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BOMBAS
HIDRÁULICAS
BOMBAS
CENTRÍFUGAS
CAPÍTULO 1
Noções Gerais
As bombas centrífugas são máquinas que fornecem energia ao líquido por meio
da força centrífuga criada pelo movimento de rotação em seu interior, a fim de transferí-
lo de um ponto a outro.
As bombas centrífugas transformam o trabalho mecânico proveniente de fonte
externa em energias cinética e de pressão, que são cedidas ao líquido.
Seu emprego vem aumentando dia a dia devido a sua flexibilidade operacional,
baixo custo de manutenção e os mais altos progressos técnicos alcançados na sua
fabricação.
A disponibilidade de energia elétrica como fator econômico e o desenvolvimento
das turbinas a vapor provocaram um estudo mais acurado nas teorias hidráulicas das
bombas centrífugas visando o seu aprimoramento técnico-industrial.
E isso é notório, pois as bombas centrífugas são mais adequadas para trabalhar
com grandes vazões e pressões moderadas, entretanto, atualmente já se consegue
fabricar bombas centrífugas capazes de desenvolver mais de 150 kgf/cm 2 na pressão de
descarga.
1.4. CLASSIFICAÇÃO
1.7. COMPLEMENTAÇÃO
Devido a essas peculiaridades, esse tipo de bomba é indicado para líquidos com ar
ou sólidos em suspensão, lama, celulose e fibras sintéticas em solução.
A eficiência destas bombas está na faixa de trinta e cinco a cinqüenta por cento.
NOTAS
2.1. FUNÇÃO
Quando o líquido deixa o rotor de uma bomba centrífuga, sai dotado de alta
velocidade. A principal função da carcaça é reduzir progressivamente esta velocidade,
convertendo parte dessa energia em energia de pressão.
As carcaças são dotadas de dois bocais: de sucção (ou aspiração), por onde o
líquido é dirigido para a parte central do rotor; e de descarga (ou recalque), que
encaminha o líquido para fora da bomba. Em geral, o diâmetro do bocal de sucção é
maior do que o diâmetro do bocal de descarga.
Alguns fabricantes que constroem bombas centrífugas de simples estágio
destinadas a líquidos bastante sujos e lameados, dotam a carcaça de bocas de visitas
para inspeção e limpeza periódica, como ilustrado na figura 2.1.
Nas bombas de multiestágios, há necessidade de intercalar uma peça entre os
estágios a fim de separar um do outro. Isso é feito com a adaptação de diafragmas
(figura 2.2.), que são fixados à carcaça da bomba. Sua função é orientar o líquido para o
estágio seguinte.
2.2. TIPOS
Quanto ao formato
Quanto à partição
As carcaças partidas axialmente são cortadas segundo um plano que passa pela
linha de centro do eixo. São empregadas na maioria das bombas horizontais com
mancais em ambos os lados. Os bocais de sucção e de descarga da bomba ficam
localizados na metade inferior da carcaça de modo que não há necessidade de solta-los
quando se desejar abrir a bomba. Consequentemente, há relativa facilidade de se tirar a
tampa superior sempre que houver necessidade de se fazer uma inspeção interna.
As carcaças partidas axialmente são também chamadas de carcaças
horizontalmente bipartidas. A figura 2.15. ilustra uma bomba com esse tipo de carcaça.
NOTAS
3.1. CONCEITUAÇÃO
O rotor 1 é o órgão da bomba que tem a função de transferir para a massa líquida
o movimento de rotação de que está dotado, cedendo-lhe energia. Nessa operação, a
energia mecânica armazenada no rotor é convertida em energia cinética, devido à ação
da força centrífuga.
O rotor é, portanto, a peça mais importante da bomba e, por esta razão, merece
dos fabricantes uma atenção toda especial, em seu projeto e sua construção, para
aprimorá-lo cada vez mais. Constroem-se modelos destinados a ensaios hidráulicos em
laboratórios para análise do comportamento de cada rotor, retirar parâmetros corretivos
do cálculo teórico e introduzir aperfeiçoamentos técnicos a fim de obterem bombas de
elevado rendimento.
