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DIMENSIONAMENTO

DO SISTEMA
HIDRÁULICO PARA
SELEÇÃO DE
BOMBA
CENTRÍFUGA

JOÃO VITOR PEIXOTO LEMES


2
Prefácio

Este e-book tem o objetivo de orientar projetistas,


engenheiros, técnicos e operadores a entender como funciona
e como dimensionar o sistema hidráulico para seleção da
bomba centrífuga ideal para a instalação.
As bombas centrífugas são utilizadas em instalações
prediais, sistemas de combate a incêndio, além de diversos
setores das indústria, portanto, o tema está presente no dia a
dia dos profissionais ligados a esses setores e em alguns
momentos não é tratado com o devido cuidado levando a
equívocos durante a seleção da bomba.
A elaboração deste e-book foi motivada pelas
dificuldades que o autor teve ao se trabalhar com o tema
dentro da indústria, despendendo muito tempo para estudar o
assunto e entender como os sistemas funcionam.
Para que o guia tenha um rendimento satisfatório, o autor
recomenda que os leitores tenham conhecimento dos
conceitos fundamentais de mecânica dos fluidos.

O autor.
3
LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Classificação das bombas


Fonte:Autor

Figura 2: Bomba centrífuga radial


Fonte:<https://www.ksb.com/ksb-br-pt/produtos-e-
servicos/industria/Aplicacoes/Tratamento_Superficial/Linha_M
ega/>Acesso em 15 Out. 2019

Figura 3: Corte longitudinal da bomba centrífuga


Fonte:Bombas guia básico PROCEL INDÚSTRIA (2009, p. 19)
(adaptado pelo autor)

Figura 4: Funcionamento da bomba centrífuga com carcaça


em voluta
Fonte:SlideShare<https://pt.slideshare.net/RenatoAlmeida23/b
ombas-industriais-44497791> Acesso em 19 Out. 2019.

Figura 5: Rotor no interior do difusor


Fonte: Kristal e Annett (1953, p.105)

Figura 6: Tipos de instalação


Fonte:<https://www.ebah.com.br/content/ABAAAgFGMAE/apost
ila-mfl-vol-ii?part=2> Acesso em 23 Out. 2019

Figura 7: Efeito da cavitação


Fonte:Bombas guia básico PROCEL INDÚSTRIA (2009, p. 141)

Figura 8: Curva característica da instalação (CCI)


Fonte:Autor

Figura 9: Curva característica da bomba (CCB)


Fonte:Autor

Figura 10: Construção das curvas de isorendimento


Fonte:Silva (2003, p. 85)

Figura 11: Ponto de funcionamento da bomba


Fonte:Autor

Figura 12: Regiões de operação da bomba


Fonte:Bachus e Custodio (2003, p.84)
4
Figura 13: Gráfico da pressão de vapor
Fonte:Santos (2007, p. 194)

Figura 14: Viscosidade cinemática da água


Fonte:Netto e Alvarez (1973, p. 208)

Figura 15: Isométrico da instalação


Fonte:Autor

Figura 16: Tabela de velocidade recomendada para tubulações


Fonte: Santos (2007, p. 183)

Figura 17: Tipos de escoamento


Fonte:<https://sites.google.com/site/scientiaestpotentiaplus/tr
ansicao-laminar-turbulenta>Acesso em 06 Nov. 2019

Figura 18: Tabela de comprimentos equivalentes


Fonte:Macintyre (2012, p. 658)

Figura 19: Curva característica da instalação


Fonte:Autor

Figura 20: Diagrama de tijolos KSB 1750 rpm


Fonte:Catálogo de bombas KSB (p. 1) (adaptado pelo autor)

Figura 21: Curvas da bomba 50-250 e instalação sobrepostas


Fonte:catálogo de bombas KSB (p. 48) (adaptado pelo autor)

Figura 22: Curvas da bomba 65-250 e instalação sobrepostas


Fonte:catálogo de bombas KSB (p. 53) (adaptado pelo autor)

Figura 23: Correção da curva da instalação


Fonte:catálogo de bombas KSB (p. 53) (adaptado pelo autor)

Figura 24: Correção da curva da bomba


Fonte:catálogo de bombas KSB (p. 53) (adaptado pelo autor)

Figura 25: Curva de Altura manométrica e NPSH requerido da


bomba
Fonte:catálogo de bombas KSB (p. 53) (adaptado pelo autor)
5
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 7

1 BOMBAS E SISTEMA DE BOMBEAMENTO 8

1.1 CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO 8

1.2 COMPONENTES DAS BOMBAS CENTRÍFUGAS RADIAIS 9

1.3 FUNCIONAMENTO DAS BOMBAS CENTRÍFUGAS RADIAIS 10

1.4 TIPOS DE INSTALAÇÃO 12

1.5 PERDA DE CARGA 13

1.6 CAVITAÇÃO 14

1.7 NPSH 15

1.8 ALTURA MANOMÉTRICA 17

1.8.1 Curva característica da instalação (CCI) 18

1.8.2 Curva característica da bomba (CCB) 20

1.9 BEP E CURVAS DE ISORENDIMENTO 21

1.10 PONTO DE FUNCIONAMENTO DA BOMBA 22

2 EXEMPLO DE DIMENSIONAMENTO DA INSTALAÇÃO 26

2.1 INFORMAÇÕES DO LÍQUIDO 26

2.2 INFORMAÇÕES DA INSTALAÇÃO E NECESSIDADES DO


PROCESSO 28

2.3 PROCEDIMENTO DE CÁLCULO 31

2.3.1 Velocidade de escoamento 31

2.3.2 Número de reynolds 31

2.3.3 Cálculo da perda de carga 32

2.3.4 Cálculo da altura manométrica 37

2.3.5 Cálculo do npshd e definição do npshr 38


6
3 SELEÇÃO DA BOMBA 40

3.1 PRÉ-SELEÇÃO DA BOMBA 40

3.2 ANÁLISE DAS CURVAS DA BOMBA PRÉ-SELECIONADA 41

3.3 ANÁLISE DAS BOMBAS VIZINHAS 42

3.4 MODIFICAÇÃO DAS CURVAS CARACTERÍSTICAS 43

3.4.1 Modificação da cci através de fechamento de válvula 44

3.4.2 Modificação da ccb através de redução da rotação 44

3.5 ANÁLISE DO NPSH REQUERIDO 47

REFERÊNCIAS 49
7

INTRODUÇÃO

A humanidade sempre teve a necessidade de mover


líquidos, principalmente a água, atualmente essa necessidade
está presente não só no cotidiano da população mas também
está presente em diversos segmentos industriais como na
indústria petroquímica, nuclear, na usina hidrelétrica entre
outras. A grande dificuldade no deslocamento de líquidos é
quando se tem a necessidade de deslocá-lo para um
reservatório elevado, para superar essa dificuldade foram
criadas a milhares de anos, máquinas capazes de realizar
esse trabalho recebendo trabalho mecânico fornecido por uma
máquina motriz qualquer, e o transformando em energia
hidráulica, esses equipamentos são chamados de bombas,
segundo Macintyre (2012, p. 38) “Bombas são máquinas
geratrizes cuja finalidade é realizar o deslocamento de um
fluido por escoamento.”.

