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Descrição dos Motores

ESTRUTURA DO MOTOR

Um motor de combustão interna deve possuir uma


estrutura suficientemente rígida para suportar as
elevadas pressões e velocidades a que poderá estar
sujeito. Esta estrutura é constituída por três partes:

 Cabeçote - que se encontra numa extremidade (topo);


 Bloco do motor ou dos cilindros - geralmente a parte
estrutural do motor:
 Cárter - que constitui a parte inferior do motor.
ESTRUTURA DO MOTOR

Cabeçote

Bloco

Cárter
ESTRUTURA DO MOTOR

Motores com cilindros em linha são os mais fáceis de


produzir, seu preço será também mais baixo e
apresentarão a maior simplicidade de desenho. Porém,
quando o número de cilindros começa a crescer, o motor
torna-se excessivamente longo.
Se um motor necessitar de muitos cilindros é
preferível dispô-los em V, como é o caso de alguns
motores de competição.
ESTRUTURA DO MOTOR
ESTRUTURA DO MOTOR
ESTRUTURA DO MOTOR

Cabeçote
BLOCO DE CILINDROS

Tradicionalmente os blocos de cilindros eram


fabricados em ferro fundido, material resistente,
econômico e fácil de trabalhar. No entanto, cada vez
mais se utilizam ligas leves para os blocos para redução
de peso e melhoria da transferência de calor.
O bloco também contém o liquido arrefecedor e o óleo
para o motor, e fornece um lugar para fixar
componentes externos, como a bomba d'água e o filtro
de óleo.
BLOCO - O QUE ELE FAZ?
O bloco tem quatro funções principais:

1. Arrefecimento - Passagens de água dentro do bloco


fornecem um fluxo de liquido arrefecedor em torno
de cada furo de cilindro.
2. Lubrificação - Passagens de óleo perfuradas através
de todo o bloco fornecem óleo para lubrificar todas as
peças do motor.
3. Suporte – É justamente no bloco onde esta a maior
parte das peças que compõem o motor diesel (ou
Otto), ele suporta todas elas de forma organizada.
4. Estabilidade - Os blocos mantém sua forma e
tamanho sob uma variedade de temperaturas e
cargas.
BLOCO DE CILINDROS
CABEÇOTE

Em motores com um projeto de cilindros em linha, o


cabeçote de cilindro é uma peça única, que se fixa no
topo do bloco de cilindros.
O cabeçote de cilindro realiza as seguintes funções:
- Forma a superfície superior de vedação da câmara de
combustão.
- Dissipa o calor quando o liquido arrefecedor flui
através das passagens internas de água.
- Dirige o ar de entrada e os gases de escape para
dentro e para fora da câmara de combustão,
respectivamente.
- Apoia as válvulas e os injetores.
CABEÇOTE

Junta do cabeçote nova Junta do cabeçote avariada


CABEÇOTE
CAMISAS DE CILINDRO

Camisas formam as paredes da câmara de


combustão. O cabeçote de cilindro e as válvulas formam
a parte superior da superfície da câmara, e o pistão e os
anéis formam a parte inferior da superfície.
CAMISAS DE CILINDRO - ARREFECIMENTO

As camisas de Cilindro são arrefecidas por contato


direto com o liquido arrefecedor que flui em torno da
superfície externa. Elas são mantidas no bloco pelo
flange superior (ou apoiadas no meio) e pela área do
anel retentor inferior.
CAMISAS DE CILINDRO - CAMISAS SECAS
Para recuperar motores sem camisa, usam-se
camisas secas quando o motor é recondicionado.
Durante a revisão, o diâmetro interno do cilindro é
usinado , com uma medida ligeiramente maior que a
camisa seca. Depois a camisa seca é colocada sob
pressão no interior do cilindro.
Elas são denominadas "camisas secas“ porque o
arrefecimento ocorre indiretamente
CAMISAS DE CILINDRO - BRUNIMENTO

As camisas devem possuir um Brunimento


hachurado uniforme com o objetivo de assegurar uma
distribuição correta do óleo sobre a superfície interna
da camisa, para um adequado assentamento e
lubrificação dos anéis, a fim de evitar o roçamento do
anel na camisa.
CAMISA ALETADA

Usada na refrigeração a ar, possui aletas para


dissipação do calor. Só tem aplicabilidade em motores
pequenos.
PISTÕES

A função principal do pistão é transferir a energia da


combustão ao virabrequim na forma de potência
mecânica. Ele também age como uma bomba no cursos
de admissão e de escape, para aspirar ar para a câmara
de combustão e expelir os gases de escape.
PISTÕES

O pistão se ajusta dentro de cada camisa de cilindro e


move-se para cima e para baixo durante a combustão. A
parte superior do pistão forma a parte inferior da
câmara de combustão.
NOMENCLATURA DOS PISTÕES
O pistão é feito de muitas partes, são elas:
 A coroa (ou primeiro ressalto) é a parte superior do
pistão onde a combustão ocorre.

