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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO – UFERSA

CAMPUS: ANGICOS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA
DISCIPLINA(S)/ÁREA: HIDRÁULICA

Estações Elevatórias – Bombas Hidráulicas

Prof. Osvaldo Nogueira


Programa da Disciplina

 Introdução e Princípios Básicos;


 Propriedades Físicas dos Fluidos; de Itaipu
Hidrelétrica
 Estática dos Fluidos;
 Hidrodinâmica;
 Hidrometria;
 Condutos Forçados;
 Bombas Hidráulicas; e, Manôm
etro

 Condutos Livres. mba hidrá


ulica
bo
Corte

Escada hidráulica
Tópicos da Aula
 Estações elevatórias– considerações gerais;
 Maquinas hidráulicas;
 Classificação das bombas hidráulicas;
 Bombas hidrodinâmicas;
 Escolha da bomba e potência necessária;
 Peças especiais na instalação de bombeamento;
 Escolha da bomba;
 Curvas característica das bombas hidráulicas;
 Curvas características da tubulação;
 Ponto de operação;
 Variação da curva característica da bomba;
 Cavitação;
 Altura máxima de sucção e NPSH.
Considerações Gerais

As estações elevatórias, ou de
bombeamento, são obras de
engenharia utilizadas para
elevação de fluidos, na maioria
das vezes fluidos líquidos como a DESNÍVEL
água, de um nível topográfico GEOMÉTRICO DE
RECALQUE
mais baixo para um nível
topográfico mais elevado.

Essa elevação de nível é realizada


com o uso de bombas hidráulicas,
que são equipamentos mecânicos
utilizados para transferirem
energia de uma fonte externa para
o fluido em bombeamtento.
Maquinas Hidráulicas
As máquinas hidráulicas são aquelas que promovem um intercâmbio entre a
energia do fluido e a energia mecânica. Podem ser classificadas,
principalmente, em motora e geradora.

Energia
Hidráulica

Máquina hidráulica Máquina hidráulica


Maquinas
motora ou Hidráulicas geradora ou
Máquinas Motrizes Máquinas Geratrizes

Energia
Mecânica

Máquinas motrizes: De modo geral se destinam a acionar outras máquinas.


Exemplos: turbinas hidráulicas, rodas d’água, entre outras;
Máquinas geratrizes: Recebem a energia de outras máquinas. Exemplo:
bombas hidráulicas.
Classificação das Bombas Hidráulicas

As bombas hidráulicas são máquinas geratrizes cuja finalidade é realizar o


deslocamento de um líquido por escoamento.
A classificação das bombas hidráulicas é função da forma que a energia
externa é transferida ao líquido bombeado. Podem ser divididas em dois
grande grupos:

 Bombas hidráulicas de deslocamento positivo ou volumétricas: o


órgão fornece energia ao fluido em forma de pressão. São as bombas
de engrenagens, êmbulo ou pistão, diafragmas, palhetas, parafusos,
etc. O intercâmbio de energia é estático e o movimento é alternativo.

 Turbobombas ou bombas hidrodinâmicas: o órgão (rotor) fornece


energia ao fluido em forma de energia cinética. O rotor se move
sempre com movimento rotativo.
Classificação das Bombas Hidráulicas
Bombas hidráulicas de deslocamento positivo ou volumétricas

A transferência de energia é deita por meio de um órgão mecânico com


movimento rotativo ou alternativo, os quais classificam essas bombas. O
movimento propulsor faz com que o fluido ocupe um determinado volume do
interior da bomba, e em seguida, pelo aumento da pressão, é conduzido a
canalização de saída.
A vazão é praticamente constante, independente da carga hidráulica a que
estão submetidas. As rotativas apresentam vazão contínua, enquanto que as
alternativas ela é fornecida de forma intermitente.

a) Bombas rotativas b) Bombas alternativas


- Bombas de engrenagens; - Bombas de pistão; e,
- Bombas de palhetas; - Bombas de diafragma;
- Bombas de parafuso;
- Bombas de lóbulos;
- Entre outras.
Classificação das Bombas Hidráulicas
Bombas hidráulicas de deslocamento positivo ou volumétricas
a) Bombas rotativas
Indicada para vazões mais elevadas e menores pressões que as bombas
alternativas
- Bombas de engrenagens
Destina-se ao bombeamento de líquidos de alta viscosidade, mas que
não contenham partículas. Desenvolvem pressões na ordem de 10 a 30
MPa, vazões de 5 a 200 L s-1, e podem atingir a rotação de 4000 rpm.

www.unicamp.br/fea/ortega/
aulas/aula10-Bombas.ppt
Classificação das Bombas Hidráulicas
Bombas hidráulicas de deslocamento positivo ou volumétricas
a) Bombas rotativas
- Bombas de palhetas
Utilizada na alimentação de caldeiras e para sistema óleo-dinâmico de
acionamento de média ou baixa pressão.

AZEVEDO NETTO et al. (1998).


www.unicamp.br/fea/ortega/
aulas/aula10-Bombas.ppt
Classificação das Bombas Hidráulicas
Bombas hidráulicas de deslocamento positivo ou volumétricas
a) Bombas rotativas
- Bombas de parafuso
Também utilizadas no bombeamento de líquidos de alta viscosidade. O
fluido é admitido pelo movimento de rotação e os filetes dos
parafusos, os quais não se tocam. Em seguida é empurrado para a parte
central onde é conduzido a saída.

www.em.pucrs.br/lsfm/alunos/luc_gab/
bombas1.html&usg
Classificação das Bombas Hidráulicas
Bombas hidráulicas de deslocamento positivo ou volumétricas
a) Bombas rotativas
- Bombas de lóbulos
Tem funcionamento similar a de engrenagem, podendo apresentar
até 4 lóbulos. Podem aplicados no bombeamento de produtos
químicos, líquidos lubrificantes e não-lubrificantes de diversas
viscosidades.