Basicamente, um rotor é projetado para fornecer uma vazão “Q”, contra uma
altura manométrica “H”, girando a “n” rotações por minuto. Há outros dados práticos a
considerar, como, por exemplo: perdas hidráulicas, velocidade média de escoamento,
etc.
O número de rotores de uma bomba centrífuga é que determina o número de
estágios dessa bomba.
3.2. PARTES COMPONENTES
A maioria dos rotores tem: (1) olhal de sucção, (2) palhetas, (3) paredes e (4)
cubo.
O olhal de sucção é a parte onde o líquido penetra no rotor. As palhetas (ou pás)
servem para guiar convenientemente o líquido em sua trajetória dentro do rotor.
As paredes são discos e/ou coroas circulares de espessura delgada destinada a
evitar a fuga dispersa do líquido no rotor. São, também, elementos estruturais para
fixação das palhetas.
O cubo (impropriamente chamado) é a parte que prende o rotor ao eixo.
A figura 3.1. mostra em corte parcial as partes componentes de um rotor.
3.3. SENTIDO DE ROTAÇÃO
3.4. TIPOS
As combinações possíveis dos três critérios podem ser englobados num diafragma
único, como segue:
3.4.1. Rotores de simples e dupla sucção
Nos rotores de simples sucção, o líquido é admitido no rotor apenas por um lado,
enquanto que nos rotores de dupla sucção a admissão do líquido se processa por dois
lados opostos.
com uma e com duas palhetas (um deles em forma de “S”). Esses rotores são
adequados ao bombeamento de (1) líquidos contendo materiais fibrosos e (2) líquidos
com tendência a formar espuma ou liberar gases. Exemplos de aplicação: celulose,
caldo de cana com bagaço, etc.
Os rotores fechados são os mais empregados nas bombas centrífugas; são quase
que universalmente preferidos, pois, salvo casos extremos, apresentam melhor
rendimento em operação.
Os rotores fechados (figura 3.7.) possuem as paredes dianteira e traseira, as
palhetas e o cubo central.
A figura 3.8. mostra dois tipos de rotores chamados “tubulares”. São rotores sem
palhetas, projetados especialmente para o bombeamento de líquidos com materiais
sujeitos a formar trançados, tais como: trapos, cordas, massas de papel, etc. A sua
configuração permite a passagem livre das partes sólidas sem perigo de entupimento.
A figura 3.10. mostra uma vista frontal e uma vista lateral de um rotor de fluxo
axial usado no bombeamento de polpa de papel.
3.5. INDUTOR
2.
4. A Sulzer prefere chamá-los de anéis de vedação, uma vez que eles restringem o
retorno de líquido para sucção.
CAPÍTULO 4
Eixos e Luvas
4.1. EIXO
Como o peso próprio está equilibrado pelas reações nos mancais, o conjunto
rotativo ficará e equilíbrio, isto é, não haverá deslocamento do centro de gravidade,
quando a força centrífuga for igual e de sinal contrário à força elástica. E é isso que
ocorre para velocidades angulares constantes. Convém notar que os módulos dessas
forças crescem simultaneamente com o aumento da velocidade angular, sem todavia,
provocar vibrações elevadas, pois permanecem em equilíbrio estável.
Entretanto, em determinadas velocidades o equilíbrio passa a ser indiferente
porque a força centrífuga muda de direção e sentido à medida que o eixo gira, dando
origem a uma vibração violenta no conjunto rotativo.
A velocidade em que ocorre esse fenômeno é denominada de velocidade crítica.
Acima da velocidade crítica o funcionamento da máquina volta a ser suave, pois o
conjunto rotativo passa a girar virtualmente em torno de seu centro de gravidade.
Velocidades críticas adicionais harmônicas maiores que a primeira velocidade
crítica são sucessivamente alcançadas, porém as amplitudes das vibrações
correspondentes decrescem progressivamente.
Prova-se matematicamente que o fenômeno da primeira velocidade crítica ocorre
quando a velocidade angular do eixo, em rotações por minuto, coincide com a
freqüência natural2 de vibração do conjunto rotativo.
