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19/10/2022 13:16 Disciplina Portal

Equipamentos de Petróleo

Aula 6: Motores de Combustão Interna

INTRODUÇÃO

Os motores de combustão interna são máquinas térmicas que transformam a energia proveniente de uma reação
química em uma energia mecânica.

O processo de conversão ocorre por meio de ciclos termodinâmicos que envolvem expansão, compressão e mudança
de temperatura e gases.

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São considerados motores de combustão interna aqueles que utilizam os próprios gases de combustão como fluidos
de trabalho, ou seja, são esses gases que realizam os processos de compressão, aumento de temperatura (queima),
expansão e finalmente exaustão.

Nesta aula, serão abordados, então, os motores de combustão interna, seus tipos e características, observando a
aplicação na indústria do petróleo.

OBJETIVOS

Descrever a evolução dos motores de combustão interna.

Identificar os componentes do motor de combustão interna.

Reconhecer a classificação dos motores de combustão interna.

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Evolução
Nos motores de combustão interna, ou endotérmicos, o combustível é queimado no interior do cilindro motor. Os
motores a gasolina, a gasóleo, a metano e a gás líquido pertencem a esta categoria.

O motor de combustão interna que tornou possíveis os meios de transporte, como o automóvel, o avião e até os
veículos militares, foi evoluindo ao longo do tempo.

Vejamos:

1759 / 1808
Em 1759, Henry Hood propôs a utilização de ar quente ao invés de vapor, ideia executada por George Caley em 1807.

1816 / 1826

Outros motores a ar que operavam por combustão externa, onde o combustível era queimado fora dos cilindros foram
desenvolvidos, destacando-se os motores de Robert Stirling, elaborados no ano de 1816, e o modelo de John Ericson, de 1826
(LIMA et al., 2009).

1860

Em 1860, Ettiene Lenoir (inventor nascido na Bélgica, em 1822) registou a primeira patente relativa a um “motor de explosão”, a
dois tempos.

Ele desenvolveu o primeiro motor com pistão. A combustão acontecia dos dois lados do pistão.

O controle de entrada e saída dos gases ocorria por meio de válvulas de admissão e exaustão (TILLMAN, 2013).

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1862

O ciclo a quatro tempos apenas seria descrito por Alphonse Beau de Rochas dois anos depois, em 1862. No entanto, esse
trabalho não atraiu a atenção de nenhum fabricante.

1893

Em 1893, o engenheiro alemão Rudolf Diesel descreveu um novo motor, no qual a ignição da mistura ar mais combustível era feita
por compressão. Esse motor, que Diesel denominou “motor térmico racional”, acabou ficando conhecido como motor Diesel
(LAURA, 2013).

1889
Em 1889, fez-se a primeira aplicação do motor de ciclo Otto em veículos, utilizando-se como combustível a gasolina.

1976
A produção industrial de motores de combustão interna com ciclos de quatro tempos iniciou-se apenas em 1976, segundo a
patente de Nikolaus Otto (engenheiro alemão nascido em 1832) e Eugen Langen (engenheiro alemão nascido em 1833) (LIMA et
al., 2009).

Esses motores apresentavam um melhor rendimento por operarem com pressões superiores aos motores a vapor.

Caraterísticas dos motores modernos


Os motores modernos são derivados dos construídos por Otto e Diesel e as características básicas dos mesmos são
as seguintes (LAURA, 2013):

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Motores de ciclo Otto


» Utilizam combustível de baixa volatilidade, como a gasolina e o álcool. Para ignição necessitam de centelha
produzida pelo sistema elétrico.

Motores de ciclo Diesel


» Utilizam como combustível o óleo diesel. A inflamação do combustível injetado sob pressão na câmara de
combustão ocorre pela compressão de ar e consequente elevação da temperatura.

Componentes
Motor é uma máquina que converte qualquer forma de energia em trabalho mecânico.

O motor de combustão transforma energia térmica (calorífica) em trabalho mecânico (energia mecânica), conforme
esquema apresentado na Figura abaixo.

