder à sua regulagem, a fim de
igualar a posição de frenagem. A folga é medida entre o acionamento do pedal e a efetiva frenagem. Essa
medida e os procedimentos de ajuste variam com o modelo ou marca do trator, devendo ser consultado o
manual do operador.
Caso necessário, complete o reservatório, com fluido de freio, até o nível recomendado.
ATENÇÃO:
O fluido de freio, se cair sobre a pintura do trator, poderá danificá-la, pois possui substâncias
corrosivas.
PRECAUÇÃO:
O fluido de freio, em contato com a pele, poderá acarretar queimaduras devido à sua composição,
portanto utilize o EPI apropriado para a sua proteção.
A manutenção dos rodados consiste na calibragem da pressão dos pneus e no reaperto dos parafusos
de fixação. Para efetuar esta manutenção, consulte o manual do operador.
Essa operação deverá ser executada com pano limpo, para impedir que resíduos de sujeira penetrem
no local de lubrificação junto com a graxa.
ATENÇÃO:
Se houver algum pino danificado, substitua-o.
ATENÇÃO:
1. Os excessos de graxa deverão ser retirados para evitar acúmulo de poeiras e contaminações.
2. As graxas recomendadas para uso em máquinas agrícolas são à base de lítio, classificação NLGI 2, ou
conforme recomendação do fabricante.
3. Não coloque graxa em excesso nos pontos de lubrificação, para evitar desperdício e possível risco de
rompimento de retentores.
COLHEITADEIRAS AGRÍCOLAS
A colheitadeira, também conhecida como colhedeira, Colhedora ou ceifadeira é um equipamento
agrícola destinado à colheita de lavouras, tais como de Cana de açúcar, algodão e grãos (trigo, arroz, soja,
milho, etc). A primeira máquina motorizada do gênero, foi inventada por Obed Hussey (1792 — 1860), um
inventor americano.
A modernização das lavouras, com plantios comerciais em grandes áreas e com a escassez de mão de
obra no meio rural, contribuíram para que a colheita feita manualmente fosse substituída por máquinas de
tração animal que logo passaram a ser motorizadas por motores a vapor e posteriormente por motores de
combustão interna.
Além disso, com o uso de colheitadeira houve melhoria na qualidade do produto colhido, a colheita é
feita com maior rapidez, eficácia e menor teor de impurezas.
TIPOS DE COLHEITADEIRAS
Barra de corte - tem a função de realizar o corte das hastes das plantas. É constituída de navalhas, contra-
navalhas, dedos duplos, régua e placas de desgaste.
Molinete - tem a função de tombar sobre a plataforma as plantas cortadas pela barra de corte. É constituído
de suportes laterais, eixo central, travessões e pentes recolhedores e necessita de velocidade e
posicionamento adequados.
Caracol - é um cilindro ôco situado na plataforma logo após a barra de corte, tendo na sua superfície e a
partir das extremidades, lâminas helicoidais que trazem para o centro da plataforma todo o material cortado
pela barra de corte e que cai sobre a plataforma. Na parte central, o caracol possui uma série de dedos
retráteis os quais ficam totalmente expostos na parte da frente do caracol, transferindo o material
amontoado pelos helicoides para a esteira alimentadora.
Esteira alimentadora - é um mecanismo constituído de duas transmissões por correntes paralelas, unidas
por travessas que preenchem totalmente o espaço, também conhecido por garganta, que une a plataforma
de corte ao sistema de trilha.
Anotações:
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Anotações:
“Formando Vencedores”