Na atualidade existem diversos modelos de bombas para


atender as diversas demandas, que vão desde fluidos com alta
viscosidade, alturas de elevação muito altas, diversas faixas
de temperatura, sistemas com vazões muito baixas ou
extremamente altas. Para suprir essas necessidades as
bombas mais usuais são as bombas centrífugas, entretanto
para se escolher o modelo e tamanho adequado desse tipo de
bomba deve-se realizar um estudo que envolve o fluído a ser
bombeado, a instalação de bombeamento e as necessidades
do processo, estudo esse que após a realização de cálculos
pode ser representado por uma curva chamada curva
característica da instalação. Este e-book vai mostrar a
importância de traçar a curva característica da instalação
para selecionar a bomba centrífuga ideal, introduzindo todo o
conceito envolvido, além de exemplificar o dimensionamento
de uma instalação, e selecionar a bomba ideal para ela.
8

1 BOMBAS E SISTEMA DE BOMBEAMENTO

Neste capítulo será apresentado os conceitos e


classificação das bombas hidráulicas direcionando o estudo
as bombas centrífugas, mostrando seus componentes,
princípio de funcionamento, tipos de instalação, perda de
carga, cavitação, NPSH, altura manométrica, curvas
características, ponto de funcionamento, ponto de melhor
eficiência (BEP) e curvas de isorendimento.

Fundamenta-se este capítulo nos autores Macintyre,


(2012) e Santos (2007), Brunetti (2008), Netto e Alvarez (1973),
Kristal e Annett (1953), Bachus e Custodio (2003), Silva (2003)
e McDonald, Fox e Pritchard (2006).

1.1 CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO

Bombas são máquinas hidráulicas capazes de deslocar


fluidos através de tubulações de um ponto a outro ponto com
maior elevação, conforme McDonald, Fox e Pritchard (2006, p.
492) “As máquinas que adicionam energia a um fluido
realizando trabalho sobre o fluido são denominadas bombas,
quando o escoamento é líquido ou pastoso”. De acordo com
Macintyre (2012, p. 38) como a bomba é considerada uma
máquina geratriz ela recebe trabalho mecânico de uma fonte
motora e transforma em energia cinética e energia de
pressão, transmitindo parte ao fluido, a forma e recurso como
essa transformação de trabalho em energia energia é
realizado determina o tipo de bomba, podendo ser classificada
conforme a figura 1 abaixo.

Figura 1: Classificação das bombas


9
Este e-book tem como foco as bombas centrífugas de
fluxo radial destacado na figura 1, entretanto o estudo poderá
ser aplicado a outras bombas centrífugas, esses tipos de
bombas são as mais comuns dentro da indústria, são
equipamentos que devem ser selecionados com muita
prudência através de cálculos baseados nas necessidades de
processo e na instalação. Na figura 2 podemos ver um
exemplo de bomba centrífuga de fluxo radial, chamada assim
por conta do movimento feito por elas ao realizar o trabalho
de deslocamento onde o fluido adentra a bomba no sentido
axial e sai radialmente.

Figura 2: Bomba centrífuga radial

1.2 COMPONENTES DAS BOMBAS CENTRÍFUGAS RADIAIS

As partes principais das bombas centrífugas radiais são:

1 – Bocal de aspiração ou sucção é onde o fluido é admitido no


interior da bomba;

2 – Bocal de descarga ou recalque é por onde o fluido saí após


ganhar energia;

3 – Carcaça em voluta ou carcaça com difusores é


responsável pela contenção do fluido e conversão da energia
cinética em energia de pressão;

4 – Rotor ou impelidor é o componente giratório dotado de pás,


recebe energia mecânica do motor transmitida pelo eixo e
cede ao fluido como energia cinética;

5 – Carcaça, envolve os demais componentes da bomba;


10
6 – Mancais suportam o peso do conjunto girante, além de
forças radiais e axiais;

7 – Selo mecânico, componente que impede o vazamento, em


alguns casos pode-se usar gaxetas;

8 – Eixo é responsável por transmitir o torque do motor para o


rotor.

Cada um dos componentes pode ser visualizado na figura 3.

Figura 3: Corte longitudinal da bomba centrífuga radial

1.3 FUNCIONAMENTO DAS BOMBAS CENTRÍFUGAS RADIAIS

Para que a bomba trabalhe corretamente é necessário


que ela esteja toda preenchida pelo fluido a ser deslocado, ou
seja, a bomba deve ser escorvada. Como já foi citado existe a
bomba com carcaça em voluta e carcaça com difusor, esse
segundo tipo conforme 1Kristal e Annett (1953, p.105,
tradução nossa) era muito utilizada no passado por conta da
alta capacidade de elevação e eficiência elevada, entretanto,
hoje em dia as bombas do tipo voluta conseguem operar com
eficiências comparáveis as do tipo difusor e são mais comuns
no mercado e na indústria por conta da simplicidade de
projeto e fabricação.

1 - Diffuser-type centrifugal pumps are used quite extensively for high heads and,
in the past, where high efficiency was of the first importance. The volute-type
pump can now be designed with efficiencies comparable to those of the diffuser
type.
11
A respeito das bombas com a carcaça do tipo voluta, Bachus
e Custódio (2003, p.56, tradução nossa) afirmam que 2“esse
tipo de bomba adiciona pressão ao líquido pela manipulação
da velocidade com força centrífuga, e então transforma a
força em pressão através da voluta.”, pode-se ter uma melhor
ideia do funcionamento da bomba com carcaça em voluta
relacionando os processos a seguir com a figura 4 abaixo.

Figura 4: Funcionamento da bomba centrífuga com carcaça em voluta

Ao iniciar o processo de bombeamento, o fluido passa


pelo bocal de sucção (A), e chega ao centro do rotor (B) com a
força centrífuga ocasionada pela rotação, momento onde
muita energia cinética é cedida ao fluido, ele é deslocado para
extremidade do rotor (C) contornando a voluta (D) e
transformando grande parte da energia cinética em energia de
pressão por conta do aumento da área de seção, formando
uma zona de alta pressão, fazendo com que o líquido seja
direcionado ao bocal de saída (E), consequentemente cria-se
uma zona de baixa pressão na entrada da bomba, Macyntire
(2012, p.54) diz que “a pressão à entrada do rotor torna-se
inferior à existente no reservatório de captação, dando origem
ao escoamento do líquido através do encanamento de
aspiração”, isso acontece mesmo quando a bomba não está
afogada, conceito que será apresentado no item seguinte.

2 - This type of pump adds pressure to a liquid by manipulating its velocity with
centrifugal force, and then transforms the force into pressure through the volute.
12
A única diferença no funcionamento entre a bomba com
carcaça em voluta e a bomba de carcaça com difusores está
na transformação de energia cinética em pressão, pois a
responsabilidade pela conversão de energia é exclusiva do
difusor, tornando a carcaça responsável somente pela
contenção do líquido. Na figura 5 abaixo é apresentado um
exemplo de difusor.

Figura 5: Rotor no interior do difusor

1.4 TIPOS DE INSTALAÇÃO

Existem dois tipos típicos para instalação de bomba


centrífuga, como pode ser visto abaixo na figura 6.