Nos motores de combustão interna, a transformação de energia calorífera resultante da queima ou da explosão de
uma mistura de ar-combustível é feita no interior de um dos órgãos da máquina: a câmara de explosão.

Podem ser a gás, a gasolina, a álcool, a diesel, a metanol, a benzina etc. Desses todos, os mais usados são a gasolina,
o álcool e o diesel.

Os motores de combustão interna são baseados no princípio de que os gases se expandem quando aquecidos.
Controlando-se essa expansão dos gases, pode-se obter pressão, que será utilizada para movimentar algum órgão da
máquina, tendo-se, assim, a transformação da energia calorífera do combustível em energia mecânica no órgão motor
da máquina (BRASIL ESCOLA, 2017).

Um motor contém:

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Partes fixas
» Que não se movimentam quando o motor se encontra em funcionamento.

Partes móveis
» Que são aquelas que se movimentam quando o motor está funcionando.

As partes fixas mais importantes são (LIMA


et al., 2009):
B) Cabeça do Motor
É a parte que cobre a parte superior do bloco, sendo também onde se localizam as velas (dispositivos que inflamam o
combustível e o ar presentes no cilindro) e as válvulas (dispositivos que permitem ou bloqueiam a entrada ou saída de
gases ou combustível dos cilindros).

C) Bloco
É uma peça em ferro ou alumínio que aloja os cilindros (locais onde se movimentam os pistões) e os suportes de apoio
da cambota.

D) Cárter
É um recipiente que protege e assegura a lubrificação de determinados mecanismos do motor. Dependendo do tipo de
motor em que se encontra, a sua função é diferente.

Em motores a quatro tempos, o cárter assegura a lubrificação das partes móveis do motor, na medida em que é onde

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se encontra o óleo usado para a lubrificação. Também constitui o envolvimento da cambota, sendo dividido, por vezes,
em cárter inferior e superior, respectivamente.

Por outro lado, em motores a dois tempos, o óleo não é armazenado no cárter, sendo misturado com o combustível e o
ar.

As partes móveis mais importantes são


(LIMA et al., 2009):
F) Árvore de Comando de Válvulas
É o mecanismo que regula a abertura das válvulas, através do seu movimento giratório.

É constituída por um veio cilíndrico, no qual se encontram, fixadas, duas peças ovaladas, chamadas cames ou
ressaltos, caso se destine a controlar duas válvulas, uma vez que cada ressalto controla uma válvula.

I) Pistão
É uma peça cilíndrica normalmente feita de alumínio ou de uma liga de alumínio que se move no interior do cilindro
devido à combustão realizada na câmara de combustão (zona do cilindro para a qual se encontra direcionada a cabeça
do pistão).

J) Biela
A Biela (representada pela letra J na Figura anterior é a haste que liga o pistão à cambota e, como ambas as pontas da
biela podem girar, permite uma mudança de ângulo, o que provoca o movimento giratório da cambota.

K) Cambota
A Cambota é a peça que transforma o movimento retilíneo do pistão em movimento circular e que se encontra ligada
ao volante. É ela que transfere a energia mecânica para a caixa de velocidades.

Dependendo do grau de modernidade do


motor, a câmara pode estar inserida no
cabeçote ou na cabeça dos pistões – mais
comumente encontrada.

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Basicamente, o volume da câmara de combustão define a taxa de compressão do motor. Quanto menor for seu
volume, maior será essa relação e, consequentemente, melhor o rendimento do motor.

Todos os componentes que atuam em sua formação ou ao seu redor influenciam diretamente em sua eficiência, como
a posição das válvulas e o desenho dos dutos de admissão, por exemplo, conforme pode ser observado na figura a
seguir.

