Curso Básico de Motores

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Bem vindo ao “Curso Básico de Motores HW”.

Durante o curso você vai receber as principais

informações relativas aos motores 4 tempos (ciclo otto), desde

história, conceitos e denominações até aulas práticas com

motores automotivos reais.

É importante lembrar que o bom senso, a dedicação e o

interesse são fatores determinantes para o bom entendimento

do assunto, que tem milhares de variáveis.

Acompanhar as tendências atuais, as novidades

tecnológicas e também considerar novos pontos de vista sobre

aquilo que já se conhece ajudam a garantir uma evolução

eficiente. Portanto, o processo de aprendizado sempre tem um

começo, mas nunca deve ter um fim.

- Uma breve história do motor à combustão.

Os motores utilizados em grande escala atualmente em

carros, caminhões, diversos barcos e até aviões são de

combustão interna, ou seja, queimam o combustível em seu

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interior e a partir da energia térmica gerada por essa queima

produzem força e movimento.

Porém, os motores que predominaram no início da

história (a partir de meados do século XVIII) eram motores a

vapor, que queimavam o combustível em compartimentos

separados afim de aquecer água e criar pressão de vapor

suficiente para criar movimento.

Esse tipo de motor teve um desenvolvimento mais rápido

que o de combustão interna, principalmente porque não

apresentava tantos desafios à metalurgia da época. Para se ter

uma idéia, a temperatura de queima nos motores à vapor é

cerca de 300º C, enquanto em um motor à combustão interna

ultrapassa os 2000º C.

Os motores à vapor foram utilizados com sucesso até o

começo do século XX, em automóveis que atingiam até 120

km/h, um desempenho significativo para o período.

Mas a partir do final da década de 1850, o aço começa a

ser produzido em grande escala, e isso permite que o motor de

combustão interna seja desenvolvido à níveis inéditos.

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Após cerca de 40 anos, que permitiram, entre outras

coisas, desenvolver um sistema que transformasse o

combustível em mistura carburada, o motor de combustão

interna suplantou o seu “irmão” à vapor.

Os motores atuais são a prova desta evolução

impressionante, principalmente a partir do final do século

passado. Hoje em dia os motores são extremamente eficientes,

tanto nas qualidades de uso cotidiano - economia de

combustível, baixo nível de ruído e de poluição - como nas

qualidades de um bólido de competição, gerando

desempenhos jamais sonhados por seus idealizadores.

- O motor de combustão interna

Para entender o funcionamento de um motor à explosão, é

bom entender o princípio da “combustão interna”. Para ilustrar esse

princípio, vamos imaginar uma arma, como a espingarda de um

caçador. Mas o que isso tem a ver com motores ? O princípio básico

de um motor à combustão interna é colocar uma pequena

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quantidade de combustível (gasolina, álcool, ou no caso da arma,

pólvora) e queimá-lo, gerando uma quantidade enorme de energia na

forma de gases em expansão e calor.

Essa energia pode ser usada simplesmente para disparar um

projétil em alta velocidade, como no caso da espingarda. Mas ao

criar um ciclo que permite controlar e disparar explosões como essa

milhares de vezes, podemos utilizar essa energia para movimentar

um carro, por exemplo. Trata-se de uma máquina termodinâmica,

que transforma calor em movimento, ou simplesmente motor. Para

conseguir fazer isso, o motor capta uma quantidade de mistura

ar/combustível e a comprime com um pistão dentro de um cilindro,

disparando uma faísca no momento exato. A queima do combustível

nessas condições causa um aumento súbito de temperatura e

pressão. Essa energia então “empurra” os pistões, que através das

bielas fazem girar uma “árvore de manivelas”, ou virabrequim. Os

gases queimados são expelidos pelo escapamento e o ciclo

recomeça.

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 A - Válvula de admissão,

balancim e mola

 B - Tampa de válvulas

 C - Duto de admissão

 D - Cabeçote

 E - Líquido de arrefecimento

 F - Bloco do motor

 G - Cárter

 H - Óleo lubrificante

 I - Comando de vávulas

 J - Válvula de escape, balancim e mola

 K - Vela de ignição
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 L - Duto de escape

 M - Pistão

 N - Biela

 O - Bronzina de biela

 P - Virabrequim

- Os 4 tempos de um motor ciclo Otto são :

-Admissão

-Compressão

-Combustão

-Escape

O controle dos tempos é feito através dos sistemas de comando de

válvulas e de ignição. Vamos entender o funcionamento dos tempos

do motor em cada ciclo :

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1º tempo - Admissão : O pistão começa no ponto morto superior, a

válvula de admissão abre e o pistão desce, sugando a mistura

ar/combustível (como uma seringa que suga um medicamento).

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2º tempo - Compressão : A válvula de admissão fecha, e o pistão

sobe, comprimindo a mistura e aumentando sua eficiência para a

combustão. A válvula de escape está fechada.

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3º tempo – Combustão : No momento certo, o sistema de ignição

envia eletricidade à vela de ignição, que dispara uma faísca. A

mistura ar/combustível se incendeia e empurra o pistão para baixo.