A luva do eixo tem por finalidade primordial evitar o desgaste do eixo na parte
situada ao longo da caixa de gaxeta, protegendo-o também contra a corrosão e a erosão.
Quando as gaxetas são apertadas para reduzir o vazamento do líquido bombeado,
elas ficam comprimidas entre as paredes da caixa de gaxeta e o eixo, provocando o
desgaste do mesmo e o seu enfraquecimento. Daí, a necessidade de se adaptar uma luva
ao eixo a fim de que o desgaste se verifique apenas na luva.
A superfície externa das luvas deve ser lisa, dura e concêntrica com a geratriz do
eixo. Luvas com superfícies arranhadas aceleram o desgaste das gaxetas e proporcionam
excesso de vazamento.
Deve-se levar em conta, também, o fator econômico. As luvas são bem mais
baratas que os eixos, e quando há desgaste na região da caixa de gaxeta, não haverá
necessidade de se substituir o eixo, mas apenas a luva.
NOTAS
1 A linha de centro do conjunto rotativo é a reta que passa pelo eixo geométrico
de simetria dos mancais.
A bucha de garganta, (figura 5.2.) atua como redutora de pressão do líquido que
se escoa da parte traseira do rotor para a caixa, ou vice-versa. Fica localizada no fundo
da caixa de gaxeta, razão pela qual também é chamada de “bucha de fundo” ou “bucha
da caixa de gaxeta”.
Sua utilização depende principalmente de problemas de construção e mais
particularmente, de vantagens operacionais. Por exemplo: quando o fundo da caixa de
gaxeta está sujeito ao desgaste severo devido ao bombeamento de líquidos abrasivos, é
aconselhável o seu emprego.
5.2.3. Gaxeta
5.2.5. Sobreposta
A sobreposta, ou preme-gaxeta, tem a função de regular o aperto nos anéis de
gaxeta. (Figura 5.9.) Geralmente tem o formato losangular com os cantos
arredondados,4 ou elíptico.
Com a bomba funcionamento continuamente, o vazamento pela gaxeta vai
aumentando gradativamente sendo necessária uma regulagem. Essa regulagem é feita
através da sobreposta, apertando-se alternadamente as porcas das parafusos de ajuste
que a mantém presa. Isso pode ser executado mesmo com a bomba em funcionamento.
As partes fundamentais que constituem um selo mecânico são: (1) sede, (2)
elemento vedador sede/sobreposta. (3) anel de selagem, (4) elemento vedador eixo/anel
de selagem e (5) molas.
A figura 5.13. ilustra algumas variedades dessas peças.
5.3.4. Tipos
De acordo com a pressão atuante nas faces seladoras, os selos mecânicos podem
ser classificados em:
desbalanceados – a pressão da mola e a pressão hidráulica atuam contra as faces
seladoras.
balanceados – somente a pressão da mola atua contra as faces seladoras.
Como a sede e o anel de selagem são as peças mais vitais de um selo mecânico,
nelas se concentram os maiores esforços de seleção dos materiais adequados.
A experiência vem provando através dos anos que 95% dos produtos em operação
industrial pode ser vedado com êxito utilizando-se uma dessas peças (sede, ou anel de
selagem) de carvão grafite.5
As combinações freqüentemente empregadas são:
O arranjo com selo duplo é feito montando-se dois selos simples em sentidos
opostos e circulando-se um líquido secundário a uma pressão superior àquela existente
no fundo da caixa de gaxeta. Este arranjo necessita de equipamento auxiliar, sendo
portanto, mais dispendioso. Figura 5.16.
A escolha desse ou daquele sistema, depende principalmente das condições
operacionais e do tipo do selo empregado. Entretanto, algumas recomendações
generalizadas podem ser observadas, como segue.
A condição abrasiva, inerente ao próprio líquido bombeado, pode ser combatida
por:
Lavagem com líquido da bomba;
Lavagem com líquido secundário;
Lubrificação das faces seladoras;
Selo duplo.
