Você está na página 1de 26

Bombeamento

PTP - 000748, Rev.: 01 - 21/01/2016

Diretoria Emitente: Diretoria Planejamento e Desenvolvimento Ferrosos


Responsável Técnico: Hely Simões, Matrícula: 01694604, Área Gerência Desenvolvimento de Processo
Tratamento.
Público Alvo: empregados lotados na Gerência de Desenvolvimento de Processo de Tratamento de Minério
Necessidade de Treinamento: ( )SIM ( X )NÃO

Resultados Esperados: Definir padrões e referências para o dimensionamento e desenvolvimento de projetos de


tratamento de minério de ferro.

1. OBJETIVO

Identificar nas operações os equipamentos que estão atualmente sendo utilizados no tratamento de minério
de ferro, analisando comparativamente as vantagens e desvantagens dos atuais processos de
beneficiamento, considerando parâmetros operacionais, custos de aquisição, operação e manutenção de
equipamentos.

2. APLICAÇÃO

Engenharia de processos – GADMF

3. DEFINIÇÕES

Bombeamento: Transporte de polpas através de bombas, possibilitando a elevação de fluidos a grandes


distâncias e elevadas alturas.

4. DESCRIÇÂO DO PROCESSO

4.1. BOMBEAMENTO

O transporte de polpa é utilizado em um grande range de aplicações e normalmente são utilizadas bombas
centrífugas.A crescente utilização destas bombas para transporte dos sólidos em suspensão tem promovido
uma evolução contínua no projeto das mesmas, tendendo a melhorar seu rendimento e aumentar sua
resistência a abrasividade dos materiais bombeados.
A bomba centrífuga é um tipo de bomba que tem por princípio de funcionamento a transferência de energia
mecânica para o fluido a ser bombeado em forma de energia cinética. Por sua vez, esta energia cinética é
transformada em energia potencial (energia de pressão) sendo esta a sua característica principal. O
movimento rotacional de um rotor inserido em uma carcaça (corpo da Bomba) é o órgão funcional
responsável por tal transformação. Na figura abaixo é mostrado um desenho esquemático de uma bomba
centrifuga.

1 de 26
Bombeamento

PTP - 000748, Rev.: 01 - 21/01/2016

Figura 1 – Desenho esquemático de uma bomba centrífuga

4.2. BOMBAS CENTRÍFUGAS

Uma Bomba Centrífuga é um dispositivo que converte energia em trabalho. A energia é fornecida por um
sistema motriz do tipo motor elétrico, motor de combustão interna, turbina, entre outros.
O trabalho tem início em um dispositivo rotativo, chamado de rotor, ou impelidor que, pelo seu giro, origina
uma queda de pressão do fluido na entrada do mesmo.
Para se obter um trabalho útil, o rotor está contido em um corpo, que direciona o fluido acelerado, através de
um caminho desejado conforme ilustrado na figura a seguir.

2 de 26
Bombeamento

PTP - 000748, Rev.: 01 - 21/01/2016

Descarga
Revestimento

Rotor

Entrada

Figura 2 – Desenho esquemático principio funcionamento da bomba

A pressão atmosférica atua sobre a superfície do líquido empurrando o mesmo para dentro do rotor, por isso
na maioria das vezes as bombas são acopladas a uma caixa de polpa cujo nível da polpa deve ficar acima da
sucção. No rotor a polpa é direcionada para o seu diâmetro externo pela força centrífuga e pela ação de suas
paredes e aletas (ou palhetas). O rotor imprime energia ao fluido, energia esta chamada de energia cinética.
A energia cinética do fluido é coletada pelo corpo da bomba, ou carcaça, transformando-a em energia
potencial.
Esta energia potencial é identificada como altura manométrica. A altura manométrica independe do peso
específico do fluido, sendo a mesma para qualquer que seja o peso específico e, geralmente é expressa em
metros (mca – metro coluna de água), polegadas ou pés de coluna de água. Já a pressão gerada, expressa
usualmente em kgf/cm2, libras/pol2, atmosferas ou bar, está diretamente relacionada ao peso específico do
fluido.
Componentes das Bombas Centrífugas:
Rotor: é o componente giratório, dotado de pás que tem a função de transformar a energia mecânica de que
é dotado em energia de velocidade e energia de pressão. Os rotores são o elo na transferência da energia
mecânica gerada no motor em energia cinética e posteriormente em energia potencial gravitacional.O rotor
possui aletas ou palhetas, que aceleram o fluido no mesmo sentido da ação da força centrífuga, em direção
ao seu diâmetro externo. O centro do rotor, por onde o fluido entra, é chamado de olho do rotor. Na figura
abaixo é ilustrado o rotor.