Figura 6: Tipos de instalação

Na figura 6 (a) é apresentada a instalação com a sucção


negativa, ou seja, o eixo da bomba se encontra acima do nível
da água, para Macyntire (2012, p. 62) esse é um caso onde é
necessário a instalação de uma válvula de retenção com
13
crivo, conhecida como válvula de pé, na extremidade da
tubulação de sucção para que ela se mantenha escorvada
após a parada da bomba, na figura 6 (b) pode-se ver o
contrário com eixo da bomba abaixo do nível da água, nesse
caso chamada de instalação com sucção positiva ou afogada
nessa situação a bomba já se encontra escorvada.

No caso da figura 6 (a) com a instalação da bomba acima


do nível da água Santos (2007, p. 164) diz é o caso mais
crítico pois quanto mais distante a bomba estiver do nível da
água menor será a pressão na sucção da bomba, essa baixa
pressão na sucção da bomba pode causar um fenômeno
indesejável no interior da bomba chamado cavitação que será
explanado mais adiante.

1.5 PERDA DE CARGA

O líquido ao ser escoado através do tubo tem parte da


energia de pressão dissipada, essa perda chama-se perda de
carga, Netto e Alvarez (1973, p. 199-200) afirmam haver
interpretações incorretas a respeito da perda de carga, muitas
vezes associada a perda por atrito com a tubulação, não
deve-se comparar a perda de carga com o atrito gerado ao
deslocar um sólido sobre o outro, pois há a formação de uma
película fluida estacionária extremamente fina em toda a
parede interna do tubo, é o princípio da aderência estudado
em mecânica dos fluidos, essa película faz com que o fluido
que está em movimento não tenha contato com a parede da
tubulação, essa camada estacionária tem atrito com as
partículas em movimento chamado de atrito externo. Ainda há
a perda de carga devido movimento desordenado do líquido ao
escoar, o chamado escoamento turbulento, que será
explicado no próximo capítulo, entretanto a principal
resistência ao escoamento se dá pela viscosidade do fluido
também chamada de atrito interno.

A perda de carga depende do diâmetro da tubulação,


velocidade de escoamento, e de um coeficiente de atrito,
coeficiente esse que depende do número de Reynolds e da
rugosidade relativa do tubo, conceitos que serão explicados
no próximo capítulo, “se for examinado o comportamento do
escoamento de fluidos em condutos, será possível distinguir
14
dois tipos de perdas de carga”(BRUNETTI, 2008, p.168), o
primeiro tipo é a perda de carga distribuída que acontece ao
longo dos tubos retos, o outro tipo são as perdas locais que
acontecem nos locais das instalações onde o fluido sofre
perturbações severas, aumentando a turbulência, como em
válvulas, curvas, reduções e demais acessórios.

É de extrema importância conhecer o valor da perda de


carga total do sistema para selecionar a bomba ideal para a
instalação, existem diversos métodos para calcular a perda de
carga, entretanto o método de Darcy e Weisbach é o mais
usado na indústria, Netto e Alvarez (1973, p.198) dizem que “a
fórmula de Darcy-Weisbach é aplicável aos problemas de
escoamento de qualquer líquido (água, óleos, gasolina, etc.)
em encanamentos”, portanto será o método empregado nesse
estudo para o cálculo da perda de carga.

1.6 CAVITAÇÃO

A cavitação é um fenômeno que pode acontecer nas


bombas centrífugas durante o processo de bombeamento, e
para facilitar a compreensão o processo será dividido e
detalhado em duas partes.

Se a pressão absoluta baixar até atingir a


pressão de vapor (ou “tensão de vapor”) do
líquido na temperatura em que este se
encontra, inicia-se um processo de
vaporização do mesmo. Inicialmente, nas
regiões mais rarefeitas, formam-se pequenas
bolsas, bolhas ou cavidades (daí o nome de
cavitação) no interior das quais o líquido se
vaporiza.(MACINTYRE, 2012, p.206)
15
Essa primeira parte do fenômeno descrito por Macintyre
acontece no bocal de entrada e no centro do rotor, que são
regiões de baixa pressão, depois as bolhas são direcionadas
junto ao líquido bombeado em direção ao bocal de recalque,
região de alta pressão como já foi explicado, nesse momento
acontece a segunda parte do processo de cavitação, o vapor
no interior das bolhas volta ao estado líquido causando o
colapso delas, Macintyre (2012, p.206) ainda diz que as
partículas ao voltarem para o estado líquido se chocam muito
rapidamente entre si, e com qualquer superfície que esteja a
sua volta.

Figura 7: Efeito da cavitação

Na figura 7 pode-se ver um rotor que sofreu cavitação,


esse efeito é muito prejudicial para a bomba, torna a
instalação de bombeamento um risco, as forças geradas pelo
colapso das bolhas pode causar desgaste nas superfícies
metálicas internas da bomba, é chamada de erosão por
cavitação, esse desgaste pode ser tão grande que causa a
remoção de metal das peças afetadas, além de provocar
queda no rendimento da bomba, vibração por conta do
desbalanceamento e ruídos causados pela implosão das
bolhas. O processo de cavitação pode ocorrer antes das pás e
até mesmo na tubulação de sucção, nesse caso é chamada de
supercavitação.

1.7 NPSH

Conforme explicado no item anterior, a cavitação


acontece quando a pressão absoluta na sucção da bomba é
inferior à pressão de vapor do fluido a ser recalcado,
16
entretanto a verificação de ocorrência de cavitação dessa
forma não considera a perda de pressão no interior da bomba,
mais precisamente entre o bocal de sucção e a seção de
entrada das pás do rotor, uma perda bastante expressiva
acontece nessa região, segundo Santos (2007, p.151)
acontece por três motivos, são eles:

- Velocidade no rotor maior que na entrada da bomba por


conta do diâmetro;

- Perda de carga entre a entrada da bomba e o início do


rotor;

- Pré rotação na entrada da bomba.

Os dois primeiros motivos são de pouca expressão, já o


terceiro motivo é bem significativo pois o efeito da pré
rotação se intensifica ao se aproximar do rotor por conta da
alta rotação, conforme Santos (2007, p. 152) aumentando a
velocidade média do escoamento e fazendo com que a
pressão diminua.

Um método foi desenvolvido para verificar a ocorrência


da cavitação, através de uma grandeza chamada NPSH, que
significa Net Positive Suction Head, e traduzida para o
português seria “Altura Positiva Líquida de Sucção”, Macintyre
(2012, p. 209) diz que o NPSH “representa a disponibilidade de
energia com que o líquido penetra na boca de entrada da
bomba e que a ele permitirá atingir o bordo da pá do rotor”,
esse método considera toda a perda de pressão sendo assim
um método bem mais preciso e eficiente. Santos (2007, p.156)
diz que o NPSH é uma grandeza que possui dois valores, sendo
um do ponto de vista do fabricante chamado NPSH requerido
(NPSHr) e outro do ponto de vista do projetista chamado NPSH
disponível (NPSHd), ambas são cargas de pressão
normalmente expressos em metros (m).

