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1.

Introdução

A distribuição de água têm sido, desde muito tempo atras, uma das maiores preocupações da
humanidade. Para o abastecimento de água em locais mais afastados dos rios, foi necessária a
criação de alternativas que permitissem captar a água, transportá-la e armazená-la para ser
utilizada quando fosse o caso. Nesse caso foi necessário encontrar recursos para levar a água a
locais onde pudesse atender às necessidades de consumo e à irrigação de terras para fins
agrícolas.

O progresso industrial e a melhoria das condições de saúde e conforto estão diretamente ligados
ao progresso da ciência e da tecnologia das máquinas denominadas de bombas. O progresso na
tecnologia das bombas permitiu a construção de tipos próprios para esgotos sanitários, dragagem,
bombeamento de argamassa, minério, concreto, polpa de papel, fibras, plásticos, líquidos
extremamente viscosos e líquidos muito voláteis, entre outras aplicações.

1.1. Objetivo geral

Abordar assuntos relacionados com as bombas hidráulicas

1.2. Objetivos específicos


 Definir bombas hidráulicas
 Princípios de funcionamento
 A relação de potência
 Abordar sobre a cavitação
 Resolução de exercícios de semelhança mecânica de bombas
2. Bombas Hidráulicas

Bombas são Máquinas Hidráulicas geratrizes ou operatrizes cuja finalidade é realizar o


deslocamento de um líquido por escoamento. Elas transformam o trabalho mecânico que recebe
para seu funcionamento em energia, que é comunicada ao líquido sob as formas de energia de
pressão e cinética.

O uso de bombas hidráulicas ocorre sempre que há a necessidade de aumentar-se a pressão de


trabalho de uma substância líquida contida em um sistema, a velocidade de escoamento, ou
ambas.

3. Classificação

As bombas podem ser classificadas pela sua aplicação ou pela forma com que a energia é cedida
ao fluido.

Elas são classificadas por dois grandes grupos:

 Bombas Centrífugas ou Turbo-Bombas, também conhecidas como Hidro ou Roto


dinâmicas;
 Bombas Volumétricas, também conhecidas como de Deslocamento Positivo.
3.1. Turbo bombas ou Bombas Dinâmicas

São caracterizadas por possuírem um órgão rotatório dotado de pás (rotor) que exerce sobre
o líquido forças que resultam da aceleração que lhe imprime. A finalidade do rotor
(impelidor ou impulsor) é comunicar à massa líquida aceleração, para que adquira energia
cinética e se realize assim a transformação da energia mecânica de que é dotado. Ele pode
ser aberto(figura 1) quando não existe esta coroa circular inferior, fechado (figura 2):
quando, além do disco onde se fixam as pás, existe uma coroa circular também presa às pás;
simples sucção(figura 3),dupla sucção(figura 4).

Figura-1 Impelidor aberto

Figura-2 Impelidor fechado


Figura-3 - Impelidor de simples sucção Figura-4 - Impelidor de dupla sucção

Outro elemento constituinte das turbas bombas é o difusor (recuperador), no qual é feita a
transformação da maior parte da elevada energia cinética com que o líquido sai do rotor, em
energia de pressão. Em geral, tem seção transversal gradativamente crescente e dependente
do tipo de turbo bomba pode ser: de tubo reto troncônico (nas bombas axiais); de caixa com
forma de caracol ou voluta ou coletor (nas demais bombas).

Entre a saída do rotor e do caracol, em certos tipos de bombas, colocam-se palhetas


devidamente orientadas (pás diretrizes) para que o líquido que sai do rotor seja conduzido ao
coletor com velocidade, direção e sentido tais que a transformação da energia cinética em
energia potencial de pressão se processe com um mínimo de perdas por atrito ou
turbulências. Em princípio temos os seguintes tipos de carcaça: carcaça em voluta, carcaça
com pás difusoras, carcaça concêntrica, carcaça em dupla voluta, carcaça mista,

Figura 5 - Carcaça em voluta Figura 6 - Pás difusoras Figura 7 - Carcaça


concêntrica
Figura 8 - Carcaça em dupla voluta Figura 9- Bomba centrífuga com pás guias, bipartida
radialmente.

3.2. Classificação das Turbas bombas

Classificação segundo a trajetória do líquido no rotor.

