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INSTALAÇÕES ELEVATÓRIAS
8.1 Máquinas
É um transformador de energia (absorve energia em uma forma e restitui em outra).
Entre os diversos tipos de máquinas, as máquinas fluidas são aquelas que promovem um
intercâmbio entre a energia do fluido e a energia mecânica. Dentre elas, as máquinas hidráulicas se
classificam em motora e geradora.
- máquina hidráulica motora: transforma a energia hidráulica em energia mecânica (ex.:
turbinas hidráulicas e rodas d’água);
- máquina hidráulica geradora: transforma a energia mecânica em energia hidráulica
(bombas).
1) 2) 3)
Figura 71. Bombas de diafragma (1 e 2) e Carneiro hidráulico (3) (alternativas).
1
Bomba de engrenagem Bomba de lóbulos Bomba de palhetas
Figura 72. Bombas rotativas.
Rotor: órgão móvel que fornece energia ao fluido. É responsável pela formação de uma depressão no
seu centro para aspirar o fluido e de uma sobrepressão na periferia para recalcá-lo (Figura 74).
Difusor: canal de seção crescente que recebe o fluido vindo do rotor e o encaminha à tubulação de
recalque. Possui seção crescente no sentido do escoamento com a finalidade de transformar a energia
cinética em energia de pressão (Figura 74).
2
8.3 Classificação das Turbobombas
8.3.1 Quanto à trajetória do fluido dentro do rotor
a) Bombas radiais ou centrífugas: o fluido entra no rotor na direção axial e sai na direção radial.
Caracterizam-se pelo recalque de pequenas vazões em grandes alturas. A força predominante é a
centrífuga (Figura 75).
b) Bombas Axiais: o fluido entra no rotor na direção axial e sai também na direção axial. Caracterizam-se
pelo recalque de grandes vazões em pequenas alturas. A força predominante é a de sustentação (Figura
76).
b) Bombas diagonais ou de fluxo misto: o fluido entra no rotor na direção axial e sai numa direção
intermediária entre a axial e a radial. Caracterizam-se pelo recalque de médias vazões em médias
alturas. Nesse caso as forças centrífugas e de sustentação são importantes (Figura 77).
3
8.3.2 Quanto ao número de entradas para a aspiração e sucção
a) Bombas de sucção simples ou de entrada unilateral: a entrada do líquido se faz através de uma
única boca de sucção (Figura 79).
b) Bombas de dupla sucção: a entrada do líquido se faz por duas bocas de sucção, paralelamente ao
eixo de rotação. Esta configuração equivale a dois rotores simples montados em paralelo. O rotor de
dupla sucção apresenta a vantagem de proporcionar o equilíbrio dos empuxos axiais, o que acarreta
uma melhoria no rendimento da bomba, eliminando a necessidade de rolamento de grandes
dimensões para suporte axial sobre o eixo (Figura 79).
a) Bombas de simples estágio ou unicelular: a bomba possui um único rotor dentro da carcaça.
Teoricamente é possível projetar uma bomba com um único estágio para qualquer situação de altura
manométrica e de vazão. As dimensões excessivas e o baixo rendimento fazem com que os
fabricantes limitem a altura manométrica para 100 m .
b) Bombas de múltiplo estágio: a bomba possui dois ou mais rotores dentro da carcaça. É o resultado
da associação de rotores em série dentro da carcaça. Essa associação permite a elevação do líquido
a grandes alturas (> 100 m), sendo o rotor radial o indicado para esta associação (Figura 80).
4
8.3.4 Quanto ao posicionamento do eixo
b) Bomba de eixo vertical: usada na extração de água de poços profundos (Figura 82).
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c) bomba de alta pressão (Hm >= 50 m)
8.3.6 Quanto ao tipo de rotor
a) Rotor aberto: usada para bombas de pequenas dimensões. Possui pequena resistência estrutural.