www.unicamp.br/fea/ortega/ www.tetralon.com.br
aulas/aula10-Bombas.ppt
Classificação das Bombas Hidráulicas
Bombas hidráulicas de deslocamento positivo ou volumétricas
b) Bombas alternativas
- Bombas de pistão
São muito utilizadas no abastecimento doméstico de água. A vazão é
dependente do tamanho do seu cilindro, do percurso e da velocidade
do pistão. Encontrado em sistemas de roda d’ água.

www.escoladavida.eng.br/mecflubasica/
aula4_e_5_unidade7.htm
Classificação das Bombas Hidráulicas
Bombas hidráulicas de deslocamento positivo ou volumétricas
b) Bombas alternativas
- Bombas de diafragma
Tem princípio de funcionamento similar a de pistão, porém
utilizadas para obtenção de vazões menores. É aplicada para
bombeamento de fluidos tóxicos, soluções alcalinas, soluções
corrosivas, polpas, etc.
Classificação das Bombas Hidráulicas

Turbobombas ou Bombas Hidrodinâmicas

A energia é fornecida continuamente ao fluido por um rotor, que gira a alta


velocidade aumentando a energia cinética que depois é transformada em
energia de pressão.

 A aceleração do fluído é devido á força


centrífuga e/ou de sustentação;
 A vazão fornecida depende da velocidade
de rotação, e, das características do sistema
e da bomba;
 São as mais utilizadas no meio agrícola
(irrigação) e abastecimento, especialmente
as bombas radiais ou centrífugas, que são
muito funcionais e capazes de atendimento
a uma ampla faixa de vazões e pressões;
Bombas Hidrodinâmicas

Partes constituintes de uma bomba hidrodinâmica

 Órgãos principais (do ponto de vista hidráulico): Rotor e Carcaça;


 Órgãos complementares: Eixo, anéis de desgaste, caixa de gaxeta, selo
mecânico, rolamentos, e base de bomba.
Bombas Hidrodinâmicas
Partes constituintes de uma bomba hidrodinâmica

Rotor: órgão móvel que fornece energia ao fluido. É responsável pela


formação de uma depressão no seu centro para aspirar o fluido e de uma
sobrepressão na periferia para recalcá-lo. Nada mais é do que um disco dotado
de palhetas fixado a um eixo, que gira quando acionado por um motor.

Corpo espiral: Também conhecido como carcaça, tem a função de coletar o


fluido acelerado pelo rotor e transforma parte da energia cinética em energia de
pressão, bem como, direcionam o fluido para a saída da bomba hidráulica.
Pode ser do tipo voluta ou do tipo difusor.

Voluta Difusor
Demanda alta vazão e Indicada para grandes
pequena Hm. Hm.
Bombas Hidrodinâmicas
Partes constituintes de uma bomba hidrodinâmica

Rotor: órgão móvel que fornece energia ao fluido. É responsável pela


formação de uma depressão no seu centro para aspirar o fluido e de uma
sobrepressão na periferia para recalcá-lo. Nada mais é do que um disco dotado
de palhetas fixado a um eixo, que gira quando acionado por um motor.

Corpo espiral: Também conhecido como carcaça, tem a função de coletar o


fluido acelerado pelo rotor e transforma parte da energia cinética em energia de
pressão, bem como, direcionam o fluido para a saída da bomba hidráulica.
Pode ser do tipo voluta ou do tipo difusor.

Voluta Difusor
Demanda alta vazão e Indicada para grandes
pequena Hm. Hm.
Bombas Hidrodinâmicas
Partes constituintes de uma bomba hidrodinâmica

Órgãos complementares:

Sistema de vedação
por gaxeta.

Sistema de suporte
mecânico.
Bombas Hidrodinâmicas
Classificação das bombas hidrodinâmicas

1. Quanto à trajetória do fluido dentro do rotor:

(a) Bombas radiais ou bombas centrífugas: o fluido entra no rotor na


direção axial e sai na direção radial, em ângulo reto (90°).
Caracterizam-se pelo recalque de pequenas vazões em grandes alturas.
A força predominante é a centrífuga.
(b) Bombas Axiais: seções o fluido entra no rotor na direção axial e sai
também na direção axial. Caracterizam-se pelo recalque de grandes
vazões em pequenas alturas. A força predominante é a de sustentação

Bomba centrífuga Bomba axial


Bombas Hidrodinâmicas
Classificação das bombas hidrodinâmicas

1. Quanto à trajetória do fluido dentro do rotor:

(c) Bombas diagonais ou mistas: seções o fluido entra no rotor na direção


axial e sai fazendo um ângulo entre 0 e 90°. Trata-se de um caso
intermediário entre as bombas radiais e axiais. Caracterizam-se pelo
recalque de médias vazões em médias alturas. A força atuante é a
centrífuga e a de sustentação.
Bombas Hidrodinâmicas
Classificação das bombas hidrodinâmicas

2. Quanto ao número de entradas para aspiração e sucção:

(a) Sucção simples ou de entrada unilateral: a entrada do líquido se faz por


meio de apenas um boca de sucção;
(b) Dupla sucção ou de entrada bilateral: a entrada do líquido se faz por
duas bocas de sucção, paralelamente ao eixo de rotação. Esta
configuração equivale a dois rotores simples montados em paralelo. O
rotor de dupla sucção acarreta uma melhoria no rendimento da bomba.

Bomba de dupla sucção


Bombas Hidrodinâmicas
Classificação das bombas hidrodinâmicas

3. Quanto ao número de rotores dentro da carcaça:

(a) Bombas de simples estágio ou unicelular: a bomba possui um único


rotor dentro da carcaça. As dimensões excessivas e o baixo rendimento
fazem com que os fabricantes limitem a altura manométrica para 100
m.