Classificação
Veja os critérios da classificação dos motores de combustão (TILLMANN, 2013):

Utilização

• Estacionários – destinados ao acionamento de máquinas estacionárias, tais como:


geradores elétricos, motobombas ou outras máquinas que operam em rotação constante;

• Industriais – destinados ao acionamento de máquinas agrícolas ou de construção civil:


tratores, carregadeiras, guindastes, compressores de ar, máquinas de mineração, veículos de
operação fora de estrada, acionamento de sistemas hidrostáticos e outras aplicações;

• Veiculares – destinados ao acionamento de veículos de transporte em geral, caminhões e


ônibus, incluindo-se aeronaves;

• Marítimos – destinados à propulsão de barcos e máquinas de uso naval. Conforme o tipo


de serviço e o regime de trabalho da embarcação, existe uma gama de modelos com
características apropriadas.

Propriedade dos gases da admissão

• Ciclo Diesel – admissão de ar;

• Ciclo Otto – admissão da mistura ar-combustível.

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Ignição

• Por centelha (Ignição por Centelha – ICE);

• Por compressão (Ignição por Compressão – ICO).

Movimento do pistão

• Alternativos (Ciclo Otto e Ciclo Diesel);

• Rotativo (Wankel).

Fases dos ciclos de trabalho

• Dois (2) tempos;

• Quatro (4) tempos.

Número de cilindros

• Monocilíndricos;

• Policilíndricos.

Disposição dos cilindros

• Em linha;

• Em V;

• Opostos;

• Radiais.

Fonte da Imagem: Motor ciclo Otto

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Ciclo Otto - 4 tempos


O motor de combustão interna ciclo Otto é uma máquina que trabalha com os princípios da termodinâmica e com os
conceitos de compressão e expansão de fluidos gasosos para gerar força e movimento rotativo.

Criado e patenteado por Nikolaus August Otto, por volta do ano de 1866, esse motor funciona com um ciclo de 4
tempos e os mesmos princípios até os dias atuais. 

Fonte da Imagem:

Ciclo Diesel – 2 tempos


Em um motor de 2 tempos, a admissão e o escape ocorrem ao mesmo tempo da compressão e expansão.

A parede do cilindro de um motor de 2 tempos contém uma fileira de janelas de admissão de ar.

No 1º tempo:

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O pistão está em seu movimento descendente e descobre as janelas de admissão dando entrada ao ar, que está sendo
empurrado por um soprador.

O ar que entra expulsa os gases queimados, que sairão através da passagem aberta pelas válvulas de escape.

O fluxo de ar em direção às válvulas de escape causa um efeito de limpeza, deixando o cilindro cheio de ar limpo. Por
isso, muitas vezes, esse processo é chamado de “lavagem”.

No 2º tempo:
O pistão está em seu movimento ascendente e cobre as janelas de admissão (fechando-as) ao mesmo tempo em que
as válvulas de escape fecham-se.

O ar limpo admitido é submetido à compressão (LAURA, 2013).

Ciclo Diesel – 4 tempos


O motor de combustão interna de pistão, que funciona segundo o ciclo Diesel, apresenta, durante o funcionamento,
quatro fases (LAURA, 2013):

1ª Admissão
Nesta fase, o pistão desce, estando a válvula de admissão aberta e a de escape fechada.

Ao descer, o pistão cria uma depressão no cilindro. O ar é, então, forçado pela pressão atmosférica a entrar no cilindro,
passando pelo filtro de ar e pela tubulação de admissão.

A quantidade de ar admitida é sempre a mesma, qualquer que seja a potência que estiver sendo utilizada ou a posição
do acelerador.

2ª Compressão
O pistão sobe, as válvulas de admissão e de escape estão fechadas.

O ar na fase de admissão é comprimido até ocupar o volume da câmara de combustão. Devido à compressão, o ar se
aquece.

No final da compressão, o bico injeta, finamente pulverizado, o óleo diesel no interior da câmara de combustão.

O óleo diesel, em contato com o ar aquecido, se inflama, iniciando a combustão.

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3ª Combustão
O pistão desce, acionado pela força de expansão dos gases queimados.