Baixo rendimento. Dificulta o entupimento, podendo ser usado para bombeamento de líquidos sujos
(Figura 83).
b) Rotor fechado: usado no bombeamento de líquidos limpos. Possui discos dianteiros com as palhetas
fixas em ambos. Evita a recirculação da água, ou seja, o retorno da água à boca de sucção (Figura
83).
c) Rotor semi-aberto ou semi-fechado: usado para recalque de água bruta sedimentada. Possui apenas
um disco onde são afixadas as palhetas. (Figura 83).
6
a) Bomba de sucção positiva: o eixo da bomba situa-se acima do nível d’água do reservatório.
b) Bomba de sucção negativa ou afogada: o eixo da bomba situa-se abaixo do nível d’água do
reservatório de sucção.
Obs.: para as bombas de sucção positiva, o valor lido no vacuômetro é negativo e para as bombas de
sucção negativa ou afogada, o valor lido no vacuômetro é positivo.
Basicamente a seleção de uma bomba para uma determinada situação, é função de:
7
- vazão a ser recalcada (Q);
- altura manométrica da instalação (Hm).
Hm = Hg + ht (perdas de carga)
4Q 4Q
Ds e Dr
Vs Vr
Observações importantes:
É procedimento usual admitir o diâmetro comercial imediatamente superior ao calculado para a sucção e
o imediatamente inferior par o recalque.
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A potência absorvida pela bomba é calculada por:
QH m 0,735..Q.H m
Pot (cv) ou Pot (kw)
75. 75.
O motor que aciona a bomba deverá trabalhar sempre com uma folga ou margem de segurança
a qual evitará que o mesmo venha, por uma razão qualquer, operar com sobrecarga. Portanto,
recomenda-se que a potência necessária ao funcionamento da bomba (Pot) seja acrescida de uma folga,
conforme especificação a seguir (para motores elétricos):
Para motores a óleo diesel recomenda-se uma margem de segurança de 25% e a gasolina, de
50% independente da potência calculada.
Finalmente para a determinação da potência instalada (N), deve-se observar que os motores
elétricos nacionais são fabricados com as seguintes potências comerciais, em cv:
9
h 2,5D s 0,1 ( h e D s em metros)
para evitar a entrada de ar e formação de vórtices.
3) Redução Excêntrica
Liga o final da tubulação à entrada da bomba, de diâmetro geralmente menor. Essa
excentricidade visa evitar a formação de bolsas de ar à entrada da bomba. São aconselháveis sempre
que a tubulação de sucção tiver um diâmetro superior a 4” (100 mm).
1) Ampliação concêntrica
Liga a saída da bomba de diâmetro geralmente menor à tubulação de recalque.
2) Válvula de retenção
É unidirecional e instalada à saída da bomba, antes da válvula de gaveta. Suas funções são:
- impedir que o peso da coluna de água do recalque seja sustentado pela bomba o que
poderia desalinhá-la ou provocar vazamentos na mesma;
- impedir que, com o defeito da válvula de pé e estando a saída da tubulação de recalque
afogada (no fundo do reservatório superior), haja um refluxo do líquido, fazendo a bomba
funcionar como turbina, o que viria a provocar danos à mesma;
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- possibilitar, através de um dispositivo chamado “by-pass”, a escorva da bomba.
3) válvula de gaveta
Instalada após a válvula de retenção. Suas funções são de regular a vazão e permitir reparos na
válvula de retenção.
Observação: a bomba centrífuga deve ser sempre ligada e desligada com a válvula de gaveta fechada,
devendo-se proceder de modo contrário nas bombas axiais.
11
Figura 88 – Curvas características de bomba axial.