As bombas centrífugas passam por testes e ensaios


hidráulicos realizados pelos fabricantes para que se chegue
ao valor do NPSHr, teste que considera a perda de energia no
interior da bomba fornecendo ao projetista um valor no qual o
fluido deve chegar no bocal de sucção da bomba para que ela
funcione sem que aconteça cavitação, o NPSHd é calculado
17
pelo projetista considerando toda perda no trajeto
encontrando o valor que o fluido chegará no bocal de sucção.
Teoricamente tendo o NPSHr igual ao NPSHd não teríamos
cavitação, entretanto não é seguro verificar a existência de
cavitação com essa situação pois valor de NPSHr fornecido
pelo fabricante é um valor onde se tem uma cavitação inicial
que não causa danos ao equipamento e caso aconteça algum
equívoco por parte do projetista o NPSH disponível ficaria
inferior ao requerido levando a uma cavitação prejudicial,
portanto para evitar esse problema considera uma diferença
de 0,5m como fator de segurança tendo o NPSHd maior ou
igual ao NPSHr+0,5m.

1.8 ALTURA MANOMÉTRICA (H)

A altura manométrica também chamada de carga


manométrica ou simplesmente H, é uma grandeza utilizada
para selecionar a bomba ideal para a instalação, Santos
(2007, p. 51) diz que “precisamos verificar as necessidades da
instalação e do serviço que se pretende atender,
determinando a carga manométrica necessária e depois
procurar uma bomba que satisfaça a essas necessidades”.
Assim como acontece no NPSH, a altura manométrica também
é dividida em dois tipos, uma é a altura manométrica
necessária da instalação (H), ou seja, a carga que o líquido
necessita receber para vencer todos os obstáculos, e a altura
manométrica disponível da bomba (Hb), que é a carga que a
bomba vai ceder ao líquido.

A altura manométrica da instalação é a que o projetista


deve calcular, ela composta pela carga estática (He) e carga
dinâmica (Hd), onde:

● Altura estática (He) = Altura geométrica (Hgeo) +


Carga de pressão

A altura geométrica é a diferença entre o nível de sucção


e o nível de descarga, Silva (2003, p.53) afirma que “se o tubo
de descarga está situado acima do nível do líquido no
reservatório de descarga então Hgeo deve referir-se à linha de
centro do tubo de descarga”. A carga de pressão é a diferença
de pressão entre os reservatórios de descarga e sucção,
18
entretanto para sistemas abertos essa parcela pode ser
desconsiderada.

● Altura dinâmica (Hd) = Perda de carga (J) + Carga de


velocidade

A perda de carga é a soma de todas as perdas que


acontecem no sistema, como já foi explicado, considerando a
sucção e a descarga. A carga de velocidade envolve a
diferença entre as velocidades na sucção e recalque, como a
diferença de velocidades geralmente são muito pequenas, em
alguns casos essa grandeza pode ser desprezada.

Esses conceitos dão origem a duas curvas chamadas


curvas características sendo uma em relação a instalação
(CCI) gerada pelo projetista e outra com relação a bomba
(CCB) fornecida pelos fabricantes, as curvas relacionam a
altura manométrica que é a carga de pressão expressa em
metros e a vazão, existem outros tipos de curvas
características que relacionam NPSH, potência da bomba no
eixo, rendimento sempre com a vazão, entretanto para
seleção da bomba e para o presente estudo a curva Q x H é a
mais importante.

1.8.1 Curva característica da instalação (CCI)

Para se construir a CCI deve-se calcular a carga


manométrica necessária para diversas vazões, entre elas a
vazão requerida ou a necessidade de processo, depois deve-se
traçar a curva a partir dos pontos Q x H demarcados no
gráfico, para Santos (2007, p. 53) a CCI representa a
necessidade de energia para funcionar com determinada
vazão.
19

Figura 8: Curva característica da instalação (CCI)

A figura 8 é um exemplo de CCI, a partir dela pode-se


entender que:

● Quando a vazão é nula (Q0) a altura manométrica é


composta apenas pela carga estática ou simplesmente
pela altura geométrica (H0) em caso de reservatórios
atmosféricos pois a carga dinâmica é zero;

● A carga estática independe da vazão, ou seja, ela é


constante;

● A medida que a vazão aumenta a carga dinâmica também


aumenta pois quanto maior a vazão maior será a
velocidade de escoamento e a perda de carga na
tubulação, ou seja, a altura manométrica depende da
vazão.
20
1.8.2 Curva característica da bomba (CCB)

A CCB representa a disponibilidade de energia para toda


a faixa de vazão que a bomba pode operar, elas são geradas
pelos fabricantes através de testes e ensaios hidráulicos com
água limpa à temperatura ambiente, geralmente são
apresentados as curvas referentes a diversos diâmetros de
rotores no mesmo gráfico.

Figura 9: Curva característica da bomba(CCB)

As CCBs podem apresentar variações por conta do tipo de


bomba, quantidade de pás, diâmetros e largura do rotor, entre
outras, entretanto na maioria das vezes ela possui o formato
parecido com a CCB da figura 9 acima.

À medida que dificultamos o caminho do


fluido, seja com o fechamento parcial de uma
válvula, ou com uma tubulação muito longa, ou
ainda com várias singularidades, a quantidade
de fluido, que consegue passar pela instalação
diminui (Q=>diminui), sendo
21
necessária uma maior “força de pressão” para
empurrá-lo (Hb=>aumenta) a fim de vencer os
obstáculos. Se dificultarmos ao máximo este
caminho fechando totalmente uma válvula, por
exemplo, a pressão vai aumentar, a bomba
fará o máximo esforço para empurrar o fluido e
não conseguirá, atingindo então o ponto de
pressão máxima. (SANTOS, 2007, p.54)

Na figura 9 pode-se ver o ponto de pressão máxima no


ponto Q0 x H0, onde a vazão é nula, chamado também de
shut-off, o ponto Q2 x H2 é chamado de runout onde a bomba
tem a maior vazão e a menor disponibilidade de energia.

1.9 BEP E CURVAS DE ISORENDIMENTO

Como já foi explicado as bombas possuem perda de


carga interna, os fabricantes de bombas, através de testes e
ensaios conseguem verificar qual a vazão ideal para que a
bomba tenha a menor perda de carga, ou seja, o ponto Q x H
onde a eficiência da bomba é máxima, esse ponto é chamada
de Best Efficiency Point (BEP) ou Ponto de Melhor Eficiência,
Santos (2007, p. 88) afirma que se a vazão aumenta ou diminui
em relação ao BEP, “o caminho torna-se desfavorável,
aumentando os choques e as turbulências, provocando um
débito maior de energia e, consequentemente, a diminuição
do rendimento”. Por mais que nos gráficos de CCBs sejam
apresentadas diversas curvas referentes aos diversos
diâmetros de rotores, é importante saber que na verdade
somente o rotor de maior diâmetro é fabricado e para
aumentar a faixa de vazão e pressão que a bomba pode operar
o diâmetro do rotor é reduzido através de usinagem,
entretanto são usados na voluta de mesma dimensão, Santos
(2007, p.89) afirma que “esse procedimento provoca prejuízos
no rendimento da bomba, pois além de aumentar a
recirculação, altera o ângulo de saída das pás”.

Os ensaios realizados nas bombas geram as curvas de


rendimento para cada curva característica representando
cada diâmetro de rotor, para que não se tenha um gráfico
poluído com diversas curvas sobrepostas foi desenvolvido o
22
conceito de curvas de isorendimento chamadas também de
curvas topográficas de mesmo rendimento, onde é traçada
uma curva através dos pontos comuns de rendimento
encontrados nas CCBs de cada diâmetro de rotor.