3 de 26
Bombeamento

PTP - 000748, Rev.: 01 - 21/01/2016

Palhetas

Olho

Figura 3 – Desenho esquemático rotor

Diferentes tipos e estilos de rotores podem ser empregados no projeto de uma bomba. Em sua maioria, os
rotores apresentam palhetas curvas que acompanham o caminho do fluxo do líquido no interior do rotor,
contudo, podemos ter rotores com palhetas retas, até mesmo sem palhetas, onde a força centrífuga atuante
é originada pela ação da viscosidade e atrito do líquido e a(s) parede(s) do rotor.
As palhetas dos rotores podem ser fechadas por “paredes”. As paredes são usadas para servir de
sustentação das aletas, guiar o fluido, conter pressões elevadas e evitam esforços axiais, comuns aos rotores
semi-abertos. Os mesmos apresentam algumas desvantagens, limitando o tamanho da passagem de
partículas em suspensão, ou ficando obstruídos por fibras que possam estar contidas na mistura. De uma
forma geral para polpas com densidades de sólidos acima de 1,2 t/m3 e contendo partículas acima de 0,15
mm normalmente é o rotor mais usado. Na figura a seguir é mostrado um rotor fechado por palheta.

4 de 26
Bombeamento

PTP - 000748, Rev.: 01 - 21/01/2016

Figura 4 – Palhetas fechadas por paredes

Há modelos de rotores fechado que possuem pequenas palhetas externas a parede visando reduzir a
recirculação de polpa na bomba e consequentemente melhorar sua eficiência.
Na figura a seguir é mostrado desenho esquemático do rotor aberto.

Figura 5 – Rotor aberto – Sem Palhetas convencionais

O número de palhetas tanto para rotores fechados ou abertos (podendo ser 3,4 ou 5 palhetas) vai depender
do fluido a ser bombeado e da escolha da curva da bomba a qual se previlegia a eficiência de bombeamento

5 de 26
Bombeamento

PTP - 000748, Rev.: 01 - 21/01/2016

e altura manométrica alcançada, ou seja quando se escolhe o modelo de bomba deve-se atentar a de melhor
eficiência que resultará em gasto menor de energia.
Na figura abaixo tem-se um rotor que apresenta uma parede completa. Nestes casos, a maioria dos
fabricantes o classificam como semi-abertos, ou semi-fechados, enquanto outros o classificam como rotor
aberto, pois um de seus lados é completamente aberto.Rotores abertos e semi-abertos são frequentemente
utilizados para bombeamento de misturas contendo fibras.

Figura 6 – Rotor semi aberto

Existem, basicamente, três tipos de rotores empregados em projetos de bombas centrífugas sendo: rotores
de fluxo radial, rotores angulares e rotores axiais.
Nos rotores de fluxo radial, o líquido entra no rotor, efetua um desvio de 90 graus enquanto passa pelo
interior do rotor. Na figura a seguir é ilustrado o rotor de fluxo radial. Na maioria dos casos para o
bombeamento de polpa é adotado tal configuração.

6 de 26
Bombeamento

PTP - 000748, Rev.: 01 - 21/01/2016

Figura 7 – Rotor de fluxo axial fechado

Nos rotores angulares o líquido é desviado de sua trajetória, contudo, em um ângulo menor que 90 graus.
Este projeto é mais frequentemente empregado em bombas difusoras. Na figura a seguir é ilustrado o rotor
angular.

Figura 8 – Rotor angular

Nos rotores axiais o líquido praticamente mantém a sua trajetória original de entrada na bomba. Como o
líquido é menos desviado de sua trajetória natural de entrada na bomba, estes rotores tendem a ser mais

7 de 26
Bombeamento

PTP - 000748, Rev.: 01 - 21/01/2016

eficientes que os rotores radiais. Geralmente são aplicados em bombeamentos de fluidos com baixa
densidade (Ex: recirculação de água).Na figura a seguir é ilustrado o rotor axial.

