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Juvenil Jr 2
EMENTA:
Introdução: calor, primeira e segunda leis da termodinâmica, mistura ar-vapor d’água, carta psicrométrica, umidificação e
desumidificação. Dados para o projeto. Cálculo da carga térmica. Meios de condução do ar. Ventilação e exaustão. Torres de
arrefecimento e condensadores evaporativos. Controles automáticos. Instalações típicas.
Bibliografia Básica:
CREDER, Hélio; Instalações de ar condicionado; 6ª edição; Rio de Janeiro. Ed. LTC; 2003;
SILVA, J. de Castro, Refrigeração e Climatização para Técnicos e Engenheiros, Ed. Ciência Moderna
COSTA, Ennio Cruz. Ventilação. 1ª edição. São Paulo. Ed. Edgard Blucher. 2005.
Bibliografia Complementar:
Revisão de Transferência
de Calor
Uma simples definição, mas geral, fornece uma resposta satisfatória para a pergunta: O que é transferência de
calor?
Transferência de calor (ou calor) é energia térmica em trânsito devido a uma diferença de
temperaturas no espaço.
Sempre que houver uma diferença de temperatura em um meio ou entre meios, haverá, necessariamente,
transferência de calor [1]. Na figura 1.1 é apresenta os diferentes tipos de processos de transferência de calor por
modos.
Condução através de um sólido ou Convecção de uma superfície para Troca líquida de calor por radiação
fluido estacionário um fluido em movimento entre duas superfícies
O termo condução é utilizado quando existe um gradiente de temperatura em um meio estacionário e sólido.
Já o termo convecção faz referência à transferência de calor que ocorrerá entre uma superfície e um fluido em
movimento quando eles estiverem a diferentes temperaturas.
O terceiro modo, radiação térmica, consiste de ondas eletromagnéticas viajando com a velocidade da luz.
Como a radiação é a única que pode ocorrer no espaço vazio, esta é a principal forma pela qual o sistema Terra-
Atmosfera recebe energia do Sol e libera energia para o espaço.
Na figura 1.2 é apresentada uma ilustração com os três modos de transferências de calor agindo
simultaneamente.
Alguns exemplos de transferência de calor por condução: a extremidade exposta de uma colher de metal
subitamente imersa em uma xícara de café quente; No inverno, um quarto aquecido, há perda significativa de
energia para o exterior.
É possível quantificar processos de transferência de calor em termos de equações de taxa apropriadas.
Para a condução térmica, a equação da taxa é conhecida como lei de Fourier. Para uma parede plana
unidimensional, mostrada na figura 1.4, a equação da taxa é representada na forma:
𝑑𝑇
𝑞 𝑥 𝑘 (1.1)
𝑑𝑥
O fluxo térmico q‖x (W/m²) é a taxa de transferência de
calor na direção x por unidade de área perpendicular à direção
da transferência e ele é proporcional ao gradiente de
temperatura, dT/dx, nesta direção.
O sinal negativo é uma consequência do fato do calor
ser transferido na direção da temperatura decrescente.
Nas condições de estado estacionário mostradas na figura 1.3, com a distribuição de temperaturas linear, o
gradiente de temperatura pode ser representado como:
(1.2)
Com isso, o fluxo térmico pode ser escrito na forma:
(1.3)
A taxa de transferência de calor por condução, qx (W), é dada através da simples multiplicação da área da
parede plana pelo fluxo térmico por condução, ou seja:
(1.4)
Exemplo 1.1: A parede de um forno industrial é construída em tijolo refratário com 0,15 m de espessura, cuja
condutividade térmica é de 1,7 W/(m.K). Medidas efetuadas ao longo da operação em regime estacionário
revelam temperaturas de 1400 e 1150 K nas paredes interna e externa, respectivamente. Qual é a taxa de calor
perdida através de uma parede que mede 0,5 m por 1,2 m?
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1.2 Convecção
O modo de transferência de calor por convecção abrange dois mecanismos: movimento molecular aleatório
(difusão) e o movimento global do fluido. Este movimento do fluido está associado ao fato de que, em um instante
qualquer, um grande número de moléculas está se movendo coletivamente ou como agregado.
Tal movimento, na presença de um gradiente de temperatura, contribui para a transferência de calor.
Considere o escoamento de um fluido sobre a superfície aquecida da figura 1.5.
Distribuição da Distribuição da
velocidade u(y) temperatura T(y)
Superfície
aquecida
Figura 1.5: Desenvolvimento da camada limite na transferência de calor por convecção [1].
Uma consequência da interação entre o fluido e a superfície é o desenvolvimento de uma região no fluido
através da qual a sua velocidade varia entre zero, no contato com a superfície (y=0), e um valor infinito ,
associado ao escoamento do fluido. Essa região do fluido é conhecida por camada limite hidrodinâmica ou de
velocidade.
Além disso, se as temperaturas da superfície e do fluido forem diferentes, existirá uma região no fluido através
da qual a temperatura variará de TS, em y=0, até T, associada à região do escoamento afastada da superfície.
Se TS > T, transferência de calor por convecção se dará da superfície para o fluido em escoamento.
A transferência de calor por convecção pode ser classificada de acordo com a natureza do escoamento do
fluido.
Convecção forçada: quando o escoamento é causado por meios externos, tais como: um ventilador,
uma bomba, ou ventos atmosféricos;
Convecção natural (livre): o escoamento é induzido por forças de empuxo, que são originadas a
partir de diferença de densidades (massas especificas) causadas por variações de temperatura no
fluido.
Escoamento Componentes
forçado quentes sobre
placas de
circuitos
impressos
Figura 1.6: Processos de transferência de calor por convecção: (a) convecção forçada, (b) convecção natural.
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Foi descrito o modo de transferência de calor por convecção como a transferência de energia ocorrendo no
interior de um fluido devido aos efeitos combinados da condução e do escoamento global do fluido. A energia que
está sendo transferida é a energia sensível, ou térmica interna, do fluido. Contudo, há processos de convecção nos
quais existe também a troca de calor latente. Essa troca de calor latente é geralmente associada a uma mudança
de fase entre os estados líquidos e vapor do fluido. Dois casos particulares de interesse são a ebulição e a
condensação.
Por exemplo, na figura 1.7 (a) mostra a transferência de calor por convecção resultante da movimentação do
fluido induzida por bolhas de vapor geradas no fundo de uma panela contendo água em ebulição. Outro exemplo, é
a condensação de vapor d’água na superfície externa de uma tubulação por onde escoa água fria, figura 1.7 (b).
Ar úmido
Gotas de
água
Água Fria
Bolhas
de vapor Água
Placa quente
1.3 Radiação
A radiação térmica é a energia emitida pela matéria que se encontra a uma temperatura não-nula. A energia do
campo de radiação é transportada por ondas eletromagnéticas.
Considere os processos de transferência de calor por radiação
na superfície mostrados na figura 1.8. A radiação que é emitida pela
superfície tem sua origem na energia térmica da matéria delimitada
pela superfície e a taxa na qual a energia é liberada por unidade de
área (W/m²) é conhecido como poder emissivo, E, da superfície.
Há um limite superior para o poder emissivo, que é determinado
pela lei de Stefan-Boltzmann
Figura 1.8: Troca por radiação
em uma superfície [1].
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(1.7)
Onde TS é a temperatura absoluta (K) da superfície e é a constante de Stefan-Boltzmann (5,67 x 10-8 W/(m² .
K4)).
Tal superfície é chamada um radiador ideal ou corpo negro.
O fluxo térmico emitido por uma superfície real é menor do que aquele emitido por um corpo negro à mesma
temperatura e é dado por:
(1.8)
Tabela 1.2: Resumo de processos de transferência de calor.
Propriedade de transporte
Modo Mecanismo(s) Equação da taxa
ou coeficiente
Difusão de energia devido ao movimento k (W/(mK))
Condução
molecular aleatório
Difusão de energia devido ao movimento
molecular aleatório acrescido da
Convecção h (W/(m²K))
transferência de energia em função do
movimento macroscópico (adevecção)
Transferência de energia por ondas
Radiação eletromagnéticas Ou hr (W/(m²K))
Na condução de calor unidimensional em uma parede plana, a temperatura é uma função somente da
coordenada x e o calor é transferido exclusivamente nessa direção.
Na figura 1.9, uma parede plana separa dois fluidos, que se encontram a diferentes temperaturas.
A transferência de calor ocorre por convecção do fluido quente a , para uma superfície da parede a ,
por condução através da parede e por convecção da outra superfície da parede a para o fluido frio a .
Figura 1.9: Transferência de calor através de uma parede plana. (a) Distribuição de temperaturas; e (b) Circuito térmico
equivalente [1].
A distribuição de temperaturas na parede pode ser determinada através da solução da equação do calor com
as condições de contorno pertinentes.
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Nota-se que a condução unidimensional em regime estacionário em uma parede plana sem geração de calor
e com condutividade térmica constante, a temperatura varia linearmente com x, ou seja, varia com de acordo com a
espessura da parede.
Aplicando a lei de Fourier para determinar a taxa de transferência de calor por condução, tem-se:
( ) (1.9)
Note que A é área da parede normal à direção da transferência de calor e, na parede plana, ela é uma
constante independente de x.
Da mesma forma que uma resistência elétrica está associada à condução de eletricidade, uma resistência
térmica pode ser associada à condução de calor.
Definindo resistência como a razão entre um potencial motriz e a correspondente taxa de transferência,
através da equação 1.9 que a resistência térmica para a condução em uma parede plana é:
(1.10)
Uma resistência térmica pode também ser associada à transferência de calor por convecção em uma
superfície. A partir da lei do resfriamento de Newton:
(1.11)
(1.12)
O circuito térmico equivalente para a parede plana com condições de convecção nas duas superfícies é
mostrada na figura 1.9 (b).
A taxa de transferência de calor pode ser determinada pela consideração em separado de cada elemento da
rede. Uma vez que qX é constante ao longo da rede, segue-se que:
(1.13)
Como as resistências condutiva e convectiva estão em série e podem ser somadas, tem-se que:
(1.15)
A troca radiante entre a superfície e a vizinhança pode, também, ser importante se o coeficiente de
transferência de calor por convecção for pequeno (como é frequentemente na convecção natural em um gás).
Uma resistência térmica para a radiação pode ser definida tendo-se como referência a equação:
(1.16)
(1.17)
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1.4.3 A Parede Composta
Circuitos térmicos equivalentes também podem ser usados em sistemas mais complexos, como, por
exemplo, paredes compostas. Tais paredes podem possuir uma quantidade qualquer de resistências térmicas em
série e em paralelo, devido à presença de camadas diferentes materiais.
Seja a parede composta, em série, mostrada na figura 1.10, a taxa de transferência de calor unidimensional
para esse sistema pode ser representado por:
(1.18)
∑
Onde é a diferença de temperatura global e o somatório inclui todas as resistências térmicas.
Logo:
(1.19)
[ ]
Figura 1.10: Circuito térmico equivalente para uma parede composta em série [1].
(1.20)
Onde é a diferença de temperatura global. O coeficiente global de transferência de calor está relacionado
à resistência térmica total e, a partir das equações 1.19 e 1.20, verifica-se que UA=1/RTOT. Portanto, para a parede
composto da figura 1.10:
(1.21)
[ ]
1. Informa-se que a condutividade térmica de uma folha de isolante extrudado rígido é igual k=0,029 w/(mK). A
diferença de temperaturas medida entre as superfícies de uma folha com 20 mm de espessura deste material é T1 –
T2 = 10 °C.
a) Qual é o fluxo térmico através de uma folha do isolante com 2,0 m x 2,0 m?
b) Qual é a taxa de transferência de calor através da folha de isolante?
2. O fluxo térmico através de uma lâmina de madeira, com espessura de 50 mm, cujas temperaturas das superfícies
sãod e 40 e 20°C, foi determinado como de a 40W/m². Qual é a condutividade térmica da madeira?
3. As temperaturas interna e externa de uma janela de vidro com 5 mm de espessura são de 15 e 5°C. Qual é a
perda de calor através de uma janela com dimensões de 1 m por 3 m? A condutividade térmica do vidro é de 1,4
W/(mK).
4. Uma câmara de congelador é um espaço cúbico de lado igual a 3 m. Considere que a sua base seja
perfeitamente isolada. Qual é a espessura mínima de um isolamento à base de espuma de estireno (k=0,030
W/(mK)) que deve ser usada no topo e nas paredes laterais para garantir uma carga térmica menor do que 500 W,
quando as superfícies interna e externa estiveram a -10°C e 35°C?
5. Um aquecedor elétrico encontra-se no interior de um longo cilindro de diâmetro igual a 30 mm. Quando água, a
uma temperatura de 25°C e velocidade 1 m/s, escoa perpendicularmente ao cilindro, a potência por unidade de
comprimento necessária para manter a superfície do cilindro a uma temperatura uniforme de 90°C é de 28kW/m.
Quando ar, também a 25°C, mas a uma velocidade de 10 m/s está escoando, a potência por unidade de
comprimento necessária para manter a mesma temperatura superficial é de 400W/m. Calcule e compare os
coeficientes de transferência de calor por convecção para os escoamentos da água e do ar.
6. O vidro traseiro de um automóvel é desembaçado pela fixação de um aquecedor em película, fino e transparente,
sobre a sua superfície interna. Aquecendo eletricamente este elemento, um fluxo térmico uniforme pode ser
estabelecido na superfície interna. Para um vidro com 4 mm de espessura, determine a potência elétrica, por
unidade de área do vidro, necessária para manter uma temperatura na superfície interna em 15°C, quando a
temperatura do ar no interior do carro e o coeficiente convectivo são T,i= 25°C e hi = 10 W/(m²K), enquanto a
temperatura e o coeficiente convectivo no ar exterior (ambiente) são T,e = - 10°C e he = 65 W/(m²K).
7. Uma janela de vidro, com 1 m de largura e 2 m de altura, tem espessura de 5 mm e uma condutividade térmica
de kv= 1,4 W/(m.K). Se em um dia de inverno as temperaturas das superfícies interna e externa do vidro são de
15°C e -20°C, respectivamente, qual é a taxa de calor através da janela, é costume usar janelas de vidro duplo nas
quais as placas de vidro são separadas por uma camada de ar. Se o afastamento entre as placas for de 10 mm e as
temperaturas das superfícies do vidro em contato com os ambientes estiverem nas temperaturas de 10°C e -15°C,
qual é a taxa de perda de calor em uma janela de 1m x 2m? A condutividade térmica do ar é ka = 0,024 W/(m.K).
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Noções de Refrigeração
Uma simples definição, sobre refrigeração, é que seu objetivo é remover o calor de um corpo. O calor é uma
forma de energia que o homem não pode destruir. Por isso, ao ser removido, o calor é transferido de um local onde
não é desejado para outro onde não incomoda.
O estudo apresentado aqui será dedicado ao condicionamento de ar para o verão. Na figura 2.1 um recinto é
condicionado cuja temperatura interna é Ti, a temperatura externa é TE, calor que entra no recinto representado por
QE, o calor gerado ou existente no recinto QG e calor total Q, uma vez que TE > Ti.
Ti
QE
Recinto Condicionado
TE
Q QG
Equipamento
frigorígeno
Figura 2.1 – Balanço térmico de um recinto. Adaptado: [2]
Realizando o balanço térmico do recinto mostrado na figura 2.1, tem-se a seguinte equação:
(2.1)
Com isso, o equipamento de refrigeração deverá retirar o calor e mais o calor devido às perdas no processo.
Refrigeração é o termo usado quando o sistema é mantido a uma temperatura mais baixa que a vizinhança.
Como a tendência do calor é penetrar no recinto, por diferença de temperatura, a quantidade de calor deve ser
retirada do sistema para manter a sua temperatura Ti.
Na figura 2.2 o diagrama de um ciclo de refrigeração a compressão de vapor.
O efeito da retirada do calor do sistema é efetuado pelo evaporador entre os pontos 2-3, pois para se efetuar
a evaporação do fluido necessita-se do ―calor latente de vaporização‖.
A quantidade de calor rejeitado e de calor absorvido é obtida através da área correspondente no diagrama.
Quais devem ser as quantidades de calor removido, Qa, e rejeitado, Qr, por kg de refrigerante circulado no ciclo?
Os meios artificiais reduzem a temperatura de uma substância mediante o consumo de energia sob um
princípio de funcionamento característico do tipo de processo de refrigeração. A Tabela 2.1 apresenta um resumo
dos processos mais comuns, seus princípios de funcionamento e aplicações típicas. Inicialmente, a refrigeração
artificial foi usada para produzir gelo e reduzir a dependência das condições climáticas. Embora os sistemas de
expansão de ar, de absorção e de compressão mecânica de vapor estivessem disponíveis, suas utilizações em
instalações comerciais e residenciais eram inviabilizadas pelos custos elevados e riscos que representavam aos
usuários.