Figura 10: Construção das curvas de isorendimento

Na figura 10 acima podemos entender a construção das


curvas de mesmo rendimento, onde primeiro deve-se traçar as
curvas de altura manométrica (Q x H) para cada diâmetro, em
seguida as curvas de rendimento (Q x η) para os mesmos
diâmetros, escolher os pontos de rendimento incluindo o BEP
do rotor de maior diâmetro, e projetar os pontos de
rendimento semelhante nas curvas Q x H de cada diâmetro,
para concluir a curva de isorendimento basta unir os pontos.

1.10 PONTO DE FUNCIONAMENTO DA BOMBA

O ponto de funcionamento da bomba no sistema, também


chamado de ponto de trabalho e ponto de operação, é
exatamente onde as curvas da instalação e da bomba se
cruzam, como pode ser visto na figura 11.
23

Figura 11: Ponto de funcionamento da bomba

Santos (2007, p. 55) salienta que tendo o ponto de


funcionamento determinado, pode-se verificar se a bomba
atenderá as necessidades do processo, entretanto, o ponto da
vazão requerida normalmente não coincidirá com o ponto de
funcionamento, portanto se o sistema exige uma vazão muito
precisa, deve-se modificar uma das curvas para que se cruzem
no ponto requerido.

Figura 12: Ponto de funcionamento da bomba


24
Na figura 12 acima podemos observar que a bomba deve
trabalhar na região ‘A’, chamada de sweet zone região onde se
encontra o BEP, Bachus e Custodio (2003, p.83, tradução
nossa) afirmam que 3“a bomba deve ser especificada e
operada nessa zona”, e Santos (2007, p.88) recomenda que a
bomba se trabalhe numa faixa de 75% a 115% da vazão de
máximo rendimento, contanto que esteja operando dentro dos
limites de velocidades recomendadas para as tubulações,
portanto considera-se que essa faixa é a região ‘A’ presente
na figura 12.

Na região ‘B’ levemente à esquerda do BEP, há uma


pequena perda de eficiência, as cargas radiais aumentam
podendo danificar os rolamentos selos mecânicos e até
mesmo o eixo, deve-se se operar nessa região apenas se for
necessário por tempo extremamente curto, Bachus e Custodio
(2003, p.84, tradução nossa) ressaltam que 4“se for necessário
operar a bomba nessa parte da curva por mais de algumas
horas, deve-se instalar um rotor com diâmetro reduzido”, pois
é possível trabalhar com a mesma carga manométrica porém
com a vazão reduzida.

As regiões ‘C’ e ‘D’ são as mais prejudiciais para a


bomba, deve-se evitar ao máximo trabalhar com a bomba
nessas condições. Ao operar a bomba na região ‘C’, a direita
do BEP, a vazão fica extremamente alta porém não consegue
alcançar alturas manométricas ideais, Bachus e Custodio
(2003, p.85, tradução nossa) afirmam que 5“a bomba é
propensa a sofrer cavitação, alta vazão, alta potência
consumida, alta vibração e carga radial, resultando na
deflexão do eixo”. Para corrigir esse problema basta inserir
perdas de cargas na linha de recalque, restringindo uma
válvula por exemplo, alterando a curva do sistema e chegando
o ponto de funcionamento próximo ao BEP, a bomba
trabalhará com vazão reduzida e terá a carga manométrica
aumentada. Já na região ‘D’ ela está operando muito a

3 - The pump should be specified and operated in this zone.

4 - If it is necessary to operate the pump in this part of its curve, for more than a
few hours, you should install an impeller with a reduced diamete.

5 - The pump is prone to suffering cavitation, high flow, high Bhp consuption, high
vibrations, and radial loading, resulting in shaft deflection.
25
esquerda do BEP, com a vazão muito baixa e alta carga
manométrica, os problemas que foram citados na região ‘B’ se
intensificam nessa região além de gerar vibração, Bachus e
Custodio (2003, p.85, tradução nossa) dizem que 6“essa
condição de baixo fluxo causa o superaquecimento do fluido”,
esse superaquecimento pode comprometer peças da bomba
caso seja de material que não suporte a alta temperatura,
para corrigir essa situação é mais oneroso que na condição ‘C’
pois será necessário fazer a troca da tubulação para um
diâmetro maior ou adquirir uma bomba nova especificada para
o sistema.

Neste primeiro capítulo vimos alguns conceitos sobre


bombas centrífugas e instalações de bombeamento, uma base
importante para os capítulos seguintes onde será realizado o
procedimento detalhado de dimensionamento de uma
instalação e construção da CCI e um comparativo entre uma
bomba selecionada considerando a CCI e outra usando apenas
o ponto de operação requerido.

6 - This low flow condition causes the fluid to overheat.


26
2 EXEMPLO DE DIMENSIONAMENTO DA INSTALAÇÃO

Em exemplos estudados na matéria de mecânica dos


fluidos onde geralmente tem-se instalações prontas, a
equação de Bernoulli era aplicada para se encontrar a carga
manométrica que a máquina deve fornecer e em alguns casos
a perda de carga no trecho considerado, na fase de projeto
não temos conhecimento nem da carga fornecida pela bomba
nem a perda de carga no sistema, portanto neste capítulo será
exemplificado o procedimento de dimensionamento de uma
instalação de bombeamento, realizando o cálculo da perda de
carga do sistema, através da fórmula de Darcy e Weisbach,
para se encontrar a altura manométrica total do sistema e
consequentemente a carga que a bomba deve fornecer ao
líquido, além de calcular o NPSH disponível na instalação.

Fundamenta-se este capítulo nos autores Macintyre,


(2012), Santos (2007), Telles (1998), Silva (2003), McDonald,
Fox e Pritchard (2006) e Asker, Turgut e Coban (2014).

2.1 INFORMAÇÕES DO LÍQUIDO

Para iniciar o dimensionamento da instalação de


bombeamento deve-se conhecer as propriedades do líquido a
ser bombeado e as necessidades do processo, como já foi
mencionado as curvas das bombas são geradas a partir do
teste com água limpa e temperatura ambiente, utilizaremos o
mesmo fluido para realizar o exemplo de dimensionamento, no
caso a água limpa a 20 ºC.

As informações importantes dos líquidos para realizar o


dimensionamento são:

● Massa específica (ρ), para McDonald, Fox e Pritchard


(2006, p. 15) “é definida como massa por unidade de
volume”;

● Pressão de vapor (Pv), conforme Silva (2003, p.103) a


“pressão de vapor de um líquido a uma dada
temperatura é aquela à qual o líquido coexiste em sua
fase líquida e vapor”, quando a pressão em um líquido
27
fica abaixo da pressão de vapor do mesmo, ele passa
rapidamente para a fase de vapor.

Para saber a massa específica e pressão de vapor da


água é utilizado o gráfico da figura 13 abaixo:

Figura 13: Gráfico da pressão de vapor

● Viscosidade cinemática (ʋ), Brunetti (2008, p.9) “é o


quociente entre a viscosidade dinâmica e a massa
específica”, é uma propriedade que varia com a
temperatura, possui os valores tabelados
apresentados na figura 14 abaixo;

Figura 14: Viscosidade cinemática da água


28
Na tabela 1 abaixo segue um resumo das informações do
fluido pertinentes aos cálculos a seguir.

ʋ Viscosidade cinemática 0,000001007 m²/s

ρ Massa específica 998 Kg/m³

Pv Pressão de vapor 0,023 Kgf/cm³


Tabela 1: Informações do líquido a ser bombeado

2.2 INFORMAÇÕES DA INSTALAÇÃO E NECESSIDADES DO


PROCESSO

Na figura 15 abaixo é apresentado o desenho isométrico


da tubulação de sucção e recalque da instalação proposta,
sendo ambos os tanques atmosféricos.