Figura 9 – Rotor axial

Os Principais fatores que determinam a performance de um rotor são:


 Largura da palheta
 Número de palhetas
 Ângulo das palhetas
 Diâmetro
 Velocidade

Devido a trajetória das partículas alterar com a granulometria é desejável diferentes tipos de rotores.Os
rotores podem ser classificados conforme sua aplicação sendo:
 Rotores standard;
 Rotores de alta eficiência;
 Rotores para bombas de draga;
 Rotores bombas verticais;
 Rotores para espuma.
Nas figuras a seguir são mostradas os desenhos dos rotores citados.

8 de 26
Bombeamento

PTP - 000748, Rev.: 01 - 21/01/2016

Figura 10 – Rotor standard

Figura 11 – Rotor de alta capacidade/eficiência

Figura 12 – Rotor para bombas de draga

Figura 13 – Rotor de bomba vertical

9 de 26
Bombeamento

PTP - 000748, Rev.: 01 - 21/01/2016

Figura 14 – Rotor de espuma

Figura 15 – Rotor LP – Large Particles

Voluta ou carcaça: é responsável pela contenção do fluido bombeado além de converter energia cinética
contida no fluido em energia de pressão, sendo este passo fundamental para o bombeamento. As bombas de
polpas podem ser fabricadas com carcaças revestidas ou carcaças em metal sem revestimento. As bombas
com carcaças revestidas possibilitam a utilização de uma vasta gama de materiais nos revestimentos que
podem ser: elastômeros ou revestimentos metálicos. Elastômero consiste de um material com propriedades
semelhantes às da borracha, que tem a possibilidade de sofrer deformações por ação de uma força,
recuperando a sua forma original quando essa força é retirada.
As bombas em carcaça em metal duro não possibitam a intercambialidade entre os materiais. Na figura
abaixo é mostrado um exemplo de bomba com carcaça em metal duro.

10 de 26
Bombeamento

PTP - 000748, Rev.: 01 - 21/01/2016

Figura 16 – Bomba com carcaça em metal duro

Eixo: A função do eixo é de transmitir o torque do acionador ao rotor. O eixo é projetado para que tenha uma
deflexão máxima pré-estabelecida quando em operação, evitando-se desta forma que as folgas entre as
peças rotativas e estacionárias se alterem em operação, evitando-se desgaste e maior consumo de energia.
Acionamento: Motor, redutor e inversor de frequência
Estes componentes são definidos no dimensionamento que serão visto a frente no entanto algumas
recomendações devem ser obedecidos sendo eles :
Se o motor for inferior a 75cv a sua montagem pode ser over head.Acima deste valor normalmente a
montagem é lateral ou frontal.
Potencia igual ou superior a 600cv, sem inversor de frequência, deverá ser adotado um redutor para
minimizar o torque de partida sobre os rolamentos do cilindro.
Motor igual ou inferior a 150cv é alimentado por uma tensão de 440v e potencia superior a 150cv deverá
alimentado em 4160V.
Para aplicação do inversor de frequência é usado uma tensão de 440v para motores de até 500cv e acima
deste valor a alimentação é feita em 4160V.
Detalhe : Vale lembrar que o inversor de frequência consome até 15% da potencia instalada e seu painel
deve ser alocado dentro de uma sala refrigerada interno a subestação, ou seja sua aplicação é recomendada
apenas para os equipamentos que há necessidade de variação da velocidade.
Luva protetora do eixo: Tem a função de proteger o eixo contra corrosão, erosão e desgaste, causado pelo
líquido bombeado, além de proteger o mesmo na região do engavetamento.
Anéis de desgaste: São peças montadas na carcaça (estacionário), no rotor (girante) ou em ambos, e que
mediante pequena folga operacional, fazem a separação entre regiões onde imperam as pressões de
descarga e sucção, impedindo desta forma um retorno exagerado de fluido de descarga para a sucção. É
usado em bombas de água.

11 de 26
Bombeamento

PTP - 000748, Rev.: 01 - 21/01/2016

Mancais: Os mancais tem a função de suportar o peso do conjunto girante, forças radiais e axiais que
ocorrem durante a operação. Na figura a seguir é mostrado a vista externa de uma bomba de polpa com
algumas partes já citadas.