 As canaletas dos anéis retém os anéis de compressão


e controle de óleo.
NOMENCLATURA DOS PISTÕES

 O furo do pino contem um pino que conecta o pistão a


biela.
 O anel de retenção mantém o pino do pistão dentro do
furo do pino.
 A saia (também conhecida como saia do pistão)
contem o furo para o pino do pistão e também suporta
cargas laterais.
NOMENCLATURA DOS PISTÕES

Alguns pistões contem galerias de arrefecimento de


óleo dentro da coroa do pistão que não podem ser vistas.
PISTÕES

Os pistões devem ser fortes, leves e bons condutores


de calor. Os pistões em alguns motores são usinados
precisamente em forma oval.
Esse projeto se da devido à dilatação térmica do
pistão.
ANÉIS DE PISTÃO - O QUE ELES FAZEM

Os anéis de pistão realizam duas funções:


1. A primeira função é a de prover um retentor de
gases entre o pistão e o diâmetro interno do cilindro.
2. A segunda função dos anéis do pistão é controlar o
fluxo de óleo. O conjunto de anéis deve permitir que
o óleo atinja o anel superior que arrasta o óleo para
baixo, afim de lubrificar os outros anéis.
ANÉIS DE PISTÃO - AMBIENTE DE OPERAÇÃO

Em um motor diesel moderno, as pressões podem


atingir 2.000 psi numa temperatura continua de 300
graus Celsius ( 572 Fahrenheit ).
Os anéis do pistão tem que controlar a espessura da
película de óleo no diâmetro interno do cilindro num
valor menor que 0,002 mm.
ANÉIS DE PISTÃO
Normalmente os pistões tem três anéis de pistão.
Os anéis superiores são os anéis de compressão. Eles
vedam os gases da combustão na câmara de combustão.
O anel inferior é o anel de controle do óleo. Ele
controla a quantidade e a espessura de óleo na
superfície da camisa do cilindro.
BIELA

A biela fixa o pistão no virabrequim. Ela transforma o


movimento do pistão para cima e para baixo no
movimento rotativo do virabrequim.
BIELA

A extremidade da Biela que conecta ao Virabrequim


consiste em duas peças: biela e a capa parafusada da
biela. Os mancais são usados aqui para fornecerem uma
boa superfície de desgaste entre a biela e o virabrequim.
BIELA

A biela tem uma conicidade na extremidade do furo


do pino. Isso dá a biela mais uma resistência nas áreas
mais carregadas.
PARTES DA BIELA
Há varias partes numa biela:
1) Olhal da Biela
2) Bucha do Pino do pistão
3) Haste
4) Capa
5) Parafusos
6) Mancais da Biela
PARTES DA BIELA

O olhal da biela contém a bucha do pino do pistão. As


buchas são um tipo de mancal que distribui a carga e
podem ser substituídas quando se desgastam.

A haste aumenta o comprimento da biela. Ela tem uma


forma de viga em I para possuir resistência e rigidez.
PARTES DA BIELA
O furo do virabrequim e a capa estão na extremidade
grande da biela. Eles cercam o munhão do mancal do
virabrequim e fixam a biela no moente do virabrequim.

O parafuso e a porca da biela prendem a biela e a


capa no virabrequim.
PARTES DA BIELA

Os mancais da biela estão na extremidade de


manivela da biela.
VIRABREQUIM

O pistão e a biela acionam o virabrequim, que por


sua vez aciona o volante do motor e outros
componentes.
Em outras palavras, o virabrequim transforma as
forças de combustão no cilindro em torque utilizável de
rotação, o qual dá potência ao equipamento.
VIRABREQUIM

O virabrequim esta apoiado no bloco do motor


através de mancais principais. Esses mancais e os
mancais de biela são lubrificados por óleo que flui
através de passagens perfuradas no bloco e no
virabrequim.
PARTES DO VIRABREQUIM

Há muitas partes no virabrequim, são elas:


1. Moente
2. Contrapesos
3. Munhão
4. Braço de Manivela (Braço).
PARTES DO VIRABREQUIM

 Moente - Os moentes determinam a posição dos


pistões. Quando os moentes estão para cima, os
pistões estão no ponto motor superior. Quando os
moentes estão para baixo, os pistões estão no ponto
morto inferior.
PARTES DO VIRABREQUIM

 Furos de Alivio – Alguns moentes e braços tem furos


de alivio para reduzir o peso do virabrequim e ajudar
a balanceá-lo.