Após a Segunda Guerra Mundial (1939–1945) a indústria da refrigeração consolidou-se. Dois fatores foram
determinantes: primeiro, o desenvolvimento, em 1930, dos refrigerantes cloro-fluor-carbono (CFC’s) que
apresentavam índices baixos de toxicidade e periculosidade, adequados às instalações residenciais e comerciais;
segundo, o surgimento do sistema selado de pequeno porte, com baixos custos de aquisição e operação, pois
exigia pouca manutenção.
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2.2.1 Sistema de compressão de vapor
A Figura 2.5 mostra o esquema do sistema de refrigeração por compressão mecânica de vapor. Os
componentes principais são: evaporador, compressor, condensador e dispositivo de expansão. No evaporador, a
mistura líquido-vapor em baixa pressão remove calor da substância que se quer resfriar. Essa transferência de calor
faz com que o líquido evapore. O compressor aspira vapor formado no evaporador, numa taxa suficiente para
manter a pressão de evaporação, e o comprime até que sua temperatura seja maior do que a do fluido de
resfriamento que escoa no condensador. No condensador, o vapor refrigerante rejeita calor para o fluido de
resfriamento e liquefaz na pressão de condensação correspondente. No dispositivo de expansão, a pressão do
líquido é reduzida até a pressão de evaporação para que ele possa ser reaproveitado no ciclo. O dispositivo de
expansão é um controle de fluxo do refrigerante, que mantém a diferença de pressão entre o condensador (lado de
alta pressão) e o evaporador (lado de baixa pressão) do sistema.
Figura 2.5: Esquema do sistema de refrigeração por compressão mecânica de vapor. [6]
Uma forma de remover o vapor da superfície de um líquido é absorvendo−o por meio de uma substância com
a qual ele reaja quimicamente e nela se dissolva facilmente: o vapor d’água é absorvido rapidamente pelo ácido
sulfúrico.
Este princípio foi usado em 1810 por John Leslie para produzir gelo artificialmente. Ele usou dois vasos
conectados por um tubo: um contendo água e o outro ácido sulfúrico forte. Com o passar do tempo uma fina
camada de gelo formava−se na superfície da água: a água evaporava pela redução da pressão de vapor sobre ela,
que removia entalpia de vaporização do restante que permanecia líquido; a temperatura caía e a água congelava.
Uma bomba de vácuo podia ser usada para remover o vapor formado e acelerar o processo.
O método de Leslie tornou–se a base de várias máquinas comerciais para fabricação de pequenas
quantidades de gelo. Entretanto, havia a necessidade de recargas periódicas de ácido sulfúrico. Para operar
ininterruptamente havia necessidade de aspiração contínua de ácido sulfúrico do recipiente, de modo que a solução
fosse concentrada por ebulição.
Um equipamento desse tipo foi projetado por Windhausen em 1878 e obteve algum sucesso comercial,
porém, nunca foi muito popular. Era usado para fabricar gelo e resfriar água. Neste sistema, a água atuava como
refrigerante; o ácido sulfúrico era denominado absorvente.
A Figura 2.6 mostra o esquema e os principais componentes do sistema de absorção. Comparando as
Figuras 2.5 e 2.6, verifica−se que o condensador, o evaporador e a válvula de expansão existem em ambos os
sistemas. Entretanto, o compressor é substituído por um conjunto composto de absorvedor, bomba de solução forte,
trocador de calor e gerador.
Esse conjunto retira o vapor em baixa pressão do evaporador e o entrega em alta pressão no condensador,
tal qual faz o compressor. O absorvedor é alimentado com a solução fraca de água–amônia que absorve o vapor de
amônia. A absorção da amônia pela água é um processo que libera grande quantidade de calor, e, se nenhum
resfriamento for providenciado, a temperatura aumenta e o processo de absorção cessa. Geralmente, a mesma
água usada para resfriar o condensador resfria antes o absorvedor, vinda de uma torre de resfriamento. A solução
forte, formada no absorvedor, tem sua pressão elevada pela bomba e é descarregada no gerador depois de passar
no trocador de calor. No gerador, a solução forte é aquecida e o vapor produzido é então retificado para que amônia
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quase pura seja descarregada no condensador. A solução fraca que é formada está quente. Por isso, um trocador
de calor é interposto entre o gerador e o absorvedor a fim de aquecer a solução forte até a temperatura do gerador e
resfriar a solução fraca até a temperatura do absorvedor. Para manter a diferença de pressão entre o gerador e o
absorvedor é instalada uma válvula na tubulação da solução fraca um pouco antes da entrada do líquido no
absorvedor.
A Figura 2.7 mostra o esquema da máquina de refrigeração por absorção de vapor usando a solução de
brometo de lítio−água. O brometo de lítio (Li-Br) puro é sólido e se misturado adequadamente com água forma uma
solução aquosa homogênea. Nesse caso, a água é o refrigerante e a solução de brometo de lítio o absorvente. O
funcionamento é semelhante ao do sistema água−amônia. Entretanto, como o brometo de lítio não é volátil, na
saída do gerador forma–se somente vapor d’água tornando dispensável o uso do retificador. Máquinas modernas,
baseadas no esquema da Figura 2.7, reúnem o gerador com o condensador e o evaporador com o absorvedor,
resultando em equipamentos compactos de custo reduzido e alta eficiência. O sistema de brometo de lítio é indicado
para obtenção de água gelada em sistemas de ar condicionado de grande porte (100 a 1.200 TR).
Os primeiros sistemas por absorção de vapor usavam o carvão como combustível para aquecimento do
gerador; eventualmente, vapor quente proveniente de uma caldeira era utilizado. Atualmente, esses sistemas
queimam gás natural ou óleo combustível para gerar calor. O aproveitamento de energia residual de outros sistemas
térmicos também está sendo muito difundido em sistemas de co-geração.
Quando o ar em alta pressão é expandido adiabaticamente, de modo que realize trabalho sobre um pistão,
sua temperatura é reduzida em decorrência da redução de sua energia interna. Esse princípio, conhecido desde o
século 18, foi usado em 1828 por Richard Trevithick para descrever um processo de refrigeração. A figura 2.8
mostra o princípio de funcionamento da máquina de refrigeração de expansão de ar com ciclo aberto.
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O ar da câmara fria é conduzido para o interior de um cilindro onde é comprimido. Durante o processo a
temperatura do ar aumenta com o aumento da pressão. O ar quente passa então através de um trocador de calor
onde sua temperatura é reduzida pela água de resfriamento. O ar comprimido é expandido dentro de um cilindro
realizando trabalho sobre o pistão e tem sua temperatura reduzida. O ar frio é descarregado na câmara onde resfria
os produtos armazenados. O trabalho realizado pelo ar sobre o cilindro de expansão é usado para fornecer parte do
trabalho necessário à movimentação do compressor. A máquina a vapor usada para movimentar o compressor era
montada geralmente na mesma base dos cilindros de compressão e de expansão e estava diretamente acoplada
neles. O sistema aberto foi, por mais de 20 anos, o principal método de refrigeração do setor naval, e durante esse
tempo ele foi melhorado em diversos aspectos.
Figura 2.8: Esquema simplificado do ciclo aberto de refrigeração por expansão de ar.[6]
Atualmente, o sistema de expansão de ar com turbo-expansor é usado para resfriar cabinas de aeronaves.
Uma vantagem deste sistema é que ele não utiliza partes móveis tipo cilindro−pistão para comprimir e expandir o ar.
A Figura 2.9 mostra seu esquema. No ponto 0, o ar ambiente em velocidade subsônica, que circunda a
aeronave em alta altitude, é forçado para dentro da turbina e sua pressão aumenta do ponto 0 ao ponto 1. O ar é
comprimido até o ponto 2, elevando sua temperatura. No trocador de calor, o ar aquecido do ponto 2 libera calor
para a corrente de ar extraída pelo ventilador, alcançando o ponto 3. Ao passar pelo turbo–expansor tem sua
temperatura reduzida até o ponto 4, e então é descarregado na cabina para resfriar a aeronave. Depois de remover
calor da cabina o ar é descarregado na atmosfera. Isto caracteriza um ciclo aberto, visto que nenhum ar é
recirculado.
Este método de refrigeração é baseado numa descoberta de Peltier em 1834: quando uma corrente elétrica
percorre um circuito composto de dois metais diferente uma das junções é resfriada e a outra é aquecida. Com
metais puros este efeito é comparativamente pequeno e é em grande parte encoberto pelo aumento de temperatura
devida à resistência dos condutores e pela condução de calor entre a junção quente e a fria. Apesar disso, usando
bismuto e antimônio, Lenz fabricou uma pequena quantidade de gelo em 1838.
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Nos metais puros a condutibilidade térmica reduzida está relacionada com a baixa condutibilidade elétrica, de
modo que se metal puro for usado à condução de calor de uma junção para outra é pequena, mas a perdas devido
à resistência são grandes. A efetividade depende principalmente da potência termelétrica, que nos metais puros é
muito pequena.
Em anos recentes alguns semicondutores com elevada potência termelétrica foram desenvolvidos, tornando
possível a construção de pequenos refrigeradores. Os semicondutores podem ser de dois tipos: tipo-n se a corrente
é conduzida pelos elétrons e tipo-p se não o é. Estes são fabricados pela contaminação da substância pura com
pequenas quantidades de impurezas para fornecer os condutores de corrente. O semicondutor mais usado
atualmente para fins de refrigeração é bismuto-telúrio (Bi2 Te3).
Um elemento de refrigeração é mostrado na figura 2.10, composto de materiais tipo-n e tipo-p. Os dois
blocos são montados em um circuito usando elementos de cobre como condutor. Aqui, o próprio cobre não toma
parte no processo agindo somente como um condutor. É necessária uma fonte de corrente contínua de baixa
voltagem. Visto que cada elemento utiliza somente uma fração de Volt, vários deles são conectados em série para
formar um módulo ficando as junções quentes de um lado e as frias do outro.
A camada de ozônio tem uma função importantíssima na preservação da vida. Ela é responsável pela
filtragem dos raios ultravioleta que, em quantidades elevadas, são prejudiciais ao meio ambiente. Ao ser humano
podem causar doença da pele como queimadura, câncer, envelhecimento precoce, etc.
Devido ao efeito dos CFCs sobre a camada de ozônio estratosférico, o Protocolo de Montreal de 1986,
determinou sua substituição, provocando uma verdadeira revolução na indústria frigorífica.
A substituição dos CFCs, juntamente com o desenvolvimento de equipamentos eficientes, constitui um
verdadeiro desafio. Novos componentes e equipamentos têm sido desenvolvidos, novas tecnologias tem sido
introduzidas, especialmente aquelas relacionadas à eletrônica e a informática.
Nos últimos dez anos têm surgido inúmeros substitutos dos CFCs, a maioria no âmbito da família dos
hidrocarbonetos halogenados, quer como substâncias puras, quer como misturas binárias ou ternárias.
Refrigerantes naturais como CO2, têm sido seriamente cogitados pela comunidade científica e industrial.
A amônia tem sido adotada na maioria das instalações industriais de construção recente, dominando o setor.
Uma vasta gama de produtos alternativos aos CFCs têm sido colocada no mercado pelos produtores de compostos
halogenados, tornando difícil ao projetista, decidir quanto ao refrigerante que melhor se ajuste à sua instalação em
particular. Determinados setores da indústria optaram por um substituto em particular, como no caso do
condicionamento de cabinas para aplicações automotivas, onde o CFC-12 foi substituído pelo HCFC-134a.
O afinamento da camada de ozônio, segundo modelos das reações fotoquímicas envolvendo a irradiação
solar ultravioleta, resulta de um efeito em cadeia promovido por átomos de cloro (e bromo), entre outros. Os átomos
de cloro são transportados por compostos clorados, emitidos na biosfera, atingindo a estratosfera. Devido a sua
estabilidade química, as moléculas desses compostos mantêm sua integridade durante todo o período em que
permanecem na atmosfera até atingirem a estratosfera. Essa estabilidade química é justamente uma das
características que credenciou os CFCs como refrigerantes. Uma molécula de refrigerante R12, que é um CFC,
apresenta uma vida útil na atmosfera da ordem de 100 anos, tempo suficiente para que, eventualmente, atinja a
estratosfera, transportada por correntes atmosféricas.
De acordo com a resolução 267 de 14 de setembro de 2000, do Conselho Nacional do Meio Ambiente –
CONAMA, ficou estabelecida a proibição, em todo território nacional, da utilização do CFC-11, CFC-12, além de
outras substâncias que agridem a camada de ozônio, em instalações de ar condicionado central, instalações
frigoríficas com compressores de potência unitária superior a 100 HP e em sistemas de ar condicionado automotivo.
Tornou-se proibida, a partir de primeiro de janeiro de 2001, a utilização dessas substâncias em refrigeradores e
congeladores domésticos, e em todos os demais equipamentos e sistemas de refrigeração.
As importações de CFC-12 sofrerão reduções gradativas em peso, da seguinte forma:
a) 15% no ano de 2001;
b) 30% no ano de 2002;
c) 55% no ano de 2003;
d) 75% no ano de 2004;
e) 85% no ano de 2005;
f) 95% no ano de 2006; e
g) 100% no ano de 2007.
As importações de CFC-11 só são permitidas em situações especiais, descritas na resolução, como por
exemplo, suprir os consumos das empresas cadastradas junto ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis - IBAMA e que tenham projetos de conversão às tecnologias livres dessa substância.
A Tabela 2.2 apresenta as datas previstas para a proibição dos CFCs.
Tabela 2.2: Resumo das datas previstas para a proibição dos CFCs
―Phase-Out‖ Refrigerante Ação
1996 R11, R12, R500 Extingue a produção dos refrigerantes.
Equipamentos não mais fabricados
2010 HCFC-22 Equipamentos não mais fabricados
2020 HCFC-22 Extingue a produção dos refrigerantes
2020 HCFC-123 Equipamentos não mais fabricados
2030 HCFC-123 Extingue a produção dos refrigerantes
Nos últimos anos o problema da camada de ozônio tem se composto com o problema do efeito estufa. O
efeito estufa consiste na retenção de parte da energia solar incidente, devido à presença de certos gases na
atmosfera que atuam de forma semelhante a um vidro, sendo transparentes à irradiação solar na faixa de
comprimentos de onda que sensibilizam a retina, que a grosso modo varia entre 0,4 e 0,7μm, mas opacos a
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radiação infravermelha, caracterizada por comprimentos de onda superiores a 0,7μm. Boa parte da energia solar se
compõe de fótons na faixa visível de comprimentos de onda, ao passo que a superfície terrestre emite energia
radiante na faixa de comprimentos de onda que correspondem a radiação infravermelha. Dessa forma, parte da
irradiação solar incidente vai sendo progressivamente armazenada, provocando um aumento na temperatura da
superfície terrestre. Esse processo é semelhante ao ocorre numa estufa, daí o nome ―efeito estufa‖.
A maioria dos compostos halogenados utilizados em instalações frigoríficas, inclusive os substitutos, podem
provocar o efeito estufa. Entretanto, como suas emissões são muito inferiores às do CO 2, que é o principal
responsável pelo efeito estufa, sua ação não é tão significativa.
Para a caracterização do nível de ação sobre a camada de ozônio e do efeito estufa, dois índices foram
criados. O primeiro, referente a camada de ozônio, quantifica o potencial de destruição dessa camada que o
particular composto apresenta em relação ao refrigerante R11, ao qual é atribuído o valor 1. Esse índice é
denominado de " Potencial de Destruição da Camada de Ozônio" designado pelas iniciais ODP do inglês "Ozone
Depleting Potential". O segundo índice refere-se ao efeito estufa que é resultado de dois efeitos: o efeito direto,
causado pela presença física do composto na atmosfera e o efeito indireto, resultante da emissão de CO 2 pela
queima de um combustível fóssil para produzir a energia elétrica necessária para acionar a instalação frigorífica que
opera com o particular refrigerante. O índice para o efeito estufa é o GWP, do inglês "Global Warming Potential" ,
que é relativo ao efeito estufa direto causado pelo refrigerante R11, ao qual é atribuído arbitrariamente o valor 1.
A tabela 2.3 apresenta os valores dos índices ODP e GWP para alguns refrigerantes.
Tabela 2.3: Valores dos índices ODP e GWP para alguns refrigerantes.
Refrigerante ODP GWP
CFC – 11 1 1
CFC – 12 1 3,2
HCFC – 22 0,05 0,34
HCFC – 123 0,02 0,02
HFC – 134a 0 0,28
Entretanto, em alguns casos de unidades pequenas de resfriamento de água com compressor centrífugo, é
às vezes preferível que o refrigerante apresente valores elevados do volume específico, devido à necessidade de
aumentar a vazão volumétrica do vapor de refrigerante no compressor, tendo em vista impedir a diminuição de
eficiência do compressor centrífugo.
• Coeficiente de performance elevado
O refrigerante utilizado deve gerar um coeficiente de performance elevado pois o custo de operação está
essencialmente relacionado a este coeficiente.
• Condutibilidade térmica elevada
Um valor elevado da condutibilidade térmica do refrigerante é importante na melhoria das propriedades de
transferência de calor.