Figura 17 – Vista externa bomba centrífuga

Vedação do eixo
A eficiência da vedação do eixo é um fator importante no projeto das bombas de polpa. Há três tipos
principais de vedação do eixo:
 Selagem hidrodinâmica ou por gaxetas;

 Selagem centrífuga;

 Selagem mecânica.

A selagem por gaxetas consiste na injeção de líquido pressurizado (água de selagem) em uma câmara (caixa
de gaxetas) onde estão alojados os anéis de gaxetas e o anel distribuidor (anel lanterna ou anel restritor). A
pressão da água de selagem dever ser superior a pressão de descarga da bomba (Pd), variando entre 0,35
kgf/cm2 e 0,50 kgf/cm2. A vazão da água de selagem dever ser suficiente para proporcionar a selagem,
refrigeração, limpeza e lubrificação. A vazão de água dependerá do tipo de montagem da selagem escolhida
e do tamanho do conjunto de mancal, normalmente é aplicado de 5 a 10 m3/h por bomba. Este sistema de
vedação do eixo é o mais aplicado na Vale ferrosos. Deve-se prever medidores de pressão e vazão na linha
de selagem.
O selo centrifugo é um selo dinâmico a seco, somente é efetivo enquanto a bomba encontra-se em
operação, tornando necessário a utilização de um selo secundário. O selo centrífugo pode ser ofertado em
metal ou elastômero. Este tipo de vedação tem desgaste mais acentuado e requer mais número de
intervenções sendo, portanto pouco utilizado na Vale ferrosos.
Os selos mecânicos são utilizados quando é necessário a completa estanqueidade e/ou quando é necessário
operar com líquidos que não podem ser contaminados ou líquidos contaminantes que não podem vazar para
a atmosfera. Na Vale ferrosos este selo pode ser encontrado no bombeamento de reagentes (amido, soda

12 de 26
Bombeamento

PTP - 000748, Rev.: 01 - 21/01/2016

etc...) ou bombas de polpas com pressão muita alta (> 25 kgf/cm2) e com qualidade de água ruim. Deve ser
ressaltado que o custo é bem mais alto quando comparado com outros tipos de selagem.

Caixa de polpa
Entre a caixa de polpa e a bomba e entre a bomba e a linha de recalque deve-se utilizar um segmento
flexível normalmente em borracha com comprimento em torno de 500 mm para isolar vibração e facilitar a
manutenção.inserir foto.
Deve instalar válvulas de drenos nas caixas de polpa e na linha de sucção quando tem-se mais uma bomba
instalada em uma única caixa. Vale destacar que para mais de uma bomba em uma única caixa tem-se
também válvulas guilhotinas distintas na sucção bem como no recalque quando a linha for única.

4.3. CONCEITOS E TERMOS TÉCNICOS, NECESSÁRIOS PARA SELEÇÃO DE BOMBAS;

Altura manométrica da instalação: É definida como sendo a altura geométrica da instalação mais as
perdas de carga ao longo da trajetória do fluxo, incluindo a pressão de descarga.

Altura geométrica; É a diferença de cota entre o nível de sucção e o nível de descarga do fluido.

Perda de Carga: refere-se a energia perdida pelo fluido no seu deslocamento, podendo dividir-se em:

Perdas de carga contínua: São as perdas que ocorrem ao longo da tubulação, em função do comprimento,
material, rugosidade e diâmetro da mesma.

Perdas de Carga acidentais: São proporcionadas pelos elementos que compõem a tubulação, exceto a
própria tubulação. Portanto seriam as perdas de energia observadas em peças como curvas, registros,
válvulas, luvas, reduções, etc...

Perda de carga Total: É o somatório de todas as perdas de carga que ocorrem no sistema, tais como perda
de carga nas tubulações, válvulas, acessórios,etc.

Sucção Positiva ou bomba “afogada”: É quando o nível do fluido no reservatório de sucção está acima da
linha de centro do rotor da bomba.

Sucção Negativa ou bomba não afogada: É quando o nível do fluido no reservatório de sucção está
abaixo da linha de centro do rotor da bomba. Geralmente é aplicado para fluidos de baixa densidade (<1,05
t/m3).