Obs.: o aspecto das curvas Hm = f (Q) e Pot = f (Q) refere-se apenas à região de rendimento aceitável
( > 40%).
a) o aspecto achatado das curvas de rendimento das bombas centrífugas mostra que tal tipo de
bomba é mais adequado onde há necessidade de variar vazão. A vazão pode ser variada
sem afetar significativamente o rendimento da bomba.
c) Para bombas radiais, o crescimento da altura manométrica não causa sobrecarga no motor;
especial atenção deve ser dada quando a altura manométrica diminui. Quando Hm diminui,
aumenta a vazão, o que poderá causar sobrecarga no motor.
É muito comum o erro de se multiplicar a altura manométrica calculada por um valor, (1,5 por
exemplo) e com isso, selecionar o motor para trabalhar com bastante “folga”. Pela figura a seguir,
vejamos o que acontece no caso de bombas centrífugas ou radiais:
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Figura 89 – Gráfico
que mostra a
escolha de uma
bomba a ser
adotada.
(0) curva
característica
da bomba que
deveria Ter sido
adotada.
(1) Curva característica da bomba adotada em razão do aumento da altura manométrica.
Solução: operar na válvula de gaveta até coincidir Q 1 = Qo; isto faz com que H 2 H1 e Pot2 Pot1,
aliviando desta forma a sobrecarga no motor.
d) o contrário do que foi discutido no item anterior (item c) ocorre no caso de bombas axiais.
As perdas de carga acidentais podem ser incluídas nas perdas de carga distribuídas, desde que
se use o método dos comprimentos equivalentes (Le). Então, pode-se escrever que:
Le 16Q 2
ht f K.Q 2 , onde Le é o comprimento normal da canalização mais o
D 2 2.g.D 4
Le.f .16
K = constante para uma determinada instalação.
2 2.g.D 5
13
1,852
4Q
h t J.Le Le.
0,335CD 2,63
ht K ' Q 1,852
Então Hm do sistema é:
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Figura 91 – Ponto de funcionamento do sistema.
A intersecção das duas curvas define o ponto de trabalho ou ponto de operação da bomba, ou
seja: para a vazão de projeto da bomba, a altura manométrica da bomba é igual àquela exigida pelo
sistema.
Com o passar do tempo surgem o desgaste e a corrosão provocando uma queda no rendimento
da bomba. O desgaste e a corrosão também afetam a curva característica do sistema (devido ao
aumento da perda de carga), tornando-a mais inclinada. O gráfico a seguir esclarece muito bem a
influência do tempo de uso do conjunto bomba-sistema.
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As curvas características das bombas podem variar:
Nesses casos o diâmetro é mantido constante e o rendimento deverá ser mantido o mesmo para
ambas as rotações (a rotação especificada e a requerida).
As equações utilizadas são
2 3
Q1 n 1 H1 n 1 Pot 1 n1
; ;
Q2 n2 H2 n2 Pot 2 n 2
2
H1 Q1 H1 H2
ou cons tan te
H2 Q2 Q12 Q22
Nesse caso a rotação é mantida constante. Esta é uma operação mais indicada para bombas
centrífugas, já que as faces do rotor são praticamente paralelas.
A operação consiste na usinagem (raspagem) do rotor até um valor correspondente a 20% no
máximo do diâmetro original sem afetar sensivelmente o seu rendimento.
As equações utilizadas mantendo-se constantes a rotação e o rendimento, são:
2
Q1 D1
segundo Louis Bergeron e outros (experimental)
Q2 D2
16
Q1 D1
segundo Karassik (experimental)
Q2 D2
2
Hm1 Q1
(parábola de iso-eficiência)
Hm 2 Q 2
3
Pot 1 D1
(experimental)
Pot 2 D 2
Observação: o corte no rotor afasta um pouco a hipótese de semelhança geométrica entre o rotor
original e o usinado; daí as expressões Q = f(D), Hm = f(D) e Pot = f(D) não obedecem a lei de
semelhança geométrica.
17
Figura 93 – Curva característica da bomba modelo DE.
18
Figura 94– Curva característica da bomba modelo GBN.