• Baixa viscosidade na fase líquida e gasosa
Devido ao pequeno atrito fluido dos refrigerantes pouco viscosos, as perdas de carga serão menores.
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• Baixa constante dielétrica, grande resistência elétrica e característica de não-corrosão dos materiais
isolantes elétricos. Estas características são especialmente importantes para aqueles refrigerantes utilizados em
ciclos de refrigeração com compressores herméticos.
• Devem ser estáveis e inertes, ou seja, não devem reagir e corroer os materiais metálicos da instalação de
refrigeração.
• Não deve ser poluente
• Não devem ser tóxicos ou excessivamente estimulantes.
Apesar dos circuitos frigoríficos se constituírem em sistemas fechados, a possibilidade de vazamentos impõe
que os compostos utilizados como refrigerantes apresentem nível reduzido de toxicidade, o que é satisfeito pela
maioria dos CFCs.
• Não devem ser inflamáveis ou explosivos.
A possibilidade de vazamentos também impõe que os refrigerantes não sejam inflamáveis, devido ao risco de
incêndio e explosão.
• Devem ser de detecção fácil quando houver vazamentos.
Os refrigerantes são designados de acordo com a norma ASHRAE 34-1992, por números de três algarismos,
de acordo com a seguinte regra:
• O primeiro algarismo da direita indica o número de átomos de flúor na molécula;
• O segundo algarismo indica o número de átomos de hidrogênio mais 1;
• O terceiro algarismo indica o número de átomos de carbono menos 1;
Exemplo 2.2: Escreva a composição química do refrigerante, de acordo com seu nome:
a) R-22 b) R-32 c) R-134a d) R-120 e) R-50 f) R-152
Exemplo 2.3: A partir da composição química do refrigerante, escreva seu respectivo número:
a) C2HF5 b) CCl3F c) C2H6 d)CHF3
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8. Quando os CFC’s atingem altitudes onde a incidência de radiação ultravioleta é muito intensa, suas moléculas
são decompostas em formas químicas mais reativas, liberando determinados átomos, que, ao reagirem com as
moléculas de ozônio, acabam destruindo-as.
Tais átomos prejudiciais são de:
(A) flúor
(B) enxofre
(C) carbono
(D) cloro
(E) hidrogênio
Quais devem ser as quantidades de calor removido, Qa, e rejeitado, Qr, por kg de refrigerante circulado no ciclo e
COP? Faça o gráfico T x s.
b) Situação II:
Quais devem ser as quantidades de calor removido, Qa, e rejeitado, Qr, por kg de refrigerante circulado no ciclo e
COP? Faça o gráfico T x s.
11. Explique detalhadamente o funcionamento do circuito Frigorígeno. Esquematize a união entre todos os
componentes.
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Psicrometria
O estudo detalhado da mistura ar seco – vapor d’água e de tal importância que constitui uma ciência à parte,
a Psicrometria, dotada de todo um vocabulário próprio.
A Psicrometria é definida como o ramo da física relacionado com a medida ou determinação das condições
do ar atmosférico, particularmente com respeito à mistura ar seco – vapor d’água, ou ainda, aquela parte da ciência
que esta de certa forma intimamente preocupada com as propriedades termodinâmicas do ar úmido, dando atenção
especial às necessidades ambientais, humanas e tecnológicas.
O conhecimento das condições de umidade e temperatura do ar é de grande importância. Além do conforto
térmico, que depende mais da quantidade de vapor presente no ar do que propriamente da temperatura, também
em muitos outros ramos da atividade humana. A conservação de produtos como frutas, hortaliças, ovos e carnes,
em câmaras frigoríficas depende da manutenção da umidade relativa adequada no ambiente. Por exemplo, a perda
de peso depende da umidade do ar na câmara de estocagem, se a umidade é baixa, a perda de peso é elevada e
vice-versa.
3.1.1 Ar Seco
É a mistura dos gases que constituem o ar atmosférico, com exceção do vapor de água. A tabela 3.1 mostra
a composição aproximada do ar seco ao nível do mar.
Ar não saturado é a mistura de ar seco e vapor de água superaquecido, e ar saturado é a mistura de ar seco
e de vapor de água saturado. Mais precisamente é o vapor de água que está saturado e não o ar.
A figura 3.1 mostra o esquema de uma carta psicrométrica, tendo como eixo das abscissas a temperatura e
como eixo das ordenadas a umidade absoluta, que será definida no próximo item, onde somente aparece a linha de
saturação. Quando o ar está saturado, o estado do mesmo se dá sobre a linha de saturação da carta psicrométrica,
significando que uma redução de temperatura causará uma condensação do vapor de água do ar.
Umidade absoluta é a quantidade de vapor presente na mistura ar-vapor. A umidade absoluta é expressa em
kg de vapor d’água por m³ de ar.
A umidade relativa ( ) é a relação entre a umidade absoluta existente e a máxima umidade absoluta a uma
dada temperatura, ou seja, quando o ar estiver saturado de vapor. Ou seja:
( ) (3.1)
Onde:
= umidade relativa;
= massa de vapor d’água em 1 m³ de ar (umidade absoluta);
= massa de vapor d’água que teria se 1 m³ de ar estivesse saturado a uma dada temperatura.
A temperatura de bulbo seco (TBS) é a temperatura indicada por um termômetro comum, não exposto à
radiação.
Se o bulbo de um termômetro for coberto com uma mecha de algodão saturado com água, a sua temperatura
descerá, primeiro rapidamente e depois lentamente até atingir um ponto estacionário. A leitura neste ponto é
chamada de temperatura de bulbo úmido (TBU) do ar (figura 3.2), sendo que esta temperatura é aproximadamente
a que seria indicada pelo saturador adiabático.
Para se obter valores corretos para a temperatura de bulbo úmido, a velocidade do ar, que se deseja medir a
temperatura deve ser de 5 m/s, com relação ao bulbo.
A temperatura de orvalho (TPO) é a temperatura na qual o vapor de água se condensa, ou solidifica, quando
resfriado a pressão e umidade absoluta constante.
O diagrama T-S da figura 3.3 ilustra esta definição. Nesta figura, o ponto 1 representa um estado do ar úmido
tal que o vapor de água presente na mistura se encontra superaquecido. Quando resfriado à pressão constante, o
vapor passa pelo ponto 2, que corresponde ao ponto de orvalho, e onde tem início a condensação do vapor.
Chama-se ponto de orvalho (dew point) a temperatura abaixo da qual se inicia a condensação, à pressão
constante, do vapor d’água contido no ar.
T
Temperatura de
bulbo úmido
Pressão
constante do
vapor
Linha de vapor
saturado
Ponto de
orvalho
s
Figura 3.4: Temperatura de bulbo seco e bulbo úmido.
3.1.8 Psicrômetro
A temperatura de bulbo úmido (TBU) é lida de um termômetro de bulbo úmido, que é um termômetro de
líquido em vidro usual, cujo bulbo é envolvido por uma mecha umedecida com água, como mostrado na figura 3.2. A
expressão temperatura de bulbo seco refere-se simplesmente à temperatura que seria medida por um termômetro
posicionado na mistura. Frequentemente um termômetro de bulbo úmido é montado junto a um termômetro de bulbo
seco para formar um instrumento chamado psicrômetro [13].
O psicrômetro mostrado na figura 3.5(a) é girado no ar no qual as temperaturas de bulbo seco e de bulbo
úmido precisam ser determinadas. Isso induz um fluxo de ar por entre os dois termômetros. Para o psicrômetro da
figura 3.5(b), o fluxo de ar é induzido por um ventilador operado por bateria.
Figura 3.5: Psicrômetros. (a) Psicrômetro de Sling. (b) Psicrômetro de aspiração [13].
Em cada tipo de psicrômetro, se o ar da vizinhança não estiver saturado, a água contida na mecha do
termômetro de bulbo úmido evapora-se e a temperatura da água restante cai abaixo da temperatura de bulbo seco.
Na figura 3.7 é mostrada esquematicamente a divisão de todas as partes que compõem a carta
psicrométrica.
Exemplo 3.1: Dados para um recinto condicionado: TBS = 25°C e =50%. Para a mistura ar-vapor achar:
(a) Temperatura de bulbo úmido (TBU); (b) Umidade Específica (); (c) Entalpia (h); (d) Volume específico ( );
(b) Umidade Percentual (UP)- definida como a relação entre a umidade específica (item b) e a umidade específica
para a mesma temperatura bulbo seco, na saturação.
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3.2 Processos Psicrométricos
Os processos com ar úmido podem ser representados graficamente em uma carta psicrométrica, onde
podem ser facilmente interpretadas. Da mesma forma a carta pode ser utilizada na determinação da variação de
propriedades tais como temperatura, umidade absoluta e entalpia que ocorre em processos.
Na figura 3.8 têm-se os principais processos que podem ser obtidas com o uso da carta psicrométrica.
Figura 3.9: Aquecimento Sensível. (a) Aplicação do processo. (b) Na carta psicrométrica.
Exemplo 3.2: Um ar à TBS = 2°C e = 60% é aquecido através da passagem em uma bobina para TBS = 35°C.
Determine a TBU e , bem como a quantidade de calor adicionada ao ar por kg de ar fluente no fim do processo.
Figura 3.10: Resfriamento sem Desumidificação. (a) Aplicação do processo. (b) Na carta psicrométrica.
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O resfriamento desse ar moverá o ponto de estado sobre a linha de saturação, ocorrendo condensação de
parte do vapor d’água presente no ar. Consequentemente, a razão de umidade diminuirá.
Exemplo 3.4: Um ar à temperatura BS = 28°C e UR = 50% é resfriado até a temperatura BS = 12°C e BU = 11°C.
Achar: (a) o calor total removido; (b) a umidade total removida; (c) a razão de calor sensível no processo (RCS).
Onde:
TA = temperatura de bulbo seco do ar na entrada do processo;
TB = temperatura de bulbo seco do ar na saída do processo;
TPO = temperatura de bulbo úmido do ar na entrada, a qual coincidiria com a temperatura de bulbo seco da
saída se o ar saturasse completamente.
Exemplo 3.5: Um ar à TBS = 32°C e TBU = 18°C passa através de um ―spray‖ de água que o deixa na umidade de
90%. A água está à temperatura de 18°C. Determine a TBS do ar na saída.
O ar pode ser aquecido e umidificado simultaneamente se este passar por um condicionador que contenha
uma tubulação que pulverize água quente ou simplesmente mediante uma injeção direta de vapor, como é ilustrado
na figura 3.16.
Quando o ar passa por um desumidificador químico o vapor de água é absorvido ou adsorvido por uma
substância higroscópica, como por exemplo, a sílica gel, a alumina ativada e o cloreto de cálcio ou lítio, como
mostrado na figura 3.18.
No caso ideal o processo ocorre adiabaticamente, portanto a entalpia do ar se mantém constante. Assim,
desde que a umidade absoluta do ar é reduzida, a sua temperatura deve aumentar, como mostrado no processo A-
B da figura 3.19.
3.2.7 Mistura de ar
Em instalações de ar condicionado é comum o ar de retorno do ambiente, ser misturado com o ar exterior,
para recompletar as diferentes perdas de ar. A figura 3.20 mostra a representação desta mistura
Ar Condicionado e Ventilação Prof. Juvenil Jr 34
Na figura 3.21 é apresentada uma carta psicrométrica com os seguintes pontos alocados: ponto A como
relativo às condições internas do recinto e o ponto B como as condições do ar exterior, em um ponto C da reta AB
tem-se as condições da mistura.
A atmosfera é o absorvedor inesgotável de todo o calor emitido nas transformações das máquinas térmicas.
Nas grandes máquinas, como, por exemplo, nas centrais termoelétricas, o vapor, depois de passar pelas turbinas,
deve ser condensado. A condensação do vapor exige grandes vazões de água, o que evita a sua descarga direta na
atmosfera. Há inúmeros tipos de máquinas, cuja condensação exige água, que, após o processo, deve ser
refrigerada. Usam-se, para o processo de refrigeração de água de condensação, as torres de arrefecimento (ou de
resfriamento). No tipo mais comum de torre, o tipo úmido, a água quente é lançada, sob a forma de gotículas, contra
uma massa ascendente de ar; isso aumenta a área de transferência de calor. Usam-se também ventiladores,
normalmente na parte superior para aumentar a corrente de ar circulante, como mostrado na figura 3.22.
Para que haja transferência de calor da água para o ar, é necessário que a temperatura da água seja
superior à do bulbo úmido do ar. Teoricamente a temperatura limite com a qual a água pode ser refrigerada é a do
bulbo úmido do ar circulante. A diferença entre a temperatura da água na saída da torre e a temperatura BU do ar é
o approach.
O rendimento da torre é medido pela seguinte relação:
(3.3)
Onde:
= Temperatura da água quente que entra;
= Temperatura da água fria que sai;
= Temperatura do bulbo úmido do ar;
= approach.
O ar em contato com a água eleva a temperatura do BU, o que significa também que sai sob a forma
saturada. Esse contato faz com que parte da água seja evaporada e deve ser reposta para não haver deficiência
(água de reposição ou make-up). Essa reposição é pequena, da ordem de 2% da água de circulação, por isso a
torre deve ter uma ligação com a caixa-d’água de abastecimento do prédio, que mantém o nível da bacia no fundo
da torre, através de uma torneira-boia.
Exemplo 3.7: A temperatura da água ao entrar em uma torre é de 46°C, sua vazão é de 6,25 m³/h e a pressão
atmosférica é normal. O ar entra nas temperaturas BS =35°C e BU = 25°C e deixa a torre na temperatura de 38°C,
saturado. A temperatura da água ao sair da torre é de 29,2°C. Calcular o rendimento da torre e o approach.
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12. A parede externa de uma sala é composta das seguintes placas: 15 cm de concreto, 10 cm de madeira e 20 cm
de cortiça. A temperatura do ar exterior é de 34°C e no interior é de 25°C. Calcular o fluxo de calor por m² de
superfície de parede em kcal/h
13. Em um ambiente com ar condicionado desejamos que o fluxo máximo de calor seja de 10 kcal/h por m², do
exterior a 34°C para o interior a 25°C. Se a parede for construída com espessura de concreto de 15 cm, revestida
por 10 cm de madeira, que espessura deverá ter a camada interior de cortiça?
15. Um ar na temperatura de 10°C e umidade relativa de 65% é aquecida por uma resistência elétrica até a
temperatura de 40°C. Calcular, usando a carta psicrométrica, a umidade relativa no final do aquecimento.
16. Num ambiente com ar condicionado a temperatura do bulbo seco deve ser mantida a 25°C e a umidade relativa
50%. Calcular a temperatura do BS em que o ar deixa as serpentinas do evaporador, supondo-o saturado e usando
a carta psicrométrica.
18. Um ar com UR=50% e BS = 14°C é aquecido através da passagem em uma bobina para BS=38°C.
Condições ambientais de temperatura e umidade que proporcionam sensação de bem-estar às pessoas que
ali estão.
4.1.1 Metabolismo
Processo pelo qual o corpo converte a energia dos alimentos em calor e trabalho. O calor que é gerado
continuamente pelo corpo deve ser eliminado a fim de que a temperatura interna se mantenha constante.
A energia total, M, produzida no interior do corpo é dissipada da seguinte maneira:
M=E±R±C+B±S
Onde:
M: metabolismo, W;
E: perda por evaporação, W;
R: transferência de calor por radiação, W;
C: transferência de calor por convecção, W;
B: perda de calor por respiração, W;
S: taxa de variação de energia armazenada no corpo, W.
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4.1.2 Condições de Conforto
O simples conhecimento da temperatura do ar não é suficiente para determinar se o ambiente é confortável
ou não, como ilustra a figura 4.2, uma pessoa está em um ambiente onde a temperatura encontra-se entre 23 a
27°C, que deveria proporcionar conforto, no entanto se a umidade relativa for muito alta, a pessoas sente-se
abafada pelo excesso de água que a envolve.
Sendo o conforto térmico humano, afetado por muitas variáveis já que ele é função do metabolismo, não é
possível estabelecer-se para as mesmas regras fixas.
Os melhores resultados são obtidos com condições aproximadas para as quais a maioria dos ocupantes de
um ambiente se sintam confortáveis.
Experiências foram realizadas com pessoas vestidas com roupa comum e submetidas a várias condições de
temperatura, umidade relativa e movimento do ar, anotando-se as reações em face das diversas condições, donde
surgiu um parâmetro de conforto denominado temperatura efetiva que representa um índice que se aplica ao corpo
humano e diz respeito ao grau de calor ou de frio experimentado em certas combinações das grandezas citadas.