13 de 26
Bombeamento

PTP - 000748, Rev.: 01 - 21/01/2016

Vazão do sistema: É uma condição requerida pelo sistema de bombeamento, e pode ser definida como
sendo o volume do fluido que passa por uma determinada seção por unidade de tempo.

Curva característica do sistema: É definida como a curva obtida através da altura manométrica total
correspondente a cada vazão, dentro de uma determinada faixa de operação do sistema.

Curvas características das bombas: São representações gráficas que traduzem o funcionamento da
bomba, obtidas através de experiências do fabricante sendo estas concebidas para operação com água.

Potência hidráulica: O trabalho útil feito por uma bomba centrífuga é naturalmente o produto do peso do
fluido deslocado pela altura desenvolvida.

Potência consumida: É a potência hidráulica menos as perdas no próprio motor, na bomba, inversor,
redutor, etc.

Rendimento: É a relação entre a potência hidráulica e a potência consumida da bomba.

NPSH: Sigla da expressão inglesa-Net Positive Suction Head a qual divide-se em:

NPSH disponível: Pressão absoluta por unidade de peso existente na sucção da bomba (entrada do rotor),
a qual deve ser superior a pressão de vapor do fluído bombeado, e cujo valor depende das características do
sistema e do fluído.

NPSH requerido: O NPSH requerido por uma bomba centrífuga é a quantidade mínima de energia líquida,
expressa em metros acima da pressão do zero absoluto que o fluido deve ter na entrada do rotor evitando
assim a cavitação. Para se evitar este fenômeno devemos ter na instalação um sistema de NPSH disponível
maior que o requerido pela bomba no ponto solicitado. Frequentemente aparecem na curva de desempenho
da bomba, as curvas do NPSH requerido.

Cavitação: Fenômeno que ocorre quando a pressão absoluta na sucção baixar até atingir a pressão de
vapor do fluido na temperatura onde se encontra, iniciando assim um processo de vaporização do mesmo,
formando-se pequenas bolhas, ou cavidades no interior das quais o fluido se vaporiza.Este fenômeno ocorre
no interior da bomba quando o NPSH d (sistema), é menor que o NPSH r (bomba). A cavitação causa ruídos,
danos e queda no desempenho hidráulico das bombas.

Ponto de trabalho: É o “casamento” entre a curva da bomba e a curva do sistema.

14 de 26
Bombeamento

PTP - 000748, Rev.: 01 - 21/01/2016

Escorva da Bomba: Eliminação do ar existente no interior da bomba e da tubulação de sucção. Esta


operação consiste em preencher com o fluído a ser bombeado todo o interior da bomba e da tubulação de
sucção, antes do acionamento da mesma. Na Vale ferrosos este recurso é bastante utilizado no sistema de
captação de água. Nas bombas autoaspirantes basta eliminar o ar do interior da mesma.

Vazão: Quantidade de fluído que a bomba deverá fornecer ao sistema. Unidades mais comuns: m 3 /h, l/h,
l/m, l/s

Válvula de Pé ou de Fundo de Poço: Válvula de retenção colocada na extremidade inferior da tubulação


de sucção para impedir que a água succionada retorne à fonte quando da parada do funcionamento da
bomba, evitando que esta trabalhe a seco (perda da escorva).

Crivo: Grade ou filtro de sucção, normalmente acoplado a válvula de pé, que impede a entrada de partículas
de diâmetro superior ao seu espaçamento.

Válvula de retenção: Válvula(s) de sentido único colocado(s) na tubulação de recalque para evitar o golpe
de Aríete. É comum utilizar uma válvula de retenção a cada 20 mca de AMT (altura manométrica total)

Golpe de Aríete : designa as variações de pressão decorrentes de variações da vazão, causadas por
alguma perturbação, voluntária ou involuntária, que se imponha ao fluxo de líquidos em condutos, tais como
operações de abertura ou fechamento de válvulas, falhas mecânicas de dispositivos de proteção e controle,
parada de turbinas hidráulicas e ainda de bombas causadas por queda de energia no motor, havendo, no
entanto, outros tipos de causas. Portanto defini-se como golpe de Aríete a variação brusca de pressão, acima
ou abaixo do valor normal de funcionamento devido a mudanças bruscas da velocidade da água. As causas
principais deste fenômeno são as manobras instantâneas das válvulas. Este fenômeno além de provocar
ruídos altos semelhantes a marteladas em metal, pode também provocar o rompimento de tubulações e
danificar instalações.