As válvulas de admissão e escape estão fechadas.

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4º tempo – Escape : Ao passar pelo ponto morto inferior, a válvula de

escape abre e o pistão sobe, empurrando os gases queimados para

fora do cilindro. A válvula de admissão está fechada.

Cada ciclo de um motor 4 tempos corresponde à duas voltas no

virabrequim. O virabrequim transforma o movimento linear dos

pistões em movimento rotacional, que é ideal para o uso em veículos

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devido á facilidade de transmissão para as rodas. Veja a seguir os

principais componentes de um motor:

- Bloco do motor

- Peça fundida em liga de ferro ou alumínio na qual se alojam o

virabrequim e os cilindros. Nos motores refrigerados à água, os

cilindros ficam alojados no interior do bloco, sendo refrigerados

através de dutos adjacentes. Nos motores refrigerados “à ar”,

os cilindros são fixados no bloco, porém têm a sua maior parte

exposta externamente com aletas para refrigeração. O bloco

possui também canais para passagem de óleo lubrificante para

o cabeçote e de volta ao cárter. Em motores mais antigos, o

bloco pode abrigar ainda o eixo comando de válvulas, os

tuchos e as varetas.

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- Cilindro

Além de uma forma geométrica, o termo cilindro também se

refere à uma das partes principais do motor. A função principal do

cilindro é guiar o movimento do pistão em seu interior com o menor

atrito possível. Além disso, o cilindro do motor também participa na

retenção e vedação dos gases da combustão do motor. Os cilindros

podem ser integrados ao bloco do motor, como na maioria dos

motores atuais, ou ter cilindros separados um do outro, como nos

VW a ar, Porsche, etc.. Os motores podem ter de um a até mais de

10 cilindros. Os cilindros podem ser dispostos em linha na vertical,

inclinados ou na horizontal, e também podem ser dispostos em dois

grupos, alinhados em “V”, ou mesmo contrapostos, a 180º, também

chamados de “boxer”.

- Cabeçote

O cabeçote é a peça localizada na parte superior do

motor, que “tampa” os cilindros, sendo peça integrante da

câmara de combustão. O cabeçote pode ser feito em ferro

fundido ou, em motores mais desenvolvidos, liga de alumínio.

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Além de conter as velas de ignição, válvulas de admissão

e escape e seus respectivos dutos, também possui dutos de

água interligados aos respectivos dutos do sistema de

refrigeração do bloco do motor, além de canais de óleo

lubrificante. Abriga também as guias de válvulas, sedes, e

pode ainda abrigar os balancins, tuchos e comando de

válvulas.

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- Vela de ignição

A vela de ignição, localizada no cabeçote do motor, fornece a

faísca que provoca a combustão da mistura ar/combustível. A faísca

deve acontecer no instante exato para que o motor funcione

corretamente, logo antes do pistão passar pelo ponto morto superior.

Esse momento ideal é o chamado “ponto de ignição”.

- Válvulas

As válvulas de admissão e escape abrem nos tempos certos

para deixar entrar a mistura e/ou sair os gases de escape. Nos

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tempos de compressão e combustão, as válvulas ficam

fechadas para manter a vedação da câmara de combustão.

- Pistão

O pistão é a peça que aproveita e transmite a energia da

combustão ao virabrequim através da biela, movendo-se no interior

do cilindro. A vedação entre o pistão e o cilindro acontece através

dos “anéis de segmento”.

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Os anéis, assentados em canaletas no pistão, têm como

funções básicas a vedação, a raspagem e o recolhimento do óleo,

garantindo a contenção dos gases sob pressão na câmara de

combustão e evitando também que o óleo do cárter chegue à câmara

de combustão.

- Câmara de combustão

A câmara de combustão é onde ocorre a queima da mistura

ar/combustível, o espaço compreendido entre o cabeçote e o pistão

quando o pistão se localiza no ponto morto superior.

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- Cilindrada

A cilindrada de um motor corresponde ao volume deslocado

pelo movimento do pistão do ponto morto inferior ao ponto morto

superior (= cilindrada unitária) vezes o número de cilindros do motor

(=cilindrada total). A cilindrada, ou deslocamento volumétrico de um

motor, pode ser expressa em cc (centímetros cúbicos) ou litros (1000

cc = 1 litro). Portanto, um motor 4 cilindros 2.0 tem 0.5 litro de

cilindrada unitária. A cilindrada depende do diâmetro do cilindro e do

curso do virabrequim.

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- Biela

A biela conecta o pistão ao virabrequim. A biela permite

rotação nas duas extremidades, assim seu ângulo pode mudar

durante a movimentação do pistão e do virabrequim.

- Virabrequim

O virabrequim, ou árvore de manivelas, transforma o

movimento linear do pistão em movimento circular, permitindo

transmitir este movimento ao câmbio do veículo.

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- Cárter

O cárter é a “tampa” inferior do motor. Pode funcionar como

reservatório de óleo lubrificante, contando com um bujão rosqueável

para esgotamento. Em alguns casos, o óleo fica armazenado em um

depósito separado, recebendo a denominação de “cárter seco”.

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