A figura 4.3 mostra o ábaco de conforto para verão e inverno da ASHRAE para ocupações contínuas
durando mais que três horas e movimentação do ar de 0,08 a 0,13 m/s. A temperatura efetiva é sempre menor do
que a lida no termômetro de bulbo seco, somente na umidade relativa de 100% é que são iguais. Durante o verão, a
maioria das pessoas que tenham permanecido numa atmosfera condicionada durante mais de 3 horas, sentir-se-á
tão fria a 24°C de bulbo seco e 60% de umidade como a 26°C de bulbo seco e 30% de uma idade, porque ambas
as condições caem na linha de 22°C de temperatura efetiva na figura 4.3. A curva na porção superior esquerda da
figura 4.3 indica a percentagem de pessoas que se sentem confortáveis durante o tempo de verão para as
condições entre 18°C e 26°C de temperatura efetiva. Os estudos conduzidos pela American Society of Heating,
Refrigerating and Air Conditioning Engineers, ASHRAE com umidades relativas entre 30 e 40% indicam que 98%
das pessoas se sentem confortáveis quando as temperaturas de bulbo seco e úmido caem na linha de 22°C de
temperatura efetiva.
A figura 4.3 foi preparada para aproximadamente 40 de latitude Norte e altitudes inferiores a 300 m.
As temperaturas elevadas causam danos ao ser humano (exaustão térmica, câimbras, insolação) e, em
resumo: - prejudicam a saúde da pessoa, diminuem a capacidade de trabalho e a resistência à infecção (pois o
número de glóbulos brancos do sangue diminui).
O controle da qualidade do ar interior importa na manutenção dos odores abaixo da concentração limite de
percepção e em manter a taxa compatível de oxigênio. Estes objetivos são conseguidos conjuntamente com a
renovação do ar por ventilação. Os odores devem-se à matéria orgânica contida nos recintos, ao fumo dos cigarros,
a processos químicos, perfumes, etc., geralmente, o controle do odor, satisfaz a taxa de oxigênio, pois a quantidade
de ar a renovar para diluir o ar ambiente, levando a taxa de concentração abaixo do limite de percepção, é bem
maior que o necessário à manutenção da taxa compatível de oxigênio. Os principais meios usados para a
recuperação do ar, separando-o dos odores são: - filtragem comum, lavagem em água, filtragem eletrostática,
tratamento com carvão reativado, uso de substâncias absorvedoras, etc. Contaminantes externos também podem
ser responsáveis por problemas na qualidade do ar interior, como: CO, CO 2, NO2, chumbo, fumaça em geral,
particulados, etc. e no sistema de ar condicionado dependendo da manutenção pode haver a proliferação de algas,
fungos, poeiras e microrganismos. As soluções recomendadas são: - eliminação das fontes internas ou exaustão
localizada, ventilação em níveis adequados, correção no posicionamento da captação de ar externo, filtragem
adequada, adequação do projeto e estabelecimento de rotina de manutenção, prevenindo-se contra o acúmulo de
poeira e umidade no sistema de climatização.
As condições de conforto para verão são dadas pela tabela 4.2, para indivíduos em repouso ou em atividade
moderada.
Figura 4.5: Sistema de ar condicionado de expansão indireta (água gelada com condensação a ar). [2]
Conforme as dimensões da carga térmica do recinto a condicionar, podemos ter as seguintes instalações:
Aparelhos individuais, normalmente com condensação a ar (Figura 4.6);
Instalações centrais com condensação a ar (Figura 4.4);
Instalações centrais com condensação a água em circuito aberto ou fechado;
Instalações centrais com condensação a vapor d’água;
Instalações centrais com circulação de água gelada nas serpentinas (fan-coils) (figura 4.7).
Figura 4.7: Instalações centrais com circulação de água gelada nas serpentinas.
Eram os tipos de ar-condicionado mais utilizados por dois motivos: são facilmente encontrados e são os mais
baratos. Contudo, é bom lembrar o alto nível de consumo de energia elétrica e também ruído. Na figura 4.8 são
apresentadas as principais partes desse condicionador de ar.
Posicionamento:
Sempre que possível posicionar o aparelho no centro da parede e de frente para a maior dimensão do
ambiente a ser refrigerado.
Instalação:
Para conseguir melhor rendimento do condicionador de ar evitar instalá-lo em locais com incidência direta de
raios solares ou próximo de fontes geradoras de calor.
Também deve ser evitado posicioná-lo em ambientes fechados onde a movimentação de ar externo fique
prejudicada.
Na impossibilidade de instalar o condicionador de ar à sombra, deve protegê-lo da luz direta do sol, por meio
de um toldo.
Ar Condicionado e Ventilação Prof. Juvenil Jr 43
Sistema de Ventilação
O sistema de ventilação dos condicionares de ar é realizado pelo motoventilador que aciona duas hélices:
- Hélice axial (traseira): localizada na parte traseira do condicionador de ar.
Função: Refrigerar o condensador, aumentando também o resfriamento do compressor e do motoventilador.
(b)
(a)
Figura 4.14: Em (a) detalhe do fluxo de ar através das aletas do evaporador e condensador e em (b) detalhe do moto ventilador
e das hélices. [5]
O conceito de ―Unidade Condensadora‖ é um termo técnico para definir uma unidade que contém juntos o
Compressor e o Condensador.
O dispositivo de expansão pode ou não fazer parte da unidade condensadora, isso depende do modelo.
A figura 4.16 apresenta alguns exemplos de unidades condensadoras.
Instalações - Sifão
Quando a unidade evaporadora está acima da unidade condensadora, deve-se na linha de sucção colocar
um sifão invertido.
Função: Quando o motocompressor parar, o fluido refrigerante líquido do evaporador não irá para a sucção
do motocompressor evitando que o mesmo volte a funcionar inundado de líquido.
Utilizado em desníveis superiores a 3 metros.
Possui o objetivo de auxiliar o arraste do óleo de volta ao motocrompressor.
O fluido refrigerante é o responsável pelo arraste do óleo.
Dispositivo de Expansão
Utilizam tubo capilar equipamentos com capacidade de até 24000BTU/h;
Válvula Inversora
Nas regiões onde a temperatura externa é muito baixa,
os SPLITs são dotados de circuito frigorígeno reverso, há uma
válvula reversora que inverte o sentido do fluxo do fluido
refrigerante e o evaporador passa a ser o condensador e vice-
versa.
Na figura 4.21 são apresentados os circuitos de um sistema Split com o ciclo reverso e na figura 4.22 um
sistema com ciclo frio.
Figura 4.22: Circuito de um Split com ciclo frio (sem a válvula reversora).[5]
Quando a unidade evaporadora ficar gotejando água durante seu funcionamento, é sinal da má instalação
dos drenos. Na figura 4.24 é mostrada a forma mais indicada para a correta instalação dos drenos.
Com relação a unidade condensadora, tem-se as seguintes recomendações: evitar lugares com ventos
predominantes ou expostos a poeira; Lugares sujeitos a chuvas fortes; Umidade e lugares irregulares ou
desnivelados; Não instalar a unidade externa sobre a grama ou superfícies macias; Instalar as unidades
condensadoras de maneira que a descarga de ar de uma unidade não seja tomada de ar da outra unidade.
Na figura 4.27 é mostrado o detalhe do furo para a passagem dos tubos cabos que fazem a ligação entre as
unidades.
Ar Condicionado e Ventilação Prof. Juvenil Jr 49
Figura 4.27: Detalhe do furo para passagem dos tubos e cabos. [5]
No arranjo mais comum o condicionador é instalado no próprio ambiente condicionado, como mostrado na
figura 4.29, com insuflação de ar através de caixa plenum, que possui defletores de fluxo para distribuição do ar.
Os condicionares de ar tipo self contained podem ser fornecidos com condensadores resfriados a ar ou com
condensação à água:
- Condensação a ar: utiliza ventilador centrífugo para movimentar o ar entre as aletas do condensador. O ar
exterior do ambiente, ao passar entre as aletas do condensador, retira o calor do fluido refrigerante no estado de
vapor. Este se condensa, passando do estado de vapor para o líquido.
- Condensação a água: há a necessidade de uma torre para o resfriamento da água. Essa água, ao passar
pelo condensador, retira o calor do fluido refrigerante. O fluido refrigerante, perdendo o calor para água, vai se
condensando e mudando os seu estado de vapor para estado líquido. Na figura 4.30 é mostrado um sistema de
condensação a água.
O Water Chiller é um equipamento em que seu evaporador tem a função de resfriar um fluido, esse fluido
pode ser somente água ou uma mistura (água, salmoura, etc).
Nos sistemas de climatização (condicionamento de ar) de médio e grande porte, em um shopping center e
aeroportos, por exemplo, o Chiller faz o resfriamento da água. Já em sistemas de refrigeração, o Chiller faz o
resfriamento de uma mistura.
Fan-Coil
O Fan-Coil é um condicionador de ar que recebe a água gelada produzida no evaporador do Chiller. A
palavra ―Fan‖ está relacionada a ―ventilação‖ e a palavra ―Coil‖ está relacionada a ―Serpentina‖, então a serpentina e
o ventilador são os dois componentes básicos que formam um Fan-Coil.
As figuras 4.33 e 4.34 mostram um circuito básico que ilustram a circulação da água gelada entre o
evaporador, fan-coil e a B.A.G. (Bomba de Água Gelada).
Ar Condicionado e Ventilação Prof. Juvenil Jr 52
Figura 4.33: Detalhe da circulação da água gelada em um Chiller com condensação à Água. [5]
Figura 4.34: Detalhe da circulação da água gelada em um Chiller com condensação a Ar.[5]
Ar Condicionado e Ventilação Prof. Juvenil Jr 53
4.5 Sugestões para a escolha do sistema de AC mais indicado
O primeiro passo para a definição do sistema deve partir do cliente, em face do que pode gastar. Em
seguida, entra o projetista que, pela sua experiência, pode definir o sistema mais indicado e tecnicamente possível.
O projetista faz um esboço da instalação com pré-orçamento.
4.5.1 Split-systems:
Para instalações de pequeno porte, de área inferior a 70 m² (escritórios e residências), são mais indicados
aparelhos de janela ou split-systems (expansão direta).
Vantagens:
Pode ser instalado em tetos, paredes no interior, sem precisar utilizar as janelas;
Na parte interna, só haverá um ventilador e o evaporador, ficando as partes barulhentas (compressor e
condensador).
Para locais de áreas superiores a 400 m², como nos shoppings, bancos e indústrias, os sistemas self-
containers são mais indicados (expansão direta ou indireta) ou de água gelada. Para instalação até 14 TR,
máquinas com condensadores a ar podem ser usadas. Se for maior, a condensação a água deve ser usada, o que
implica a instalação de torres de arrefecimento, com bombas e tubulações hidráulicas que oneram a instalação em
aproximadamente 30%. É necessário ter água em abundância e de boa qualidade.
Para locais com grande número de pessoas, como restaurantes, casas de espetáculos, aeroportos,
academias de ginástica, indústrias de confecções, supermercado.
No estudo preliminar, o projetista deve dispor das plantas de arquitetura do prédio e, se possível, das plantas
de forma, para saber a localização das vigas e pilares.
Deve saber as condições a serem estabelecidas no recinto: temperatura de bulbo seco, umidade relativa do
ar, movimentação do ar, grau de pureza, nível de ruído e porcentagem de renovação.
Depois de conhecidos estes parâmetros, estará em condições de calcular a carga térmica e para tal, precisa
das seguintes informações:
Condições do ar exterior (TBS e TBU);
Natureza da construção das paredes, pisos e tetos;
Tipos das Janelas e sua proteção; temperatura dos recintos contíguos;
Orientação das dependências em relação ao sol;
Possibilidade de infiltração do ar exterior pelas portas e janelas;
Número de pessoas no recinto;
Carga elétrica total no recinto;
Outras fontes de calor, etc.
Nesta fase deve ser feita a escolha do sistema de condicionamento de ar, ventilação ou exaustão, depois de
uma comparação técnica e econômica com o s demais sistemas.
Em seguida é feito o cálculo da carga térmica que nos conduz à potência frigorífica dos equipamentos.
Nesta fase devem ser feitos desenhos preliminares de caminhamento das redes de dutos, dos arranjos
preliminares das unidades condicionadoras, ventiladora e exaustoras.
Ar Condicionado e Ventilação Prof. Juvenil Jr 54
4.6.3 Projeto Definitivo
Nesta fase deve ser elaborada a memória de cálculo e o memorial descritivo, onde são especificados os
equipamentos e materiais, e também normas de serviço que serão utilizados no projeto.
Em seguida devem ser apresentados os desenhos definitivos, com cortes e dimensionamentos dos dutos.
Também devem ser apresentados layouts dos posicionamentos dos equipamentos em cada ambiente.
No projeto definitivo também deve ser apresentado o orçamento,
Os honorários para elaboração do projeto, dependendo do tamanho e da complexidade da instalação, pode
variar ao redor de 3% a 10% do seu custo, valor certamente muito menor que o prejuízo que uma instalação
inadequada poderá causar, seja pelo alto custo de operação e manutenção, seja pelas reformas que serão
necessárias para que ela passe a atender às necessidades do edifício.
4.6.4 PMOC
21. Considere o desenho em vista explodida de um condicionador de ar do tipo janela. Para cada número indicado,
diga o nome do componente e sua função.
22. Basicamente, os sistemas de ar-condicionado classificam-se em dois grandes grupos: os de expansão direta e
os de expansão indireta. Diferencie-os e depois faça um esquema simples mostrando a diferença entre eles.
25. Faça uma breve pesquisa e diga como são classificados os Split-systems?
Iniciando o estudo sobre ar condicionado, é apresentado de maneira simples, rápida e interessante como
calcular a carga térmica do ambiente. Este cálculo dará segurança na compra ou sugestão de um aparelho com
maior/menor capacidade de condicionamento do ar.
Os condicionadores de ar comerciais possuem capacidades variadas de refrigeração, expressas em kcal/h
ou BTU/h (British Thermal Unit) que acham-se especificadas na placa de Identificação do equipamento. Assim
sendo, existe um modelo ideal para cada ambiente e só há uma maneira para a escolha correta do equipamento: o
cálculo da carga térmica.
Chama-se a atenção para a importância de se observar criteriosamente estas instruções, pois os aparelhos
instalados com a carga térmica inadequada não terão condições de oferecer todo o conforto esperado.
Os engenheiros das empresas fornecedoras de ar condicionado elaboraram uma planilha simplificada (Anexo
1) que atende as especificações da NBR 16401:2008 e que agiliza o trabalho de levantamento e de cálculo da carga
térmica.
Basicamente, o seu preenchimento consiste na elaboração de croqui (planta baixa) do ambiente onde o
aparelho será instalado, do registro das medidas tomadas e dos dados obtidos através do cálculo.
No entanto, é necessário seguir as etapas seguintes, uma vez que, a cada uma delas, correspondem
observações e instruções importantes.
Croqui da instalação:
o Medir a sala: paredes e aberturas, em metros.
o Representar graficamente, os contornos (paredes) e as aberturas (portas/janelas).
o Determinar a orientação solar, indicando o lado norte com uma seta.
TIPO 1 - Janelas com Insolação: São as janelas que recebem calor pela incidência direta dos raios
solares.
o Determinar a área das janelas (m²) e sua orientação solar, posição em relação aos pontos
cardeais.
o A seguir, determina-se o tipo de proteção das janelas.
o Somar as áreas das janelas de mesma orientação solar e mesmo tipo de proteção (proteção
interna, externa, s/proteção).
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Proteção Proteção Unidade x Necessidades de
Tipo 1 – Janelas com insolação Sem proteção
Interna Externa Fator Refrigeração (kcal/h)
1.1 – Norte 240 115 70
1.2 – Nordeste 240 95 70
1.3 – Leste 270 130 85
1.4 – Sudeste 200 85 70
1.5 – Sul 0 0 0
1.6 – Sudoeste 400 160 115
1.7 – Oeste 500 220 150
1.8 – Noroeste 350 150 95
TIPO 2 - Janelas de transmissão: É o calor ganho por condução/convecção através de todas as janelas.
o Determinar o tamanho e área de todas as janelas, multiplicar as áreas pelos respectivos fatores
(Vidro comum ou Vidro duplo).
o Somar os valores obtidos e registrar o resultado na planilha.
TIPO 3 - Paredes:
Construção Construção
Tipo 3 – Paredes
Leve Pesada
3.1 – Externas voltadas para o Sul 13 10
3.2 – Externas outras orientações 20 12
3.3 – Internas voltadas para Ambientes
8
não condicionados
Obs: Paredes constantemente sombreadas, considerar como orientação sul. Paredes com até 0,15m considerar
construção leve, acima deste valor considerar construção pesada.
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TIPO 4 - Teto:
TIPO 5 - Piso:
TIPO 6 - Pessoas:
o Determinar o número de watts das lâmpadas e dos aparelhos elétricos em uso no ambiente e que
permaneçam ligados durante o funcionamento do aparelho condicionador de ar.
o Multiplique esse número pelo fator correspondente da planilha.
Obs: havendo portas ou vãos com largura superior a 1,5m, considerar o ambiente contíguo no cálculo da carga
térmica.
o Multiplique o valor do subtotal pelos Fatores Climáticos do mapa. O resultado obtido exprime a
Carga Térmica Total, expressa em kcal/h. Para obtê-la em BTU/h, multiplique o resultado por (4)
quatro.