19
8.13 Cavitação – Altura da Instalação das Bombas
8.13.1 Introdução
Convém salientar que a cavitação é um fenômeno observável em líquidos, não ocorrendo sob
quaisquer condições normais em sólidos ou gases. A cavitação consiste da rápida vaporização e
condensação de um líquido.
Pode-se comparativamente associar a cavitação à ebulição em um liquido:
Ebulição: um líquido "ferve" ao elevar-se a sua temperatura, com a pressão sendo mantida
constante. Sob condições normais de presssão (760.mm Hg), a água ferve a l00 oC.
Cavitação: um líquido "ferve" ao diminuir sua pressão, com a temperatura sendo mantida
constante. À temperatura de 20 oC a água “ferve” à pressão absoluta de 0,24 m.c.a = 17,4 mm Hg. A
pressão com que o líquido começa a “ferver” chama-se pressão de vapor ou tensão de vapor. A tensão
de vapor é função da temperatura (diminuí com a diminuição da temperatura).
Um líquido ao atingir a pressão.de vapor libera bolhas de ar (bolhas de vapor), dentro das quais
o líquido se vaporiza.
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a) Efeito químico - com as implosões das bolhas são liberados íons livres de oxigênio que atacam as
superfícies metálicas (corrosão química dessas superfícies).
b) Efeito mecânico - atingindo a bolha região de alta pressão, seu diâmetro será reduzido (inicia-se o
processo de condensação da bolha), sendo a água circundante acelerada no sentido centrípeto.
Com o desaparecimento da bolha, ou seja: com a condensação da bolha as partículas de água
aceleradas se chocam cortando umas o fluxo das outras. Isso provoca o chamado golpe de aríete e
com ele uma sobrepressão que se propaga em sentido contrário, golpeando com violência as
paredes mais próximas do rotor e da carcaça, danificando-as.
Para que uma bomba trabalhe sem cavitar, torna-se necessário que a pressão absoluta do líquido
na entrada da bomba, seja superior à pressão de vapor, à temperatura de escoamento do líquido.
Considere-se a figura seguinte:
21
Figura 97 – Esquema de uma instalação de bombeamento.
Aplicando a equação da energia entre (0) e (1), à entrada da bomba, com referência em (0) vem:
(chamando a perda de carga total na tubulação de sucção de hf)
2
Patm VA 2 P V
0o 1 1 hs hf
2g 2g
2 2
Patm P1 V A V1
hs hf (1)
2g
Se fosse possível desprezar as perdas de carga e a variação da energia cinética, a expressão anterior
pode ser escrita como:
Patm P1
hs
Deduz-se que, teoricamente, a maior altura de sucção seria obtida quando a pressão criada no interior
(entrada da bomba) fosse igual ao vácuo absoluto (P1=0).
Patm 0 10330kgf / m 2 0
hs 10,33 m.c.a
1000kgf / m 3
Esta seria a altura de sucção máxima (teórica) com que poderia ser instalada uma bomba
comum (sem dispositivos especiais). Na prática, não são desprezíveis as perdas de carga (e às vezes a
variação da energia cinética), P1 >= Pv , Patm < 1 atm e T > 4oC. Para que a cavitação não ocorra é
necessário que, em todos os pontos do percurso da água, a pressão seja sempre maior que a pressão
de vapor, à temperatura de operação.
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Retornando à expressão (1), podemos escrever, fazendo p 1 = pv (pressão de vapor):
2
P Pv V1 VA 2
hs atm hf (2)
2g
Na expressão (2), Patm e Pv são tabelados. Na falta de tabela, a pressão atmosférica poderá ser
calculada por:
Patm Patm
10 0,0012.A ; em que e A (altitude) são dados em metros.
23
3000 7.03
Na expressão (2) levou-se em conta apenas a perda de carga existente até à entrada da bomba.