Para lavagem com líquido retirado da própria bomba, neste caso, por ser abrasivo,
deve-se instalar na linha de injeção um filtro “Y” ou um separador centrífugo tipo
ciclone (figura 5.24.), para que o líquido chegue à caixa de gaxeta completamente
limpo.
5.3.8. Padronizações
6.1. FUNÇÃO
6.2. TIPOS
Os mancais podem ser classificados de duas maneiras:
a) quanto à direção da carga transmitida pelo munhão:
6.2.2.1. Conceituação
Os rolamentos são mancais que têm como princípio básico o movimento rolante
de um elemento sobre o outro. Também são chamados de mancais de antifricção,
devido ao baixo coeficiente de atrito dos seus elementos rolantes.
Os rolamentos são elementos de máquinas já padronizados que o construtor de
bombas não projeta, mas apenas escolhe o tipo mais adequado. Cada tipo apresenta
características particulares que devem merecer atenção por ocasião de sua escolha, a fim
de se obter, para cada caso, a melhor solução.
Os fatores que influem na escolha de rolamentos são tão numerosos que é quase
impossível se estabelecer uma regra geral.
Os catálogos dos fabricantes fornecem instruções úteis que orientam o
procedimento de cálculo para seleção de rolamentos, em função da intensidade e
natureza das cargas que terão de suportar.
6.2.2.2. Partes componentes
Basicamente, os rolamentos são constituídos das seguintes partes:
O separador tem a função de manter afastados, entre si, os corpos rolantes. Não
está sujeito à carga transmitida para o rolamento.
6.2.2.3. Dimensões
6.2.2.4. Tipos
NOTAS
A distribuição da pressão de óleo num mancal não é uniforme. Existe uma área de
mínima pressão e outra onde a pressão é máxima.
O diagrama traçado na figura 7.4. mostra a variação da pressão de óleo no sentido
transversal de um mancal bipartido normalmente usado nas bombas centrífugas.
A pressão hidrodinâmica originada na cunha de óleo levanta e desloca o eixo,
dando lugar ao aparecimento de uma força horizontal H. A outra força atuante é
proveniente do peso do conjunto rotativo e atua na vertical; é a força P. A resultante
destas forças, H e P, atua em direção à diagonal dirigida um pouco ao lado do ponto
mais baixo do mancal, em direção oposta àquela ao lado do ponto mais baixo do
mancal, em direção oposta àquela que o eixo tomaria se rolasse sobre uma superfície
plana. É a força R, cuja direção passa pela área de maior pressão. Note-se que a pressão
de óleo é nula nas extremidades do diâmetro na horizontal.
A figura 7.5. ilustra a variação da pressão de óleo no sentido longitudinal. A
máxima pressão está exatamente no meio do mancal e é nula nas extremidades porque
nestes pontos o óleo pode escapar.
A distribuição do óleo pelo eixo pode ser facilitado com o emprego de chanfros e
ranhuras corretamente localizados.
O chanfro nas arestas de mancais bipartidos, constitui um depósito de óleo a fim
de facilitar a formação da cunha de óleo e sua introdução entre as superfícies em
movimento.
Um chanfro correto (figura 7.6.) deve estender-se por quase toda a extensão do
mancal e terminar a uns 10 mm, antes de cada extremidade a fim do óleo não escorrer
por esses locais.
A finalidade das ranhuras ou canaletas nos mancais é facilitar a rápida
distribuição de óleo e sua posterior introdução nos mancais é facilitar a rápida
distribuição de óleo e sua posterior introdução na área de máxima pressão. A eficiência
com que a ranhura desempenha esta função, depende de sua localização e forma, sendo
nula e, às vezes, contraproducente, quando por engano, for colocada na área de maior
pressão.
Os mancais bipartidos de bombas centrífugas geralmente são dotados de duas
ranhuras: uma, de distribuição de óleo, localizada na parte superior do mancal; e a outra,
ranhura auxiliar, localizada pouco antes do início da área de maior pressão para
assegurar a presença de um volume abundante de óleo nesta parte vital do mancal
(figura 7.7.).