Pressão Atmosférica: Peso da massa de ar que envolve a superfície da terra até uma altura de ± 80 Km e
que age sobre todos os corpos. Ao nível do mar, a pressão atmosférica é de 10,33 mca ou 1,033 Kgf/cm²
(760 mm/Hg).

Registro: Dispositivo para controle da vazão de um sistema hidráulico.

Manômetro: Instrumento que mede a pressão relativa positiva do sistema.

Velocidade de transporte em tubulação:

15 de 26
Bombeamento

PTP - 000748, Rev.: 01 - 21/01/2016

A velocidade de escoamento de sólidos em suspensão determina a escolha do diâmetro do tubo e é


fundamental no projeto de instalações de bombeamento de polpa. A determinação da velocidade depende da
natureza do sólido, sua dimensão e concentração na água.

Partículas maiores que aproximadamente 150 microns são transportadas em suspensão pelo líquido no tubo,
desde que certa velocidade mínima de polpa seja atendida. Esta velocidade é chamada de velocidade de
assentamento e é indicada por VL.

Se a velocidade no interior do tubo for menor que VL há tendência das partículas se assentarem sob a ação
da força gravitacional que excede as forças de turbulência que tendem a mantê-la em suspensão. Isto
resultará na formação de camadas de partículas estacionárias ou deslizantes que irão se depositar no fundo
do tubo e pode levar ao bloqueio total da tubulação.

4.4. DIMENSIONAMENTOS DE BOMBAS

O dimensionamento de bombas de polpa basicamente leva em consideração as características da polpa a


ser bombeada, a altura manométrica e as perdas de cargas ao longo da tubulação. Para o dimensionamento
das bombas de polpa será utilizado uma planilha em Excel na qual todos os itens serão comentados.
Tabela 1 – Dados de processo.

Os primeiros itens são relacionados aos dados de processo. Os itens em azul são itens de entrada.
Fator de projeto: O fator de projeto será aplicado sobre a vazão de polpa nominal. Deve-se ser utilizado
um fator de 1,2 sobre a vazão.

16 de 26
Bombeamento

PTP - 000748, Rev.: 01 - 21/01/2016

Vazão de polpa: Vazão de polpa do projeto em m3/h.


Vazão de sólidos: Representa a massa de sólidos base seca em t/h.
Densidade de sólidos: Deve-se entrar com a densidade de sólidos neste campo.
Densidade da polpa: Valor calculado a partir da vazão de polpa , da vazão de sólidos e da densidade do
sólidos.
sólidos p/p: Percentual de sólidos em peso
sólidos v/v: Valor calculado. Representa percentual de sólidos em volume..
D50 (mm): Corresponde ao D50 do fluxo a ser bombeado. Este informação deve ser retirada da curva
granulométrica e representa a abertura na qual 50% da massa é passante.
% <200 MESH: Esta informação é retirada da curva granulométrica do fluxo a ser bombeado.
Viscosidade da água: Deve ser considerado valor igual a 1.
Elevação da bomba (m): Representa a elevação em relação ao nível do mar na qual o bombeamento será
efetuado. Caso não tenha disponível a elevação da bomba deve-se utilizar valor igual a zero.
Elevação do ponto de descarga (m): Representa a cota final na qual o bombeamento será efetuado.Caso
não tenha disponível esta informação utilizar o valor do desnível geométrico.
A diferença entre a elevação do ponto de descarga e a elevação da bomba representa o desnível geométrico
Nível mínimo de polpa na caixa (m) : Representa o nível mínimo de polpa na caixa e deve estar em
conformidade com NPSH disponível. Esta informação é extraída nas curvas de desempenho da bomba,
porém como valor inicial poderá ser adotado valor igual a 1,5 m. Tão logo for escolhida a bomba deve-se
entrar com o novo valor.Comprimento da linha de sucção : Quando há isométrico de tubulação deve-se
extrair esta informação do desenho, porém em dimensionamento preliminares onde não há este tipo de
informação, logo poderá ser adotado valor de 1,5 m. Deve ser avaliado a granulometria e o percentual de
sólidos para evitar entupimento. Deve ficar atento a bombas instaladas em espessadores de lamas, visto que
há casos em que a sucção fica instalada a uma distancia igual ao o raio do espessador.