Considerando-se que as bolsas de vapor serão levadas para a saída do rotor, devemos adicionar à
referida expressão a perda de carga hB que leva em conta a perda existente entre a entrada da bomba
e a saída do rotor (porque é na saída que ocorre o colápso das bolhas). Essa perda não é calculada
pelas expressões usuais de perda de carga.
v2
Quanto menor menor a perda de carga. Desta forma, recomenda-se utilizar maiores
2. g
2 2
Patm Pv V1 VA
hs hf hB (3)
2g
Separando, no primeiro membro, as grandezas que dependem das condições locais, e, no
segundo membro as que dependem das características de entrada da bomba, tem-se:
Pela equação (3), separando o primeiro membro as grandezas que dependem das condições
locais da instalação (condições ambientais) e no segundo membro as grandezas relacionadas com a
bomba, tem-se:
2 2
P P V1 VA
atm
hs v
h hB
f
2g
NPSH disponível NPSH requerido
( na instalação ) ( pela bomba )
A soma dos termos do primeiro membro representa a carga líquida positiva disponível =
NPSHdisponível.
Já o segundo membro refere-se á carga líquida requerida pela bomba = NPSH requerido.
Para que a bomba não cavite, a carga líquida disponível deve ser maior que àquela requerida
pela bomba, ou seja:
NPSHd NPSHr
O NPSHd é um parâmetro que o projetista pode modificar, já, o NPSHr, é fornecido pelo
fabricante de bombas. Como segurança, a altura de sucção deve ser bem menor que a calculada.
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8.13.5 Medidas destinadas a dificultar o aparecimento da cavitação, por parte do usuário
a) se as duas bombas funcionassem isoladamente, a vazão de cada uma seria Q 1 e Q2 e a vazão total,
Q1+Q2; esta vazão total é maior do que a vazão Q3 da associação em paralelo (Q1+Q2 > Q3).
Esta diferença da vazão será tanto mais acentuada quanto mais inclinada for a curva do sistema ou
quanto mais achatadas forem as curvas características das bombas;
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b) Na associação em paralelo, a vazão de cada bomba é obtida projetando-se horizontalmente o ponto
P3 até encontrar a curva característica de cada bomba. Assim, a vazão da bomba (1) é Q I e da
bomba (2) é QII.
c) Na situação da curva característica passando por P 2 ou acima deste, a bomba (1) não conseguirá
vencer a altura manométrica da associação em paralelo. Sendo assim, a bomba (2) fornecerá toda a
vazão Q2. Nesse caso não tem sentido a associação em paralelo. A bomba (1) sofrerá
superaquecimento, pois não conseguirá vencer a altura manométrica (situação perigosa).
26
Associação em
paralelo (1) + (2)
Observação: Observando a Figura, se a bomba (2) for desligada, a bomba (1) não conseguirá vencer a
altura manométrica (curva característica do sistema se situa acima da curva da bomba 1). Haverá
recirculação do líquido e sobreaquecimento do mesmo (situação perigosa).
27
Figura 100 – Curvas características de uma associação em série.
8.14.3 Rendimentos Totais (t)
a) Para bombas em paralelo
Q1
Q 2
Q 3
Q 3 H 3
Bomba (3) na associação
H 3
3
Pot 3
753
Q
H = H1 = H2 = H3 ; Q = Q1 + Q2 + Q3
(Q1 Q 2 Q 3 ) H
Pot = Pot1 + Pot2 + Pot3 =
75t
Q1H1 Q 2 H 2 Q 3 H 3 (Q1 Q 2 Q 3 )H
, ou
751 75 2 753 75 t
n
n Q Qi
Q1 Q 2 Q 3 Q1 Q 2 Q 3
i 1
i
1 2 3 t
i 1 i
t
28
b) Para bombas em série
Q1
Q 2
Q
Q = Q1 = Q2 ; H = H1 + H 2
Q(H1 H 2 )
Pot = Pot1 + Pot2 =
75 t
n
Q1H1 Q 2 H 2 Q(H1 H 2 )
n H Hi
, ou H1 H 2 H1 H 2 i i 1
751 75 2 75 t
1 2 t
i 1 i
t
8.15 Aríete Hidráulico
8.15.1. Introdução
O carneiro ou aríete hidráulico destinado a elevar água por meio da própria energia hidráulica,
desde que se tenha uma queda d’água, de modo que parte da água aduzida no carneiro faça a
transferência de sua energia a outra parte, fazendo com que esta se eleve a alturas maiores que a
inicial. Ele foi inventado pelos irmãos Montgolfier (sec. XVIII), sendo uma máquina simples e de grande
utilidade, quando se deseja elevar pequenas vazões, e não se tem outra forma de energia disponível no
local. É muito usado para abastecimento domiciliar, pequenas instalações zootécnicas e irrigação de
pequena hortas e pomares.