Bombas Centrífugas São aquelas em que a energia fornecida ao líquido é primordialmente do


tipo cinética, sendo posteriormente convertida em grande parte em energia de pressão. A energia
cinética pode ter origem puramente centrífuga ou de arrasto, ou mesmo uma combinação das
duas, dependendo da forma do rotor.

a) Nas bombas centrífugas radiais puras toda energia cinética é obtida através do
desenvolvimento de forças puramente centrífugas na massa líquida devido ao
movimento do rotor.
O líquido penetra no rotor paralelamente ao eixo, sendo dirigido pelas pás para a
periferia fazendo com que o líquido saia numa direção perpendicular ao eixo (radial).
Possuem pás cilíndricas (simples curvatura), com geratrizes paralelas ao eixo de
rotação, sendo estas pás fixadas a um disco e uma coroa circular (rotor fechado) ou a um
disco apenas (rotor aberto).
Figura 10 - Bomba centrífuga radial

b) Nas bombas centrifugas tipo Francis, as pás possuem curvaturas em dois planos. A
região inicial das pás se apresenta com a forma de superfícies de dupla curvatura,
para melhor atender à transição das partículas líquidas, da direção axial para radial,
sem provocar choques (mudanças bruscas no sentido do escoamento) nem
turbulências excessivas.

Figura 11 - Bomba centrífuga “ETA”. Rotor fechado

a) Bombas de fluxo Axial ou Propulsora Neste tipo de bomba toda a energia cinética é
transmitida à massa líquida por forças puramente de arrasto.

As trajetórias das partículas líquidas começam paralelamente ao eixo e se transformam em


hélices cilíndricas. Possuem rotor tem o aspecto de uma hélice de propulsão e pode ter de 2 a 8
pás. As pás podem ser fixas ou reguláveis (tipo Kaplan).
Figura 12 - Trajetória de uma partícula líquida numa bomba axial.

Figura 9.13 - Rotores de bombas axiais

Figura 9.14 - Rotor de bomba axial de oito pás de passo variável

O rotor é colocado no interior de um tubo com formato troncônico, e o motor que o aciona fica
acima do tubo.

Figura 15 - Bomba axial Figura 9.16 - Bomba axial de pás de passo variável para irrigação

Estas bombas são utilizadas em irrigação, embora classificadas como centrífugas, no seu
princípio de funcionamento não se constata o efeito desta força. São empregados para grandes
descargas (até várias dezenas de m3 /s) e alturas de elevação até mais de 40 m.
b) Bombas Diagonais ou de fluxo misto

Nas bombas hélico-centrífuga, o líquido penetra no rotor axialmente, atinge as pás cujo bordo de
entrada é curvo e inclinado em relação ao eixo, segue uma trajetória que é uma curva reversa,
pois as pás são de dupla curvatura, e atinge o bordo de saída que é paralelo ao eixo ou
ligeiramente inclinado em relação a ele. Sai do rotor segundo um plano perpendicular ao eixo ou
segundo uma trajetória ligeiramente inclinada em relação ao plano perpendicular ao eixo.

Figura 9.18 - Bomba hélico axial Sulzer

Figura 17 - Trajetória de uma partícula numa bomba hélico-centrífuga

Nas bombas helicoidais ou semi-axiais, o líquido atinge o bordo das pás que é curvo e bastante
inclinado em relação ao eixo, a trajetória é uma hélice cônica,e as pás são superfícies de dupla
curvatura.

Figura 19 - Trajetória de uma partícula numa bomba axial

O bordo de saída das pás é uma curva bastante inclinada em relação ao eixo. O rotor
normalmente possui apenas uma base de fixação das pás com forma de um cone ou de uma
ogiva. São utilizadas para grandes descargas e alturas de elevação pequenas e médias.
Figura 20 - Bomba helicoidal sulzer

c) Bombas Periféricas ou Regenerativas São aquelas em que o fluido é arrastado através de


um rotor com paletas na sua periferia, de tal forma que a energia cinética inicial é
convertida em energia de pressão pela redução da velocidade na carcaça.

Elas são utilizadas em serviços de alimentação de caldeiras de pequena capacidade e


aqueles em que se deseja uma carga elevada com vazões baixas.

Figura 21 Bombas regenerativas

3.3. Classificação segundo o número de rotores

a) Bombas de Múltiplos Estágios Quando a altura de elevação é grande, faz-se o líquido


passar sucessivamente por dois ou mais rotores fixados ao mesmo eixo e colocados em uma
caixa cuja forma permite o escoamento. A passagem do líquido em cada rotor e difusor
constitui um estágio de separação. O difusor de pás guias fica colocado entre dois rotores
consecutivos. As pás do distribuidor são fundidas ou fixadas à carcaça ou ainda podem ser
adaptáveis à carcaça. O eixo pode ser horizontal ou vertical. São próprias para instalações
de alta pressão, pois a altura total a que a bomba recalca o líquido é, não considerando as
perdas, teoricamente igual a soma das alturas parciais que seriam alcançadas por meio de
cada um dos estágios (20 a 30 metros por estágio). São utilizadas para alimentação de
caldeiras, em poços de água profundos e na pressurização de poços de petróleo.
Figura 22 - Bombas de múltiplos estágios

3.4. Classificação segundo o número entradas para aspiração

a) Bombas de Sucção Simples Neste tipo de bomba a entrada do líquido é unilateral, se faz
de um lado e pela abertura circular na coroa do roto.

b) Bombas de Sucção Dupla Neste tipo de bomba o rotor é de tal forma que permite receber
líquidos por dois sentidos opostos, paralelamente ao eixo de rotação.

