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Potência/Torque....................................35
Vela de Ignição.......................................44
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CONCEITOS BASICOS
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CONCEITOS BASICOS
desenvolvido, tem sua temperatura de funcionamento igual ao chamado ´´motor de rua``. Isto
é lógico, porque os materiais das peças internas e externas são os mesmos. Assim, se a
temperatura do motor desenvolvido para competição se eleva acima do normal, algum erro foi
cometido. Se no caso acima citado, após a preparação, o motor se aquece e o preparador,
numa medida paliativa, instala um radiador de maior capacidade, isto fará que a temperatura
de funcionamento possa se estabilizar em valores ideiais, mas é bom lembrar que o radiador
esta jogando fora mais energia e provavelmente, o motor não desenvolva a potência desejada.
O mais correto seria se o preparador avaliasse os motivos do superaquecimento e corrigisse da
melhor maneira possível.
Folgas Insuficientes entre as peças de atrito internas do motor, ou peças como pistões que
tem problemas de montagem ou geomêtria.
Altas cargas de molas de válvulas, aumentando atrito entre balanceiros, varetas, tuchos,
comandos, etc.
Falta de escorva de vapores de água que se formam dentro do motor, provocando pontos
quentes e a não troca de calor entre as peças e o fluido refrigerante.
Serios problemas de ajuste de carburação, que pode estar pobre (falta de combustível) em
um intervalo de RPM´S.
Presença de alta contaminação do óleo lubrificante pelo ´´blow by`` (vazamento de
compressã para o carter), provocando deterioração do óleo e fazendo com que o óleo
lubrificante seja um agente de fornecimento de calor. O óleo contaminado pelo vazamento de
compressão perde as suas funções principais de lubrificar, eliminar atritos, limpar e trocar
calor, tornando-se um agente nocivo para o motor.
Velocidade muito alta do fluído refrigerante dentro do motor ou passando pelo radiador ,
não dando tempo para que a troca de calor seja conveniente possivel.
Vazamentos de compressão para a água de refrigeração, provocando sérios problemas no
sistema de refrigeração.
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CONCEITOS BASICOS
Aparentemente, os desenhos são iguais, mais nesta figura, aparece uma diferença básica que
determina um dos maiores erros de preparação que é a retirada da válvula termostatica,
representada pela letra ´´T`` no desenho.
A simples retirada da válvula termostatica, fará com que o motor tenha duas temperaturas ,
uma mais baixa na frente do motor e outra mais alta na segunda metade do motor. Dentre as
principais consequências, os materiais tenderão a dilatar diferentemente, provocando
modificações nas folgas projetadas, provocando desgastes excessivos ou engripamentos, a
dificuldade de se acertar a carburação também contribui para que o motor seja instavel e
tenha um rodar áspero, com vibrações típicas de diferentes cargas de combustível e queima
entre os cilindros.
Quando se prepara um motor para competição, evidentemente este será o mais rapido, isto é,
o preparador devera incrementar as RPM´S de torque máximo e de potência maxima, aos
niveis mais altos. Isto fara com que todos os componentes e acessórios do motor tambem
tenhao mais vida útil, inclusive a bomba da água que tera fatalmento sua rotação amentada.
Um dos ´´macetes `` que fazemos para evitar que o liquido refrigerante tenha sua velocidade
aumentada,é projetarmos uma engrenagem da bomba de água com seu diâmetro maior,
tendo como consequência a diminuição da velocidade da bomba ao niveis do original e
diminuindo tambem a velocidade do liquido refrigerante.
Na figura, existe uma perda de 40% a 43% pelo tubo de escape. Tambem é energia perdida!
Quando se instala um turbocharger essa energia é aproveitada para que a turbina possa
colocar mais energia quimica no processo de entrada , portanto o motor que aspirava 100% de
energia, com o turbo aspirara por exemplo 120%. Este é um ciclo vicioso se não houver um
tipo de controle difirente para que os limites sejam alcançados com segurança, o sistema entra
em colapso, vindo a destruir todo o conjunto que não esta projetado para excessivas pressões.
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CONCEITOS BASICOS
NOTAS
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TEMPOS DO MOTOR
TEMPOS DO MOTOR
Este curso de Preparação de Motores de Competição, irá tratar de motores 4 tempos mais
conhecido como ciclo OTTO.
Será lançado uma apostila nível 2 para motocicletas e karts com o ciclo 2 tempos .
Vamos iniciar, retirando algumas duvidas a respeito dos motores mostrando novos conceitos
que serão muito uteis no decorrer do curso.
1° TEMPO: ADMISSÃO
O pistão na sua trajetória,sai do ponto morto superior e percorre todo o caminho do seu
curso, chegando ao ponto morto inferior.
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TEMPOS DO MOTOR
2° TEMPO: COMPRESSÃO
As duas válvulas estão fechadas e o pistão esta saindo do ponto morto inferior e seguindo a
trajetória para o ponto morto superior.
Altas pressões são geradas dentro do
cilindro com conseqüente aumento de
temperatura dos gases devido á
compressão.
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TEMPOS DO MOTOR
3° TEMPO: COMBUSTÃO
Este é o único tempo útil do motor de combustão interna á quatro tempos. É quando ocorre a
queima do combustível dentro do cilindro,
empurrando o pistão do PMS para o PMI,
gerando a força de torque do motor e o
movimento rotativo, com mais 1/2 volta do
virabrequim.
