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Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)

Instituto de Ciências Tecnológicas e Exatas (ICTE)


Curso de Engenharia Química

Disciplina
Operações Unitárias I
Profª. Kássia G. Santos
AULAS 3
1.5. Bombas Centrífugas
Relembrando
Ref: Foust et all ; Princípios das Operações Unitárias; Guanabara Dois, 1982, 670 p.
Macintyre, A.J.; Bombas e Instalações de Bombeamento; Guanabara Dois, 1987, 782 p.
Cremasco, M. A. Operações Unitárias em sistemas particulados e fluido-mecânicos. Blucher. 2012.

 Devido as dissipações de energia no escoamento de


fluidos viscosos é necessário adicionar energia ao fluido
para manter o escoamento.
 Compensa: perdas por atrito;
 Aumenta: velocidade, pressão ou altura do fluido.

Definição de Bombas
 Máquinas geratrizes cuja finalidade é deslocar líquidos
por escoamento. Transformam o trabalho mecânico
recebido de um motor em energia hidráulica sob as
formas que o fluido é capaz de receber:
Energia Potencial, de Pressão e Energia Cinética
2
Introdução
 Bombas centrífugas: possuem um órgão rotatório
com pás que aceleram o fluido
energia mecânica energia cinética

3
1.5 Bombas Centrífugas
As bombas centrífugas são caracterizadas por possuírem um
órgão rotatório dotado de pás, chamado rotor, que comunica
aceleração a massa líquida transformando a energia mecânica de
que está dotado, em energia cinética.

A energia suprida por uma fonte externa se aplica ao eixo fazendo


girar o rotor dentro de uma carcaça fixa. As pás do rotor ao
girarem produzem uma redução de pressão na entrada ou centro
do rotor. O líquido então escoa da sucção para dentro do rotor,
que o descarrega com um acréscimo de energia cinética.

O líquido que chega às extremidades do rotor sob a ação da força


centrífuga vai encontrar um aumento progressivo na área de
escoamento, o que provoca uma transformação de energia
cinética em pressão.

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Bombas Centrífugas
 Aplicação: são as mais utilizadas na indústria pela
simplicidade de modelo, baixo custo, flexibilidade e
ampla faixas de vazão e queda de pressão.
Exemplos de bombeamento
-a água de um rio para
estação de tratamento

-a água potável da base


de um prédio até a
sua caixa de água.

- Fluidos puros ou com


material particulado Esquema de uma bomba centrifúga
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Bombas Centrífugas
 Vantagens:
 Simples construção
 Baixo custo
 Fluido descarregado a uma pressão uniforme, sem
pulsações
 Permite bombear líquidos com sólidos
 Podem ser acopladas diretamente a um motor
 Não há válvulas envolvidas na operação
 Menores custos de manutenção
 Operação silenciosa

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Bombas Centrífugas
 Desvantagens:

 Não servem para altas pressões


 Sujeitas à incorporação de ar e precisam de escorva
 Tem baixo rendimento mecânico (30 a 75%)
 Não apresentam boa eficiência pra líquidos muito
viscosos (~500 cP)

7
Bombas Centrífugas
 Funcionamento

O movimento das pás lança o


líquido para a periferia do rotor
pela ação da força centrífuga

P na sucção

O líquido escoa para dentro do


rotor, que descarrega o fluido
com acréscimo Energia Cinética

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Bombas Centrífugas
 Funcionamento
nas extremidades do rotor o líquido encontra um
aumento progressivo de área de escoamento

Velocidade
energia cinética
P na sucção[m/s]
22.1

Pressão
0

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Bombas Centrífugas - Constituição
 Carcaça do Tipo Voluta : parte fixa que envolve o rotor
Aumento progressivo da área até a
descarga.

energia cinética Pressão

 A voluta de uma bomba centrífuga aumenta em


área de seu ponto inicial até a abertura da
descarga, cuja função principal é a de converter
a energia cinética impressa ao fluido pelo rotor
em uma energia de pressão.
Bombas Centrífugas - Constituição
 Rotor: imprime velocidade ao líquido
O rotor é a peça que imprime energia de velocidade ao líquido,
pode ser aberto ou fechado. O rotor fechado (mais eficientes)
é indicado para o escoamento de líquidos sem substâncias em
suspensão. Quando o material a ser deslocado é composto por
pastas, lamas, esgoto sanitário, o rotor aberto ( rendimento
baixo, usado para fluidos abrasivos) é usado.

