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Disciplina: Máquinas de Fluxo

INTRODUÇÃO E CLASSIFICAÇÃO
DAS MÁQUINAS DE FLUXO
Professor: Alexandre Mendes de Castro
E-mail: alexandrecastro@acad.ftec.com.br
Referências Bibliográficas
• HENN, É. A. L.; Máquinas de fluido. 3° ed. Santa Maria:
editoraufsm, 2012.

• SOUZA, de Z. Projeto de Máquinas de Fluxo - Tomo II -


Bombas Hidráulicas com Rotores Radiais e Axiais. São Paulo:
Interciência, 2007.

• FIALHO, Arivelto Bustamante. Automação hidráulica: projetos,


dimensionamento e análise de circuitos. 5° ed. São Paulo:
Érica, 2007.

• http://ancientmesopotamians.com/ancient-mesopotamia-
irrigation.html
Introdução
• Um dos primeiros sistemas de irrigação conhecidos
surgiu na Mesopotâmia, cerca de 3.000 a.C.
• Povos egípcios e gregos usavam rodas hidráulicas para
moer grãos de cereais.
Introdução
O cientista egípcio Heron de Alexandria, que viveu
durante o século II a.C., é atribuído o
desenvolvimento de vários equipamentos precursores
das modernas máquinas de fluido.
Algumas de suas invenções:

• órgão musical com soprador de pistão acionado por


moinho de vento.

• Um pequeno globo de metal que girava a partir da


reação ao escapamento de vapor d’ água, considerado
como a primeira versão de uma turbina a vapor.
Introdução
Introdução
No século XIX as máquinas de fluido passaram a ter um
maior desenvolvimento, com a utilização de
conhecimentos aprofundados em termodinâmica e
aerodinâmica, com o surgimento de novos materiais e,
modernamente, com o uso de recursos computacionais
cada vez mais sofisticados.

Simulação de fluxo tridimensional através de uma


turbina hidráulica do tipo Francis
Máquinas de Fluido
 Definição: É o equipamento que promove a troca de
energia entre um sistema mecânico e um fluido,
transformando energia mecânica em energia de fluido
ou energia de fluido em energia mecânica.

convertida Máquina
Energia Mecânica Energia de Fluido
geradora

convertida Máquina
Energia de Fluido Energia Mecânica
motora
Divisão das Máquinas de Fluido

São normalmente subdivididas em dois tipos principais:

 Máquinas de deslocamento positivo;

 Máquinas de deslocamento não positivo.


Máquinas de Deslocamento Positivo
Também chamadas de fluxo estático, pois uma
quantidade fixa de fluido de trabalho é confinado durante
sua passagem através da maquina e submetido a trocas
de pressão em razão da variação do volume do recipiente
em que se encontra.

Desconsiderando as trocas de calor com o meio ambiente


e possíveis folgas entre as partes fixas e móveis, quando a
máquina para de funcionar, o fluido de trabalho no seu
interior permanecerá, indefinidamente, no seu estado
em que se encontrava no momento em que o
movimento cessou independente do ambiente externo.
Máquinas de Deslocamento Positivo
Máquinas de Deslocamento Positivo
Máquinas de Deslocamento não Positivo
Também chamadas de máquinas dinâmicas e máquinas
de fluxo, o fluido não se encontra em momento algum
confinado, e sim num fluxo contínuo através da máquina,
submetido a trocas de energia devido a efeitos dinâmicos.

Neste caso, o fluido de trabalho em uma máquina de


fluxo assumirá imediatamente, as condições ambientais,
quando ela deixar de operar.

Ex: turbinas hidráulicas, bombas centrífugas, ventiladores


axiais, entre outros.
Aplicações
O campo de aplicação dos diferentes tipos de máquinas
de fluido é tão amplo e sujeito a regiões de superposição
que, muitas vezes, torna-se difícil definir qual a melhor
máquina para determinada aplicação.

No entanto existem situações em que a supremacia de um


tipo de máquina sobre o outro é tão evidente que a
seleção pode ser feita já nas etapas iniciais do projeto.
Aplicações
Nas máquinas de deslocamento positivo devido à estanqueidade
entre as câmaras de entrada e saída, a vazão é pouco influenciada
pela resistência oferecida ao escoamento na saída.
Isso significa que, teoricamente, não existe limite superior de
pressão, podendo-se operar com quantidade “ilimitada” de energia.
Porém em situações onde são necessárias grandes vazões, onde a
relação vazão x peso da máquina deva ser a maior possível há um
domínio das máquinas de fluxo.
Aplicações - Compressores
Aplicações - Bombas

Em áreas de superposição
fatores como viscosidade do
líquido, presença de sólidos em
suspensão, variação de vazão,
manutenção e o custo do
equipamento, deve ser levado
em consideração na seleção da
máquina.
Aplicações - Turbinas
Centrais com turbinas hidráulicas
- Micro centrais: até 100 kW
- Mini centrais: de 100 a 1.000 kW
- Pequenas centrais: de 1.000 a 10.000 kW
- Médias centrais: de 10.000 a 100.000 kW
- Grandes centrais: acima de 100.000 kW
Máquinas de Fluxo

 Definição: É o equipamento que promove a troca de


energia entre um sistema mecânico e um fluido que, em
sua passagem pela máquina, interage com um elemento
rotativo, não se encontrado, em qualquer instante
confinado, transformando energia mecânica em energia
de fluido ou energia de fluido em energia mecânica.
Máquinas de Fluxo Ventilador Axial
Turbina Hidráulica

Turbina a vapor
Bomba Centrífuga
Elementos Construtivos

 Rotor: É onde acontece a transformação de energia


mecânica em energia de fluido, ou de energia de fluido
em energia mecânica, é o componente principal de uma
máquina de fluxo.