O rotor tem uma forma simétrica em relação a um plano normal ao eixo, e equivale
hidraulicamente a dois rotores simples montados em paralelo e é capaz de elevar,
teoricamente, uma descarga dupla, da que se obteria com o rotor simples.

Desse modo, devido a simetria, o empuxo axial é equilibrado. A carcaça para este tipo de
bomba é bipartida, isto é, constituída de duas seções separadas por um plano horizontal à
meia altura e aparafusadas uma a outra. Estas bombas são utilizadas para descargas médias.

3.5. Classificação segundo o modo pelo qual é obtida a transformação da energia


cinética em energia de pressão

Essa transfomação, como vimos, se realiza no difusor, de modo que esse critério
corresponde à indicação dos tipos de difusor. Temos assim:

1) Bomba de difusor com pás guias (diretrizes) colocadas entre o rotor e o coletor.

2)Bomba com coletor em forma de caracol ou voluta.

3)Bomba com difusor axial troncônico, com pás guias.

3.6. Outra Classificações

Poderíamos ainda classificar as bombas conforme:


- A velocidade específica;

- A finalidade ou destinação;

- A posição do eixo;

- O líquido a ser bombeado;

- Outros critérios;

4. Princípio e Funcionamento

O funcionamento da bomba centrífuga baseia-se, praticamente, na criação de uma zona de


baixa pressão e de uma zona de alta pressão. Para o funcionamento, é necessário que a
carcaça esteja completamente cheia de líquido e, portanto, que o rotor esteja mergulhado no
liquido. Devido à rotação do rotor, comunicada por uma fonte externa de energia
(geralmente um motor elétrico), o líquido que se encontra entre as palhetas no interior do
rotor é arrastado do centro para a periferia pelo efeito da força centrífuga. Produz-se assim
uma depressão interna ao rotor, o que acarreta um fluxo vindo através da conexão de
sucção. O líquido impulsionado sai do rotor pela sua periferia, em alta velocidade e é
lançado na carcaça que contorna o rotor. Na carcaça grande parte da energia cinética do
líquido (energia de velocidade) é transformada em energia de pressão durante a sua
trajetória para a boca de recalque. Faz-se necessária essa transformação de energia porque
as velocidades do líquido na saída do rotor, seriam prejudiciais às tubulações de recalque e
também porque a energia de velocidade pode ser facilmente dissipada por choques nas
conexões e peças das canalizações de recalque.

Figura:23-Princípio de funcionamento

5. Principais Componentes
A bomba centrifuga e constituída essencialmente de duas partes:

a) uma parte móvel: rotor solidário a um eixo (denominado conjunto girante);

b) uma parte estacionaria carcaça (com os elementos complementares: caixa de gaxetas,


mancais, suportes estruturais, adaptações para montagens etc,.).

Rotor é a peça fundamental de uma bomba centrífuga, a qual tem a incumbência de receber o
líquido e fornecer-lhe energia. Do seu formato e dimensões relativas vão depender as
características de funcionamento da bomba.

Carcaça é o componente fixo que envolve o rotor. Apresenta aberturas para entrada do liquido
até ao centro do rotor e saída do mesmo para a tubulação de descarga. Fundido juntamente, ou a
ela preso mecanicamente, tem a câmara (ou câmaras) de vedação e a caixa (ou caixas) de
mancal. Possui na sua parte superior, uma abertura (suspiro) para ventagem e escorva; e na parte
inferior, uma outra para drenagem. Nas bombas de maior porte, tem ainda as conexões para as
tubulações de “líquido de selagem” e “líquido de refrigeração”. O bocal (flange) de entrada do
fluido na carcaça recebe o nome de “sucção da bomba” e o de saída de “descarga da bomba”. Os
materiais geralmente utilizados na fabricação da carcaça são: ferro fundido, aço fundido, bronze
e aços liga.