Capital Fator
Rio de Janeiro 1,0
São Paulo 0,85
Vitória 1,0
Belo Horizonte 0,85
Manaus 1,05
Porto Alegre 0,9
Goiânia 1,0
Fortaleza 0,95
Exemplo 5.2: Calcular a carga térmica da concessionária mostrada a seguir. Dados do recinto:
Pé direito: 3,5 m;
Nenhuma janela possui proteção; Equipamentos elétricos totalizam 250 watts;
Capacidade: 15 pessoas; Iluminação: 8 lâmpadas de 40 watts;
Andar único; A porta é aberta constantemente
Laje com telhado e sem isolamento; J01 – 17,0m x 2,10 m
Construção pesada; J02 – 12,0m x 2,10 m
Ambientes Contíguos não refrigerados; P01 – 2,5m x 2,5m
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5.2 Cálculo Estimado da Carga Térmica Sem Simplificações
Carga térmica é a quantidade de calor sensível e latente, geralmente expressa em BTU/h, ou kcal/h, que
deve ser retirada ou colocada no recinto a fim de proporcionar as condições de conforto desejadas.
Essa carga térmica pode ser introduzida no recinto a condicionar por:
Condução;
Insolação;
Dutos;
Pessoas;
Equipamentos;
Infiltração;
Ventilação.
Onde:
q = taxa de fluxo de calor transmitida em kcal/h
A = área da superfície normal ao fluxo em m²
x = espessura do material em metros;
K = condutividade térmica do material por unidade de comprimento e unidade de área em kcal/h . m . °C
= diferença de temperatura entre as duas superfícies separadas pela espessura x em °C
Quando o material não é homogêneo, como, por exemplo, uma parede construída com tijolos, massa e
isolamento, a equação toma a seguinte forma:
Onde:
q = fluxo de calor em kcal/h;
A = área em m²;
C = condutância em kcal/h . m² . °C
= diferença de temperatura entre as superfícies em °C
Onde:
q = fluxo de calor em kcal/h;
A = área em m²;
h = condutância superficial em kcal/h . m² . °C
= diferença de temperatura entre a superfície e o ar em contato em °C
Os valores de h dependem da cor e rugosidade da superfície, bem como da velocidade do vento.
Os valores médios para h são:
• Ar parado = 7,13 a 7,96 kcal/h . m² . °C
• Ar a 12 km/h = 19,5 kcal/h . m² . °C
• Ar a 24 km/h = 29,3 kcal/h . m² . °C
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Nos cálculos da carga térmica do ar condicionado, usa-se um coeficiente U, mais fácil de ser obtido,
medindo-se a temperatura do ar em ambos os lados da superfície. Esse coeficiente é chamado coeficiente global
de transmissão de calor.
Onde:
A = área em m²;
U = coeficiente global de transmissão de calor em kcal/h . m² . °C
= diferença de temperatura em °C
Quando se usam vários materiais nas pareces que separam os ambientes, para cálculos mais precisos
utilizam-se as resistências que cada material opõe ao fluxo.
Essas resistências são os inversos das condutividades e condutâncias e são somadas do mesmo modo que
resistência s em série de um circuito elétrico.
1. Acabamentos:
- cimento asbestos
- gesso ½‖
- lambris
- lambris de ¾‖
- fibra de madeira
- emboço ou reboco (2cm)
2. Alvenaria:
- lã mineral (vidro ou rocha)
- verniculite
- concreto simples
- massa de cimento com agregados
- concreto com areia e pedra
- estuque
- tijolo comum (meia-vez)
- tijolo comum (uma-vez)
- tijolo de concreto furado de
- tijolo de concreto furado de
- ladrilho ou cerâmica
- alvenaria de pedra
3. Isolamentos:
- fibras de lãs minerais (vidro ou rocha)
- fibra de madeira
- vidro celular
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- cortiça
- fibra de vidro
- isoflex (Santa Marina)
4. Argamassas:
- nata de cimento com areia
- nata de gesso com areia
- agregado com verniculite
5. Cobertura:
- placa de agregado de asfalto
- teto com
6. Madeiras:
- de lei (cedro, canela etc.)
- pinho
Exemplo 5.2: Determine o coeficiente global de transmissão de calor para uma parede composta das seguintes
camadas:
1 – Emboço – 2 cm
2 – Tijolo comum de uma vez – 20 cm
3 – Madeira de lei – 2,54 cm
Velocidade do ar exterior: 24 km/h
É evidente que este percentual é também uma função da rugosidade da superfície. Assim, a temperatura dos
tetos e paredes depende dos seguintes fatores:
• Coordenadas geográficas do local (latitude);
• Inclinação dos raios do Sol;
• Tipo de Construção
• Cor e rugosidade da superfície;
• Refletância da superfície.
Para estimativa de carga térmica, será importante saber o horário de utilização da dependência e fazer o
cálculo para a incidência máxima do Sol.
No Hemisfério Sul, como se pode ver na tabela 3.5, nos meses de verão, a parede que recebe maior
insolação é a voltada para oeste e entre 16 e 17 h, para as claraboias (teto de vidro), ao meio-dia.
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Embora se conheça com certa precisão a quantidade de calor por radiação e convecção oriundos do Sol, a
parcela que penetra nos recintos não é bem conhecida.
Q = q 1 + q2 + q3
A parcela q3, que penetra no recinto é a que vai nos interessar nos cálculos da carga térmica.
Na tabela 5.3, de origem americana, temos os valores do fator solar obtido por ensaios para esta parcela em
kcal/h por m² de área de vidro, ou W/m², supondo-se a janela sem proteção.
Tabela 5.3: Percentual Coeficiente de Transmissão do Calor Solar Através de Vidros (Fator Solar). [2]
22°54 ’Latitude Sul (Fator Solar) de Áreas de Vidro Valores Máximos em Cada
NE
23 OUTUBRO
N
NO
O
SO
CLARABÓIA
Caso seja protegida por toldos ou persianas, deve-se multiplicar os valores obtidos, pelos seguintes
coeficientes de redução:
• Toldos ou persisanas externas: 0,15 – 0,20
• Persianas internas e reflexoras: 0,50 – 0,66
• Cortinas internas brancas (opacas): 0,25 – 0,61
Obs.: Estes valores são para janelas com esquadrias de madeiras; para esquadrias metálicas multiplicar
por 1,15.
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Exemplo 5.3: Determine a quantidade de calor solar transmitido através de uma janela de vidro sem proteção, com
os seguintes dados:
• Dimensões: 4,00 x 2,00 m;
• Local: Rio Janeiro;
• Hora: 16 h;
• Data: 20 de fevereiro;
• Janela voltada para oeste.
[ ]
Onde:
A = área em m²;
U = coeficiente global de transmissão de calor em kcal/h . m² . °C
Te = temperatura do exterior em °C;
Ti = temperatura do interior em °C;
t = acréscimo ao diferencial de temperatura dado pela tabela 5.4.
Em ambos os casos é adicionado calor ao ar de retorno, que deve ser retirado pelas serpentinas do
evaporador.
Normalmente, o projetista do ar condicionado determina a carga térmica devida aos dutos sem que os
mesmos estejam calculados.
Para calcular os dutos, precisa-se saber a quantidade de ar a ser insuflado no recinto, e esta quantidade de
ar depende da carga térmica.
O caminho mais prático para resolver o impasse é estimar o traçado e as dimensões dos dutos, e, assim que
se chegar à quantidade de ar a ser insuflado no recinto, e tendo-se calculado o sistema de dutos, fazer uma
verificação para constatar se a estimativa da carga térmica devida aos dutos foi adequada.
Se estiver dentro da margem de 10% de erro, não há necessidade de se recalcular a carga térmica.
A carga térmica devida aos dutos é:
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Onde:
q = watts ou kcal/h;
A = área lateral do duto exposta ao calor, em m²;
U = coeficiente global de transmissão de calor dado pela tabela 5.5.
= diferencial de temperatura entre o ar exterior e o ar interior ao duto, em °C.
Tabela 5.5: Coeficiente Global de Transmissão de Calor U para os Dutos em BTU/h por Pé Quadrado de Área Lateral e em
kcal/h.m².ºC de Área Lateral. [2]
Tipo de Duto
Exemplo 5.5: Determine a carga térmica devida a um duto de retorno com as seguintes condições:
• Comprimento do duto: 30 m;
• Dimensões do duto: 60 x 45 cm;
• Isolamento: isopor de 1 polegada (2,54 cm);
• Temperatura do ar retorno: 25°C;
• Temperatura do ar exterior: 32°C.
Depois compare o resultado encontrado com tubo nas mesmas condições mas sem isolamento.
Ambiente Calor Sensível Calor Latente Calor Total Calor Sensível Calor Latente Calor Total
Exemplo 5.6: Um teatro com 500 lugares deverá ser mantido a 25°C. É previsto um máximo de 20 artistas
trabalhando ao mesmo tempo. Qual deverá ser a carga térmica devida às pessoas?
Os motores elétricos, quer dentro do recinto, em qualquer ponto do fluxo de ar, quer mesmo nos ventiladores,
adicionam carga térmica ao sistema devida às perdas nos enrolamentos, e essa carga precisa ser retirada pelo
equipamento Frigorígeno.
É preciso levar em conta se o motor está sempre em funcionamento ou se a sua utilização é apenas
esporádica.
Para os ventiladores, temos as seguintes fórmulas:
Ventiladores dentro da corrente de ar: 𝜂 𝑟𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟
Exemplo 5.7: Um ventilador de insuflamento de ar em recinto a ser condicionado é do tipo centrífugo (dentro da
corrente de ar) e está acoplado a um motor de 7,5 cv. Pelo catálogo do fabricante, está registrado um rendimento de
85%. Qual a carga térmica adicionada ao ar circulante?
Para outros motores que porventura permaneçam no recinto condicionado (elevadores, bombas, máquinas
elétricas, perfuradoras, etc.), temos as fórmulas:
( ) ( )
𝜂 𝑟𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟
Na tabela 5.7 tem-se o ganho de calor por HP para os motores elétricos, em função da sua potência.
Ar Condicionado e Ventilação Prof. Juvenil Jr 67
Tabela 5.7: Ganho de Calor em Watts por HP para Motores Elétricos
Potência Rendimento Aproximado Ganho de Calor
Até
Maior que
Iluminação incandescente:
q = total em watts, em unidades SI;
q = watts x 3,4, quando q é dado em BTU/h
Iluminação fluorescente:
q = total de watts x fator devido ao reator.
Para se ter a carga térmica em kcal/h, usar a relação: 1 kWh = 860 kcal.
A iluminação fluorescente necessita de um equipamento adicional para prover a tensão necessária à partida
e, após esta, a limitação de corrente. Esse equipamento é o reator, que adiciona cerca de 20% de carga.
Deve-se levar em conta, no cálculo da carga térmica, que nem sempre todas as lâmpadas estão ligadas na
hora que se tomou por base para o cálculo; geralmente na hora em que a carga térmica de insolação é máxima
muitas lâmpadas podem estar desligadas.
Exemplo 5.8: Um equipamento de ar atende ao restaurante, ao salão de estar e à portaria de um hotel onde temos
a seguinte iluminação:
- Restaurante: 50 aparelhos de luz fluorescente de 4 x 40W;
- Salão de estar: 20 lustres, cada qual com 8 lâmpadas incandescentes de 100W;
- Portaria: 10 lâmpadas de 150 W, incandescentes.
Deseja-se saber a carga térmica devido à iluminação.
Em locais como cozinhas, laboratórios, restaurantes, cafeterias, etc., pode haver equipamentos de gás, cuja
queima pode adicionar à carga térmica do recinto mais duas parcelas:
• Carga devido à queima direta do gás;
• Devido ao vapor formado.
A tabela 5.8 apresenta os valores aproximados para os diferentes tipos de utilização do gás.
Máquina de café
(por queimador)
Aquecedor de alimentos (banho-
maria) (por )
Fritadeira
(capac. )
Fogão
(por queimador)
Torradeira
(capac. )
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Exemplo 5.9: Um restaurante possui os seguintes equipamentos instalados sem coifa:
• Três aquecedores de alimentos de 2,0 m x 1,0 m;
• Uma torradeira com capacidade de 360 fatias por hora;
• Uma máquinas de café de 12 litros de capacidade.
Calcular a carga térmica de calor sensível e calor latente.
Em casos raros, provavelmente instalações industriais, um recinto a ser condicionado pode ser atravessado
por tubulações de água quente ou vapor, o que introduz mais uma parcela no cálculo da carga térmica.
A tabela 5.9 traz a carga térmica devida às tubulações quentes em W/m.
Exemplo 5.10: Em uma instalação industrial, um recinto com ar condicionado a 26°C é atravessado por uma
tubulação de água quente a 80°C, cujo o diâmetro é de 75 mm (3‖).
O comprimento total da tubulação é de 45 m.
Calcular a carga térmica introduzida no recinto por hora, se a tubulação não é isolada.
O movimento do ar exterior ao recinto possibilita a sua penetração através das frestas nas portas, janelas ou
outras aberturas.
Tal penetração adiciona carga térmica sensível ou latente. Embora essa carga não possa ser calculada com
precisão, há dois métodos que permitem a sua estimativa:
• Método da Troca de Ar;
• Método das Frestas;
Neste método se supõe a troca de ar por hora dos recintos, de acordo com o número de janelas e com base
na tabela 5.10:
Ar Condicionado e Ventilação Prof. Juvenil Jr 69
Tabela 5.10: Trocas de Ar por Hora nos Recintos. [2]
Janelas Existentes Trocas por Hora
Troca o ar significa renovar todo ar contido no ambiente por hora. Com isso teremos o calor do ar exterior
aumentado o do ar do recinto.
Assim, se num quarto temos, por exemplo, três paredes com janelas em contato com o exterior, o calor
devido à infiltração é caliculado na vase de duas trocas por hora.
O calor sensível adicionado no recinto é dado pela fórmula:
Onde:
[ ]
Exemplo 5.11: Determine a carga de calor sensível introduzida pelo ar em um recinto com as seguintes
características:
- Q = 169,8 MCM;
- te = 35°C;
- ti = 26,1 °C.
Ar pelas Portas
m³/h por pessoa presente no recinto condicionado
Local
Porta Giratória (1,80 m) Porta de Vaivém (0,90 m)
Bancos 11 14
Barbearias 7 9
Drogarias e farmácias 10 12
Escritórios em geral - 7
Lojas em geral 12 14
Quartos de hospitais - 7
Restaurantes 3 4
Salas de chá ou café 7 9
Onde:
Já foi dito que o ar insuflado num recinto condicionado retorna ao equipamento de refrigeração, impulsionado
pelo ventilador que deve ser dimensionado de modo a vencer todas as perdas de cargas estáticas e dinâmicas que
são oferecidas em todo o circuito do ar.
Parte desse ar é perdido pelas frestas, aberturas, exaustores etc. precisando ser recompletada pelo ar
exterior. Além desse ar que recompleta as perdas, há o ar necessário às pessoas, em metro cúbicos por hora,
dados esse fornecidos pela tabela 5.12, baseado na NBR 16401.
Este ar exterior introduz calor sensível e latente ao ser misturado com o ar de retorno antes de passar pelo
evaporador.
Exemplo 5.12: Retomemos o exemplo da carga térmica de um teatro com 500 lugares. Queremos saber qual a
quantidade de ar que deve ser fornecida pelo exterior. Qual será a carga térmica devida à ventilação, se a
temperatura e a umidade do ar interior e exterior são:
- Interior – 25°C e 0,011 kg/kg de ar seco;
- Exterior – 32°C e 0,021 kg/kg de ar seco.
Conhecida a carga térmica devida a condução, insolação, dutos, pessoas, equipamentos, infiltração e
ventilação, e adicionando-os, temos o somatório de calor sensível e calor latente a retirar (ou introduzir) do recinto
para obter as condições de conforto desejadas.
Somando ambos, tem-se o calor total.
Como medida de segurança, para atender às infiltrações eventuais de calor no recinto, acrescenta-se mais
10% aos cálculos.
Para calcular a TR, dividir por 3,024 kcal/h.
Conhecida a carga térmica de calor sensível a ser retirada do recinto e as condições do ar interior e de
insuflamento, podemos conhecer a quantidade total de ar, usando a mesma expressão:
Ou
Onde:
Q= vazão de ar em m³/h.
ti e te = temperaturas em °C.
qS = kcal/h.
Exemplo 5.14: O total de ganho de calor sensível em um recinto é de 120.000 kcal/h. A temperatura de bulbo seco
do interior é de 25°c e a do ar de insuflamento é de 18°C.
Calcular a quantidade de ar a ser insuflado pelo ventilador.
Exemplo 5.15: A quantidade total de ar a ser insuflado em um recinto é de 5.500 m³/h. O interior deve ser mantido a
26°C e o ar infiltra no interior com a temperatura de 19°C. Qual a quantidade de calor sensível que pode ser
absorvida pela circulação do ar?
Ar Condicionado e Ventilação Prof. Juvenil Jr 72
Para manter o ar do recinto dentro das condições de conforto desejadas para verão, temos que remover a
sua umidade.