Estas ranhuras não devem atingir as extremidades do mancal para evitar
vazamento, assim como é desaconselhável seu formato em ângulo ou curva. Devem ter
suas arestas bem arredondadas a fim de não rasparem o óleo que cobre o munhão.
c) da carga no mancal
d) da folga munhão/mancal
e) da temperatura do mancal
A tabela 7.1. pode ser usada para seleção da viscosidade do óleo, caso não haja
recomendação específica do fabricante da bomba.
E os óleos mais recomendados para essa finalidade devem ter: (1) alta
estabilidade química; (2) alta resistência à rutura da película lubrificante; (3) capacidade
de separar-se rapidamente da água; (4) boa resistência à oxidação; etc.
Raramente os mancais de deslizamento de bombas centrífugas são lubrificados à
graxa.
No rolamento o lubrificante atua para: (1) reduzir o atrito; (2) dissipar o calor
gerado; (3) proteger as superfícies contra a corrosão e (4) formar um selo protetor contra
a entrada de materiais estranhos.
Salvo raríssimas exceções, os rolamentos podem ser lubrificados a óleo ou a
graxa. O projeto básico da caixa de mancais constitui um fator decisivo para a escolha
de óleo ou graxa.
A prática tem provado que a lubrificação a óleo é mais eficiente, entretanto, nem
sempre é possível. A graxa é mais adequada para ambientes com muita poeira, gases
corrosivos, ou locais de difícil acesso.
Em menor escala também se usa: (1) anel em banho de óleo; (2) colar por salpico
e (3) lubrificação forçada.
No caso de lubrificação por anel, é importante saber se o anel está girando
juntamente com o eixo.
Na lubrificação por colar, ele é preso no eixo e fica parcialmente imerso no óleo;
quando o eixo gira, o calor também gira com ele, salpicando óleo no rolamento.
O método mais usado para aplicação de graxa nos rolamentos de bombas é
através de uma “pistola” conectada a pino graxeiro projetado para esse fim.
Mas, algumas bombas ainda vêm equipadas com copos Stauffer (figura 7.11.).
São copos graxeiros de compressão onde o aparafusamento da tampa força a graxa até o
mancal.
7.3.2. Seleção do lubrificante
Q = 0,005.D.L
NOTAS
Além do sistema de vedação por gaxetas ou por selo mecânico utilizado no trecho
onde o eixo atravessa a carcaça, há outras regiões nas bombas centrífugas que precisam
ser vedadas.
Dependendo dos elementos a vedar, empregar-se os seguintes tipos de vedadores:
(1) juntas; (2) anéis “O”; (3) e retentores.
8.1.1. Juntas
Os anéis “O” são peças moldadas em formato anelar, com seção circular, e
destinados a vedar dois elementos mecânicos.
Normalmente, os anéis “O” são instalados em ranhuras confeccionadas em uma
das peças a vedar.
Quando o anel “O” é submetido a aperto, se deforma e transmite essa pressão às
superfícies a vedar. A pressão de vedação que sofre o anel “O” é maior que a pressão do
líquido aplicada. Em outras palavras: o material de que é feito o anel comporta-se em
serviço como se fora um fluido de viscosidade extremamente alta e transmite por si
próprio a pressão de trabalho aos pontos onde tem contato.
Os anéis “O” geralmente são confeccionados de borracha ou de materiais
similares.
8.1.3. Retentores
NOTAS
Pode ser feito utilizando-se rotores de simples sucção com anel de desgaste e
orifícios na parede traseira, montados em série, conforme ilustra na parede traseira,
montados em série, conforme ilustra a figura 9.5.. Ou pode ser feito com o emprego de
rotores de dupla sucção em todos os estágios (figura 9.6.).
Modernamente, este método não é o mais preferido pelos fabricantes.
10.3.2. Balanceamento com rotores opostos
Neste método os rotores devem ficar dispostos em série. Após o último estágio,
instala-se um tambor para separar a câmara situada atrás do rotor de outra câmara,
chamada de câmara de balanceamento, que está ligada à sucção da bomba. Entre o
tambor e a carcaça (onde geralmente fica presa uma bucha) deve haver uma pequena
folga radial a fim de restringir o fluxo de líquido (figura 9.10.).