Quanto mais alta for a eficiência do ´´enchimento`` do cilindro, maior será o resultado na hora
da queima, trazendo maiores potências.
A vela de ignição também tem o papel muito importante no desempenho. Ela tem que soltar a
faísca geradora da chama no tempo certo, com a intensidade certa. Veremos em capitulo mais
adiante, os aspectos relativos a gama térmica das velas e suas implicações.
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TEMPOS DO MOTOR
4° TEMPO: ESCAPE
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TEMPOS DO MOTOR
NOTAS
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CALCULO DE CILINDRADA
Antes de qualquer tipo de trabalho e preparação das peças e componentes do motor para
transformar para competição, é importante conhecer todas as limitações físicas do projeto
originalmente conhecido. É de boa pratica seguir o roteiro sugerido abaixo e com isso ter
maiores informações sobre o motor e as necessidades e objetivos da preparação.
1° CILINDRADA
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CALCULO DE CILINDRADA
Pela figura, podemos encontrar o calculo clássico de cilindrada unitária (de cada cilindro). Se
quisermos obter a cilindrada total do motor, basta multiplicarmos o valor encontrado na
expressão pelo numero de cilindro do motor, exemplo:
Motor de 6 cilindros, com diâmetro do cilindro = 101mm, curso do pistão = 89mm. Qual a sua
cilindrada unitária e qual a cilindrada total?
3,1416 x 101mm ²
𝐶𝑖𝑙𝑖𝑛𝑑𝑟𝑎𝑑𝑎 = x 89MM x 6 = 4.278.336,12mm³
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É preciso tomar cuidado nas medições do diâmetro do cilindro e do curso do pistão, pois um
erro de milímetros poderá ser fatal para o cálculo de cilindrada e muitos dos conceitos e
futuros cálculos estão baseados na capacidade cúbica do motor, sendo também sensivelmente
prejudicados.
A cilindrada poderá ser expressa em polegadas cúbicas e para isto, teremos um fator que
dividido pela cilindrada expressa em centímetros cúbicos transforma em pol³.
4278 ,34cm ³
= 261,08pol³
16,387
Portanto, um motor 6 cilindros, que tem 4100 cm³, se efetuarmos o cálculo de transformação
de unidades terá 250 pol³,pode-se efetuar os cálculos de transformação em qualquer tipo de
motor. Os cálculos de transformação de unidades irão ser usados em muitos capítulos desse
curso.
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CALCULO DE CILINDRADA
NOTAS
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TAXA DE COMPRESSÃO
2° TAXA DE COMPRESSÃO
A taxa de compressão tem relação direta com a EFICIÊNCIA TÉRMICA desenvolvida antes e
depois da queima da mistura, dependendo do tipo de câmara e sua eficiência na melhor
turbulência e homogeneidade da mistura.
Os maiores erros se cometem nas leituras dos valores de cilindrada unitária e do volume
efetivo da câmara de combustão. No caso da cilindrada unitária é comum cometer erros de
medição e leitura do curso do pistão. Muitos se esquecem que o curso do pistão é medido
desde o seu ponto morto inferior até o seu ponto morto superior.
Na câmara de combustão, os erros poderão ser maiores, porque tanto na forma da cabeça do
pistão (cabeçudo ou côncavo), como a junta de vedação entre o cabeçote e o bloco também
fazem parte do volume a ser considerado para efeito de calculo.
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TAXA DE COMPRESSÃO
Caso o pistão apresente uma cabeça com desenho que possa ocupar espaço da câmara de
combustão no seu ponto morto superior, o procedimento poderá ser diferente, isto é,
devemos descontar esse volume da câmara, medindo separadamente.
A taxa de compressão não poderá ser aumentada sem um estudo mais aprofundado das
características do motor, pois depende de outros fatores que influenciam todo o desempenho,
o que veremos mais adiante nos próximos capítulos.
Nos motores super carregados (TURBO), a taxa de compressão deverá sofrer mais estudos,
pois depende de outros fatores que os compressores apresentam, tais como: pressão,
temperatura, rendimento, etc.
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TAXA DE COMPRESSÃO
Mais a frente em nossos estudos veremos outra medida de taxa de compressão, a TAXA DE
COMPRESSÃO DINÂMICA, que depende de como o motor está ´´ enchendo `` e de que maneira
foram efetuadas as repartições de carga de ar entre os cilindros.
NOTAS
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VELOCIDADE MEDIA DO PISTAO
Este é talvez o mais importante instrumento de medida que poderá estar na mão do
preparador de motores. Quantos motores de competição foram completamente destruídos
devido ao excesso de giro!
A VMP (Velocidade Media do Pistão) poderá nos mostrar as limitações de projeto do motor a
ser preparado principalmente quando o motor for derivado do motor de serie, que tem
componentes construídos com materiais normais (ferro fundido modular, ferro fundido
cinzento, alumínio, bronze, etc.). Estes materiais têm seus limites de resistência mecânica
característicos e os projetos dos motores respeitam estes limites.
No caso dos limites de RPM´S, a velocidade media do pistão é um fator decisivo para se avaliar
as potencialidades e limitações.
As cargas de forças em jogo em todo o conjunto alternativo e rotante do sistema são violentas,
e se não forem controladas convenientemente, fatalmente haverá quebras e destruição do
motor. Mas como calcular estas velocidades e quais são os seus limites? Nos motores de
competição, após verificações praticas e alguns cálculos chegaram-se a conclusão de que a
máxima velocidade media do pistão aceitável para preparação de motores derivados de serie é
de 20 metros por segundo. O cálculo é simples e eficiente, trazendo ótima margem de acerto
nas analises de motores.