O ar lançado no recinto absorve essa umidade, e a temperatura de seu ponto de orvalho cresce. Desse
modo, a temperatura do ponto de orvalho do ar de insuflamento deve ser inferior à do ar do recinto.
Também a temperatura de bulbo seco do ar de insuflamento cresce quando este fica em contato com ar do
ambiente condicionado.
A umidade absorvida pode ser expressa do seguinte modo:
Onde:
Pv = massa total do vapor d’água absorvido em kg/h;
m = massa do ar em kg/h;
Dg = variação da umidade do ar de insuflamento em kg/kg.
Ou também:
Onde:
Q = vazão de ar em m³/h;
UE2 = umidade específica na entrada em kg/kg de ar seco;
UE1 = umidade específica na saída em kg/kg de ar seco.
Exemplo 5.16: A umidade específica de um recinto condicionado deve ser mantida a 0,010 kg/kg. O ar de
insuflamento tem a vazão de 1.500 metros cúbicos por hora e sua umidade específica é de 0,025 kg/kg.
Qual a quantidade de umidade absorvida por hora no recinto?
Onde:
Para se poder avaliar o valor do condensado, utiliza-se a diferença de entalpias entre o ar de suprimento e o
ar na temperatura do ambiente.
Assim, tem-se:
Onde:
Q = vazão de ar em m³/h;
DL = variação de entalpia do calor latente em kcal/kg.
Na tabela 5.13 é apresentado os valores para entalpia de vapor saturado para misturas com o ar à pressão
atmosférica normal (76 cm de mercúrio).
Ar Condicionado e Ventilação Prof. Juvenil Jr 73
Tabela 5.13: Propriedades das Misturas do ar do ar e vapor de água saturado à pressão atmosférica normal. [2]
Massa do vapor saturado por massa de
Temp. Entalpia do vapor saturado
ar seco
°C kJ/kg
g/kg
4,44 5,21 13,16
5,0 5,42 13,60
6,67 6,09 15,30
7,78 6,58 16,54
8,89 7,10 17,86
10,0 7,66 19,28
12,22 8,89 22,43
15,0 10,69 27,0
18,33 13,26 33,60
20,0 14,75 37,42
23,33 18,19 46,23
25,0 20,16 51,33
27,77 23,89 60,93
30,0 27,31 69,77
32,22 31,18 79,80
34,44 35,56 91,12
35,0 36,73 94,17
38,33 44,60 114,62
40,0 49,11 126,34
43,33 59,40 153,30
45,0 65,40 168,74
Exemplo 5.17: Um recinto deve ser mantido à temperatura de bulbo seco de 25°C. O ar de insuflamento é lançado
pelo ventilador com vazão de 150 m³/h e na temperatura de bulbo seco de 10°C. Qual a carga de calor latente que
deve ser retirada pelo equipamento de desumidificação?
Expressões semelhantes às anteriores podem ser usadas para calcular o calor total a ser retirado do recinto,
conhecendo-se as condições do recinto e do ar a ser insuflado:
Ou
Onde:
= calor total em kcal/h;
Q = vazão de ar em m³/h;
m = massa de ar circulante em kg/h;
Dh = variação de entalpia do ar do insuflamento em kcal/kg.
Dividindo-as, tem-se:
A relação qs/qT é chamada de razão de calor sensível (RCS), ou seja, o percentual do calor sensível para o
calor total. Conhecida como RCS, através da carta psicrométrica, pode-se obter as condições do ar ao entrar no
recinto, desde que se conheçam as condições a serem mantidas no ambiente condicionado.
Ar Condicionado e Ventilação Prof. Juvenil Jr 74
O projetista de ar condicionado deve escolher as condições do ar de insuflamento – em um ponto da reta
RCS. Essas condições serão as fornecidas pelo equipamento de refrigeração e devem obedecer às especificações
do fabricante.
Em resumo, o equipamento de refrigeração selecionado deve ser capaz de reduzir as temperaturas de bulbo
seco e bulbo úmido do ar circulante para um ponto que caia sobre a reta RCS. Essa reta traduz a quantidade de
calor sensível e latente a ser retirada do ambiente condicionado.
Normalmente, o ar, ao atravessar as serpentinas do evaporador ou outro trocador de calor, tem alta umidade
relativa. Em nosso estudo do uso da carta psicrométrica e cálculo da carga térmica, tomaremos esta umidade como
de 90%, porém, para um caso real é necessário conhecer as características do equipamento.
Ar de exterior ―by-passado‖
Há casos em que o exterior não passa pelas bobinas de esfriamento, porém se mistura com o ar de
suprimento para ser insuflado novamente no recinto. Isto não afeta a temperatura do BS nem a umidade relativa do
ambiente, conforme se pode constatar no exemplo a seguir.
Deseja-se saber:
(a) Condições do ar deixar as bobinas (ponto B);
(b) Quantidade de ar a ser esfriado e desumidificado;
(c) Quantidade de ar a ser ―by-passado‖;
(d) Condições da mistura (ponto D).
Item A: deve ser preenchido de acordo com os dados disponibilizados pelo cliente;
A. CLIENTE
Endereço:
Pavimento:
Dependência:
Latitude: Hora:
Item B: as características do verão local deverão obedecer à norma NBR-16401:2008, quanto às condições
externas e internas, ou dados relativos ao conforto contidos nas tabelas específicas para cada caso.
Item C: Preencher a tabela de acordo com as dimensões das paredes externas, incluindo janelas; dimensões das
janelas com vidro; dimensões das paredes externas excluindo as janelas para o cálculo de U.
Item D: Preencher a tabela de acordo com as dimensões das janelas e paredes de acordo com sua posição.
Dimensões do telhado e claraboias.
Item E: Preencher a tabela de acordo com as dimensões dos dutos: altura, espessura, comprimento.
Item F: Preencher a tabela de acordo com o tipo de atividade que as pessoas exercem no local.
Ar Condicionado e Ventilação Prof. Juvenil Jr 76
F. GANHO DEVIDO ÀS PESSOAS – CALOR SENSÍVEL E LATENTE
Item H: Preencher a tabelas de acordo com frestas existentes no local; Janelas, portas, e etc.
Item I: Preencher a tabela com o total do calor sensível e latente de cada item calculado nas tabelas acima.
I. RESUMO
Item J: Preencher lacunas de ganho de calor sensível e latente devido à ventilação exterior, pelo número de
pessoas que entra e sai do local.
Item K: Preencher lacunas devido o calor latente, sensível, o calor total, de acordo com os itens acima. Calcular a
quantidade de refrigeração necessária e a média.
K.1 Sensível
Item I.1 _______________ kcal/h
Item J.2 _______________ kcal/h
Subtotal _______________ kcal/h
K.2 Latente
Item I.2 _______________ kcal/h
Item J.3 _______________ kcal/h
Subtotal _______________ kcal/h
K.3 Calor total
Item K.1 _______________ kcal/h
Item K.2 _______________ kcal/h
Subtotal _______________ kcal/h
Segurança 10% _______________ kcal/h
Total _______________ kcal/h
⁄
Toneladas de refrigeração: _______________ TR
Média _______________ m²/TR
Item L: Calcular a porcentagem de insuflamento, devido à porcentagem de calor, temperatura de bulbo seco do ar,
bulbo úmido do ar, e a diferença entre eles.
L. TOTAL DE AR INSULFLADO
27. A fachada sudeste da Biblioteca Municipal tem uma área de 12m x 5m. Calcule qual a redução de carga térmica
prevista se for utilizada uma película reflexiva (30% de redução de carga térmica). Avalie qual será a redução se a
instalação possui um custo mensal de R$ 600,00/TR.
28. Calcular o coeficiente global de transmissão de calor para uma parede composta das seguintes camadas:
- Emboço de 2 cm;
- Concreto com areia e pedra – 25 cm;
- Ladrilho de 2 cm;
- Velocidade do ar exterior 12 km/h.
29. Calcular o coeficiente global de transmissão de calor para uma parede de alvenaria de pedra de 30 cm de
espessura.
- Velocidade do ar exterior: 24 km/h
30. Calcular a quantidade de calor solar transmitido através de uma janela de vidro com os seguintes dados:
- Dimensões: 8,00 x 2,50 m
- Local: Região Sudeste;
- Hora: 17 h;
- Data: 22 de Dezembro;
- Face da janela voltada para o sul;
- Condições: sem proteção.
31. Se a janela do exercício anterior tiver a sua face voltada para oeste, qual a quantidade de calor solar
transmitida?
32. Calcular o fluxo de calor solar através da parede considerada no Exercício 1, onde:
- Área = 20 x 4 m;
- te = 35°C
- ti = 24°C
- Parede voltada para o norte, cor escura.
33. Calcular a quantidade de calor transmitida através dos dutos de insuflamento de ar de uma instalação com os
seguintes dados:
- Seção do duto: 0,50 x 0,40 m;
- Comprimento do duto: 25 m;
- Isolamento em lã de vidro: ½ polegada (13mm);
- Temperatura do ar de insuflamento: 15°C;
- Temperatura do ar exterior: 32°C.
34. Calcular a carga térmica devida às pessoas em um salão de danças com os seguintes dados:
- Número de pessoas: 300.
- Temperatura do ambiente: 26°C.
Usar unidades em SI, e em toneladas de refrigeração.
35. Calcular a carga térmica devida à iluminação em um escritório com os seguintes dados:
- 20 aparelhos de luz fluorescente de 4 x 40W;
- 10 spots de luz incandescente de 150 W;
Ar Condicionado e Ventilação Prof. Juvenil Jr 79
36. Calcular a carga de calor sensível introduzida em um recinto com as seguintes características:
- Vazão de ar: 200 m³ por minuto (MCM)
- Temperatura do ar exterior: 32°C – umidade 60%;
- Temperatura do ar interior: 24°C – umidade 50%.
37. Calcular a carga de calor latente introduzida no recinto, com os dados do Exercício 5.9. Usar unidades inglesas
(BTU/h) e também em kcal/h.
38. Calcular a quantidade de ar que deve ser insuflada em um recinto, para manter as seguintes características
internas:
- ti = 25°C
- qs = 45 kW (carga de calor sensível).
- Temperatura do ar de insuflamento de 19°C.
39. Um recinto deve ser mantido à temperatura de bulbo seco de 26,4°C. O ar de insuflamento é lançado na vazão
de 300 MCM e com a temperatura de 15,4°C. Calcular a carga de calor latente que deve ser retirada pelo
equipamento de desumidificação.
40. Utilizando a carta psicrométrica, determinar as condições do ar de insuflamento para os seguintes dados:
- Calor total: 10.000 kcal/h;
- RCS = 0,80;
- Condições internas: BS= 25°C ; UR =55%; Vazão de ar: 60 MCM.
41. Usando os mesmos dados do Exercício 5.13, calcular a umidade específica do ar ao passar pelas bobinas de
esfriamento e após ficar dentro das condições interiores (BS=26°C e UR = 55%).
42. Calcular a quantidade de ar que deve ser insuflada em um recinto, para manter as seguintes características
internas:
- ti = 25°C;
- qS = 45 kW (carga de calor sensível).
- Temperatura do ar de insuflamento de 19°C.
Ar Condicionado e Ventilação Prof. Juvenil Jr 80
Dutos são condutores de ar que permitem sua circulação desde o ventilador até os pontos de insuflamento,
bem como o retorno.
O normal é a existência de recirculação do ar, isto é, uma vez circulando no ambiente, o ar retorna à
máquina: isso representa economia na instalação.
Em casos especiais, como salas de operações dos hospitais, locais de emanações poluidoras etc., não será
conveniente o retorno do ar à máquina; isso onera a instalação.
Os dutos representam em custo médio cerca de 25% de toda instalação.
Para o dimensionamento dos dutos, precisamos levar em conta os seguintes fatores:
Volume de ar a ser circulado;
Velocidade de ar através dos dutos;
Resistência a ser vencida no duto.
As partes componentes de um sistema de dutos são:
Dutos retos;
Curvas;
Desvios;
Peças de transição;
Registros divisórios e quadrantes;
Registros de volume e quadrantes;
Palhetas para as curvas;
Entre outros.
Figura 6.3: Como são empregados os registros nos dutos de condicionamento de ar. [2]
O fluxo de qualquer fluido se verifica por diferença de pressão. No caso do ar, essa diferença de pressão é
proporcionada pelo ventilador.
Se considerarmos desprezível o atrito, podemos utilizar as mesmas leis da queda dos corpos:
√
Onde:
v = velocidade em m/s (MPS)
g = aceleração da gravidade = 9,81 m/s²
h = diferença da gravidade em metros
Onde:
Q = vazão em m³/min (MCM);
A = área em m² (seção reta);
V = velocidade em m/min (MPM).
Exemplo 6.2: Quais as dimensões de um duto pelo qual passam 600 m³ de ar por minuto, na velocidade de 450
metros por minuto?
Ar Condicionado e Ventilação Prof. Juvenil Jr 82
A exemplo do que ocorre em outros fluidos, no deslocamento do ar a energia total permanece constante ao
longo do fluxo, como se pode ver na figura:
Pressão estática – corresponde à energia potencial do ar.
Pressão dinâmica – corresponde à energia cinética do ar. • Na seção 1 do duto, temos:
-baixa pressão estática;
-alta velocidade;
-alta pressão dinâmica.
• Na seção 2, temos:
-alta pressão estática;
-baixa velocidade;
-baixa pressão dinâmica.
• Na seção 3, temos:
-baixa pressão estática;
-alta velocidade;
-alta pressão dinâmica.
A energia total nas três seções é constante, descontando-se as perdas, ou, em outras palavras:
O ventilador do sistema deve vencer a pressão total oposta pelo sistema de dutos.
Onde:
Q = vazão em m³/min
Qs = calor sensível
t2 = temperatura na entrada do evaporador
t1 = temperatura na saída do evaporador
Exemplo 6.3: Dimensione um sistema de duto cujas vazões de três das bocas são de 10 MCM (m³/min) e duas de
30 MCM .
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Este método se baseia na circulação de ar e perdas em dutos de seção circulares; para dutos retangulares,
será necessária a conversão da bitola do duto circular em duto retangular (equivalente) com a mesma quantidade
de ar circulante e as mesmas perdas.
No ábaco 1, é apresentado as perdas de carga ou resistências em milímetros de coluna d’água por metro
de comprimento (superior).
Figura 6.5: Ábaco 1 – Perda por Atrito nos dutos retos. [2]
No eixo das ordenadas (vertical), temos as vazões em metros cúbicos por minuto (MCM)(lado direito) ou
pés cúbicos por minuto (lado esquerdo).
Nas diagonais da direita inferior para a esquerda superior, temos o diâmetro dos dutos em polegadas.
No ábaco 2, temos os dutos retangulares equivalentes aos circulares para igual perda de carga.
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Exemplo 6.5: Utilizando os dados do problema anterior, calcule as dimensões dos dutos pelo método da igual perda
de carga para os trechos E, D e C e bocas 1 e 2, cuja vazão é 30 MCM em cada, e na boca 3, que possui vazão de
10 MCM, estabelecendo uma resistência ou perda de carga de 0,084 mm/m nessas bocas.
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6.2.3 Método da recuperação estática
Este método é bem mais complexo que os dois anteriores, e sua aplicação só se justifica em casos
especiais.
Baseia-se no princípio de que, num sistema de dutos sob a ação do ar em determinadas vazão e velocidade,
temos as seguintes pressões em jogo:
Pressão estática (Pe): que pode ser medida aplicando-se o manômetro de coluna d’água na extremidade
do duto;
Pressão total (Pt): medida aplicando-se o manômetro no meio do duto;
Pressão devida à velocidade (Pv), que resulta da equação:
Pt = Pv + Pe
Já sabemos que:
Pt = Pv + Pe
A pressão total representa a pressão de resistência que o sistema ventilador-motor deve vencer para manter
o fluxo de ar na vazão e velocidade desejadas.
O ar deslocando-se em um duto perde pressão estática por atrito com a superfície interna. À semelhança
do que ocorre com a água, quanto maior a vazão de ar, maiores serão as perdas por atrito.
Se o ar estivesse parado, teríamos somente pressão estática no interior dos dutos, porém, como há
deslocamento, temos pressão estática e dinâmica.
Para determinada velocidade, há uma pressão dinâmica, e quanto mais alta for a velocidade, maior será a
pressão dinâmica.
O ábaco 3, fornece a pressão dinâmica em milímetros de coluna d’água em função da velocidade.
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Como é fácil de se concluir, quando se trata de um trecho reto de um sistema de dutos ou uma curva,
joelho, tê e etc., as perdas são diferentes.
A Tabela a seguir fornece valores das perdas de carga em função da pressão dinâmica para os diferentes
componentes encontrados nos dutos.
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Exemplo 6.7: Ache a perda de carga localizada, de acordo com a velocidade dada:
a) Joelho em ângulo reto. Velocidade: 200 m/min;
b) Curva de 90°, com relação R/l de 1,2. Velocidade: 15 m/s.
É a pressão total que o ventilador precisa vencer para insuflar o ar nos recintos condicionados.