Schneider Moto bombas


Bombas Hidrodinâmicas
Classificação das bombas hidrodinâmicas

3. Quanto ao número de rotores dentro da carcaça:

(b) Bombas de múltiplo estágio: a bomba possui dois ou mais rotores


dentro da carcaça. É o resultado da associação de rotores em série
dentro da carcaça. Essa associação permite a elevação do líquido a
grandes alturas (> 100 m), sendo o rotor radial o indicado para esta
associação. saída entrada
Bombas Hidrodinâmicas
Classificação das bombas hidrodinâmicas

4. Quanto a posição do eixo:

(a) Bomba de eixo horizontal: é a concepção construtiva mais comum;


(b) Bomba de eixo vertical: usada na extração de água de poços profundos.

Bombas de eixo
vertical
Bombas Hidrodinâmicas
Classificação das bombas hidrodinâmicas

5. Quanto ao tipo de rotor:


(a) Rotor aberto: usada para bombas de pequenas dimensões. Possui pequena
resistência estrutural. Baixo rendimento. Dificulta o entupimento, podendo ser
usado para bombeamento de líquidos abrasivos ou sujos.
(b) Rotor semi-aberto ou semi-fechado: possui apenas um disco onde são afixadas
as palhetas. São usados no bombeamento de líquidos com pequenas
quantidades de material em suspensão;
(c) Rotor fechado: usado no bombeamento de líquidos limpos. Possui discos
dianteiros com as palhetas fixas em ambos. Evita a recirculação da água, ou
seja, o retorno da água à boca de sucção.

Rotor Fechado Rotor Semi-Aberto Rotor Aberto


Bombas Hidrodinâmicas
Classificação das bombas hidrodinâmicas

5. Quanto a posição do eixo da bomba em relação ao nível da água da sucção:

(a) Bomba de sucção positiva: o eixo da bomba situa-se acima do nível


d’água do reservatório de sucção
(b) Bomba de sucção negativa ou afogada: o eixo da bomba situa-se abaixo
do nível d’água do reservatório de sucção

Bomba de Bomba de
Sucção positiva Sucção negativa
Bombas Hidrodinâmicas
Princípio de funcionamento

O rotor é submetido a um movimento circular e


imprimi ao fluido uma força centrífuga (fluxo radial),
ou de sustentação (fluxo axial) ou uma mistura das
duas (fluxo misto ou diagonal).
A ação dessas forças provoca uma depressão (pressão
relativa negativa) no fluido à entrada do rotor,
fazendo com que o mesmo seja aspirado.
Adicionalmente, o “olho do rotor” tem um diâmetro
menor do que a tubulação de sucção, fazendo com
que a pressão na entrada diminua ainda mais.

Após a transferência de energia cinética pelo rotor, o


fluido é encaminhado pelas paredes da carcaça em
uma seção progressivamente crescente, gera-se uma
sobrepressão (pressão relativa positiva) à saída
bomba (início da tubulação de recalque).
Altura manométrica de instalação
Bomba situada acima do nível d’água

Aplicando-se o teorema de Bernoulli entre os


pontos (1) e (2), tem-se:
2 2
𝑝1 𝑉 1❑ 𝑝 2 𝑉 2❑
+ + 𝑧1 + 𝐻 𝑚 = + + 𝑧 2+ h𝑓 𝑇
𝛾 2𝑔 𝛾 2𝑔
2 2
𝑝2 −𝑝 1 𝑉 2❑− 𝑉 1❑
𝐻𝑚= + +(𝑧 ¿ ¿ 2− 𝑧 1)+h𝑓 𝑇 ¿ (1)
𝛾 2𝑔
Observa-se que:
𝑝1 𝑝 𝑎𝑡𝑚 h 𝑠 𝛾 𝑝1 𝑝 𝑎𝑡𝑚
= − = − h𝑠
𝛾 𝛾 𝛾 𝛾 𝛾
𝑝1 𝑝 𝑎𝑡𝑚 h 𝑟 𝛾 𝑝1 𝑝 𝑎𝑡𝑚
= + = + h𝑟
𝛾 𝛾 𝛾 𝛾 𝛾
2 2
𝑉 2❑ − 𝑉 1❑
𝑧1 = 𝑧2 ≈0
2𝑔
PERES (2006).
Altura manométrica de instalação
Bomba situada acima do nível d’água

Substituindo as relações anteriores na eq. (1):

𝐻 𝑚 =(h ¿ ¿𝑟 +h 𝑓 𝑟 )+(h ¿ ¿𝑠+h 𝑓 𝑠 )¿¿ (2)

Sendo o desnível geométrico (Hg) = hr +hs :

𝐻 𝑚 = 𝐻 𝑔 + h𝑓 𝑇 (3)

A medição da altura manométrica pode ser feita com


o uso de um manômetro instalado após a saída da
bomba e de um vacuômetro instalado próxima a
entrada da bomba, utilizando a equação abaixo:

𝐻 𝑚 = 𝑀 +𝑉 + 𝑚 (4) M – leitura do manômetro, m;


V – leitura do vacuômetro, m; e,
m – distância vertical entre os dois aparelhos,
m.
Altura manométrica de instalação
Bomba afogada (sucção negativa)