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VELOCIDADE MEDIA DO PISTAO
Um motor de competição que não tem o potencial de rodar em altos regimes de RPM´S deverá
compensar esta deficiência com mais força disponível. É claro que a avaliação do desempenho
depende de vários aspectos tais como: qual pista a motocicleta ira correr, qual categoria se
encaixa o veiculo de competição, etc. Se a pista é curta e travada, talvez um motor com baixo
giro e muita forca seja mais interessante do que um motor que tenha altos giro máximos.
Ainda devemos pensar no tipo de transmissão a ser utilizada e as limitações do regulamento
que às vezes são impostas pela categoria.
Todos estes parâmetros devem fazer parte do pacote de analises que o preparador deve
efetuar antes de se decidir por um ou por outro tipo de preparo e escolha de equipamentos e
peças especiais de competição.
Ainda analisando a VMP, um motor que ira rodar nas rotações de 20m/s constantemente,
provavelmente terá sua vida útil reduzida e estará sempre no limite de resistência dos seus
órgãos internos. É sempre bom projetarmos o motor de competição para rodar perto dos
18m/s de VMP, para que se possa garantir o percurso total da corrida. Caso a competição seja
de varias horas, os limites mais seguros de RPM´S esta em torno dos 17m/s.
NOTAS
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PRESSAO MEDIA EFETIVA
A força chamada carga, é a força gerada que impulsiona o pistão para baixo, desde o PMS até
o PMI. É composta pelas forças calculadas pela formula da PME, isto é, se multiplicarmos todas
as forças calculadas segundo a PME pela área do cilindro, obteremos a força de carga.
Então para que serve mais este cálculo da força de carga? O preparador terá uma importante
ferramenta de avaliação da deformação da biela e também poderá visualizar o quanto a biela
deforma e a possível folga a ser dada nas usinagens dos colos do virabrequim. A maneira de se
verificar a folga é muito simples. Basta por meio de um dispositivo, aplicar a força calculada no
conjunto biela/pistão montados, com a ajuda de um súbito, o preparador poderá ler a
deformação e a folga a ser utilizada nas usinagens.
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PRESSAO MEDIA EFETIVA
É importante verificar se a biela irá resistir toda esta carga. Caso após a aplicação da força e o
alivio posterior, o súbito acusar que a biela não retornou nas medidas originais, é claro que ela
não irá resistir aos esforços projetados para este motor, com características diferentes, ou
materiais mais resistentes aos esforços.
O cálculo de PME, além de ajudar nas avaliações, também economiza algum dinheiro, porque
antes do motor se destruir, o preparador já terá um bom ponto de partida para evitar
destruição.
Potência (cv )
𝑃𝑀𝐸 = 900 x = kgf/cm2
Cilindr . litros X RPM´S
Neste cálculo, podemos observar que a PME está relacionada com a potência desenvolvida, a
capacidade cúbica do motor e seu movimento, ou RPM´S. Se o preparador modificar uma
destas características, é evidente que a PME também se modificará, com as conseqüências
claras de modificações das forças em jogo dentro do motor.
490
𝑃𝑀𝐸 = 900 x = 13,36 kgf/cm2
3,0 x 11000
Portanto, cada cm² da área ocupada pelo pistão, recebe uma força de 13,36 kg.
490
𝑃𝑀𝐸 = 900 x = 26,76 kgf/cm2
1,5 x 11000
Podemos observar que as forças atuantes na área ocupada pelo pistão são praticamente o
dobro das forças atuantes no Cosworth.
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PRESSAO MEDIA EFETIVA
320
𝑃𝑀𝐸 = 900 x = 12,11 kgf/cm2
4,1 x 5800
Em rápidas analises o motor 250s, com cilindrada 37% maior do que o motor Cosworth e com
35% menos potência, desenvolve quase a mesma PME. Comparando-se com o motor Renault
Turbo, a coisa fica mais sensível, isto é, o motor Renault tem 1,5 litros e desenvolve o dobro de
PME.
Uma maneira de se avaliar se estas cargas poderão ser suportadas pelo motor, é encontrarmos
a força media que é gerada pela PME.
Será que os componentes internos do motor agüentarão esta pressão? Um dos mais simples
procedimentos para avaliação é o descrito neste capítulo, nas paginas anteriores.
Basta, por meio de um dispositivo, simular no conjunto (pistão, biela e pinos montados), a
força calculada que no nosso caso é de 2018 kg.
No desenho que mostra o procedimento, vemos o conjunto montado sendo examinada a sua
deformação por meio de um súbito. Aplica-se a carga calculada e verificam-se quais são os
níveis de deformação em centésimos de milímetro. Esta medida é muito importante para
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PRESSAO MEDIA EFETIVA
identificarmos a folga a ser colocada entre o colo do virabrequim e a bronzina da biela quando
for compatível com o modelo da motocicleta.
Sempre afirmamos que o virabrequim deverá ficar ´´ boiando `` no filme de óleo. Se houver
algum tipo de toque entre os materiais, fatalmente o motor será destruído. Esta destruição é
normalmente provocada pelo carregamento do material da bronzina pelo virabrequim, que
contribuirá para entupimentos das galerias de óleo, quedas de pressão e mais toques,
provocando um ciclo vicioso de desgastes generalizados.