 Passagens de óleo - O virabrequim tem furos de óleo


para levar o óleo dos mancais principais para os
moentes.
PARTES DO VIRABREQUIM

 Braço - Os munhões (1) e os moentes(2) são mantidos


juntos por braços (3). O raio entre o braço e moente é
denominado raio de concordância (4) ou filete.
PARTES DO VIRABREQUIM

 Contrapesos - Alguns braços tem contrapesos para


ajudar a balancear o virabrequim. Esse contrapesos
podem ser parte do forjamento do virabrequim ou, em
alguns casos parafusados.
PARTES DO VIRABREQUIM

 Munhão - Os virabrequins devem ser extremamente


fortes e balanceados. Os virabrequins possuem
munhões que através dos mancais principais do bloco
são apoiados no bloco.
FABRICAÇÃO
EIXO DE COMANDOS DE VÁLVULAS

Componentes do Eixo de Comando de válvulas:


A finalidade do eixo de comando de válvulas é
controlar a operação das válvulas de admissão e de
escape.
Todos os eixos de comando de válvulas tem (1)
munhões e (2) ressaltos.
EIXO DE COMANDOS DE VÁLVULAS

 Ressaltos do Eixo de Comando de Válvulas -


Ressaltos separados operam as (1) válvulas de
admissão e (2) de escape de cada cilindro. Alguns
excêntricos tem (3) ressaltos de injeção de
combustível que operam unidades injetoras.
EIXO DE COMANDO DE VÁLVULAS
EIXO DE COMANDO DE VÁLVULAS - PARTES DE
UM RESSALTO

Cada ressalto é constituído de três partes principais:


 Circulo Básico

 Rampas

 Nariz

Quando o nariz do ressalto esta voltado para cima, a


válvulas esta totalmente aberta.
EIXO DE COMANDO DE VÁLVULAS - FORMA DOS
RESSALTOS

A forma das rampas de abertura e fechamento


determinam quão rapidamente as válvulas se abrem e
fecham.
A forma do nariz determina durante quanto tempo as
válvulas estão totalmente abertas.

1. Abertura rápida;
2. Período longo de abertura;
3. Fechamento rápido;
4. Fechamento lento.
MANCAIS DO EIXO DE COMANDO DE VÁLVULAS

Os mancais do comando de válvulas são ajustados


sob pressão nos furos do bloco do motor. Eles contém
um furo de óleo que se alinha com uma passagem de
óleo no bloco.
TREM DE VÁLVULAS

Os componentes do trem de válvulas controlam o


fluxo de ar para dentro e para fora dos cilindros
durante a operação do motor. Em alguns motores o
mecanismo de válvula também opera o injetor de
combustível.
O trem de válvulas é composto por muitas peças são
elas:
 19 – Balancim

 20 – Ponte

 21 - Haste

 22 - Mola da Valvula

 23 - Valvula

 24 - Tucho
TREM DE VÁLVULAS
TREM DE VÁLVULAS
VÁLVULAS

As válvulas controlam o fluxo de ar e os gases de


escape através da câmara de combustão. Quando a
válvula de admissão esta aberta, o ar pode entrar na
câmara de combustão. Quando a válvula de escape esta
aberta, os gases de escape saem da câmara de
combustão.
PARTES DA VÁLVULA
FALHAS EM VÁLVULAS

Entre as causas mais comuns de falha das válvulas


incluem-se:
 Seleção incorreta da válvula;

 Molas de válvulas quebradas impedem a operação


correta das válvulas do motor;
 Uma folga excessiva da válvula resultara diretamente
em desgaste prematuro e possível falha das guias e
sedes da válvula.
BALANCIM
Um balancim consiste em:
1. Um parafuso de ajuste, que ajusta a folga da válvula;
2. Contra porca, que trava o parafuso no lugar e
mantém a folga da válvula;
3. Assento de desgaste, que é uma inserção endurecida
para evitar o desgaste do balancim;
4. Bucha do eixo do balancim, que é um mancal entre o
balancim e o eixo.
VOLANTE