As válvulas de admissão e de escape estão fechadas. A força de expansão dos gases queimados é transmitida pelo
pistão à biela e desta ao virabrequim, provocando, assim, o movimento de rotação do motor.

A expansão é o único tempo que produz energia, sendo que os outros três tempos consomem uma parte dessa
energia. A energia produzida é acumulada pelas massas do virabrequim e do volante.

4ª Escape
O pistão sobe, estando a válvula de escape aberta e a de admissão fechada. Os gases queimados são expulsos
através da passagem dada pela válvula e escape.

Veja a seguir uma animação do funcionamento de um motor tipo Otto em suas quatro fases:

Ciclo de Carnot
Para entender melhor os ciclos de funcionamento de uma máquina térmica, apresentaremos, de forma resumida, o
ciclo teórico desenvolvido pelo francês Nicholas Carnot: o ciclo de Carnot.

Em 1823, Carnot publicou uma brochura intitulada “Reflexões sobre a potência motriz do fogo”. Enunciava aí um ciclo
ideal que, partindo da transformação de gases perfeitos, deveria ter um rendimento de, aproximadamente, 72% ―
nunca atingido por um motor térmico real.

O ciclo de Carnot se compõe das fases mostradas a seguir (TILLMANN, 2013):

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O ciclo de Carnot não pode ser objeto de nenhuma realização na prática. Pode ser descrito, teoricamente, da seguinte
maneira:

ATIVIDADES
1. Correlacionar a eficiência dos motores de combustão interna ciclo Otto com os de ciclo Diesel em um segmento da
indústria do petróleo.

Resposta Correta

2. O diagrama indicador real de um motor de combustão interna ICE de 4 tempos pode ser obtido por meio de
instrumentação adequada e está representado na figura a seguir, na qual P0 é a pressão atmosférica.

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No diagrama, um motor aspirado funciona em carga plena, com a borboleta do acelerador completamente aberta.

Nesse contexto, analise as afirmações a seguir.

I - As áreas B e C representam as perdas por bombeamento na admissão e na descarga;

II - Ao ser mantida a mesma rotação do motor, se a borboleta do acelerador estiver parcialmente fechada, a área B
aumenta;

III - A linha cd representa o tempo de admissão, e como o motor é aspirado, está abaixo da pressão atmosférica P0;

A opção que contém as sentenças CORRETAS é:

a) I

b) II

c) I e III

d) II e III

e) I, II e III

Justificativa

3. Nos motores de combustão interna de 4 tempos do ciclo Otto, há transmissão de força motriz favorável à rotação do
eixo virabrequim do motor, SOMENTE, no(s):

a) 2o tempo

b) 3o tempo

c) 1o e 2o tempos

d) 2o e 4o tempos

e) 3o e 4o tempos

Justificativa

4. Considere o diagrama T-s de um ciclo Diesel ideal apresentado na figura a seguir:

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Com base nesse diagrama, conclui-se que nos trechos 1-2 e 3-4 temos, respectivamente:

a) Compressão e expansão adiabáticas reversíveis

b) Compressão e expansão a volumes constantes

c) Combustão e exaustão adiabáticas reversíveis

d) Expansão e exaustão a volumes constantes


e) Expansão e compressão adiabáticas reversíveis

Justificativa

5. Na primeira fase do ciclo térmico Diesel, ocorre a(o):

a) Admissão de ar puro em quantidade máxima.


b) Expulsão dos gases de reinício do processo.

c) Pulverização do combustível para a reação adequada.

d) Refrigeração do cilindro de combustão.

e) Início do movimento do veículo pelo motor.

Justificativa

6. Nos motores de combustão interna (explosão) há um conjunto de peças fixas e móveis, cujo funcionamento e
nomenclatura devem ser bem compreendidos pelos profissionais da engenharia mecânica, em especial. São
denominações dessas peças móveis, EXCETO:

a) Anéis
b) Pistões

c) Cilindros

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d) Virabrequim

e) Motor

Justificativa

Glossário

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