Aplicando-se o teorema de Bernoulli entre os


pontos (3) e (4), tem-se:
2 2
𝑝 3 𝑉 3❑ 𝑝 4 𝑉 4❑
+ + 𝑧 3+ 𝐻𝑚= + + 𝑧 4 + h𝑓 𝑇
𝛾 2𝑔 𝛾 2𝑔
2 2
𝑝 4 −𝑝 3 𝑉 4❑ −𝑉 3❑
𝐻𝑚= + +(𝑧 ¿ ¿ 4 − 𝑧 3 )+h𝑓 𝑇 ¿ (5)
𝛾 2𝑔
Observa-se que:
𝑝 3 𝑝𝑎𝑡𝑚 h𝑠 𝛾 𝑝 3 𝑝𝑎𝑡𝑚
= + = +h 𝑠
𝛾 𝛾 𝛾 𝛾 𝛾
𝑝 4 𝑝 𝑎𝑡𝑚 h𝑟 𝛾 𝑝 4 𝑝 𝑎𝑡𝑚
= + = + h𝑟
𝛾 𝛾 𝛾 𝛾 𝛾
2 2
𝑉 4❑ − 𝑉 3❑
𝑧1 = 𝑧2 ≈0
2𝑔
PERES (2006).
Altura manométrica de instalação
Bomba afogada (sucção negativa)

Substituindo as relações anteriores na eq. (5):

𝐻 𝑚 =(h ¿ ¿ 𝑟 +h 𝑓 𝑟 )+(h 𝑓 𝑠 − h𝑠 )¿ (6)

Sendo o desnível geométrico (Hg) = hr + (- hs):

𝐻 𝑚 = 𝐻 𝑔 + h𝑓 𝑇 (3)

A medição da altura manométrica pode ser feita com


o uso de um manômetro instalado após a saída da
bomba e assumindo a leitura do vacuômetro igual ao
desnível da sucção, utilizando a equação abaixo:

𝐻 𝑚 = 𝑀 − h𝑠 +𝑚 (7) M – leitura do manômetro, m;


V – leitura do vacuômetro, m; e,
m – distância vertical entre os dois aparelhos,
m.
Escolha da bomba e potência necessária

Basicamente, a seleção de uma bomba para uma determinada situação é


função da:
- Vazão a ser recalcada (Q);
- Altura manométrica instalada (Hm)

Vazão a ser recalcada (Q): Depende do consumo diário da instalação, da


jornada de trabalho da bomba e do número de bombas em funcionamento.

Altura manométrica da instalação (Hm): O


levantamento topográfico do perfil do terreno
permite determinar: o desnível geométrico da
instalação (Hg), o comprimento das tubulações
de sucção e de recalque e o número de peças
especiais dessas tubulações. A partir desses
dados, e conhecendo-se os diâmetros de sucção
e de recalque obtêm-se hf Total.
Escolha da bomba e potência necessária
Diâmetro da tubulação de recalque

A escolha do diâmetro interno da tubulação de recalque tem efeitos sobre o


custo de investimento inicial e nos custos operacionais de uma estação de
bombeamento.
Desse modo, quando se utiliza uma diâmetro menor, o investimento inicial é
menor, no entanto, os custos operacionais podem ser de tal ordem que anulem
essa vantagem inicial de menor investimento (PERES 2006).

O correto é fazer um
balanço econômico entre
o custo da tubulação e o
custo da manutenção do
sistema.
Escolha da bomba e potência necessária
Diâmetro da tubulação de recalque

A escolha do diâmetro da tubulação de recalque pode ser realizado por:

Critério da velocidade econômica (critério


prático);
Fórmulas empíricas (Bresse e ABNT); e,
Análise econômica. Ideal, porém mais trabalhoso

1. Critério das velocidades econômicas

Por meio da observação de instalações de bombeamento bem operadas


tecnicamente e economicamente, verificou-se a seguinte variação da
velocidade média de escoamento:

No recalque: 1,35 m s-1 < V < 3,50 m s-1; Adota-se : Vr = 2 m s-1.

Na sucção: 0,50 m s-1 < V < 1,50 m s-1. Adota-se : Vs = 1 m s-1.


Escolha da bomba e potência necessária
Diâmetro da tubulação de recalque
1. Critério das velocidades econômicas

 A utilização de velocidades menores é uma medida adequada para evitar a


ocorrência de cavitação;
 Adota-se na tubulação de sucção o diâmetro comercial imediatamente
superior ao calculado na tubulação de recalque.

2. Fórmula de Bresse

Recomendada para funcionamento contínuo, ou seja: 24 horas dia -1.

[√ √ ]
𝐶 1 6 𝛽𝛾 C1 – custo médio do conjunto motobomba,
6
D= 𝑥 𝑥𝑄 incluindo custo de funcionamento (energia) e
𝐶 2 15 𝜂 manutenção, por unidade de potência;
C2 – custo médio do metro de tubo por unidade
D=𝑘𝑄 de diâmetro, inclusive as despesas de instalação
e manutenção.
Escolha da bomba e potência necessária
Diâmetro da tubulação de recalque
2. Fórmula de Bresse
No Brasil se tem o valor de k variando entre 0,9 e 1,4. Normalmente se
adota k = 1.
Abaixo se observa a relação entre os valores de k e de velocidade de
escoamento, segundo AZEVEDO NETTO et al, (1998).

Outras equações:
0 , 45 D – m; e Q – m3 s-1.
USA: 𝐷=0 ,9 𝑄

( )
0,154 N – número de horas de bombeamento
𝑁 .𝑒 0 , 45
França (Vilbert): 𝐷=𝑘 𝑄 diárias dividido por 24h; e – custo da
𝑓 energia elétrica, kWh; f – custo do
ferro dúctil, kg; Q – m3 s-1; k – 1,55
para 24h ou 1,35 para 10h.
Escolha da bomba e potência necessária
Diâmetro da tubulação de recalque
2. Fórmula de Bresse
 Quando o diâmetro calculado não coincidir com o comercial, adota-se o
diâmetro comercial imediatamente acima para a sução, e o imediatamente
abaixo para o recalque.

3. Fórmula da ABNT (NB – 92/66)

Recomendada para funcionamento intermitente ou não contínuo:

( )
0 ,25
𝑇 Dr – diâmetro do recalque, mm;
𝐷𝑟 =1, 3 √𝑄
24 T – número de horas de funcionamento diária, h;
Q – vazão, m3 s-1.