Figura 15: Isométrico da instalação


29
A partir do desenho isométrico podemos tirar algumas
informações importantes a respeito da instalação:

● A bomba está afogada 700 mm;

● Altura de recalque é 7200 mm;

● Altura geométrica é 6500 mm;

O desenho não especifica o diâmetro da tubulação, pois


será calculado os diâmetros ideais através das velocidades
recomendadas para tubulações, conforme a tabela da figura
16 abaixo.

Figura 16: Tabela de velocidade recomendada para tubulações

A tabela aconselha velocidades entre 1 e 2 m/s para


sucção de bombas operando com água, supondo que o
processo tenha necessidade de recalcar 60m³/h equivalente a
0,0167 m³/s, através da equação da velocidade chega-se a
uma equação para definir os diâmetros máximo e mínimo do
tubo de sucção.

eq. (1) eq. (2)


30
Onde:
V – velocidade (m/s)
Q – vazão (m³/s)
A – área do tubo (m²)
D – diâmetro do tubo (m)
π – 3,14

Admitindo para essa instalação tubos novos de


aço-carbono galvanizado com dimensões conforme a tabela
A.4 da norma ABNT NBR 5590 versão corrigida 2 (2017, p.17),
será usado então o tubo de 5” de diâmetro nominal schedule
40 para a sucção da bomba, que possui o diâmetro interno
128,2 mm ou 0,1282 m, Royo e Hasta (2004, p.58) diz que “a
velocidade no recalque não deve ultrapassar os 3 m/s”,
geralmente usa-se um diâmetro comercial menor que o da
sucção, sendo assim, será adotado o diâmetro nominal de 4”
schedule 40, com diâmetro interno de 102,26 mm ou 0,10226
m. O tubo de aço galvanizado novo possui rugosidade
equivalente que varia entre 0,00015m a 0,00020m, conforme a
tabela 15-1 do livro Manual de Hidráulica de Netto e Alvarez
(1973, p. 200), nesse caso será considerado o maior valor.

O comprimento da tubulação será levantado durante o


cálculo da perda de carga, portanto, todas as informações
necessárias para iniciar o procedimento de dimensionamento
da instalação já são conhecidas e resumidas nas tabelas
abaixo.

Ds Diâmetro da tubulação de sucção 0,1282 m

Dr Diâmetro da tubulação de recalque 0,10226 m

ε Rugosidade equivalente do tubo 0,0002 m

Zs Altura geométrica de sucção 0,7 m

Zr Altura geométrica de recalque 7,2 m

Q Vazão 0,0167 m³/s


Tabela 2: Informações da instalação e necessidade de processo
31
2.3 PROCEDIMENTO DE CÁLCULO

2.3.1 Velocidade de escoamento

A fórmula da velocidade já foi apresentada


anteriormente, a mesma fórmula será usada para calcular as
velocidades na sucção e no recalque:

eq. (1)

As velocidades na sucção e recalque são 1,29m/s e


2,03m/s respectivamente.

2.3.2 Número de reynolds

Em 1883, Osborne Reynolds realizou um experimento e


verificou que o fluido se comporta de maneira diferente
dependendo da velocidade de escoamento, durante a
experiência ele identificou dois tipos de escoamento, o
escoamento laminar e o turbulento. Para Brunetti (2008, p.69)
o deslocamento no escoamento laminar acontece em forma
de lâminas individualizadas sem troca de massa entre elas, e
o turbulento as partículas apresentam movimento aleatório
onde a velocidade apresenta componentes transversais ao
movimento. Reynolds desenvolveu uma expressão para se
chegar a um número adimensional que determina o tipo de
escoamento do líquido, é o número de Reynolds.

Para tubos, Reynolds observou os seguintes valores para


o número de Reynolds:
● Re < 2000 Escoamento Laminar

● 2000 < Re < 2400 Transição do escoamento

● Re > 2400 Escoamento turbulento

O valor do número de Reynolds depende da viscosidade


cinemática (ʋ ) do líquido, velocidade de escoamento (V) e
diâmetro da tubulação (D), aplicados na expressão abaixo:

eq. (3)
32
O escoamento turbulento acontece com maior
frequência, principalmente na água que possui a viscosidade
(ʋ) baixa, fazendo com que o número de Reynolds seja sempre
alto. Na figura 17 pode se verificar a diferença entre os tipos
de escoamento.

Figura 17: Tipos de escoamento

Após calcular a velocidade, todas as variáveis envolvidas


na fórmula do número de Reynolds são conhecidas podendo
executar o cálculo tanto para a sucção quanto para o
recalque usando a equação 3.

Tendo os valores do número de Reynolds chega-se a


conclusão que o regime de escoamento é turbulento tanto na
sucção quanto no recalque.

2.3.3 Cálculo da perda de carga

Como mencionado no capítulo 1 o método de cálculo da


perda de carga distribuída usado será o de Darcy e Weisbach
conhecido também como método moderno ou racional. A
expressão utilizada é a seguinte:

eq. (4)
33
Onde:
ƒ – fator de atrito de Darcy
L – comprimento total da tubulação (m)
D – diâmetro do tubo (m)
V – velocidade de escoamento (m/s)
g – aceleração da gravidade 9,81 (m/s²)

A perda de carga é composta pelas perdas nos trechos retos e


pelas perdas localizadas nas conexões e válvulas, essas perdas
localizadas podem ser calculadas por alguns métodos, será
utilizado o método do comprimento equivalente pois é o mais
simples e alcança o mesmo resultado. Através de tabelas que
podem ser encontradas em diversas literaturas podemos ter o
conhecimento do comprimento equivalente de cada conexão e
válvula.

Figura 18: Tabela de comprmentos equivalentes

A partir do desenho isométrico da instalação (figura 14) é


possível relacionar a quantidade de acessórios e encontrar na
tabela da figura 18 os valores dos comprimentos equivalentes,
que estão demonstrados abaixo juntamento com os trechos
retos:
34
Sucção

2 Curvas de raio curto - 4,2 x2 = 8,4 m

1 Registro globo aberto - 43 x1 = 43 m

Trechos retos - = 2,5 m

TOTAL = 53,9 m

Recalque

6 Curvas de raio curto - 3,4 x6 = 20,4 m

1 Registro globo aberto - 43 x1 = 34 m

1 Tê passagem direta - 2,1 x1 = 2,1 m

1 válvula retenção leve - 6,4 x1 = 6,4 m

Trechos retos - = 292 m

TOTAL = 354,9 m

Agora deve-se definir o fator de atrito de Darcy para que


se calcule os valores das perdas de carga, esse fator varia
dependendo do tipo de escoamento, caso o escoamento seja
laminar o fator será ƒ=64/Re determinado por
Hagen-Poiseuille, entretanto como o escoamento é
transicional ou turbulento o fator de atrito varia de acordo
com o número de Reynolds e rugosidade equivalente do tubo.
Existem diversas expressões e métodos gráficos para se
encontrar uma aproximação do fator de atrito, atualmente o
mais utilizado é através dos diagramas de Moody e Hunter
Rouse, o método utilizado será o de Serghides que é uma
aproximação da equação implícita de Colebrook e White, para
Asker, Turgut e Coban (2014, p.3, tradução nossa) a equação
de Serghides 7“é valida para toda a faixa de número de
Reynolds e rugosidade relativa”, os mesmos autores (2014,

7 - “It is valid for all ranges of the Reynolds numbers and the relative
roughness’ as follows.”
35
p.7, tradução nossa) ainda concluem que 8“se as fórmulas de
aproximação forem escalonadas na ordem do erro relativo, os
melhores resultados são obtidos das correlações de Goudar &
Sonnad (2008) e Serghides (1984)”, validando a utilização da
equação escolhida. Abaixo seguem as equações de Colebrook
e White e a correlação de Serghides.