6. Cálculo de potência

As perdas nas bombas incluem perdas hidráulicas, mecânicas, pelo atrito hidráulico, e por
vazamentos. Diante disto, nem toda a potência é utilizada para gerar pressão e fluxo. Uma parte
da energia é transformada em calor (devido ao atrito) dentro da bomba.
A energia pode também ser perdida em virtude da recirculação de fluido entre o rotor e a voluta.
O esquema abaixo ilustra o processo de transferência de energia para o fluido de trabalho, em
uma bomba:

Assim temos as seguintes potências envolvidas:

 Potência entregue pela bomba ao fluido: P=γQ H b


γQ H b
 Potência fornecida pelo motor elétrico no eixo da bomba: Pb=
ɳb
γQ H b
 Potência elétrica retirada da rede elétrica pelo motor elétrico: Pel =
ɳ b ɳ el

A potência retirada da rede elétrica pode ser obtida, também, pela seguinte expressão:

Pel =√ 3 ×U × I ×cos θ

Onde:√ 3 Para sistemas trifásicos

U- Tensão entre fases (Volts)

I - Corrente elétrica (Ampéres)

cos θ−¿ Fator de potência do motor elétrico

7. Cavitação

Sempre que a bomba estiver acima do reservatório de sucção, ela tem uma pressão necessária
para trazer água até a sua entrada e, assim, garantir seu perfeito funcionamento. A bomba, ao
sugar a água que entra por ela, provoca uma pressão que é chamada de pressão de sucção. Essa
pressão de sucção tem que ser menor que a pressão sobre a superfície do reservatório para que
haja o perfeito funcionamento da bomba. Quando a bomba succiona água a uma pressão
demasiadamente baixa, ocorre uma intensa formação de bolhas de vapor de água na entrada da
bomba, devido à queda de pressão.

As bolhas de vapor serão conduzidas pelo fluxo do líquido até atingirem a região do rotor que,
normalmente, gira à alta velocidade e, assim, provoca o aumento da pressão no interior da
bomba. Quando essas bolhas, provocadas pelo aumento da pressão, atingem a superfície do
rotor, condensam-se de forma rápida e transformam-se em líquido novamente. A rápida
condensação dessas bolhas resulta numa implosão delas sobre o rotor. Essa implosão provoca a
formação de pequenas bolsas, bolhas ou cavidades sobre ele. Com o tempo, esse fenômeno tem
como efeito a retirada de material da superfície do rotor, onde essas implosões ocorrem. A esse
fenômeno se dá o nome de cavitação.

7.1. Características
 Os efeitos da cavitação são visíveis a longo prazo e a curto prazo, sendo ambos
mensuráveis. A longo prazo os rotores, apresentam perdas consideráveis de massa,
comprometendo a performance da bomba e podendo levar a sua rotura. A curto prazo o
fenômeno da cavitação compromete a performance da bomba com a queda de
rendimento da bomba, vibração não característica da bomba e ruídos, esses provocados
pela "implosão" do líquido.
 A cavitação, além de ocorrer no rotor. pode-se manifestar na entrada bomba, na linha de
aspiração, na voluta e nas pás diretrizes do difusor. Esse último é mais intenso quando a
bomba opera fora da descarga nominal, devido à divergência entre os ângulos de saída
do líquido no rotor e de entrada no difusor.

As principais características de uma bomba em cavitação são:

 queda do rendimento;
 necessidade de aumento da potência de eixo (bombas);
 queda da potência de eixo (turbinas);
 marcha irregular, trepidação e vibração das máquinas, pelo desbalanceamento que
acarreta ruído, provocado pelo fenômeno de implosão das bolhas.
8. Exercícios de semelhança de uma bomba
9. Conclusão

De acordo com a finalidade de aplicação, as bombas centrífugas radiais possuem uma


característica construtiva, que pode ser utilizada para a sua classificação. Destas, enumeramos as
mais significativas tais como: quantidade de rotores, número de entrada de aspiração, tipos de
rotor, posição do eixo e tipo de carcaça, com certeza que uma bomba centrífuga de simples
estágio será muito conveniente para esse condomínio, porém, qual o melhor modelo de bomba,
que possa elevar a água com a vazão e altura desejada e que possua uma melhor eficiência
energética, com menor consumo de energia.
10. Bibliografia

[1] DE MATTOS, EDSON E., DE FALCO, REINALDO, Bombas Industriais, 2ª Ed, Rio de
Janeiro, Interciência 1998.

[2] FOX, ROBERT W., MCDONALD, ALAN T., PRITCHARD, PHILIP J., Introdução à
Mecânica dos Fluidos, 6ª Ed. LTC 2006.

[3] DA SILVA, MARCOS A., Manual de Treinamento KSB - Seleção e Aplicação de Bombas
Centrífugas, 5ª Ed., 2003.

[4] TALARICO, BRUNA, Revista Veja Rio – O Lazer nosso de cada dia, 2013. (acessado em
14/06/2014)

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