O rotor é constituído de um certo número de pás giratórias


que dividem o espaço ocupado em canais, por onde circula
o fluido de trabalho.
Elementos Construtivos
Exemplos de rotores de turbinas e bombas
Elementos Construtivos
Rotor aberto: possui pás livres
na parte frontal e quase livres
na parte posterior.

Rotor semi – aberto: possui


pás livres na parte frontal e
fixadas em um disco na parte
posterior.

São utilizados para bombear


líquidos viscosos ou sujos
(com partículas sólidas em
suspensão), pois dificilmente
são obstruídos.
Elementos Construtivos
Rotor fechado: tem as pás compreendidas entre dois
discos paralelos.

É o mais eficiente, porém é recomendado para líquidos


limpos e de baixa viscosidade.
Elementos Construtivos

 Sistema diretor: Tem como finalidade coletar o fluido e


dirigi-lo para um caminho determinado, reduzindo os
efeitos de choques e também auxilia na transformação
de energia.
Elementos Construtivos
Sistema diretor tipo caixa
espiral: Funciona como
difusor, essencialmente é um
duto construído de tal modo
que a pressão cresce no
sentido do escoamento,
reduzindo-se a energia
cinética (transforma energia
de velocidade do líquido que
é expelido pelo rotor em
energia de pressão).
Elementos Construtivos
Sistema diretor tipo injetor: Transforma a energia de
pressão do fluido em energia de velocidade que será
fornecida ao rotor através de jatos convenientemente
orientados. A turbina Pelton é um exemplo de uma
máquina de fluxo que utiliza este sistema diretor.

Turbina Pelton
Classificação das Máquinas de Fluxo
Entre os diferentes critérios que podem ser utilizados para
classificar as máquinas de fluxo se destacam os seguintes:

 Segundo a direção da conversão de energia;

 Segundo a forma dos canais entre as pás do rotor;

 Segundo a trajetória do fluido no rotor.


Segundo a Direção da Conversão de
Energia
 Máquinas de fluxo motora: Transforma energia de
fluido em trabalho mecânico, diminuindo a energia do
fluido ao passar pela máquina.
Ex: turbinas hidráulicas e as turbinas a vapor.

Turbina Francis lenta Turbina a vapor


Segundo a Direção da Conversão de
Energia
 Máquinas de fluxo geradora: Recebe trabalho
mecânico e transforma em energia de fluido.
Ex: ventiladores e as bombas centrífugas.

Bomba centrífuga
Segundo a Direção da Conversão de
Energia
 Bombas – turbinas reversíveis: Funcionam tanto
quanto motores como geradores de fluxo, que depende
do sentido do fluxo através do rotor.

 Turboalimentadores: É uma máquina de fluxo motora


acionando uma máquina de fluxo geradora montadas
no mesmo eixo.

Turboalimentador
Segundo a Forma dos Canais Entre as
Pás do Rotor
 Máquinas de fluxo de ação: Os canais do rotor
constituem simples desviadores de fluxo, não havendo
aumento ou diminuição da pressão do fluido que passa
através do rotor.

Turbina Pelton
Segundo a Forma dos Canais Entre as
Pás do Rotor
 Máquinas de fluxo de reação: Os canais do rotor têm a
forma de injetores no caso de turbinas ou a forma de
difusores no caso de bombas e ventiladores, havendo
redução ou aumento de pressão.

Turbina Kaplan
Turbina Francis lenta
Segundo a Trajetória do Fluido no Rotor
 Máquinas de fluxo radiais: O escoamento do fluido
através do rotor percorre uma trajetória
predominantemente radial (perpendicular ao eixo do
rotor).
Exemplos: bombas centrífugas, os ventiladores centrífugos
e a turbina Francis lenta.

Ventilador centrífugo
Segundo a Trajetória do Fluido no Rotor
 Máquinas de fluxo axiais: O escoamento do fluido
através do rotor acontece numa direção paralela ao eixo
do rotor, ou seja, axial.
Exemplos: ventiladores axiais e as bombas axiais.

Ventilador axial Bomba axial


Segundo a Trajetória do Fluido no Rotor
 Máquinas de fluxo misto / diagonal / semiaxial:
Quando o escoamento do fluido não é radial nem axial.
As partículas de fluido percorrem uma trajetória no
rotor aproximadamente cônica.
Exemplos: turbina Francis rápida, bombas semiaxiais e a
turbina hidráulica Dériaz.

Turbina Francis rápida Bomba semiaxial


Segundo a Trajetória do Fluido no Rotor
 Máquinas de fluxo tangencial: Quando o jato líquido
proveniente do injetor incide tangencialmente sobre o
rotor.
Exemplo: turbina hidráulica do tipo Pelton.

Turbina Pelton

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