 Quando o diâmetro calculado não coincidir com o comercial, adota-se o


diâmetro comercial imediatamente acima para a sução, e o imediatamente
abaixo para o recalque.
Escolha da bomba e potência necessária
Diâmetro da tubulação de recalque
4. Análise econômica

Recomendado para obras de grande envergadura e de grande


responsabilidade técnica.
Os custos operacionais são constituídos basicamente do consumo de energia
(elétrica ou de combustível) para acionamento das motobombas. O custo total
(CT) do bombeamento envolverá o custo de investimento (CI) e o custo
operacional (CO).

Nesse procedimento são investigados diferentes diâmetros internos de


tubulação de recalque, considerando uma série de variáveis, a saber:
investimento inicial, vida útil do equipamento, taxa de juros no mercado
financeiro, custo de energia consumida e tempo de bombeamento

Nessa etapa do projeto deve-se dar a mesma atenção quando do


equacionamento dos problemas hidráulicos.
Escolha da bomba e potência necessária
Diâmetro da tubulação de recalque
4. Análise econômica
Tabela. Valores da vida útil e taxas de manutenção
de componentes de sistema de irrigação.

CARVALHO & OLIVEIRA (2008).


Escolha da bomba e potência necessária
Diâmetro da tubulação de recalque
4. Análise econômica

Tabela. Estudo econômico de linhas de recalque

AZEVEDO NETTO et al. (1998).


Escolha da bomba e potência necessária
Potência necessária ao funcionamento da bomba

Como já abordado no tópico de Hidrodinâmica, sabe-se que:

a) Potência fornecida pela bomba:

𝑃𝑜𝑡 (𝑊 )=𝑄 (𝑚3 𝑠−1 ).𝛾 (𝑁 𝑚− 3). 𝐻 𝑚 (𝑚𝑐𝑙í 𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜)


𝑄 ( 𝑚 𝑠 ) .𝛾 ( 𝑘𝑔𝑓 𝑚 ) . 𝐻 𝑚 (𝑚𝑐𝑙 í 𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜)
3 −1 −3
𝑃𝑜𝑡 (𝐶𝑉 )=
75

1 CV = 736 W;
1 kW = 1000 W = 1,359 CV .

b) Potência absorvida pela bomba:

𝑄 ( 𝑚 3 𝑠 −1 ) .𝛾 ( 𝑘𝑔𝑓 𝑚−3 ) . 𝐻 𝑚 (𝑚𝑐𝑙 í 𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜)


𝑃𝑜𝑡 𝐴𝐵𝑆=
75. 𝜂 𝐵
ηB – rendimento da bomba, decimal.
Escolha da bomba e potência necessária
Potência instalada em um sistema de bombeamento

H2O
M B
(d) (c) (b) (a)
Rede elétrica
trifásica

c) Potência fornecida pelo motor:

Supondo η acoplamento = 100%, tem-se: (c) = (b).

c) Potência absorvida pelo motor:

𝑄 ( 𝑚 3 𝑠 −1 ) .𝛾 ( 𝑘𝑔𝑓 𝑚−3 ) . 𝐻 𝑚 (𝑚𝑐𝑙 í 𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜)


𝑃𝑜𝑡 𝐴𝐵𝑆=
75.𝜂 𝐵 . 𝜂 𝑀
ηM – rendimento do motor, decimal.
Escolha da bomba e potência necessária
Potência instalada em um sistema de bombeamento
O motor elétrico ideal para bombeamento é do tipo assíncrono, alimentado com
corrente trifásica, rotor em curto circuito e tensão de alimentação de 380/220 V
(Volts).
Os motores elétricos normalmente operam em 1150, 1750 e 3500 rpm. No geral
bombas pequenas operam a 3500 rpm, enquanto que maiores fazem rotações mais
baixas.

Na seleção do motor elétrico admite-se uma certa folga de potência em relação aquela
requerida (absorvida) pela bomba hidráulica, conforme a Tabela abaixo:
Motores Elétricos
Potência absorvida pela bomba (P abs) Potência do motor elétrico
Até 2 CV Pabs + 50 %
2 CV < Pabs ≤ 5 CV Pabs + 30 %
5 CV < Pabs ≤ 10 CV Pabs + 20 %
10 CV < Pabs ≤ 20 CV Pabs + 15 %
Pabs > 20 CV Pabs + 10 %
Motores à diesel (qualquer potência) Pabs + 25 %
Motores à gasolina (qualquer potência) Pabs + 50 %
Escolha da bomba e potência necessária
Potência instalada em um sistema de bombeamento
Os motores elétricos nacionais são normalmente fabricados com as seguintes
potências padronizadas em CV:

1/12 1/8 1/6 1/4 1/3 1/2 3/4 1 1½ 2 3 4 5 6 7½ 10 12½ 15 20 25


30 35 40 45 50 60 75 100 125 150 200 250 300 350 425 475
530 600 675 750 850 950.

Caso a potência calculada seja diferente das padronizadas, deve-se selecionar


o motor elétrico com potência imediatamente superior à necessária na
listagem acima.

A potência do transformador elétrico pode ser calculada por meio da equação


abaixo (PERES, 2006):
Ptransf – potência do transformador, kVA;
𝑃 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓 =0 , 97 𝑃 𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟
Pmotor – potência do motor, CV.
Escolha da bomba e potência necessária
Considerações para potência fornecida por motores de combustão

A potência fornecida pelos motores de combustão interna varia com a pressão


atmosférica (redução de 1% a cada 100 m acima do nível do mar) e com a
temperatura (redução de 1% a cada 6 °C acima de 15 °C).