A pressão total representa as perdas por atrito nos trechos retos e as perdas localizadas nas derivações,
curvas, joelhos e etc.
Não se considera as perdas nos ventiladores, pois já são consideradas pelos fabricantes.
Os dutos de insuflamento, de retorno e o de ar exterior são considerados separadamente no cálculo: o de
insuflamento é sempre computado, e, para os de retorno e exterior, toma-se o que conduz as maiores perdas.
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Para melhor eficiência do sistema, os dutos de insuflamento de ar devem ser isolados, pois a diferença de
temperatura entre o ar interior do duto e o ar exterior provoca aumento da carga térmica.
Na figura a seguir vemos alguns detalhes de isolamento de dutos com Isoflex, um isolante próprio para dutos,
constituído de fibras de vidro, aglomeradas por resinas sintéticas, e revestido em uma das faces por alumínio.
Para instalações usuais, tomar a perda de carga 0,1 polegada de coluna d’água/100 pés lineares de duto
ou 0,084 mm/m de duto.
Para instalações que exijam silêncio, como residências, igrejas, estações de rádio ou TV, tomar a perda
de carga 0,045 polegada de C.A/100 pés lineares de dutos.
Para instalações industriais, em que o silêncio não é tão importante, usar a perda de carga de 0,1 a 0,15
polegada de C.A/100 pés.
A menor dimensão dos dutos não deve ser inferior a 4 polegadas (10 cm).
Para residências, a dimensão mínima dos dutos pode ser de 3 3/4‖ (9,5 cm).
Nas diversas seções contínuas de dutos, deve-se sempre manter uma mesma dimensão.
As grelhas de insuflamento devem ter as dimensões de 2x1 entre a largura e a altura, podendo chegar ao
máximo de6x1.
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O projeto dos dutos deve ser o mais simples e retilíneo possível.
O ar, depois de impulsionado pelo ventilador através do sistema de dutos, deverá ser distribuído no
ambiente condicionado por meio de grelhas ou difusores de teto.
As grelhas podem ser simples, quanto não têm meios de controle de ar, ou com registro, quando existem
réguas móveis que permitem o controle da vazão de ar.
Ambas as grelhas podem ser usadas para o insuflamento ou retorno do ar ao recinto.
A forma normal das grelhas é retangular e é importante conhecer a área livre, ou seja, a área disponível
(largura x altura) menos a área ocupada pelas réguas.
A área livre das grelhas normalmente encontradas em insuflamentos do ar varia de 75% a 85% da área
total.
Para o retorno poderá haver grelhas com áreas livres de 60% a 90%.
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Exemplo 6.9: Especificar uma grelha para insuflamento de ar com as seguintes características:
- Vazão: 16,9 MCM
- Velocidade: 243,8 MPM
- Área livre de 80%.
Figura 6.13: Percurso do ar em um recinto com grelha de insuflamento em uma parede lateral. [2]
Exemplo 6.10. Determinar a altura em relação ao piso deve ser instalada uma grelha unidirecional, de modo que o
jato seja de 12,2m e a velocidade de 30,5 por minuto.
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6.6.3 Distância entre as grelhas de insuflamento
Para facilitar a difusão do ar no recinto, será sempre preferível a utilização de grelhas com registros, que
permitem regulagens de modo a não haver correntes de ar em nenhum ponto.
Há grelhas de até sete direções, cada uma escolhida de acordo com a velocidade do ar, pois quanto maior o
número de direções, menor será o alcance do jato de ar.
Figura 6.17: Detalhe da deflexão angular aproximada do ar ao sair de vários tipos de grelhas. [2]
Figura 6.18: Sugestões para a seleção das grelhas em diferentes recintos. [2]
Os difusores são colocados no teto e podem ser usados para o insuflamento e retorno do ar.
Existem difusores de forma quadrada, retangular, circular.
43. Dimensione o sistema de dutos pelo método da velocidade, cujas vazões são mostradas na tabela abaixo.
Boca 1 12 MCM
Boca 2 30 MCM
Boca 3 18 MCM
Boca 4 25 MCM
Boca 5 15 MCM
Retorno 85 MCM
Ar Exterior 15 MCM
Velocidade do
12 m/s
Ventilador
Velocidade na Boca 1 7 m/s
44. Utilizando o método da igual perda de carga e os dados listados a seguir, calcule as dimensões dos dutos para
os trechos A, B e C e também para as bocas 1, 2 e 3, cujas vazões são: 20 MCM, 30 MCM, 10 MCM,
respectivamente. Utilize 0,04 mm de C.A./m como perda de carga.
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7.1 Definições
- Vazão do ventilador: é o volume de ar em metros cúbicos por minuto ou em pés cúbicos por minuto (CFM)
que passa pela saída do ventilador. Normalmente, o volume de ar que sai do ventilador é igual ao que entra, desde
que se despreze a mudança do volume específico do ar na entrada para a saída.
- Velocidade de saída do ventilador: obtém-se dividindo a vazão de ar na saída pela sua área. É uma
velocidade teórica, pois a vazão não é uniforme.
- Pressão devida à velocidade de saída: Pv(S) - é a pressão correspondente à velocidade do ar na saída ou
pressão dinâmica.
- Pressão total do ventilador: Pt - é a diferença entre a pressão total do ar na saída do ventilador e a pressão
total do ar na entrada. A pressão total do ventilador é a medida da energia mecânica total adicionada ao ar pelo
ventilador.
- Pressão estática do ventilador: Pe é a diferença entre a pressão total e a pressão devida à velocidade. Pode
ser calculada subtraindo-se a pressão total na entrada do ventilador da pressão estática na saída do ventilador.
Por definição:
Onde:
= Pressão estática do ventilador;
= Pressão total na saída;
= Pressão total na entrada;
= Pressão devida à velocidade na saída;
= Pressão estática na saída.
O motor e o ventilador podem ser ligados diretamente, ou seja, montados no mesmo eixo, como no caso de
pequenas instalações, ou por meio de correias nas instalações de maior porte.
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Assim, temos dois tipos de ventiladores nas instalações:
• Ventilador centrífugo (figura 7.1);
• Ventilador axial ou tipo hélice (figura 7.2).
Os ventiladores centrífugos são empregados em sistemas cuja pressão de resistência varie de 12 mm (1/2‖)
até 76 mm (3‖) de coluna d’água, ou seja, o caso normal de instalações de ar condicionado.
Para se calcular a quantidade de ar que deve ser introduzida nos recintos para fins de ventilação, pode-se
tomar como base a Tabela 7.1, extraída de publicações estrangeiras, que estabelece tempo (minuto), em diversos
ambientes, para uma troca de ar.
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Tabela 7.1: Tempo para a Troca de Ar.
Tempo em Minutos Renovações por Hora
Ambiente
Local Alto Padrão Baixo Padrão Alto Padrão Baixo Padrão
Escritórios 2 6 30 10
Lojas 3 10 20 6
Cozinhas 2 4 30 15
Fábricas 3 12 15 5
Garagens 2 10 30 6
Salas de reuniões 2 6 30 10
Igrejas 2 4 30 15
Teatros 4 15 15 4
Lavanderias 1 6 60 10
A NBR- 16410:2008 prescreve as velocidades em m/min recomendadas para o ar, de acordo com o tipo de
ocupação, veja a tabela 7.2.
É um processo de circulação de ar usado quando não é possível a captação do contaminante antes que se
espalhe pelo recinto. É o caso dos grandes aglomerados humanos (cinemas, teatros, salas de reuniões), onde os
odores resultantes da transpiração e respiração devem ser eliminados por meio da penetração de ar puro, que deve
ser misturado com o ar impuro e lançado para o exterior. Assim, temos três tipos de ventilação:
• Por insuflamento;
• Por exaustão;
• Mista.
Na ventilação por insuflamento, um ventilador lança o ar no recinto que fica com pressão maior que o
exterior. Desse modo o ar viciado é retirado do ambiente por meio de uma abertura.
Na ventilação por exaustão, um ventilador retira o ar que penetra no recinto por meio de aberturas. Há uma
pressão negativa no recinto em relação ao exterior, por isso o ar viciado é retirado.
Na ventilação mista, há, ao mesmo tempo, um ventilador que insufla o ar no recinto e outro que retira o ar
viciado, devendo ficar em extremidades opostas para evitar o curto-circuito de ar e melhorar a diluição.
e) Mista
O volume de ar a ser introduzido no ambiente para dissipar a quantidade de calor, (Q) pode ser obtido da
expressão:
Onde:
= quantidade de calor sensível em kcal/h;
m = massa de ar em kg/h;
c = 0,24 kcal/kg°C;
= diferencial de temperatura em °C entre o recinto e o exterior.
Em unidades SI, já vimos que da expressão da quantidade de calor em kcal a ser retirada por hora, pode-se
calcular a vazão de ar:
Onde:
Q = vazão de ar em m³/h;
= quantidade de calor sensível em kcal/h;
= temperatura do ar exterior em °C;
= temperatura do ar interior em °C.
Para os ambientes normais ocupados por pessoas, podem-se tomar os seguintes valores para o calor
produzido:
Pessoas: 150 kcal/pessoa por hora;
Iluminação: carga em W;
Motores: carga em W;
Tomando-se para a transformação a relação: 1 kWh = 860 kcal.
Como já foi visto no cálculo de carga térmica, a insolação é a parcela que mais pesa na escolha do
equipamento. Na figura 7.4 vemos um exemplo de uma casa de dois pavimentos onde, abaixo do telhado, temos o
ar parado à temperatura de 60°C, e nos ambientes habitáveis o ar condicionado mantém as temperaturas de 27°C e
26°C.
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Se utilizarmos um exaustor para fazer circular o ar parado, conseguiremos uma economia acentuada no
equipamento de ar condicionado, como pode ser visto na figura 7.5.
Na figura 7.6, tem-se um outro exemplo de ventilação de uma residência onde o exaustor, colocado no centro
do teto, possibilita uma circulação do ar através das janelas e saindo pelas aberturas no sótão. É um tipo de
instalação de baixo custo e que proporciona certas condições de conforto, dependendo da temperatura e umidade
do ar exterior.
É um tipo de ventilação em que se procura evitar que as partículas que irão contaminar o recinto se
espalhem, por isso procura-se captá-las nos locais de origem e lança-las ao exterior. O princípio que se utiliza é o
de criar uma corrente de ar de modo a provocar o arrastamento das partículas e, em consequência, surgirão
correntes de ar no recinto, melhorando a ventilação geral.
Um sistema de exaustão compõe-se das seguintes partes:
Captor, onde são coletados os contaminantes:
Dutos de ar;
Ventilador:
Chaminé.
7.6.1 Captor
O captor cria junto à partícula uma corrente de ar, cuja velocidade deve ser suficiente para sua captura e
arrastamento.
Publicações americanas (GuideI) dão indicação das velocidades mínimas necessárias (Tabela 7.3) à
captação.
A forma dos captores depende do tipo de poluente, sendo o mais comum a coifa, que deve obedecer à
indicação da figura 7.7.
Q=KxVxPxH
Onde:
Q = Vazão em MCM;
V = Velocidade de captação em MPM (tabela 7.3);
K = constante que depende da forma da boca (1,25 a 1,4);
H = altura acima da fonte poluidora, em m;
P = perímetro da abertura, em m.
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Observação: Se a fonte poluidora for colocada encostada na parede, o perímetro P, de abertura do captor, é
reduzido do trecho que ficar encostado.
7.6.2 Dutos de ar
Conforme visto no capítulo anterior, a equação para o dimensionamento dos dutos é:
Ou seja:
Onde:
A = Área, em m²;
Q = Vazão, em MCM;
V = Velocidade, em MPM.
Pode-se usar qualquer dos métodos de dimensionamento indicados, sendo o mais comum o de igual perda
de carga.
De acordo com o material transportado, as velocidades recomendadas para o ar devem satisfazer a tabela
7.4.
Tabela 7.4: Velocidades Recomendadas para o ar em m/min nos dutos de exaustores. [2]
Material Transportado Velocidade em MPM
Vapores, gases, fumos, poeira muito fina 600
Poeiras secas e finas 900
Poeiras industriais médias 1.050
Partículas grosseiras 1.050 – 1.350
Partículas grandes, materiais úmidos. Maior que 1.350
Pode-se diminuir a seção do duto aumentando a velocidade, o que resulta em aumento de ruído e de perda
de carga. As perdas de pressão nos sistemas de dutos já foram estudadas no capítulo anterior.
Tabela 7.5: Bitolas de chapas recomendadas na fabricação dos dutos nos sistemas de baixa pressão. [9]
Espessuras Circular
Retangular Lado
Alumínio Aço Galvanizado Calandrado com Costura
Helicoidal (mm) Maior (mm)
Bitola mm Bitola mm Longitudinal (mm)
24 0,64 26 0,50 Até 225 Até 450 Até 300
22 0,79 24 0,64 250 a 600 460 a 750 310 a 750
20 0,95 22 0,79 650 a 900 760 a 1.150 760 a 1.400
18 1,27 20 0,95 950 a 1.250 1.160 a 1.500 1.410 a 2.100
16 1,59 18 1,27 1.300 a 1.500 1.510 a 2.300 2.110 a 3.000
A seção de dutos mais aconselhável é a circular, para evitar acúmulo do material captado nas arestas dos
dutos de outras seções.
Observação: Se o duto for de alumínio, aumentar dois pontos. Exemplo: tipo 1; espessura 0,80 m, chapa
galvanizada n°20; alumínio nº16.
7.6.3 Ventilador
Os ventiladores dos exaustores também podem ser centrífugos ou axiais. São normalmente fabricados em
chapa de aço preto, galvanizadas ou inoxidáveis. Em casos especiais, para exaustão de elementos corrosivos, as
chapas podem ser revestidas de chumbo e os motores podem ser à prova de explosão.
7.6.4 Chaminés
45. Se o captor do exemplo da figura 7.8 se destinasse a uma cabine de pintura, qual deveria ser a vazão de ar
necessária á exaustão? Considerar como valor médio para a velocidade mínima de captação o da tabela 7.3.
46. Qual a área do duto de exaustão para uma fábrica de cimento (poeira seca e fina), se a vazão de ar necessária
é de 1000 MCM?
47. Se o duto do exercício anterior for fabricado em alumínio, qual deverá ser a bitola da chapa, considerando-se
que o cimento contém pouco material abrasivo.
48. Calcular a perda de carga, em mm de C.A., na chaminé de um exaustor sabendo-se que a altura H é 0,5 do
diâmetro, a vazão é de 800 MCM e a área da tubulação é igual a 0,20 m².
49. Calcular a potência, em kW, do ventilador de um exaustor para uma vazão de ar de 800 MCM, com perdas totais
de 50 mm de C. A. e rendimento do ventilador de 0,75%.
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8.1 Introdução
Já sabemos que em instalações frigoríficas e de ar condicionado o fluido refrigerante sob a forma gasosa é
comprimido no compressor e, sob a forma de gás em alta pressão, é lançado no condensador. O modo pelo qual se
dá a condensação define dois tipos de equipamentos:
— unidade de condensação a ar; e
— unidade de condensação a água.
As unidades de condensação a ar são usadas para pequenas unidades (em geral até 15 toneladas de
refrigeração). As unidades de condensação a água são indicadas para quaisquer potências.
Ao projetista do ar condicionado compete a escolha do tipo de condensação, devendo levar em conta
razões de espaço disponível, confiabilidade exigida, quantidade de água disponível, bem como o seu custo e
qualidade.
Por exemplo, se em uma instalação a carga térmica exigir 40 TR, ao projetista compete decidir se será
mais econômica a instalação de quatro máquinas de 10 TR com condensação a ar, ou duas máquinas de 20 TR
com condensação a água.
Deverá levar em conta o investimento inicial em ambos os casos e o custo operacional em que pesará o custo do
kWh de toda a instalação, o custo da água em função das perdas e do número de horas diárias de operação.
Os equipamentos mais usados em instalações frigoríficas e de ar condicionado são as torres de
arrefecimento e os condensadores evaporativos.
Quando usamos as torres de arrefecimento, os condensadores do equipamento de refrigeração são do tipo
―shell and tube‖, ou seja, uma carcaça de ferro fundido que possui em seu interior uma tubulação de cobre. Através
dessa tubulação circula o fluido frigorígeno (freon-12, 22 ou HFC 134), que passa do estado gasoso ao líquido em
alta pressão, cedendo calor à água de circulação, com a qual é mantido em contato dentro do condensador.
Os condensadores evaporativos também economizam água e são ao mesmo tempo condensador e torre.
Nesses condensadores, o gás quente vindo do compressor (gás em alta pressão) circula em uma serpentina que
recebe água dos borrifadores, transforma-se em líquido, que é armazenado no receptor de refrigerante líquido.
As torres de arrefecimento mais usuais são trocadores de calor de tiragem mecânica de ar forçado ou por indução
com o fluxo de ar em contracorrente ou corrente mista ou, ainda, torres atmosféricas.