Equação implícita de Colebrook e White

eq. (5)

Correlação de Serghides

eq. (6)

Onde:

eq. (6.1)

eq. (6.2)

eq. (6.3)

Basta inserir nas equações 6.1, 6.2 e 6.3 as variáveis que já


são conhecidas e depois substituir os valores encontrados na
equação 6 para se chegar ao fator de atrito.

Cálculo do fator de atrito na sucção:

8 - “If the approximation formulas are scaled in the order of relative error,
best results are obtained from the Goudar & Sonnad (2008) and Serghides
(1984) correlations.”
36

Cálculo do fator de atrito no recalque:

Após calcular os fatores de atrito, todas as incógnitas da


equação 4 são conhecidas, podendo chegar as perdas de
cargas presentes nas instalações de sucção e recalque.

Cálculo da perda de carga na sucção:

Cálculo da perda de carga no recalque:

Perda de carga total:


37
2.3.4 Cálculo da altura manométrica

No capítulo 1 vimos que a altura manométrica (H) é


composta pela altura estática (He) e dinâmica (Hd). A fórmula
para cálculo da altura manométrica é:
e
a o ad
ric sã ci
d
ét e s r ga lo
om pr ca ve
ge de de de
a ga ga
t ur r rda r
Al Ca Pe Ca

Carga estática Carga dinâmica

Considerando que os reservatórios sejam atmosféricos a


carga de pressão é nula, então basta substituir os outros
valores na equação 7 para encontrar a altura manométrica.

Podemos comprovar que a carga de velocidade é


realmente é muito pequena por isso em alguns casos podem
ser desconsideradas.

Todo o cálculo foi reproduzido em um software editor de


planilhas, permitindo que fosse calculado a altura
manométrica para diversas vazões rapidamente, segue abaixo
a tabela que relaciona as vazões e alturas manométricas.
38

Ponto Vazão (m³/h) H (m)

0 (shutoff) 0 6,5

1 24 9,61

2 42 15,73

3 (ponto requerido) 60 25,06

4 78 37,61
Tabela 3: Tabela de comprmentos equivalentes

Na figura a seguir é apresentada a curva característica


da instalação gerada no mesmo software.

Figura 19: Curva característica da instalação

2.3.5 Cálculo do npshd e definição do NPSHr

Para calcular o NPSHd deve-se aplicar a fórmula


deduzida por Macintyre (2012, p. 210):

eq. (8)
39
Onde:

P0 – Pressão atmosférica (Kgf/m²)

Pv(abs) – Pressão de vapor abs. do líquido na temperatura


de operação(Kgf/m²)

ϒ – Peso específico do líquido na temperatura de operação


(Kgf/m³)

hsuc(Zs) – Altura geométrica de sucção(m), sucção


positiva(+), sucção negativa(-)

Hpsuc(Js)– Perda de carga na tubulação de sucção(m)

A fórmula ajustada para o presente trabalho fica:

eq. (8.1)

Supondo que a instalação esteja ao nível do mar, a


pressão atmosférica será 1,033 Kgf/cm² que equivale a
10.330Kgf/m², a pressão de vapor que já é conhecida é 0,0230
Kgf/cm² equivale a 230Kgf/m² e o peso específico 998 Kgf/m³,
a altura geométrica de sucção e perda de carga na sucção já
são conhecidas, sendo assim, basta então substituir os
valores na equação 8.1.

Como vimos anteriormente o NPSHr deve ser menor que


o NPSHd conforme a equação abaixo:

eq. (9)

Portanto o NPSHr máximo é 9,49 m.

Neste segundo capítulo foi demonstrado como


dimensionar a instalação para se traçar a CCI, e assim no
capítulo seguinte demonstrar a seleção ideal e equivocada de
uma bomba centrífuga e mostrar os efeitos do erro.
40
3 SELEÇÃO DA BOMBA

Neste capítulo será demonstrado como geralmente uma


bomba é selecionada nas indústrias, usando o par QxH para a
vazão requerida do sistema do capítulo anterior como
exemplo. A CCI será sobreposta sobre a CCB da bomba
selecionada, será encontrado o ponto de funcionamento com
a vazão e carga manométrica real que ela operará, e analisado
se a eficiência na vazão requerida é adequada, caso contrário
uma nova bomba será especificada. Ainda neste capítulo será
explicado métodos de correção das curvas para que a bomba
opere na vazão requerida.

Fundamenta-se este capítulo no autor Santos (2007), e


catálogo de bombas centrífugas da marca KSB.

3.1 PRÉ-SELEÇÃO DA BOMBA

Ao se abrir um catálogo de bombas centrífugas de


qualquer marca, logo no início encontra-se o diagrama de
tijolos, onde cada “tijolo” representa uma bomba, os
diagramas são divididos entre os com rotação de 1750 e 3500
rpm. Para pré-selecionar a bomba deve-se projetar o ponto da
vazão requerida no diagrama, para exemplificar será usado o
par QxH encontrado no capítulo anterior, onde para a vazão de
60m³/h a altura manométrica equivalente é de 25,06m.

Figura 20: Diagrama de tijolos KSB 1750rpm


41
Na figura 20 acima é apresentado o diagrama de tijolos
da marca KSB para rotação de 1750 rpm, com o ponto QxH
requerido projetado no diagrama, esse ponto indica que a
bomba consegue trabalhar com a vazão requerida pelo
sistema, entretanto não devemos parar a seleção por ai, erro
muito cometido por projetistas e engenheiros dentro das
indústrias. Além do diagrama de tijolos deve-se analisar o
conjunto de curvas da bomba pré-selecionada e analisar se
ela trabalhará na faixa de vazão recomendada conforme
mencionado no item 1.10 deste trabalho.

3.2 ANÁLISE DAS CURVAS DA BOMBA PRÉ-SELECIONADA

A bomba pré-selecionada é a “KSB-Meganorm–50-250”


onde:
-KSB é a fabricante;
-Meganorm é o nome utilizado para classificar a bomba,
sendo essa uma classificação interna da fabricante;
-50 é o diâmetro nominal do bocal de recalque;
-250 é o diâmetro nominal do rotor.

Na figura 21 que segue abaixo, é apresentado o gráfico


com as curvas QxH de vários diâmetros de rotores para a
bomba pré-selecionada, na análise será utilizado apenas o
rotor de maior diâmetro.