Volta as duas MAGICAS existentes na preparação de motores, são elas: PENSE E CAPRICHO.
Sempre que estivermos trabalhando com peças de ajustes delicados, é muito importante o
capricho, para que o motor possa chegar inteiro no fim da corrida.
Como vimos nos capítulos anteriores, já temos algumas das mais úteis ferramentas para se
calcular as resistências internas e limitações dos motores derivados de serie. Nos próximos
capítulos, vamos ampliar estas ferramentas em mais algumas de extrema importância.
A vedação perfeita dos anéis irá trazer vários benefícios para o motor. Um dos maiores
problemas dos motores preparados sem a devida técnica, é o fenômeno proveniente destes
vazamentos que chamamos de ´´ blow-by ``, ou sopro do Carter. Parte da pressão gerada
dentro dos cilindros, passa pelos anéis, que não estão cumprindo a função de vedar. Os gases
são quentes e tem vários contaminantes, tais como: combustível sem queimar, carvão
proveniente de combustão incompleta, ácidos, água residual da combustão, lacas, que são
devido a reação dos derivados de petróleo em presença de altas temperaturas e outras
impurezas em geral. Toda esta sujeira irá contaminar o óleo lubrificante e agravar o desgaste
das peças internas do motor.
Uma forma de avaliar o motor se esta bem usinada e os anéis estão vedando
convenientemente, é após a montagem e aquecimento do motor medir a COMPRESSÃO dos
cilindros com o medidor conveniente.
Esta compressão deverá alcançar os níveis de lb/pol² conforme a cilindrada. Isto determina o
mínimo de ´´ blow-by `` e o maximo de aproveitamento de energia.
Muitas perguntas poderão surgir a partir destas informações: Como fazer com que não hajam
perdas? Qual a folga entre as pontas dos anéis? O brunimento dos cilindros deverá ter
rugosidade? Qual a folga que devo deixar entre o pistão e o cilindro? Os vazamentos também
poderão ser provocados por deficiência no assentamento das válvulas? Cada uma dessas
perguntas será respondida no decorrer dos capítulos do curso, mas podemos dar algumas
´dicas` que poderão ajudar neste fenômeno.
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PRESSAO MEDIA EFETIVA
O brunimento do cilindro deverá ser feito com uma placa de torque que simula o cabeçote
montado. Isto fará com que as informações devido ao aperto dos parafusos do cabeçote sejam
eliminadas. O acabamento do
brunimento deverá ser ESPELHADO, para
que os anéis tenham o melhor
assentamento. A placa de torque que
normalmente usamos poderá ser feita
de uma chapa de ferro fundido, ou de
ferro doce, ou o próprio cabeçote
convenientemente aberto para que o
brunidor possa entrar.
O brunimento do cilindro deverá ser controlado com o súbito para que fique perfeitamente
cilíndrico. O espelhamento normalmente é feito com lixa fina 500, após se utilizar pedras
normais do brunidor. Este procedimento garante que os anéis vedem perfeitamente e as
pressões sejam altas e sem perdas.
Existe uma polêmica quanto às folgas a serem utilizadas entre o pistão e o cilindro. Com o
desenvolvimento de tecnologia de fabricação dos pistões, fica mais fácil se controlar as folgas.
Quando se utiliza um pistão fundido, as folgas deverão ser menores do que quando se utiliza
um pistão forjado. O diâmetro dos cilindros também identifica os níveis de folga. Em qualquer
situação, o pistão nunca deve tocar na superfície da camisa do cilindro. Se existe toque é
evidente que haverá atrito e desgaste, somente os anéis deverão estar em contato com a
superfície interna do cilindro.
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PRESSAO MEDIA EFETIVA
NOTAS
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EFICIÊNCIA VOLUMÉTRICA
5° EFICIÊNCIA VOLUMÉTRICA
No inicio desta apostila, comentamos sobre a ENERGIA que entra nos cilindros. Esta energia é
´´colocada`` e distribuída para os cilindros por meio de coletores, dutos, válvulas e outros
componentes que tem configurações e desenhos diferentes. A definição de EFICIÊNCIA
VOLUMÉTRICA, em rápidas palavras é: TUDO AQUILO QUE EFETIVAMENTE ENTROU NO
CILINDRO, EM RELAÇÃO DO QUE DEVERIA ENTRAR.
O preparador de motores tem por obrigação conhecer e controlar as eficiências dos motores
de competição. A eficiência volumétrica é a mais importante porque ela é a porta de entrada
de energia para o motor. Sem entrada de energia, nunca teremos bons desempenhos, ou
nunca poderemos controlar as variáveis presentes no motor.
Sempre podemos imaginar que com base na definição de eficiência, somente alcançamos os
100% de eficiência volumétrica nos melhores e possíveis desempenhos. Esta afirmação não é
valida quando se trata de preparo de motores de combustão interna.
O nosso curso mostra que podemos alcançar eficiências acima dos 100% e em alguns casos até
120%. Como isto é possível? A técnica de preparo de motores desenvolveu procedimentos e
tipos de aparelhagem que nos ajuda para alcançar os objetivos mais altos.
Todos estes fenômenos estão ligados entre si, se devidamente controlados e dirigidos para o
desempenho da corrida, trará, sem duvida o melhor desempenho do motor.