Fechado Semi-Aberto Aberto


11
Bombas Centrífugas - Constituição
 Rotor:

12
Bombas Centrífugas - Constituição
 Anéis de Desgaste: impede o retorno de líquido;
 Evitam o desgaste e a necessidade de substituição
de peças mais caras, como o rotor e a carcaça.
 Eixo: Transmite o torque do motor ao rotor.
Transmite o torque do motor ao rotor, deve ser
construído com material que suporte variações de
temperatura e fadiga.
 Caixa de Gaxetas (amianto grafitado): impede o
vazamento de líquido onde o eixo e atravessa a
carcaça.
 Rolamentos (Mancais): Suportam o eixo,
mantendo-o alinhado com as peças estacionárias,
dando estabilidade ao rotor, reduzindo tensões e
vibrações.
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Seleção do Tipo de Bomba

 A escolha do tipo da bomba (Centrífuga, alternativa ou


rotativa) para preencher os requisitos operacionais do
sistema requer a análise das características de
funcionamento de cada uma dessas máquinas geratrizes.

 Quando mais de um tipo preencher esses requisitos, um


estudo técnico-econômico se faz necessário.

 Em muitos casos, a prática consagrou certos tipos de


bombas para determinadas aplicações.

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Seleção do Tipo de Bomba
 Como exemplo, pode-se citar:

a) A adição de fluor em quantidades bem definidas na


água de abastecimento de uma cidade é feita quase que
exclusivamente, por uma bomba de deslocamento
positivo.

b) Para transportar óleos viscosos, melaços e tintas é


comum o emprego de bombas rotativas.

c) A bomba centrífuga é sem dúvida a mais usada. Como


exemplos do cotidiano pode-se citar, o bombeamento
de água de um rio para estação de tratamento e a água
potável da base de um prédio até a sua caixa de água.

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Seleção de Bombas Centrífugas
 A escolha do modelo de bombas centrífugas é feita através de
catálogos com figuras que fornecem as principais características
das bombas. Esses catálogos de seleção apresentam, em geral,
um gráfico de altura manométrica em função da vazão, que
permite "enquadrar" a bomba em um modelo padronizado.
 Após a escolha do modelo deve-se recorrer as curvas
características correspondentes a esse modelo, que fornecem as
demais especificações.
 Para o completo entendimento da seleção de bombas
centrífugas, alguns conceitos importantes devem ser
mencionados, tais como NPSH requerido e disponível, cavitação,
entre outros.
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Conceitos
a) Equação de Bernoulli v 2
P
  g z  0 (1)
2 
v 2 2 - energia para variar a velocidade do fluido.

P  - energia para mover o fluido de um nível de


pressão a outro.
g z - energia para elevar o fluido à uma altura ΔZ.

 Para um fluido real, temos:


v12 P1 v2 2 P2
  h1    h2  hC (2)
2g  2g 
hC – perda de carga do sistema devido ao atrito 17
Conceitos
b) NPSHr (requerido) Net Positive Suction Head
É a energia requerida pelo fluido para a partir do flange
de sucção vencer as perdas de carga dentro da bomba e
chegar ao ponto de ser recalcado.
 É a altura manométrica necessária para vencer as perdas
de carga de modo a garantir que na zona de menor
pressão do rotor a pressão local esteja acima da pressão
de vapor do líquido.
 É uma característica da bomba e seu valor é fornecido
pelo fabricante.

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Conceitos
c) NPSHd (disponível) Net Positive Suction Head
 É a quantidade energia que o líquido possui a qual
deve ser superior a pressão de vapor do fluido
bombeado e cujo valor depende das características do
sistema e do fluido.
 A redução da pressão na sucção abaixo da pressão de
vapor do líquido pode causar vaporização.
 O vapor formado pode interromper o escoamento