Para a avaliação econômica deve-se considerar o consumo médio de


combustível abaixo, para os motores de combustão interna:

Motor a óleo diesel: 0,25 a 0,35 L CV-1 h-1;


Motor gasolina: 0,30 a 0,40 L CV-1 h-1.
Peças especiais na instalação de bombeamento
TUBULULAÇÃO
DE RECALQUE

MOTOBOMBA

TUBULULAÇÃO
DE SUCÇÃO
Escolha da bomba
 Conhecendo-se a Q e Hm para uma determinada condição de projeto, faz-
se a pré-seleção da bomba hidráulica adequada para o projeto. Na escolha
do fabricante deve-se avaliar a idoneidade, os termos de garantia, a
assistência técnica, rendimento da bomba, entre outros;
 A pré-seleção é realizada com o uso de gráficos e tabelas fornecidos pelo
fabricante;
 Esses gráficos são conhecidos como diagramas de cobertura hidráulica, e
consistem em diagramas cartesianos (Q versus Hm);
 Ressalta-se que esses gráficos são construídos para duas frequências de
corrente elétrica, 50 e 60 Hz. No Brasil a frequência padrão é de 60 Hz.
 Após a definição do modelo da bomba, obtêm-se maiores detalhes da
bomba por meio de suas curvas características.

Exemplos de fabricantes de bombas hidráulicas no mercado brasileiro: KSB


Bombas Hidráulicas S.A.; Schneider Motobombas S.A. (comprada pela Franklin
Electric Ind. De Motobombas); Bombas EH Ltda, Imbil Ltda; Esco S.A.; Mark-
Peerless S.A.; Worthington S.A.; Albrizzi-Petry S.A.; Sulzer Weise S.A., etc.
Escolha da bomba

Considerando:
Q = 200 m3 h-1;
Hm = 80 mca.

www.ksb.com.br
Escolha da bomba
Considerando: Q = 80 m3 h-1 e Hm = 60 mca.

www.schneider.ind.br
Curvas Características das bombas hidráulicas
Relacionam a vazão recalcada com a altura manométrica, com a potência
absorvida, com o rendimento e com o NPSH requerido (às vezes com a altura
máxima de sucção). Pode-se dizer que são um retrato de funcionamento das
bombas nas mais diversas situações.
Hm x Q Pot x Q

ηxQ NPSHr x Q

CARVALHO & OLIVEIRA (2008).


Curvas Características das bombas hidráulicas
Conclusões que podem ser tiradas das curvas características das bombas:

 O aspecto achatado das curvas de rendimento das bombas centrífugas


mostra que tal tipo de bomba é mais adequado onde há necessidade de
variar vazão. A vazão pode ser variada sem afetar significativamente o
rendimento da bomba;
 A potência necessária ao funcionamento das bombas centrífugas cresce
com o aumento da vazão e decresce nas axiais. Isto mostra que, as bombas
radiais devem ser ligadas com a válvula de gaveta fechada, pois nesta
situação, a potência necessária para acioná-las é mínima. O contrário
ocorre com as bombas axiais;
 Para bombas radiais, o crescimento da altura manométrica não causa
sobrecarga no motor; especial atenção deve ser dada quando a altura
manométrica diminui. Quando Hm diminui, aumenta a vazão, o que
poderá causar sobrecarga no motor.

Nas curvas características das bombas, a pressão máxima corresponde ao ponto


de vazão nula denominado “shut off”.
Curvas Características das bombas hidráulicas

Curva da Hm x Q (cruzando com a


curva característica da tubulação
tem-se o ponto de trabalho.

Curva do NPSHr x Q para o


cálculo da cavitação.

Curva do Pot abs x Q para a


determinação da potência
absorvida pela bomba.
www.ksb.com.br
Curvas Características das bombas hidráulicas

Curva da Hm x Q

Curva do NPSHr x Q

Curva do Pot abs x Q

Curva do η x Q

www.schneider.ind.br
Curvas Características da Tubulação
A curva característica da tubulação ou do sistema é obtida pela equação de Hm.

𝐻 𝑚 =𝐻 𝑔 + h𝑓 𝑇
h𝑓 𝑇 =h𝑓 𝑐𝑜𝑛𝑡 í 𝑛𝑢𝑎 + h𝑓 𝐿𝑜𝑐

Aplicando-se o método do comprimento virtual para o cálculo do hf T, têm-se:


16 𝑓 𝐿𝑉 𝑄
2 16 𝑓 𝐿𝑉
Universal: h𝑓 𝑇 = 2 5
∴𝑘= 𝜋 2 2 𝑔𝐷 5∴h𝑓 𝑇 =𝑘𝑄 2
𝜋 2 𝑔𝐷

Hazen- ∴ ∴
Williams: 1,852
h𝑓 𝑇 =𝑘𝑄

A equação característica da tubulação pode ser escrita por:


𝑛 k – constante característica da tubulação;
𝐻𝑚= 𝐻𝑔+ 𝑘 𝑄 n – expoente da vazão na equação de hf.
Curvas Características da Tubulação
Representações gráfica da curva do sistema:

a) Altura geométrica nula

𝐻 𝑚 =𝑘 𝑄 𝑛
R1 R2

a) Altura geométrica diferente de zero

R2
𝑛 Hg
𝐻 𝑚 =𝐻 𝑔 + 𝑘𝑄
R1

CARVALHO & OLIVEIRA (2008).


Curvas Características da Tubulação
Representações gráfica da curva do sistema:

c) Tubulação em série

𝐻 𝑚 =𝐻 𝑔 + h𝑓 𝑇 Lembrar que para tubulações em série a


𝐻 𝑚 =𝐻 𝑔 + h𝑓 1 +h𝑓 2 vazão é constante e a perda de carga (∆h 3) é
o somatório das perdas de cargas dos dois
𝐻 𝑚 =𝐻 𝑔 + [ 𝑘1 + 𝑘2 ] 𝑄
𝑛
trechos (∆h1 e ∆h2 ).

CARVALHO & OLIVEIRA (2008).