Comprimento equivalente na sucção (m) : Neste item será feito uma correlação entre os equipamentos
existentes na sucção da bomba com a perda de carga. Cada equipamento possui uma perda de carga
associada. A perda de carga é transformado em comprimento equivalente.

Os cálculos são feitos de forma automática. Deve-se entrar com o número de itens existentes e o
programa converte em comprimento equivalente.

SINGULARIDADES QDE.
SUCÇÃO
SAÍDA CANALIZAÇÃO 1
VÁLVULA BORBOLETA 0
VÁLVULA GUILHOTINA 1
REDUÇÃO 1

17 de 26
Bombeamento

PTP - 000748, Rev.: 01 - 21/01/2016

AMPLIAÇÃO 0
CURVA (r>1,5d) 0

Comprimento da linha de recalque (m) : Quando há isométrico de tubulação deve-se extrair esta
informação do desenho, porém em dimensionamento preliminares onde não há este tipo de informação deve-
se estimar este valor baseado no plano diretor do projeto.Conhecendo-se a distancia entre os prédios da
usina tem-se condições de se fazer uma melhor estimativa.

Comprimento equivalente da linha de recalque (m) : Similar ao comprimento equivalente na sucção, neste
tópico será feito uma correlação entre os equipamentos existentes no recalque da bomba com a perda de
carga. Cada equipamento possui uma perda de carga associada. A perda de carga é transformado em
comprimento equivalente.

Pressão de descarga Máxima (kgf/cm2) : Este item está relacionado a pressão na qual a polpa chegará
após ser bombeada. Deve-se adotar as seguintes pressões:

a) polpa sendo bombeada na parte superior de sump : 0 kgf/cm 2

b) polpa sendo bombeada em baterias de ciclonagem : Deve-se considerar a pressão máxima de trabalho a
ser utilizada nas baterias

c) polpa sendo bombeada para distribuidor : Deve-se considerar a pressão de 0,2 kgf/cm²

A seguir tem-se a segunda parte do dimensionamento relacionado ao cálculo da bomba.

18 de 26
Bombeamento

PTP - 000748, Rev.: 01 - 21/01/2016

Tabela 2 – Cálculo da bomba.

Diâmetro nominal requerido do tubo (polegadas) : Este item é informado após a definição do item
seguinte. Deve ser usado para a vazão nominal. No fator de Darcy é utilizado este valor.

Diâmetro nominal requerido do tubo (mm) : Deve-se informar o diâmetro interno do tubo e verificar se a
velocidade de transporte é maior que a velocidade limite. O diâmetro interno é obtido a partir da tabela
abaixo. No exemplo da tabela acima foi escolhido a tubulação de 12” na qual o diâmetro interno revestido é
igual a 294,4mm.

19 de 26
Bombeamento

PTP - 000748, Rev.: 01 - 21/01/2016

Tabela 3 – Diâmetro interno das tubulações.

Nota-se que a tabela é valida apenas para tubulações revestidas em poliuretano que normalmente abrange
80% dos nossos casos. Normalmente para tubulações sem revestimento aplica-se um tubo com schedule40
até o limite de 10mm de espessura (água) ou um tubo com schedule80 até o limite de 12,7 mm de espessura
(polpa). Neste caso deve ser utilizada a tabela abaixo.

20 de 26
Bombeamento

PTP - 000748, Rev.: 01 - 21/01/2016

..Tabela 4 – Consulta diâmetro tubulação para tubulação não revestida em poliuretano.

Para tubulações revestidas em cerâmica deve-se considerar a espessura do tubo industrial representada
acima mais a espessura da cerâmica (nas tubulações das moagens está sendo utilizado revestimento em
cerâmica)

Conforme pode ser visto na tabela acima a velocidade de transporte é maior em relação a velocidade limite
(4,55 > 2,75 m/s), permitindo assim considerar este diâmetro de tubulação. Deve-se, portanto entrar com o
diâmetro em polegadas no item 1.