Durante o decorrer da apostila, cada assunto será abordado sobre esses fenômenos e suas
implicações. Voltando a eficiência volumétrica, o cálculo poderá ser efetuado por uma simples
expressão derivada de varias outras expressões com dados relativamente simples:
HP
= 5600 ou 4750 x x 100
CIL Pol ³ X RPM´S
HP = Potência escolhida.
5600 = Constante de motor a GASOLINA.
4750 = Constante de motor a ALCOOL.
CIL = Cilindrada do motor em polegadas cúbicas.
RPM´S = Rotação por minuto respectiva da potencia HP escolhida.
Os cálculos e eficiências são todos em percentuais, portanto existe o multiplicador 100 na
fórmula.
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EFICIÊNCIA VOLUMÉTRICA
Para melhor ilustração deste cálculo, vamos verificar algumas eficiências de motores de
competição.
260 HP
Volumétrica = 4750 x x 100 = 85,17%
250 Pol ³ X 5800
700 HP
Volumétrica = 5600 x x 100 = 152,93%
213,6 X 12000
A nossa sugestão é que o leitor faça mais pesquisas a fim de calcular as eficiências
volumétricas de outros veículos, mesmo que sejam a serem utilizados em motocicletas de rua.
É bom frisar, que dependendo da potência escolhida para o cálculo e suas RPM´S, a eficiência
volumétrica irá variar, portanto em um mesmo motor, poderemos encontrar varias eficiências
volumétricas.
O beneficio direto do cálculo da eficiência volumétrica para outra importante analise do motor
de competição é podermos calcular a TAXA DE COMPRESSÃO DINÂMICA. Quando o motor esta
em altos regimes, devido às deficiências de entrada de ar não se consegue manter o mesmo
rendimento térmico, porque a taxa de compressão de montagem não é a mesma taxa
dinâmica. Se tivermos como exemplo o motor do Stock Car acima mencionado, sendo que a
taxa estática (de montagem) é de 12:1, quando o motor estiver nas 5800 RPM´S, a sua
eficiência volumétrica é de 85,17%. Isto implica em uma redução de taxa em relação a
estatística e o motor não consegue ´´encher`` como desejado.
Caso a eficiência volumétrica esteja a níveis acima dos 100%, após o cálculo efetuado,
verificamos que devemos montar o motor com taxas menores.
Sabemos que o Álcool (ETANOL), poderá trabalhar sem detonação (batida de pino), com taxas
de até 13,5: 1. No caso, o motor tem 110% de eficiência volumétrica, portanto a taxa de
montagem será:
CUIDADO
Cuidado com os cálculos, porque eles refletem uma situação em certa condição. Nem
sempre a eficiência volumétrica maior esta nas altas RPM´S. Muitas vezes, dependendo das
condições de preparo, a faixa de torque esta muito abaixo das máximas RPM´S do motor,
então, é de bom senso, encontrar a eficiência volumétrica na faixa de torque, ou no torque
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EFICIÊNCIA VOLUMÉTRICA
máximo, para então calcularmos a taxa dinâmica. Em muitas ocasiões, presenciamos motores
serem destruídos por padrões de erros de cálculos. Um caso específico é o dimensionamento
errado da taxa dinâmica, isto é, o preparador calcula a taxa em altas RPM´S, e se esquece que
na faixa de torque máximo as coisas são muito diferentes, com altas eficiências e
evidentemente o combustível ira detonar antes do tempo previsto (batida de pino), trazendo
vários prejuízos no motor. É bom lembrar que normalmente o regime de giro do motor estará
sempre próximo a faixa de torque, ou dela para regimes mais altos. As motocicletas de corrida
sempre necessitam de saída de curva com força suficiente, e na subida, a força deverá ser mais
disponível em regimes de RPM´S crescentes. A preocupação do preparador devera ser
redobrada, principalmente na carburação que deverá ser a mais precisa para que os
fenômenos de batidas internas sejam eliminados.
NOTAS
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EFECIÊNCIA TÉRMICA OU RENDIMENTO TERMODINÂMICO
Estas condições são as utilizadas como padrões para qualquer tipo de analise de gases, para
que haja um único conceito ou processo teórico de analise.
Com estas condições padrão, podemos avaliar os calores específicos de cada fluido a ser
estudado, que no nosso caso, o ar ambiente apresenta os seguintes valores de calor especifico:
cp
A relação entre os dois calores específicos K = cv
= 1,40
Parece complicado, mas poderemos demonstrar estes conceitos com desenhos esquemáticos
abaixo, que representam um ciclo completo de ar e seus diagramas PV (Pressão – Volume) e TS
(Temperatura – Volume Constante).
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EFECIÊNCIA TÉRMICA OU RENDIMENTO TERMODINÂMICO
Os gráficos representam um ciclo teórico do motor. No diagrama PV, vemos que o pistão sai
do ponto morto inferior para o ponto morto superior, diminuindo o volume ocupado pelo ar e
aumentando a pressão, portanto a curva de 1 até 2, representa o tempo de compressão,
porque o pistão esta ´´subindo``. Para efeito de entendimento, dizemos que esta
transformação é sem troca de calor, ou pelo nome cientifico de transformação Adiabática ou
Isentrópica.
A outra parte do gráfico de 3 até 4, mostra o trabalho mecânico do fluido ativo, porem sem
troca de calor, ou cientificamente falando Transformação Adiabática. Neste estagio, o pistão
realmente movimenta o motor com a força gerada dentro do cilindro, correndo do PMS até o
PMI, diminuindo a pressão dentro do cilindro e conseqüentemente aumentando o volume
deslocado.