Curvas Características da Tubulação
Representações gráfica da curva do sistema:

d) Tubulação em paralelo

Lembrar que para tubulações em paralelo a vazão total (Q 3) é igual a


soma das vazões (Q1 +Q2) e as perdas de carga são iguais nos dois
trechos (∆h1 = ∆h2).
Pode também, para efeito de cálculo, utilizar-se de uma tubulação
equivalente.
CARVALHO & OLIVEIRA (2008).
Curvas Características da Tubulação
Representações gráfica da curva do sistema:

f) Reservatórios com cotas diferentes

A curva do sistema é obtida somando-se a Q para o mesmo valor de Hm.


Para vazões até Q1, somente o reservatório R1 é abastecido. Para vazões
maiores considera-se como tubulações em paralelo, somando-se as
vazões e considerando-se a mesma perda de carga (Q 3 = Q1 + Q2).
CARVALHO & OLIVEIRA (2008).
Ponto de Operação do Sistema

A intersecção entre a curva Com o passar do tempo, o desgaste e a


característica da bomba e a curva corrosão alteram tanto a curva da
característica do sistema define o bomba quanto do sistema, alterando o
ponto de trabalho ou ponto de ponto de trabalho do sistema.
operação da bomba.
Variação da curva característica da bomba
A modificação da curva característica da bomba pode ser realizada por meio
da alteração da velocidade de rotação da mesma, ou ainda, alterando o
diâmetro do rotor.

Variação da velocidade de rotação


O rendimento deverá ser mantido o mesmo para ambas as rotações (a rotação
especificada – n1; e a requerida – n2). Os pontos com os mesmos rendimentos
são denominados pontos homólogos.
Cada ponto (Hm x Q) com rotação n1, por semelhança mecânica, corresponde a
outro ponto (Hm’ x Q’) com rotação n2. Aplica-se as equações de Rateaux:

( ) ( )
2 3
𝑄1 𝑛1 𝐻𝑚1 𝑛1 𝑃𝑜𝑡1 𝑛1
= = =
𝑄2 𝑛2 𝐻𝑚2 𝑛2 𝑃𝑜𝑡 2 𝑛2 Parábola de
iso-eficiência.

( )
2
𝐻𝑚1 𝑄1 𝑄1
2
𝑄2 𝑄
2
2
= = = =𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒
𝐻𝑚2 𝑄2 𝐻𝑚1 𝐻 𝑚2 𝐻
Variação da curva característica da bomba
Variação da velocidade de rotação

A variação de rotação máxima deve ser na ordem de 30 a 40%, para que se


mantenha o rendimento. A variação da rotação do motor pode ser obtida por:

Motor de corrente contínua: por meio do reostato;


Motor de corrente alternada: por meio do variador mecânico, ou
inversor de frequência;
Motor de combustão interna: por meio da variação da aceleração do
motor, ou uso de polias e correias.
Variação da curva característica da bomba
Variação do diâmetro do rotor

Trata-se da redução do diâmetro do rotor por meio da operação de usinagem


(raspagem) do mesmo. Essa operação só pode ser realizada até um valor
correspondente a 20% do diâmetro original, para que não afete sensivelmente
o seu rendimento.
Essa operação só se aplica a bombas centrífugas, visto que as faces do rotor
são praticamente paralelas.
As equações utilizadas mantendo-se constantes a rotação e o rendimento, são:

( ) ( )
2 3
𝑄1 𝐷1 𝐻𝑚1 𝑄1 𝑃𝑜𝑡1 𝐷1
= = =
𝑄2 𝐷2 𝐻𝑚2 𝑄2 𝑃𝑜𝑡 2 𝐷2

( )
2
𝐻𝑚1 𝐷1
=
𝐻𝑚2 𝐷2
Variação da curva característica da bomba
Variação do diâmetro do rotor

Trata-se da redução do diâmetro do rotor por meio da operação de usinagem


(raspagem) do mesmo. Essa operação só pode ser realizada até um valor
correspondente a 20% do diâmetro original, para que não afete sensivelmente
o seu rendimento.

a) 1° caso: O ponto de projeto (ponto A) pretendido está sobre a parábola de


iso-eficiência (ponto1 = ponto homólogo):

𝑄1 𝐷1
=
𝑄2 𝐷2

𝑄𝐴
𝐷 𝐴=𝐷 1
𝑄1
Variação da curva característica da bomba
Variação do diâmetro do rotor

a) 2° caso: O ponto de projeto (ponto A) pretendido não está sobre a


parábola de iso-eficiência:

Com os valores do par HA x QA plota-se a curva de iso-eficiência (Q2/H=cte);


Na intersecção com a curva da bomba obtêm-se o ponto homólogo procurado.

𝑄1 𝐷1 𝑄𝐴
= 𝐷 𝐴=𝐷 1
𝑄2 𝐷2 𝑄1
Cavitação
Consiste na rápida vaporização e subsequente condensação de um líquido
(não ocorre em gases e sólidos). O processo é análogo ao da ebulição, onde
cavidades de vapor são formadas a partir de bolhas menores (núcleos)
originadas pelos gases dissolvidos no meio líquido. Ao contrário do que
acontece na ebulição, no da cavitação, o processo de vaporização ocorre
quando o líquido, a uma temperatura constante é submetido a uma pressão de
vapor, seja em meio estático ou dinâmico.
À temperatura de 20 °C a água vaporiza à pressão absoluta de 0,24 mca =
17,4 mmHg. Ressalta-se que a pressão de vapor é função da temperatura.

CARVALHO & OLIVEIRA (2008).


Cavitação
Ocorrência do fenômeno “cavitação”
Quando a pressão na entrada da bomba (Pe) for menor que a pressão de vapor
(Pv), a uma temperatura, resultará no aparecimento de bolhas de vapor.
Observa-se duas situações possíveis:
 Pe ≤ Pv ocorre em toda seção transversal: poderá interromper o fluxo;

 Pe ≤ Pv ocorre de forma localizada: as bolhas liberadas serão conduzidas a


saída do rotor (região de alta pressão, Pe > Pv).