P2 v22 Pv
NPSH d    (3)
 g 2g  g
Bom funcionamento da bomba: NPSHd > NPSHr
19
Projeto de Bombas Centrífugas
c) NPSHd (disponível) – Bomba Afogada
é quando o reservatório de sucção está acima do nível da
bomba
v12 P1 v2 2 P2  P 
  h1    h2  hC  Subtraindo v  (4)
2g  2g   g 
v12 P1 Pv v2 2 P2 Pv
  h1      hC (5)
2g   g 2g   g
NPSH d
P1 v12 Pv
NPSH d    h1  hC 
h1  g 2g g
(6)

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Conceitos
c) NPSHd (disponível) – Bomba Não Afogada

reservatório de sucção abaixo do nível da bomba

h2

P1 v12 Pv (7)
NPSH d    h2  hC 
 g 2g g

21
Conceitos
O bom funcionamento da bomba depende da relação

NPSH d  NPSH r

Área útil de
operação
da bomba
Conceitos
d) Cavitação
 Para bomba operando com elevadas capacidades é possível
ocorrer regiões de baixas pressões.
 Se a pressão fica abaixo da pressão de vapor do líquido é
possível a ocorrência de vaporização nestes pontos.
 Ao atingirem uma região de maior pressão as bolhas
desaparecem.
 A formação e desaparecimento das bolhas constituem o
fenômeno da cavitação.
 Os efeitos da cavitação são: ruído e vibração. Este processo
(formação e colapso das bolhas) pode provocar verdadeiros
buracos nas pás do rotor, e a vibração pode causar danos nos
rolamentos.
23
Conceitos
d) Cavitação

24
Conceitos P1 v12 Pv
NPSH d    h1  hC 
d) Cavitação  g 2g g
 Em uma instalação já montada e com problemas de
cavitação algumas medidas podem ser tomadas:
 diminuir a vazão estrangulando a(s) válvula(s) de
recalque (se possível);
 retirar acessórios com alta perda de carga que muitas
vezes são desnecessários na sucção;
 substituir alguns acessórios da tubulação de sucção por
outros de menor perda de carga. Ex., substituir um
cotovelo de 90o de raio curto por outro de raio longo
 diminuir a temperatura do fluido (se possível) , pois
diminui Pv.

25
Conceitos
e) Escorva: Garantir que no início da operação, tanto a
bomba quanto o tubo de aspiração estejam cheios de
líquido.
 A bomba por si só não é capaz de expulsar o ar e criar o
vácuo que permite a entrada do líquido para dar início ao
funcionamento.
 Para realização da escorva é comum o uso de vávula de
retenção que impede o escoamento do líquido do tubo
para o reservatório, quando a bomba está parada ou pára
de funcionar.
 Outros procedimentos utilizados são a instalação de sucção
tipo "bomba afogada" e a colocação de reservatório para a
escorva.
26
Conceitos
e) Escorva:
vávula de retenção

27
e) Escorva:

Bomba afogada: (abaixo do Reservatório aterrado e Bomba instalada acima do


nível de sucção). bomba instalada acima do nível de líquido com um
nível do líquido, usando uma sistema auto-escorvante
válvula de pé para permitir BOMAX, o que permite à
que o rotor da bomba bomba operar com sucção
permaneça afogado. Para a a seco de até 4 metros,
primeira partida, ou após sem falhas ou necessidade
longas paradas, a bomba de escorvamento.
precisará ser abastecida, o
que pode ser feito através da
tubulação A.
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e) Escorva:
Com válvula pé de crivo Com tanque de escorva
Potência da bomba
 Potência de Freio ou de eixo (BHP = break horse power) :
É a potência real entregue ao eixo da bomba. Essa é a
potência a ser lida nas curvas da bomba a qualquer taxa
de fluxo. É função da carga total e do peso do líquido
bombeado, em um determinado período de tempo.

 Potência Hidráulica, ou Potência de água (WHP) é a


potência do líquido entregue pela bomba.

 Observação: A potência de freio, ou de entrada, para uma


bomba é maior que a potência hidráulica, devido às
perdas mecânicas e hidráulicas ocorridas na bomba.

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Eficiência da bomba
 A eficiência ou rendimento da bomba é a relação
entre a Potência Hidráulica e a potência de freio (ou
de eixo)

Curva do rendimento da bomba e vazão


Fonte: Catálogo eletrônico KSB Bombas S.A.
A bomba transforma a energia mecânica no seu eixo em energia
hidráulica cedida ao fluido. Mas, existe limites para esta
transformação energética. O rendimento aumenta até atingir um
ponto máximo, para uma vazão. Após essa vazão ótima, o
rendimento da bomba decresce e temos perdas energéticas . 31
Curva característica da bomba
 O gráfico de variação da capacidade com a pressão para
uma bomba particular, define a curva característica de
desempenho da bomba.
 É fornecida pelo fabricante.