A ultima parte a ser estudada do gráfico é a transformação de 4 até 1, que fecha o ciclo motor,
e representa o inicio do tempo de escape, onde a pressão diminui pela abertura da válvula de
escapamento e o volume deslocado pelo pistão quase não é modificado. A rigor, o pistão inicia
o tempo de escape nesta fase, completando quando ele percorre do PMI até o PMS.
Com base nas informações acima citadas, poderemos concluir que o RENDIMENTO TÉRMICO
IDEAL para os motores de ciclo OTTO (Ignição por centelha), é representado pela seguinte
expressão:
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EFECIÊNCIA TÉRMICA OU RENDIMENTO TERMODINÂMICO
Portanto a expressão que poderemos utilizar nos cálculos do nosso curso, sem erros esta
baseada em duas variáveis: tipo de combustível a ser utilizado que formará a qualidade do gás
e ira gerar a constante K, e a razão de compressão, ou a nossa taxa de compressão.
1 K−1
=1−
Tx
Como já mencionamos acima, a constante K não é a mesma constante para todos os fluidos,
portanto a cada tipo de fluido e a mesma taxa de compressão teremos vários valores de
rendimento térmico.
Neste ponto, já poderemos mencionar outros aspectos da carburação que mais preocupam os
preparadores. Quando se carbura um motor de competição, estamos dosando o peso de ar
com o peso do combustível a ser utilizado. Se o rendimento termodinâmico varia com a
qualidade de combustível, conclui-se que com a mistura pobre (mais ar do que combustível), o
processo se aproxima do ciclo de ar e o rendimento térmico é alto.
Para exemplificar os conceitos, vamos propor um exercício, que poderá responder algumas
perguntas que normalmente temos em mente.
EXERCICIO
1 1,4−1 1 1,4−1
Rt com 7: 1= 1 − = 0,54 Rt com 9: 1= 1 − = 0,58
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EFECIÊNCIA TÉRMICA OU RENDIMENTO TERMODINÂMICO
30
PME = 900 = 6,75 Kgf/cm²
1 X 4000
Rt (9) 0,58
PME 9 = PME 7 = = 7,25 Kgf/cm²
Rt (7) 0,54
7,25 x 1 x 4600
Potência = = 37,05cv
900
NOTAS
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POTÊNCIA ESPECÍFICA
7° POTÊNCIA ESPECÍFICA
Esta é mais uma limitação que poderemos contar para os motores de competição derivados
dos de série definidos como POTÊNCIA ESPECÍFICA, a potência desenvolvida por cada litro de
cilindrada do moto, isto é, se um dado motor com cilindrada de 2 litros e potência de 200cv, a
sua potência especifica é de 100cv/litro.
Pot . máx .
Pot. esp. =
cilindrada (litros )
500 cv 750 cv
Pot. esp. = = 166,6 cv/l Pot. esp. = = 214,2cv/l
3 litros 3,5 litros
NOTAS
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POTÊNCIA ESPECÍFICA
NOTAS
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POTÊNCIA/TORQUE
Estas duas grandezas são complementares entre si, isto é, para se determinar a potência, há
necessidade de se medir o TORQUE em um dado movimento do motor, ou suas RPM´S.
A potência tem varias unidades que, no fim das contas tem o mesmo sentido, mas são
diferentes nos seus valores absolutos.
Para se medir a potência elétrica, utiliza-se a unidade elétrica KW (quilowatt), para se medir a
potência de um motor utiliza-se o cavalo vapor (CV), ou o ´´Horse Power`` (HP).
Como podemos verificar as coisas tem algo em comum. Poderemos dizer que a potência esta
sempre presente quando existe um trabalho, podendo ser o trabalho imposto a uma
motocicleta de competição, ou o trabalho de triturar um alimento dentro de um processador.
O preparador de motores de competição tem por obrigação poder controlar as duas variáveis
da composição da potência, que são o TOQUE e as RPM´S, lembrando que a cada RPM, ele
encontrará o seu torque relativo e conseqüentemente a potência.
O que é CAVALO VAPOR? E HORSE POWER? Estas perguntas são as mais comuns quando
ministramos nosso curso didaticamente em um curso presencial.
Vamos voltar aos tempos antigos, onde a tração animal era normalmente utilizada por não ter
outro tipo de tração conhecida até aquela data. Quando do advento da motocicleta e mais
precisamente dos motores de combustão interna, houve necessidade de se comparar a força
gerada pelas maquinas e a força utilizada naquela época, ou tração animal (cavalo).
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POTÊNCIA/TORQUE
Mas como iriam criar o padrão de força? É claro que comparando o trabalho de um cavalo
animal, com o novo CAVALO VAPOR. Determinou-se cavalo vapor devido à utilização de
motores de combustão externa naquela época, ou motores a vapor das locomotivas.
Houve, então varias medições das alturas a percorrer, peso e tempo em que o cavalo teria que
padronizar, mas todas as medidas estavam equivalentes, mudando apenas os padrões das
normas técnicas a que os países se submetiam em função das regras das indústrias locais.
Existem várias normas técnicas que os engenheiros seguem para que todos possam ter os
mesmos padrões internacionais de comparação. Caso não houvesse normas, seria uma eterna
confusão, porque o mesmo motor teria 100cv aqui no Brasil e em outros países teria mais ou
menos cv´s.