Bolha na região de Condensação com Golpe de aríete Onda de sobrepressão


alta pressão aceleração centrípeta (efeito centrípeto) (efeito centrifugo)
Cavitação
Efeitos do fenômeno “cavitação”
 Corrosão com desgaste do material (rotor e paredes);
 Queda do rendimento;
 Trepidação, vibração e desbalanceamento (marcha irregular);
 Ruído, martelamento (implosão das bolhas);

Alguns autores relatam a ocorrência de efeitos químicos decorrentes de íons


livres de oxigênio que corroem a superfície.
Ordem crescente de resistência à corrosão por cavitação: ferro fundido, alumínio,
bronze, aço fundido, aço doce laminado, bronze fosforoso, bronze manganês, aço-
Siemens-Martin, aço cromo (12 Cr), e ligas de aço inoxidável especial (18 Cr – 8 Ni).
Cavitação
Precauções quanto a Cavitação
 Projeto adequado: diminuir o comprimento da tubulação de sucção ao
máximo, instalando o mínimo de peças especiais, e, limitar a velocidade
de escoamento na tubulação de sucção;
 Evitar a entrada de ar pela válvula de pé, sempre garantindo a sua
submergência;
 Trabalhar com líquidos frios;
 Pode-se empregar o revestimento de elastômeros (como neoprene,
poliuretano, entre outros), que demostram resistência a cavitação.

Parte de bombas danificadas pela


ocorrência de cavitação podem ser
preenchidas com solda elétrica
adequada ao material, e esmerilhado.

www.metaline.de
Altura máxima de sucção de bombas

Aplicando a equação de Bernoulli entre o nível de água no reservatório de


captação e a entrada da bomba, tem-se:

2 2
𝑃 𝑎𝑡𝑚 𝑉 𝐴 𝑃1 𝑉 1 .1
+ + 0= + + h 𝑠 +h 𝑓
𝛾 2𝑔 𝛾 2𝑔 hS

2 2
.
A N. R.
𝑃 𝑎𝑡𝑚 − 𝑃 1 𝑉 𝐴 −𝑉 1
h𝑠= + − h𝑓
𝛾 2𝑔

Considerando variação cinética = 0, e a perda de carga total = 0, deduz-se a


maior altura de sução para P1 = 0 (vácuo absoluto):

𝑃 𝑎𝑡𝑚 −0 10000 𝑘𝑔𝑓 𝑚− 2


h𝑠= = =10 𝑚
𝛾 1000 𝑘𝑔𝑓 𝑚−3
Altura máxima de sucção de bombas
Na prática essa condição não ocorre, além do que, a altura máxima de sucção
deve ser obtida quando P1 = Pv (pressão de vapor à temperatura de
bombeamento). Assim:

2
𝑃 𝑎𝑡𝑚 − 𝑃 𝑉 𝑉 1 −𝑉 𝐴
2 𝑃 𝑎𝑡𝑚
h𝑠 ≤ + − h𝑓 =10 , 33 −0,0012. 𝐴
𝛾 2𝑔 𝛾
A – altitude local, m.

Na expressão anterior, sabendo que as bolhas de ar vão até a saída do rotor,


deve-se adicionar as perdas ocasionadas no interior da bomba (ΔhB). Essa
perda não é calculada pela expressões usuais de perda de carga. Tem-se:

2 2
𝑃 𝑎𝑡𝑚 − 𝑃 𝑉 𝑉 1 −𝑉 𝐴
h𝑠= + − h 𝑓 −∆ h𝐵
𝛾 2𝑔
NPSH disponível e NPSH requerido
Significado: NPSH – Net positive suction head
APLS – Altura positiva líquida de sucção

Pela equação anterior, separando no primeiro membro as grandezas que


dependem das condições locais, e, no segundo membro as relacionadas com
a bomba, tem-se:
hs é positivo para
2 2 bomba afogada, caso
𝑃 𝑎𝑡𝑚 𝑃𝑉 𝑉 1 −𝑉 𝐴 contrário é negativa.
± h𝑠 − − h𝑓 ≥ + ∆ h𝐵
𝛾 𝛾 2𝑔

Preocupação do NPSH disponível NPSH requerido Fornecido pelo


técnico (na instalação) (pela bomba) fabricante

Para que a bomba não cavite:

𝑁𝑃𝑆𝐻 𝑑𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í 𝑣𝑒𝑙 >𝑁𝑃𝑆𝐻 𝑟𝑒𝑞𝑢𝑒𝑟𝑖𝑑𝑜


NPSH disponível e NPSH requerido

Observações importantes:

 Quando o nível da água na captação de uma bomba hidráulica varia


muito, como ocorre em períodos de estiagem, o NPSH disponível
também acompanha essa variação, visto que este depende
fundamentalmente do hs;
 O NPSH requerido, fornecido pelo fabricante, é exclusivo para água e se
aplica somente para uma dada rotação da bomba. Caso se altere a
rotação de funcionamento da bomba daquela proposta pelo fabricante, o
NPSH requerido para a nova rotação pode ser estimado pela equação a
seguir:

( )
( 𝑁𝑃𝑆𝐻 𝑟𝑒𝑞𝑢𝑒𝑟𝑖𝑑𝑜 ) 2 𝑛2 2 em que os índices 1 e 2
= correspondem, respectivamente,
( 𝑁𝑃𝑆𝐻 𝑟𝑒𝑞𝑢𝑒𝑟𝑖𝑑𝑜 ) 1 𝑛1 situação de ensaio e de projeto.
“Os olhos jamais viram, os ouvidos jamais ouviram, e
os corações jamais sentiram o que preparei para
você”

1 Coríntios -2:9

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