Curva do sistema ou de operação


 A capacidade e a pressão necessária de qualquer sistema, podem
ser definidas com a ajuda de um gráfico chamado Curva do
Sistema.

Ponto de Operação da bomba


 Um sistema de bombeamento opera no ponto de interseção
da curva da característica da bomba com a curva do
sistema. A interseção das duas curvas define o ponto
operacional de ambos, bomba e processo.
 Porém, é impossível que um ponto operacional atenda todas
as condições operacionais desejadas. Por exemplo, quando a
válvula de descarga é estrangulada, a curva do sistema e o
ponto operacional se deslocam para a esquerda. 32
Curva característica e curva de
operação (curva do sistema)

33
Curva característica e curva de
operação (curva do sistema para
tubulação envelhecida)

34
Controle da Vazão
Controle da vazão por válvula de estrangulamento

No processo de controle da vazão, após a saída da bomba,


inserimos uma válvula, cuja função é alterar a vazão pela
redução do diâmetro, acarretando um aumento da perda de
pressão, na curva do sistema. A rotação da bomba fica
inalterada e a potência consumida aumenta para suprir o
aumento de carga .

Fatores que alteram a curva característica do sistema, ou


instalação:

1. Natureza do líquido bombeado ( peso específico,


densidade );
2. Temperatura do líquido;
3. Variação da altura estática;
4. Pressão dos reservatórios de sucção e descarga;
5. Características ou alterações na tubulação ou acessório. 35
Controle da Vazão
Controle da vazão por válvula de estrangulamento

36
Controle da Vazão
Controle da vazão pela rotação da bomba

As modificações da curva de operação da bomba são


obtidas de dois modos mais usuais:
1. Variar a rotação da bomba N (rpm);
2. Variar o diâmetro do rotor da bomba.

Na medida em que a rotação da bomba varia surge um


conjunto de curvas paralelas, que representam a
operação da bomba para a velocidade resultante
daquela rotação. Isto em nada afeta a curva do
sistema.

37
Controle da Vazão
Controle da vazão pela rotação da bomba

A potência consumida pela bomba varia com o cubo da rotação,


afetando o motor que aciona a bomba em seu rendimento. Quanto
menor a rotação menor a potência no eixo da bomba e menor a
potência de saída do motor. Uma redução de 10% na velocidade
acarreta uma diminuição de 27% na potência consumida pela
bomba. A vazão, diretamente proporcional à velocidade, tem a
mesma redução percentual da velocidade, 10%.
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Projeto de Bombas Centrífugas
Ex: Bombeamento de um líquido, a uma vazão de 275
gal/min contra uma altura manométrica de 72 ft.
1º - Selecionar o Modelo da bomba no Catálogo
D descarga D sucção
Carga ou altura manométrica total [ft]

Modelo 3 x 4 - 10 D máximo do rotor

Q - Capacidade [gal/min] 39
Projeto de Bombas Centrífugas
vazão de 275 gal/min contra uma carga de 72 ft.
2º - Na curva do Modelo Selecionado - Especificação
D descarga D sucção
Modelo 3 x 4 - 10 D máximo do rotor
NPSHr

Com
Capacidade
Carga

Obter
Potência 7,5 hp
Eficiência 66%
D rotor 9 in
NPSHr 4,7 ft

40
Exercício
Necessita-se de uma bomba para operar nas seguintes
condições de serviço: Q= 300 gal/min; Carga= 70ft;
NPSHd=7ft.
No almoxarifado existe uma bomba em estoque, sem
uso, com os seguintes dados da placa:
 Modelo: 3x4-10
 Vazão: 175 gal/min
 Drotor: 8 in
 Potência: 5 hp
 1750 rpm
Esta bomba poderá ser usada nesta nova
condição de serviço?
41
Exercício
D descarga D sucção
Modelo 3 x 4 - 10 D máximo do rotor
Carga ou altura manométrica total [ft]