10.7. VIBRAÇÃO
11.2. CARCAÇA
A substituição do anel deve ser feita quando a folga diametral atingir o dobro da
folga original recomendada.
A substituição da bucha deve ser feita quando a folga diametral atingir o dobro da
folga original recomendada.
11.6. EIXO
11.6.1. Empeno
11.7.1. Balanceamento
11.7.2. Vibração
11.8.3. Chanfro
O chanfro nas arestas dos mancais bipartidos constitui um depósito de óleo a fim
de facilitar a formação da cunha de óleo. Pode-se adotar, para largura do chanfro, 20%
do diâmetro do eixo.
11.9.1. Ajustes
11.12. ALINHAMENTO
11.12.1. Tolerância
Consideram-se satisfatórias as tolerâncias de alinhamento que não excedam de
0,05 mm.
11.12.2. Desalinhamento vertical
Se as máquinas são alinhadas a frio, deve-se deixar um desalinhamento lateral na
vertical, para compensar as expansões térmicas que ocorrerão com as máquinas em
operação.
A tabela 11.14. pode ser usada como guia, no caso de alinhamento a frio.
O sinal positivo indica que o acionador deve ficar mais alto que a bomba. O sinal
negativo indica que o acionador deve ficar mais baixo que a bomba.
NOTAS
1 Diz-se que uma peça está equilibrada ou balanceada, quando apresenta uma
distribuição uniforme de massa em torno de seu eixo de rotação.
Geralmente, considera-se uma peça bem balanceada para uma dada rotação,
quando a força centrífuga gerada não ultrapassa 5% de seu peso.
2 Aplicável também para turbinas, compressores, ventiladores, etc.
3 Os critérios de T.C. Rathbone, M. Blake e da International Research
Development Corporation (IRD) são bem mais rigorosos.
TÍTULO 2
BOMBAS
ALTERNADAS
CAPÍTULO 1
Introdução
1.1. CONCEITUAÇÃO
1.3. APLICAÇÃO
Na indústria petrolífera
Na indústria petroquímica
Em centrais termelétricas
Em sistemas de esgotos, etc.
1.4. CLASSIFICAÇÃO
As bombas alternativas de ação direta são indicadas por três números, que
significam, pela ordem: diâmetro do cilindro de vapor, diâmetro do cilindro de líquido,
e curso.
Exemplo: Uma bomba de 7 x 5 x 10 significa que o diâmetro do cilindro de vapor
tem 7 polegadas; o de líquido, 5 polegadas; e o curso dos pistões tem 10 polegadas.
As “bombas de força” são indicadas por dois números, que significam, pela
ordem: diâmetro do cilindro e curso.
Exemplo: Uma bomba de 6 x 4 significa que o diâmetro do cilindro de líquido
tem 6 polegadas e o curso dos pistões é de 4 polegadas.
NOTAS
2.1. GENERALIDADES
A figura 2.5. ilustra um cilindro tipo torre, onde tanto as válvulas de sucção como
as de descarga estão situadas na parte superior do cilindro. As válvulas de descarga
ficam localizadas acima das válvulas de sucção. O acesso às válvulas é feito
removendo-se o tampão superior. Para inspecionar as válvulas de sucção é necessário
remover primeiro as válvulas de descarga. Este tipo de cilindro não é muito
recomendado para serviços de alta pressão.
Interiormente, além da usinagem do furos circulares por onde passeiam os
pistões, os cilindros apresentam canais para o escoamento do líquido bombeado. Nas
bombas horizontais esses canais são integrais aos cilindros (figura 2.6.), ao passo que
nas bombas verticais os canais são usinados em peças separadas, chamadas cabeçotes, e
aparafusadas ao cilindro, conforme ilustra a figura 2.7..