Figura 21: Curva da bomba 50-250 e instalação sobrepostas


42
Com auxílio de software CAD foi possível traçar a curva do
sistema sobre as curvas da bomba na escala fornecida pelo
fabricante, encontrando assim o ponto de trabalho,
representado pelo triângulo vermelho, ou seja, nessas
condições a bomba trabalhará com vazão aproximada de
61m³/h e carga manométrica de 25,5m e não com a vazão
requerida. A linha com a cor magenta representa a vazão que
a bomba deve operar para trabalhar no BEP para o rotor de
maior diâmetro, as linhas verdes são os limites recomendados
(75% a 115% do BEP) para a bomba trabalhar sem que sofra
nenhum dano, conforme explicado no primeiro capítulo.

Tanto o ponto de trabalho como o requerido estão fora


dos limites de trabalho ideal, o gráfico mostra que a bomba
não é ideal para o sistema, ao operar a bomba nessas
condições ela sofrerá carga radial e vibrações podendo levar a
deflexão do eixo e desgaste prematuro de mancais e
rolamentos, portanto deve-se selecionar outra bomba que
trabalhe em condições ideais, embora seja possível corrigir as
curvas para que ela trabalhe na zona ideal ela acabaria não
atendendo a vazão de processo.

3.3 ANÁLISE DAS BOMBAS VIZINHAS

Como a bomba pré-selecionada não foi projetada para o


sistema proposto, deve-se analisar as bombas vizinhas e
identificar alguma que trabalhe corretamente no sistema. Será
analisada a bomba “KSB-Meganorm–65-250” que está
localizada à direita da bomba pré-selecionada no diagrama de
tijolos, possui o mesmo diâmetro nominal de rotor, porém o
bocal de saída possui diâmetro maior, o mesmo procedimento
de análise foi realizado para essa nova bomba conforme figura
22.
43

Figura 22: Curva da bomba 65-250 e instalação sobrepostas

Ao analisar a curva dessa nova bomba pode-se verificar


que ela trabalhará com vazão de aproximadamente 67m³/h
porém o processo demanda uma vazão de 60m³/h, ambas as
vazões estão entre os limites admissíveis de trabalho,
portanto essa bomba é ideal para o sistema, agora deve-se
ajustar a vazão para que atenda as necessidades do processo,
no item a seguir será explicado métodos para modificar as
curvas características e ajustar a vazão da bomba.

3.4 MODIFICAÇÃO DAS CURVAS CARACTERÍSTICAS

Para que a vazão requerida seja atendida deve-se


modificar a curva característica da bomba ou da instalação
para que elas se cruzem no ponto da vazão requerida, segundo
Santos (2007, p.63) “São vários os fatores que modificam as
curvas características das bombas e das instalações.”. Para
modificar a CCI pode-se alterar os níveis dos reservatórios,
realizar o fechamento parcial de uma válvula reguladora de
vazão ou alterar o diâmetro das tubulações. Para modificar a
curva da bomba é comum a redução do rotor e redução da
rotação da bomba. A seguir é demonstrado como modificar a
CCI através de fechamento de válvula e modificação da CCB
através da redução da rotação.
44
3.4.1 Modificação da cci através de fechamento de válvula

Esse método de modificação de curva da instalação é


muito comum, basta estrangular uma válvula de regulagem na
linha de recalque, essa restrição na passagem do fluido vai
aumentar a perda de carga localizada na válvula, diminuindo a
vazão, é necessário um medidor de vazão para realizar a
regulagem. Esse método é de baixo custo entretanto deve-se
garantir que a válvula se mantenha regulada, além de ser um
método onde não se consegue o aumento da vazão.

Figura 23: Correção da curva da instalação

Na figura 23 acima tem-se as curvas das bombas, a curva


da instalação na situação inicial em vermelho e a curva da
instalação corrigida em azul, nota-se que ao inserir perdas de
carga no sistema a curva da instalação se desloca para a
esquerda, fazendo com que o ponto de funcionamento mude,
atendendo a necessidade do processo.

3.4.2 Modificação da ccb através de redução da rotação

Para modificar a rotação do rotor da bomba deve-se


45
utilizar um conversor de frequência, um equipamento que é
instalado entre a rede elétrica e o motor, podendo-se reduzir a
frequência do motor, que trabalha geralmente com 60 Hertz.
Ao reduzir a rotação, a curva característica da bomba cai,
diminuindo a capacidade de elevação e vazão do líquido, este
método também não permite aumentar a vazão.

Este método tem custo inicial bem mais elevado


que o apresentado anteriormente, porém Santos (2007, p. 87)
afirma que o custo de operação da linha com o conversor de
frequência é menor devido a carga manométrica inferior
resultando em uma potência consumida também menor, onde
a longo prazo torna viável essa alternativa, é importante que a
redução da rotação não seja superior a 50%, pois segundo
Santos (2007, p. 85) “o valor do rendimento é prejudicado,
afetando também o valor da potência”.

Figura 24: Correção da curva da bomba

Na figura 24 acima, é apresentado as curvas


características da bomba selecionada, a curva em verde
representa a curva do diâmetro de 260mm com uma rotação
de 1610RPM, foi possível chegar a essa nova curva coletando
alguns pontos QxH do rotor de 260mm e calculando os novos
pares através das equações da chamada Lei de Semelhança
46
(eq. 10 e 11), que relacionam a vazão e altura manométrica
com a rotação, foi utilizado um software editor de planilhas
para calcular rapidamente os valores para diversas curvas
representando rotações diversas, porém no gráfico somente
foi traçada a melhor opção de curva.

eq. (10) eq. (11)

Onde:

Q1- Vazão inicial Hb1- Carga inicial n1- Rotação inicial

Q2- Vazão corrigida Hb2- Carga corrigida n2- Rotação corrigida

Segue abaixo o cálculo de cada ponto QxH da curva para


1610 RPM:

Ponto 1

Ponto 2

Ponto 3

Ponto 4

Ponto 5

Ponto 6
47
Apesar de chegar a uma rotação aproximada na qual a
bomba deve trabalhar para atender a vazão é importante que
seja instalado um medidor de vazão na linha, para que consiga
uma precisão maior.

3.5 ANÁLISE DO NPSH REQUERIDO

Sabendo que a bomba consegue trabalhar na faixa ideal,


basta verificar se o NPSH disponível da instalação é superior
ao requerido pela bomba na vazão de trabalho.

Figura 25: Curva de altura manométrica e NPSH requerido da bomba

Se a correção da curva for feita através do fechamento


de válvula, ou seja, na curva da instalação o NPSH requerido
será de 2,5m conforme o gráfico da figura 25, já para a
correção da curva através da redução da rotação, o NPSH
requerido não é conhecido porém sabe-se que a necessidade
de energia é menor pois o efeito da pré rotação visto no
capítulo 1 é minimizado. Como o NPSH requerido máximo
calculado no capítulo 2 é 9,49 m, pode-se concluir que a
bomba não sofrerá cavitação.
48
Neste capítulo foi demonstrado como selecionar a bomba
ideal para a instalação e exemplificado métodos para corrigir
a CCI ou CCB para que atenda a vazão requerida pelo
processo.
49
REFERÊNCIAS

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50
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SANTOS, Sérgio Lopes. Bombas e Instalações Hidráulicas. 3


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SILVA, Marcos Antonio. Manual de treinamento. Seleção e


aplicação de bombas centrífugas. 5 ed. KSB Bombas
Hidráulicas S/A, 2003.

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