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POTÊNCIA/TORQUE
NOTAS
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EFICIÊNCIA VOLUMÉTRICA II
EFECIÊNCIA VOLUMÉTRICA
Esta talvez seja a mais importante das fases da preparação dos motores de competição.
Mencionamos em capítulos anteriores que existem transformações de energias químicas em
térmica e posteriormente em mecânica. Se os 100% de energia que entra no motor não for
bem aproveitada pelas transformações subseqüentes, é lógico que teremos baixas potencias
finais no motor.
Os 100% de energia que entra no motor tem certa qualidade, ou melhor, uma eficiência de
entrada de ar. O ar carrega o combustível dosado pelo carburador e quanto mais mistura ar-
combustível estiver entrando no motor, mais potência ela desenvolverá.
É muito importante que o preparador tenha consciência dos conceitos de carga de ar, ou mais
comumente denominado de peso de ar que entra no sistema. Em palavras mais usuais, o
conceito de eficiência poderá ser descrito como: ´´ tudo aquilo que entra em relação ao que
teoricamente deveria que entrar ``.
Para que o motor de competição possa ser competitivo, deverá trabalhar com eficiência
volumétrica acima de 90%, isto é, em um motor de 1,6 litros de cilindrada, o motor deverá ser
cheio com 90% da sua capacidade, ou 1,44 litros de ar + combustível nos mais altos regimes de
RPM´S.
Sempre que damos as aulas dessa matéria, recomendamos aos nossos alunos que evitem
simplesmente iniciarem a preparação ABRINDO os dutos e válvulas, porque poderão estar
produzindo diferenças pressões entre a admissão e escape, com conseqüências desastrosas no
desempenho do motor. Da mesma forma, a simples instalação de coletores de escape
dimensionados sem o devido estudo das pressões e cargas de ar entre os dois tempos,
também poderá estar prejudicando o desempenho do motor. Estas preparações no ´´escuro``,
trazem custos muito elevados pela simples razão de efetuarmos muitas experiências em peças
que são caras, fora o custo de Mao de obra.
Mas como encontramos as melhores dimensões dos dutos e válvulas para que tenhamos o
melhor desempenho do motor de competição? Assim como o cirurgião necessita de vários
equipamentos especializados para que uma operação seja bem sucedida, o preparador de
motor também necessita de equipamentos especializados no desenvolvimento de
componentes e peças. A simples instalação de um cabeçote que foi preparado e bem sucedido
em um motor semelhante, não apresentará o mesmo desempenho. Isto também é valido para
um comando de válvulas, ou um carburador. Tudo depende de estudos específicos de
conhecimento inicial e potencialidades de cada uma das peças do motor e a adequação destes
componentes ao motor e os objetivos determinados para este motor.
A mais importante ferramenta que um preparador necessita é uma BANCADA DE FLUXO, que
tem a capacidade de medir a quantidade potencial de ar que o motor poderá ´´engolir``. A
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EFICIÊNCIA VOLUMÉTRICA II
Já vimos vários motores que foram CANIBALIZADOS com aberturas de dutos e instalação de
válvulas com maiores diâmetros e o desempenho foi piorando devido à falta de critérios de
análises dos conjuntos de eficiências de entrada e saída. Os motores apresentam ´´buracos``
em faixas de RPM´S, ou não conseguem ´´encher``, ou tinham força somente em baixas RPM´S,
ou simplesmente não apresentavam desempenhos maior que o motor original.
Vimos também, vários motores com problemas sérios de eficiência volumétrica que foram
agravados com a instalação de comandos de válvulas não condizentes com as condições do
cabeçote, isto é, o cabeçote admitiria um certo potencial de CV´s e RPM´S, e o comando de
válvulas instalado foi projetado para características diferentes. Conclusão: o motor é
totalmente ineficiente e caro!
Esta ocorrência é muito comum entre os elementos que são trocadores de peças e não tem
um mínimo de técnica. Sempre reforçamos que não existe RECEITA de preparação. Cada motor
tem características diferentes e uma pequena falha no preparo ou na montagem é suficiente
para que haja perda de potência. A BANCADA DE FLUXO é a ferramenta que nos fornece o
maior numero de informações de preparo do cabeçote e seus agregados. Abaixo veremos um
desenho esquemático da bancada e faremos uma descrição de cada um dos seus elementos:
A medida que abrimos a válvula, entrará mais ar e através dos manômetros de pressão e ´´flow
meter``, poderemos calcular a quantidade de ar em peso que o cabeçote esta admitindo.
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EFICIÊNCIA VOLUMÉTRICA II
A bancada de fluxo é um aparelho que compara o padrão 100% perfeito, com o que temos no
cabeçote. Podemos ver que no canto direito superior da bancada existe um furo calibrado.
Este furo com certa pressão de teste e certa medição no flow meter acusa uma carga de ar
especifica. Se o nosso cabeçote for 100% eficiente, na comparação com o furo calibrado, os
manômetros acusaram as mesmas medidas, então a área de passagem do ar pela válvula é o
mesmo do furo calibrado.
Sempre que preparamos um motor para competição, devemos criar e seguir os padrões para
que possamos sempre nos situar dentro destes padrões.
O desenho a seguir nos dará os padrões de eficiência para a válvula teoricamente perfeita e as
formas de avaliação pratica em um gráfico especifico.