2.3. CAMISA
A figura 2.10. ilustra uma bomba projetada com 2 êmbolos operando em sentidos
opostos. Nesta disposição a atuação de cada êmbolo é do tipo “simples efeito”,
entretanto a bomba é de “duplo efeito”, porque os êmbolos estão conectados às hastes
laterais e a descarga é única.
2.9. DIAFRAGMA
O diafragma (figura 2.26.) é uma membrana elástica que sofre flexões recíprocas
devido à variação periódica da pressão hidráulica a que está submetido.
Portanto, o diafragma tem a função de transmitir o movimento hidráulico
alternado de um líquido para outro. O líquido transmissor do movimento, geralmente
óleo, é chamado de líquido motriz. E o outro líquido é o líquido que se deseja bombear.
Secundariamente, o diafragma também tem a função de separar os dois líquidos,
evitando que o produto bombeado entre em contato com as partes internas do cilindro
da bomba.
O diafragma deve ser construído de material compatível com os dois líquidos em
ação, tanto o motriz como o bombeado. E comum o uso de borracha sintética, teflon e
aços inoxidáveis na sua confecção.
Seu principal emprego é em bombas dosadoras.
As bombas dosadoras de diafragma possuem um sistema hidráulico de
compensação automática (figura 2.27.), onde qualquer vazamento de óleo motriz
ocorrido no pistão é compensado em cada movimento de aspiração, através de uma
válvula compensadora que aspira óleo motriz do cilindro da bomba.
Há também uma válvula de alívio interna ao cilindro para eliminar a possibilidade
de excesso de pressão no sistema hidráulico e, consequentemente, no sistema de
bombeamento. Para estes projetos, torna-se desnecessário a instalação de uma válvula
de alívio na tubulação de descarga da bomba.
NOTAS
Caixa de Gaxetas
3.1. FUNÇÃO
3.2. TIPOS
A figura 3.2. apresenta dois tipos básicos de caixas de gaxetas usadas em bombas
alternativas.
Tem-se um projeto simples, onde os componentes são apenas os anéis de gaxeta e
a sobreposta; 1 e outro, mais sofisticado, com o acréscimo do anel de lanterna 2 e da
bucha de garganta.3
3.3. GAXETA
As gaxetas são vedadores que atuam por compressão contra a superfície a ser
selada. As gaxetas são apertadas no interior de um alojamento cilíndrico, pela
sobreposta.
As gaxetas de seção quadrada ou em forma de “V” são as mais empregadas para
serviços alternativos. As gaxetas quadradas são as preferencialmente usadas e cobrem
todas as faixas de pressão, enquanto que as gaxetas em “V” cobrem até as pressões
moderadas, se empregadas em pequenas quantidades de anéis.
Geralmente, a gaxeta em “V” é empregada em jogos, e se desempenho varia em
função do ângulo do “V”. Mas, os anéis extremos têm formato diferente; são anéis
adaptadores macho e fêmea, conforme ilustra a figura 4.3..
Nas bombas alternativas, as gaxetas ainda têm uma outra função que é
secundária: atuar como mancal-guia da haste. Por causa disso, precisam ser lubrificadas
e resfriadas. Daí a razão de se permitir pequenos vazamentos (30 a 60 gostas pro
minuto) no sistema de vedação com gaxetas.
Para que tenham bom desempenho operacional, as gaxetas devem ter as seguintes
características: (a) bastante flexíveis; (b) não causar abrasão ou corrosão na haste; (c)
isenta de componente solúvel ou atacável pelo líquido bombeado.
Os principais materiais utilizados na fabricação das gaxetas são:
3.5. SOBREPOSTA
NOTAS
Sabe-se que qualquer máquina não pode funcionar perfeitamente sem a correta
lubrificação de suas peças móveis. Estas peças, de acordo com as condições de serviço,
requerem lubrificantes e métodos de lubrificação diferentes.
Nas bombas alternativas, as peças do cilindro e da distribuição estão expostas ao
vapor, atuando contra pressões e temperaturas variáveis, condições estas bem diferentes
daquelas que estão submetidas os mancais, bielas e outras partes externas. Daí, então, a
necessidade de se dividir a lubrificação das bombas alternativas em dois itens distintos:
a) – lubrificação dos cilindros de vapor e órgãos da distribuição;1
b) – lubrificação dos mancais, cruzetas, bielas, articulações, guias, etc.