- tubo de alimentação AB – é um tubo que vai da captação até a entrada do carneiro hidráulico. Tem
comprimento limitado e se prolonga no carneiro hidráulico até a válvula de escapamento.
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água captada, que recebeu energia da outra parte, penetre na câmara de ar do carneiro, para que
possa posteriormente seja elevada.
- campânula ou câmara de ar C – peça ovóide que caracteriza o carneiro hidráulico, localizada sobre a
base do carneiro. Ela recebe a água que penetra pela válvula R, a cada golpe de aríete e pela
descompressão do ar, a encaminha para o tubo de elevação.
- tubo de elevação DF – conecta o carneiro ao local de elevação, com a finalidade de conduzir a água
que é pressionada pelo ar até o reservatório ou ponto de elevação.
30
Figura 101 – Desenho esquemático de um carneiro hidráulico.
31
8.15.4. Transformações de energia
Para uma fração da água que desce pelo tubo de alimentação seja elevada a alturas maiores
que a do reservatório de alimentação, é necessário que esta fração aumente o seu estado de energia.
Esta energia adicional deve ser cedida pela outra fração, água que sai pela válvula de escapamento, que
diminui o seu estado de energia. Tal transferência de energia ocorre por transformações desta durante
cada ciclo do funcionamento do carneiro hidráulico.
Energia potencial (1) Energia cinética
quando a válvula de escapamento se abre;
Energia cinética carga piezométrica
quando a válvula de escapamento se fecha;
carga piezométrica Energia potencial
quando o ar comprime a água na campânula C e esta se eleva no tubo de recalque;
Pq .Q.h
em que:
Pq = potência da queda d’água; e
h = altura de queda.
Por causa das baixas velocidades da água nas canalizações do carneiro, a altura manométrica
foi tomada igual à altura geométrica.
Similarmente, o carneiro consome energia para elevar água à altura H e a potência consumida
será:
32
Pc .q.H
em que:
Pc = potência consumida pelo carneiro;
q = vazão elevada pelo carneiro; e
H = altura de elevação.
Como não há injeção de energia no processo, as duas potências devem se igualar, portanto:
Na prática há que se considerar os atritos, neste caso, o segundo membro é menor que o
primeiro e para torná-los iguais é necessário multiplicar o primeiro por um coeficiente menor que a
unidade:
Q.h.R q.H
Existem carneiros hidráulicos de vários tamanhos, que devem ser escolhidos em função das
vazões disponíveis e desejadas. Abaixo tem-se as especificações do carneiro marca Marumby, segundo
seu fabricante.
33
Tabela 2 – Tamanho do carneiro caracterizado por um número e suas características principais
34
e – cuidados na instalação do tubo de elevação:
e1 – deve ser o mais reto possível;
e2 – deve estar sempre em aclive.
Exemplo:
Dados:
- Vazão necessária: 90,83L/h
- Altura de queda (h): 2,5m
- Altura de recalque (H): 15m
Resolução:
Proporção:
h/H = 2,5 / 15 = 1/6 Tabela 2 R = 0,60
35