Rugosidade do tubo (mm) : Deve-se utilizar 0,15 mm para tubo revestido de poliuretano, 0,4 mm para tubos
revestido de cerâmica e 0,25 mm para tubos de aço.

Fator de Durand: Valor calculado.

Velocidade Limite (m/s): Valor calculado.

Velocidade de transporte (m/s): Valor calculado.

Número de Reynolds: Valor calculado em função da densidade de polpa, viscosidade de polpa, diâmetro
interno do tubo e velocidade de transporte.

21 de 26
Bombeamento

PTP - 000748, Rev.: 01 - 21/01/2016

Fator de Darcy: Valor calculado em função do diâmetro do tubo, da rugosidade e do número de Reynolds.

Perda de carga na sucção: Valor calculado.

Perda de carga no recalque: Valor calculado.

Altura manométrica da sucção: Valor obtido através da diferença entre o nível mínimo de polpa na caixa
(m) e a perda de carga na sucção (m).

Altura manométrica do recalque: Valor calculado

Altura manométrica total: Valor obtido através da diferença entre altura manométrica de recalque – altura
manométrica de sucção.

Razão de eficiência: Valor extraído da curva da bomba.

Altura manométrica Total: Valor calculado.

Tabela 5 – Informações da bomba.

Item 01 – Bomba selecionada: Para seleção inicial da bomba deve-se consultar o ábaco abaixo. Como
exemplo tem-se que para vazão de 1260m3/h (350 l/s) e altura manométrica de 41,92 m pode-se utilizar
inicialmente a bomba 12 x 10 AH.

22 de 26
Bombeamento

PTP - 000748, Rev.: 01 - 21/01/2016

Obs : A bomba deve trabalhar sempre a esquerda da curva de máxima eficiência

Figura 18 – Escolha da bomba.

Eficiência da bomba com água: valor consultado na curva após a escolha da bomba.

Rotação: Valor extraído da curva abaixo. Para vazão de 1280 m3/h e altura manométrica de 41,92 m
observa-se que a rotação a bomba ficará entre 600 e 650 RPM. Neste caso a rotação considerada é 670
RPM.

23 de 26
Bombeamento

PTP - 000748, Rev.: 01 - 21/01/2016

Figura 19 – ....

Diâmetro do rotor (mm): Valor extraído da curva acima. Observa-se que para a bomba escolhida deve
utilizar rotor de 762 mm.

24 de 26
Bombeamento

PTP - 000748, Rev.: 01 - 21/01/2016

Velocidade periférica (m/s): Valor calculado a partir do diâmetro do rotor e da rotação da bomba. Para
velocidade < 25 m/s pode utilizar rotor de borracha, para velocidade < 32 m/s >25 m/s deve-se utilizar rotor
de metal e para valores acima de 32 m/s deve escolher outra bomba.

NPSH requerido: Valor extraído da curva da bomba. Verifica-se pelo exemplo acima que o valor estará
compreendido entre 4 e 6 metros. Para este caso específico deve-se considerar 5 metros.

NPSH disponível: Valor calculado em função da perda de carga na sucção e do nível mínimo de polpa na
caixa.

Potencia calculada sem transmissão: Valor calculado em função da vazão de polpa (vazão de projeto), da
densidade de polpa, da altura manométrica total e da eficiência da bomba com polpa.

Potencia calculada sem transmissão: Valor calculado em função da vazão de polpa (vazão de projeto), da
densidade de polpa, da altura manométrica total e da eficiência da bomba com polpa.

Tipo de transmissão: Deve ser escolhido o tipo de transmissão conforme orientação do item acionamento
acima.

Potencia calculada com transmissão (cv): Valor Calculado em função da potencia calculada sem
transmissão e da eficiência de transmissão.

Motor recomendado (cv): A partir de valor calculado deve-se escolher o motor padronizado Vale que mais
se aplica nesta condição. Os motores padronizados são os seguintes : 20,25,30,40
50,60,75,100,125,150,175,200,250,300,350,400,450,500, e acima de 500 sob de 100 em 100.,700.

5. ELABORADORES

Nome Contato

Ivan Pena ivan.pena@vale.com

25 de 26
Bombeamento

PTP - 000748, Rev.: 01 - 21/01/2016

Hely Simões hely.simoes@vale.com

26 de 26

Você também pode gostar