Tudo isto é muito bom, mais a nossa válvula não é exatamente igual a teoricamente perfeita,
pois ela conta com haste, assentamentos em ângulo para vedação, e o cabeçote também tem
perfis diferentes ao desenho. Os dutos têm curvaturas de diferentes formatos e diâmetros
diversos. Na sede de válvulas, o material devera ser mais duro para diminuir o desgaste entre a
válvula e a sede. O conjunto do cabeçote também conta com uma guia de válvula para dirigi-la
sempre perpendicularmente em relação a sede.
Como estamos tratando de motores de competição derivados de série, vemos que os dutos,
na maioria das vezes, não seguem um desenho que admita
velocidades progressivas do ar e nem há muita preocupação
quanto a turbulências nocivas que normalmente prejudicam
o desenvolvimento do ar. A figura ao lado, representa um
corte de um duto de admissão ou escape, com os
componentes mais comuns: válvula, sede e guia.
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EFICIÊNCIA VOLUMÉTRICA II
O motor fica sem ´´pique``, porque a pressão do cilindro vaza pela vedação da válvula. Temos
visto alguns cabeçotes em que a sede foi afinada de tal forma que ela ficou sem apoio no
cabeçote, vindo a se soltar do seu assentamento. Cada ponto ou curva, ou material que
tencionamos preparar, tem suas características, as quais deveram respeitar. Os fenômenos
físicos de escoamento do ar dentro dos dutos, também são importantes para serem
analisados.
Quando simplesmente se aumenta o diâmetro das passagens do duto, não quer dizer que o ar
irá ser forçado a passar pelas partes abertas. Muitas vezes, o aumento das passagens fará com
que as pressões do ar em certos pontos caiam a níveis de perda de carga, provocando
violentas variações de direção e sentido do escoamento do ar. Quando isso ocorre, o motor
não terá o enchimento correto, e o pior é quando este enchimento é diferente em cada
cilindro. Isto quer dizer que cada cilindro desenvolverá uma potência diferente, criando
vibrações finas e destrutivas em todo o conjunto. Já vimos motores que chegam a quebrar o
virabrequim devido ao nível de vibrações causado pelo péssimo enchimento dos cilindros e por
diferenças de pressões de ar entre eles.
Mais adiante veremos como o desenho do duto acima se comporta em função das perdas e
ganhos em cada ponto e benefícios em geral
Verificamos que existe uma reta ligando o zero dos eixos ao 1,0 exatamente na intersecção de
0,25. Isto representa o coeficiente de vazão da válvula teoricamente perfeita. Vemos também,
que a reta acompanha o coeficiente 1,0 nos demais L/D. Esta é a configuração da válvula
teoricamente perfeita, que mostra os seus coeficientes de vazão, ou em outras palavras, os
100% de eficiência volumétrica.
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EFICIÊNCIA VOLUMÉTRICA II
No nosso gráfico também existe outra curva que sai do zero e depois ultrapassa a reta da
válvula teoricamente perfeita entre ´´lifts`` 0,05 e 0,20. Como isto é possível, se a válvula
teoricamente perfeita tem 100% de eficiência? Então podemos passar os 100% de eficiência da
válvula teoricamente perfeita?
Estas perguntas têm como resposta o SIM muito gratificante de um cabeçote bem
desenvolvido.
Analisando mais detalhadamente o gráfico, podemos verificar que o ´´lift`` 0,20 ou 20% do
diâmetro da válvula, o coeficiente de vazão quase se estabiliza. Aparece também à sigla CFM´S,
e a área abaixo da curva está totalmente pintada.
Complicado? Mas vamos tentar detalhar todas estas novidades. Na verdade, a área pintada
representa toda a massa de ar em peso que esta entrando no motor e esta massa de ar é
medida em função dos padrões da bancada de fluxo ou em CFM´S (Cubic feet minutes) ou pés
cúbicos por minuto, isto é, o nosso cabeçote está ´´engolindo`` uma quantidade de massa de ar
em CFM´S, ou pés cúbicos em um minuto.
O nosso cabeçote tem restrições acima dos 20% de lift, não conseguindo alcançar os 100% de
vazão, ou CFM´S da válvula teoricamente perfeita, mas alcançou valores acima da válvula
teoricamente perfeita entre os lifts 0,05 e 0,20.
Vamos imaginar o que está acontecendo dentro dos dutos de admissão e coletores quando a
válvula abre. É bom mencionar que o ar é compressível, que pode ser comprimido e admite
pressões negativas (menores do que a pressão atmosférica). Poderemos imaginar, também,
um recipiente hermeticamente fechado, cheio de ar, que por meio de uma bomba de vácuo,
quase que a totalidade do ar de dentro deste recipiente, portanto o ar é elástico, podendo ser
comprimido e ´´esticado``. Voltando ao duto no momento da abertura da válvula, será
formada uma onda de pressão para dentro do motor. Esta onda se inicia o mais perto possível
da válvula, mas a certa distância do duto e coletor de admissão, o sinal e pressão ainda não
será sentido. Somente após uma fração de segundo o sinal será sentido pelas moléculas de ar
mais distantes, provocando assim, uma inércia dentro do duto e coletor de admissão. No
fechamento da válvula esta inércia se estanca, provocando uma pressão positiva na cabeça da
válvula, que será aproveitada para enchimento dos cilindros quando a válvula estiver
novamente aberta. Estes fenômenos se repetem formando varias ondas de choque dentro do
coletor e dutos, em função das RPM´S do motor.
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NOTAS
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VELA IGNIÇÃO
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VELA DE IGNIÇÃO
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VELA DE IGNIÇÃO
NOTAS
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