Tem a função de absorver a energia de combustão de


cada cilindro, e transmiti-la progressivamente ao
virabrequim durante a meia volta seguinte, reduzindo
os solavancos, e fazendo que a marcha do motor seja
suave.
CLASSIFICAÇÃO DOS MOTORES DIESEL
CONFORME A FORMA COMO SE PROCESSA A
COMBUSTÃO

Podemos dizer que existem 4 tipos principais:

1. Motores de injeção direta;


2. Motores de Injeção Indireta, ou com Câmara de pré-
combustão;
3. Motores com Câmara de Turbulência;
4. Motores de “Cabeça Quente”
MOTORES DE INJEÇÃO DIRETA

Nos motores a injeção direta o óleo Diesel é injetado


diretamente na câmara de combustão. Existem várias
categorias de motores de injeção direta:
1. Motores em que o ar fica quase imóvel durante a
injeção do óleo.
2. Motores em que se produz um fluxo de ar controlado
na câmara de combustão.
MOTORES EM QUE O AR FICA IMÓVEL

Aqui, o ar não tem movimento suficiente para se


misturar com o combustível.
Portanto, é necessário que o jato de óleo pulverizado
alcance todos os cantos da câmara de combustão para
se garantir uma boa mistura ar-óleo.
Em alguns motores se usam injetores com jatos
divididos em três partes.
MOTORES DE INJEÇÃO DIRETA EM QUE O
AR SE MOVE

Nos motores de injeção direta em que o ar se move,


procura-se melhorar a mistura através do movimento
de redemoinho do ar.
Nestes motores existem vários formatos de câmara
de combustão, que serão apresentado a seguir.
CÂMARA DE COMBUSTÃO CÔNCAVA

O jato do injetor é cônico, com um ângulo de 45º.


CÂMARA DE COMBUSTÃO CÔNICA

O cone é formado pela parte superior do cilindro, no


cabeçote.
Muito utilizada em motores dois tempos.
CÂMARA DE COMBUSTÃO DE DUPLA
TURBULÊNCIA (SAURER)

São câmaras com cavidades no pistão com forma de


anel, e com um leve cone no meio.
MOTORES COM CÂMARA DE PRÉ-
COMBUSTÃO OU DE INJEÇÃO INDIRETA
O motor com câmara de pré-combustão tem uma
câmara separada do cilindro, e nela é injetado o óleo
Diesel. Através de um ou mais furos, é feita a
comunicação com o cilindro.
Há um outro tipo de motor chamado de câmara de
turbulência, que difere do anterior devido ao tamanho
aumentado.
VANTAGENS DA CÂMARA DE PRÉ COMBUSTÃO

1. O motor não necessita de uma pressão tão alta de


injeção de óleo como o motor de injeção direta.
2. A pressão de combustão é menor, e o funcionamento
é mais suave.
3. Funcionamento em marcha lenta mais uniforme.
DESVANTAGENS DA CÂMARA DE PRÉ COMBUSTÃO

1. Os motores de injeção indireta tem uma partida a


frio mais difícil do que os motores de injeção direta.
2. Os motores de injeção indireta têm um consumo de
combustível de 10% a 12% maior do que um motor
de injeção direta de mesma potência.
MOTORES DE CABEÇA QUENTE

É um motor obsoleto, ou seja, não é mais aplicado.


Seu funcionamento consiste em esquentar uma
câmara superior até que ela fique em “brasa”,
inflamando o combustível.
O aquecimento é feito antes da partida com um
maçarico, e depois é mantido com a queima dos próprio
gases.
Foi muito utilizado em pequenos tratores e máquinas
agrícolas.
MOTOR V 18
FUNCIONAMENTO DO MOTOR
FUNCIONAMENTO DO MOTOR
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

 MARTINS, Jorge. Motores de Combustão


Interna. Porto. Ed. Publindústria, 2006. 2ª
Edição.
 RACHE, Marco. Mecânica Diesel: Caminhões,
Pick-ups, Barcos. São Paulo. Ed. Hemus, 2004.
 TAYLOR, Charles F. Análise dos Motores de
Combustão Interna. São Paulo: Ed. Edgard
Blucher.
OBRIGADO PELA
ATENÇÃO!

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