A água quente oriunda do condensador circula pela torre; entrando pela parte superior, é distribuída pelos
canais abertos e, por gravidade, desce ao tanque coletor, de onde é sugada por uma bomba. O nível d’água do
tanque coletor é mantido por meio de torneira de bóia. Assim, a água resfriada volta ao condensador de modo
contínuo e uniforme, de tal forma que o calor cedido pelo fluido refrigerante à água de circulação é lançado ao ar,
com o qual entra em contato na torre,
• Há três tipos de torre, conforme a maneira pela qual a corrente de ar entra em contato com a água (figura
8.1):
atmosférica;
corrente de ar forçado; e
corrente de ar induzido.
Ar Condicionado e Ventilação Prof. Juvenil Jr 105
Figura 8.1: Tipos de Torre de arrefecimento:(a) atmosférica; (b) corrente de ar forçado; (c) corrente de ar induzido. [2]
A torre atmosférica é geralmente colocada na cobertura do prédio e deve ficar localizada de modo a receber
a incidência direta dos ventos dominantes, pois não possui ventiladores.
A torre de corrente de ar forçado pode ser colocada em qualquer ponto do prédio em contato com o exterior.
Possui um ventilador lateral na parte inferior.
Ar Condicionado e Ventilação Prof. Juvenil Jr 106
Figura 8.3: Torre de corrente de ar forçado, totalmente em PRF (Plástico Reforçado com Fibra de Vidro). Fonte:
http://www.alpinaequipamentos.com.br/torres-de-resfriamento/2/torre-de-resfriamento-alpina-modelo-4-a-32ins#photo-22.
A torre de corrente de ar induzido deve ficar instalada de preferência na cobertura do prédio. O ventilador fica
localizado acima dos borrifadores.
Figura 8.4: Torre de Corrente de ar induzido. Fornecimento padrão com entrada de ar por quarto lados. Fonte:
http://www.alpinaequipamentos.com.br/torres-de-resfriamento/3/torre-de-resfriamento-alpina-modelos-25-a-80-aspiracao#photo-
8.
No contato entre ar e água, esta cede calor ao ar ascendente por evaporação ou convecção. A quantidade
de calor dQ cedida ao ar por uma partícula de água com uma superfície dS é:
Onde:
dQ = quantidade de calor em kcal/h;
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h - h0 = diferença de entalpia entre o ar saturado (após o contato com a partícula) e o ar não-saturado em
kcal/kg
= coeficiente de evaporação que depende das condições de escoamento na superfície-limite ar/água em
kg/m²xh
dS = superfície da partícula em m².
Onde:
h2 – h1= diferença entre as entalpias do ar na entrada e na saída;
Vw = volume de água pulverizada ou gotejada;
Va = volume do ar;
tw1= temperatura da água na entrada;
tw2= temperatura da água na saída;
A temperatura de bulbo úmido do ar do ambiente é o limite físico mínimo ao qual pode ser resfriada a água
em circulação no resfriador, por evaporação. Assim, temos a definição de approach (aproximação), ―a diferença
entre a temperatura da água resfriada tw2 e a temperatura de bulbo úmido do ar do ambiente tu‖:
Quanto menor o approach (a), tanto menor pode ser o resfriador, pois maior será a diferença de entalpias, h -
h0, do ar. A escolha correta do resfriador vai depender desse approach e da temperatura de bulbo úmido do ar.
Baseadas em dados fornecidos pela Diretoria de Rotas Aéreas do Ministério da Aeronáutica, tem-se as
tabelas climatológicas da figura 8.5 para algumas cidades brasileiras. Observando-se a tabela relativa a um lugar
específico, poder-se-á optar pela escolha econômica de um resfriador.
Para um local em que o pico de calor se verifique em apenas um mês do ano, será mais econômico escolher
um resfriador menor, porém com ventilador de duas velocidades, por exemplo, cuja comutação da rotação seja
comandada por um termostato na bacia da água resfriada. Para a variação da rotação, pode-se usar uma chave
elétrica que faz a ligação de 8 polos (900 RPM) ou 4 polos (1.800 (RPM).
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Onde:
tw2 = temperatura da água resfriada em °C;
tw1 = temperatura da água na entrada do resfriador em °C;
tu = temperatura de bulbo úmido em °C.
Exemplo 8.1: Numa instalação de ar condicionado para verão, o projeto fixou os seguintes elementos:
Carga térmica: 70 TR;
Temperatura de água quente tw1 = 34,5°C;
Temperatura de bulbo úmido do ar exterior tu = 24°C. Escolher o resfriador de água utilizando os gráficos
do fabricante, a Alpina.
As perdas de água de um resfriador do tipo compacto não ultrapassam 2% da vazão de agua de circulação.
As perdas devem-se à evaporação de água, arrastamento das gotículas finíssimas pelo ventilador e ainda à purga
de desconcentração.
A quantidade de água recomendada para circulação para os condensadores deve ser de 3 GPM por TR para
um diferencial de temperatura aproximado de 5,6 ºC (10°F), ou, em dados práticos, toma-se de 3 a 6 GPM por TR,
ou seja,: 11,4 a 22,8 litros por minuto por tonelada de refrigeração (TR). Em outras unidades: 0,68 a 1,36 m³/h.
Exemplo 8.2: Vamos supor uma instalação cuja carga térmica seja de 100 TR. A quantidade de água de circulação
a passar pelo condensador, bomba e torre na base de 0,68 m³/h por TR será:
A altura manométrica Hm é a altura representativa das perdas de carga a vencer mais a altura estática:
Hm = Hest + Hperd
As perdas de carga de um sistema de água de circulação podem ser divididas em três parcelas:
- perda de carga através do condensador, em metros, obtida pelos dados do fabricante;
- perda de carga através da torre, em metros, obtida pelos dados do fabricante;
- perda de carga através das tubulações, conexões, registros etc., em metros, obtida pelos cálculos
hidráulicos.
Para conhecer as perdas no sistema hidráulico, precisa-se saber o diâmetro das tubulações. Os diâmetros
podem ser fixados conhecendo-se a vazão em m³/h ou l/2 e a velocidade em m/s.
De acordo com a NBR-16401:2008, a velocidade máxima nas tubulações deve ser de 2,5 m/s e a indicação
dos diâmetros recomendados em função da vazão, o que deve ser usado pelo projetista da instalação, é mostrado na
tabela 8.1.
Tabela 8.1: Diâmetros Recomendados e Velocidades Máximas nas Tubulações de Água. [9]
Diâmetro do tubo Sistema Fechado Sistema Aberto
Velocidade Velocidade
mm pol Vazão m³/h Perda % Vazão m³/h Perda %
m/s m/s
19 3/4 1,5 1,2 10 1,0 0,8 10
25 1 3 1,5 10 2,2 1,1 10
32 1 1/4 6 1,7 10 4 1,2 10
38 1 1/2 9 1,9 10 6 1,3 10
50 2 17 2,2 10 12 1,6 10
65 2 1/2 28 2,5 10 23 2,1 10
75 3 48 2,8 10 36 2,1 10
100 4 90 3,1 9 75 2,5 10
125 5 143 3,1 7 136 2,9 10
150 6 215 3,2 5,5 204 3,1 9
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Onde:
P = potência em cv;
Q = vazão em m³/h;
Hm = altura manométrica em m;
= rendimento do conjunto motor-bomba (da ordem de 40 ou 50%).
Exemplo 8.3: Calcule a potência da bomba de circulação, sabendo que a vazão é igual 60 m³/h e a altura
manométrica igual a 15m.
Uma instalação que usa um condensador evaporativo dispensa o condensador normal; esse equipamento é
uma composição de condensador e torre numa só peça.
Os condensadores evaporativos podem ser colocados acima ou abaixo dos evaporadores, sendo melhor
acima; podem ser usados para instalações que utilizam mais de um compressor.
A figura 8.7 apresenta um esquema típico de um condensador evaporativo que é composto das seguintes
partes:
8.3.2 Funcionamento
As figuras 8.7 e 8.8 tem-se o conjunto montado para operação. O gás quente oriundo do compressor passa
pelas serpentinas de condensação, onde recebe a água borrifada; nessa região, o gás cede calor à água e ao ar e
se condensa, sendo depositado no receptor do líquido sob a forma de líquido em alta pressão. Do receptor, o fluido
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frigorígeno se desloca para a válvula de expansão e daí ás serpentinas de expansão direta (evaporador), onde
circula o ar que é resfriado. No evaporador, o fluido se torna gasoso e novamente é aspirado pelo compressor pela
linha de sucção.
A bomba d’água recebe a água depositada na bandeja e pressiona-a no distribuidor de água e borrifadores.
A água espargida é lançada sobre as serpentinas de condensação, provoca troca de calor com o fluido quente e se
evapora (calor latente de vaporização). O ar circulando sob a ação do ventilador mantém contato com as
serpentinas e a água que lhe cede calor, é lançado ao exterior sob a forma quente e úmida, ou seja, praticamente
saturado. À semelhança da torre, a temperatura de bulbo úmido do ar nunca é atingida pela água de retorno situada
na bandeja. Haverá sempre um approach (a = tw2 - tu) da ordem de 5°C.
- tw2 = temperatura da água de retorno em °C;
- tu = temperatura de bulbo úmido do ar em °C.
(A) Vazão de ar dos ventiladores – deve ser em torno de 7,07 MCM por TR.
(B) Água de circulação – a quantidade de água de circulação deve ser de 3,78 litros/minuto por TR.
(C) Perdas de água – a quantidade de água perdida por evaporação é da ordem de 0,126 litros/minuto por
TR, ou seja, cerca de 3,3% de perda.
Na tabela 8.1 é apresentado alguns dados para os condensadores evaporativos baseados nos dados
práticos acima descritos.
50. Cite três razões pela quais é imposta a instalação de unidades com condensação a ar.
51. Em uma instalação de funcionamento diurno na cidade de Porto Alegre, a temperatura da água de saída da torre
é de 29,5°C. Calcule o menor approach anual, utilizando as curvas climatológicas da figura 8.5.
52. Selecionar um resfriador de água para uma instalação com os seguintes dados:
- Carga térmica: 60 TR
- Temperatura da água quente: 33,5°C
- Temperatura de bulbo do ar exterior: 25°C
- Vazão da bomba: 3 GPM por TR
Usar o gráfico da figura 8.6 e tomar o Z=4.
53. Calcular as perdas de água de um resfriador para uma instalação de 80 TR e o custo mensal dessas perdas,
supondo a instalação funcionando 24 horas por dia durante os 30 dias.
- Base: 3 GPM/TR
- Custo da água: R$ 2,00/m³
54. Considerando os dados do exercício anterior, calcular o diâmetro recomendado para a tubulação de água da
torre de resfriamento.
55. Calcular a potência de uma bomba d’água de circulação (BAC) para uma instalação em que a altura
manométrica é 10 m e a carga térmica, 50 TR. Tomar o rendimento de 40% e a vazão de 6 GPM/TR. Resposta em
kW.
56. Calcular a altura manométrica do sistema mostrado na figura a seguir, onde tem-se os seguinte dados:
- Distância entre a entrada e saída de água na torre: 2,5m
- Perda de carga no condensador: 8 m de C.A.
- Perda de carga na torre: 6 m de C.A.
- Perda de carga na tubulação: 0,5 m/min.
- Comprimento da tubulação: 20 m.
- Comprimento devido aos acidentes: 40 m.
57. Qual deve ser a vazão de ar do ventilador de um condensador evaporativo para uma instalação de 25 TR? Dar a
resposta em MCM.
58. Qual deve ser a quantidade de água de circulação para a instalação do exercício anterior?
59. Qual será a quantidade perdida por evaporação, em litros/minuto, para a instalação do exercício 8.8?
Ar Condicionado e Ventilação Prof. Juvenil Jr 114
9.1 Introdução
Agora que já temos noção da função de cada peça, vejamos como será o desempenho de um conjunto.
• Suponhamos os diagramas das figuras 9.2 e 9.3, correspondentes ao funcionamento do condicionador de
ar 10T-VA da Coldex-Trane, do tipo self-contained (compacto).
• No circuito de força, vemos como as diversas máquinas do condicionador se ligam às fases R, S, T de uma
rede elétrica trifásica. Uma chave geral liga, protege e secciona o condicionador na rede (poderia ser um
disjuntor); cada ramal é protegido por fusíveis (F1, F2, F3). Cada máquina é ligada e desligada pelos
contactores C1, C2, C3, que são acionados pelas bobinas a-b, que estão no circuito de controle.
• No circuito de controle, vemos os diversos componentes destinados a acionar os equipamentos e a manter
as condições necessárias ao conforto no recinto.
Figura 9.2: Circuito de força de um condicionador do tipo self-contained- Condensação a água. [2]
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Figura 9.3: Circuito de controle de um condicionador do tipo self-contained – Condensação a água. [2]
No diagrama da figura 9.6 vemos uma instalação para verão em que a serpentina de esfriamento
(evaporador) é subdividida de modo a atender a duas temperaturas diferentes. O termostato de dois estágios é uma
caixa onde se pode registrar duas temperaturas diferentes. Se, por exemplo, registramos a serpentina menor para
que sua válvula solenóide feche a uma temperatura de 80°F (26,7°C) e a serpentina maior é regulada para 78°F
(25,6°C), temos o seguinte: se a temperatura ambiente for caindo até 26,7°C, fecha-se a entrada de refrigerante na
serpentina menor, mas continua o fluxo de refrigerante pela serpentina maior até ser atingida a temperatura de
25,6°C. Nesse ponto, deixa de entrar refrigerante em ambas as serpentinas. Inversamente, quando a temperatura
atingir 25.6°C, abre-se a serpentina maior, e, se a temperatura continuar subindo, a 26,7°C abre-se a válvula da
serpentina menor.
Ar Condicionado e Ventilação Prof. Juvenil Jr 118
Na figura 9.7 vemos uma instalação em que a temperatura ambiente deve ter controle rigoroso, O termostato
de ambiente é do tipo modulador, sendo capaz de comandar um controlador de seqüência abrindo cada serpentina
por meio da válvula solenóide respectiva, de modo que a temperatura ambiente seja controlada em degraus.
Na figura 9.8 vemos uma instalação utilizada em localidades em que há grande variação de temperatura no
verão e no inverno.
Em algumas instalações pode haver necessidade do controle da pressão estática do ar. Na figura 9.10
vemos um arranjo em que um aparelho sensível à pressão estática do ar é colocado na descarga do ventilador e
com comando sobre um motor elétrico que abre ou fecha um registro tipo veneziana.
Em um sistema de água gelada (figura 9.11), sabemos que a água gelada é produzida no refrigerador de
água e impulsionada pela bomba de água gelada a todos os fan-coils espalhados no recinto a condicionar. A
temperatura mais comum nesses sistemas é de 45°F (7,2°C) controlada por meio de um termostato na sucção da
bomba.
Ar Condicionado e Ventilação Prof. Juvenil Jr 120
[1] INCROPERA, F.; DEWITT, D. P.; BERGMAN, T. L.; LAVINE, A. S. Fundamentos de Transferência de Calor e
Massa. 6ª edição. Editora: LTC. Rio de Janeiro, 2008.
[2] CREDER, H. Instalações de Ar Condicionado. 6ª edição. Editora: LTC. Rio de Janeiro 2004.
[3] JABARDO, J. M. S.; STOECKER, W.F. Refrigeração Industrial. 2ª edição. Editora: Blucher. Rio de Janeiro, 2002.
[5] SILVA, J. C.; SILVA, A. C. G. C. Refrigeração para Técnicos e Engenheiros. 1ª edição. Editora: Ciência Moderna.
Rio de Janeiro, 2007.
[8] STOECKER, W. F.; JONES, J. W. Refrigeração e Ar Condicionado. 2ª edição. Editora: McGraw-Hill, 1985.
[11] SILVA, J. C. Refrigeração Comercial e Climatização Industrial. 1ª edição. Editora: Hemus. Rio de Janeiro, 2006.
[12] DOSSAT, R. J. Princípios de Refrigeração. 1ª edição. Editora: Hemus. Rio de Janeiro, reimpressão 2004.
[13] MORAN, M. J. SHAPIRO, H. N. Princípios de Termodinâmica para Engenharia. 7ª edição. Editora: LTC. Rio de
Janeiro, 2013.
Anexo 1 – Planilha para Cálculo da Carga Térmica Simplificada
1. CLIENTE
Endereço:________________________________________________________________________________________
Pavimento: ________________
3. CARACTERÍSTICAS DA CONSTRUÇÃO
3.1 Telhado ( ) Claro ( ) Médio ( ) Escuro
5.7 Insolação
6.1 Dutos
7.4 Pessoas
8.8 Equipamentos
9.4 Infiltração
10.1 Total sensível
10.2 Total latente
10.3 Calor Total
12.2 Latente
Item 10.2 = kcal/h
Item 11.3 = kcal/h
Subtotal= kcal/h
12.3 Latente
Item 12.1 = kcal/h
Item 12.2 = kcal/h
Subtotal= kcal/h
Segurança 10% = kcal/h
Total = kcal/h