4.2.4. Desempenho
As principais falhas na sucção são: (a) escorva; (b) altura elevada; (c) infiltração
de ar; (d) entupimento no filtro; (e) vazamento pela válvula de pé; etc.
No sistema, enquadram-se as seguintes falhas: (a) tubulação subdimensionada; (b)
vaporização do líquido; (c) sujeira; (d) cavitação; (e) viscosidade do líquido elevada; (f)
sobrepressão; etc.
As falhas mecânicas mais comuns são: (a) gaxetas; (b) válvulas gastas ou
quebradas; (c) mancais folgados ou gastos; (d) anéis de segmento gastos ou quebrados;
(e) pistão folgado ou solto; (f) haste ou arranhada; (g) correias superapertadas; (h)
desalinhamento; (i) nível de óleo incorreto; e outras.
Nos itens seguintes são diagnosticadas as principais causas dos defeitos mais
comuns que ocorrem com as bombas alternativas. Engloba tanto bombas de ação direta
como bombas de força e bombas dosadoras.
a) vapor bloqueado;
b) válvula de distribuição emperrada;
c) canais de distribuição obstruídos;
d) gaxetas superapertadas.
Só acontece com bombas de ação direta. As principais causas dessa anomalia são:
a) válvulas amortecedoras desreguladas;
b) vazamento pela válvula de distribuição;
c) gaxetas superapertadas;
d) válvula de distribuição desregulada.
Outro defeito que só acontece, em geral, com bombas de ação direta. Pode ser
devido a:
a) movimento perdido excessivo;
b) válvulas amortecedoras desreguladas;
c) pistão folgado na haste;
d) drenos de vapor abertos;
e) anéis de segmento do pistão de vapor gastos;
f) vazamento pelas válvulsa.
NOTA
6.2.5. Fabricação
Simbologia
D = diâmetro................................................................... (mm)
d = diâmetro da ranhura.................................................. (mm)
e = diâmetro externo do anel no 1º torneamento............ (mm)
é = diâmetro externo do anel no 2º torneamento............ (mm)
i = diâmetro interno do anel no 1º torneamento............. (mm)
i’ = diâmetro interno do anel no 2º torneamento............. (mm)
C = comprimento de arco a cortar................................... (mm)
E = espessura radial do anel............................................ (mm)
Fe = folga nas extremidades (gap) do anel....................... (mm)
La = largura do anel.......................................................... (mm)
Lr = largura da ranhura do pistão..................................... (mm)
Cálculo
Para diâmetros até 150mm, os anéis serão torneados apenas uma vez, nos
diâmetros e e i. A seguir, serão cortados em um comprimento de arco igual a C.
Tem-se, então:
largura.......................................................................
diâmetro externo....................................................... e = 1,04 . D
espessura...................................................................
E=
diâmetro interno........................................................ i = e – 2,5 E
corte.......................................................................... C = 0,126 e – Fe (3)
Para diâmetros superiores a 150mm, há necessidade de um segundo torneamento.
Neste caso, os novos diâmetros do anel serão e e i. O torneamento final deve ser
feito com o anel fechado.
diâmetro externo....................................................... é = D
diâmetro interno........................................................ í = D-2E
corte.......................................................................... C = 0,094 D (4)
6.3. PISTÃO
Quando o pistão atingir o fim do curso, deve existir uma folga axial entre a sua
face e a do tampão. Esta folga deve ser de 4,5 a 5mm, para cursos até 200 mm; e 6 a
6,5mm, para cursos de 201 a 400mm.
O pistão deve ser trocado, ou recondicionado, quando o desgaste for de tal ordem
que a folga diametral atinja três vezes o valor da folga original recomendada.
6.4. CILINDRO
6.6. CRUZETA
NOTAS
3 0,126 = 0,04 .
4 0,094 = 0,03 .