Q - Capacidade [gal/min]

42
Exercício

NPSHr
Carga total [ft]

Q - Capacidade [gal/min]

Para Q=300 gal/mim e carga de 70 ft, a bomba precisaria de


um rotor de 9 in de diâmetro e um motor de 10 hp 43
Associação de Bombas Centrífugas
 Associação em Paralelo: para uma mesma altura
monométrica as vazões se somam.
Bomba Isolada: entra em equilíbrio com o sistema no ponto O, vazão Q0

Bombas iguais associadas:


QI+ QI= QII equilíbrio é deslocado para o
QI=QII/2
ponto II.
QII > Q0
QI=QII/2 mas nunca o dobro
1 bomba
H Q H
2 bombas pois se aumenta a vazão, a perda
de carga do sistema também fica
maior.
Condições Normais: cada bomba
opera em QI (considerar potência
consumida e NPSHr para a curva
individual no ponto I).
44
Associação de Bombas Centrífugas
Associação em Paralelo:
 É comum em sistemas de abastecimento de água, esgotamento ou serviços
industriais, principalmente com capacidades idênticas.
 É mais viável quando a vazão de projeto for muito elevada ou no caso em
que a variação de vazão for perfeitamente predeterminada em função das
necessidades de serviço.
 No primeiro caso (altas vazões), o emprego de bombas em paralelo
permitirá a vantagem operacional de que havendo falha no funcionamento
em uma das bombas, não acontecerá a interrupção completa e, sim,
apenas uma redução da vazão bombeada pelo sistema. No caso de apenas
uma bomba aconteceria a interrupção total, pelo menos temporária, no
fornecimento.
 Na segunda situação (variação da vazão), a associação em paralelo
possibilitará uma flexibilização operacional no sistema, pois como a vazão é
variável, poderemos retirar ou colocar bombas em funcionamento em
função das necessidades e sem prejuízo da vazão requerida.
45
Associação de Bombas Centrífugas
 Associação em Série
As vazões se mantêm e as alturas manométricas
totais se somam.

2 bombas

1 bomba

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Associação de Bombas Centrífugas
Bombas em série :

 Quando a altura manométrica for muito elevada, devemos


analisar a possibilidade do emprego de bombas em série,
pois esta solução poderá ser mais viável, tanto em termos
técnicos como econômicos.
 Como principal precaução neste tipo de associação,
devemos verificar se cada bomba a jusante tem capacidade
de suporte das pressões de montante na entrada e de
jusante no interior da sua própria carcaça.
 Para melhor operacionalidade do sistema é aconselhável a
associação de bombas idênticas, pois este procedimento
flexibiliza a manutenção e reposição de peças.

47
Operação de Bombas Centrífugas
Partida da bombas

Se a bomba estiver partindo pela primeira vez :


 verificar o nível do lubrificante ;
 veriificar se o aterramento está conectado ;
 verificar se a proteção do acoplamento está instalada ;
 verificar se a drenagem da base está desobstruída ;
 verificar o sistema de selagem ;
 se o trabalho for a quente, abrir o sistema de
aquecimento.

48
Operação de Bombas Centrífugas
Partida da bombas
Antes da partida :
 se o produto tem a tendência de cristalizar ou possui sólidos
em suspensão, manter abertas as linhas de aquecimento e de
resfriamento da selagem por uns 15 minutos ;
 abrir toda a válvula de sucção ;
 verificar a presença de líquido na bomba ;
 verificar se existe algum vazamento no selo ;
 partir a bomba com a válvula de descarga fechada e observar
a elevação da pressão ( SOMENTE PARA BOMBAS
CENTRÍFUGAS ) ;
 abrir lentamente a válvula de descarga, evitando mantê-la
fechada por muito tempo ( SOMENTE PARA BOMBAS
CENTRÍFUGAS ) .
49
Operação de Bombas Centrífugas
Após a partida :
 verificar se há vazamentos na vedação ;
 verificar se há ruídos anormais, principalmente na região
do selo ;
 verificar se há vibrações anormais .

Observações :
 partir com a válvula de sucção fechada danifica a bomba
 partir com a válvula de descarga aberta, provoca picos de
amperagem, que deve desarmar o motor elétrico
(SOMENTE PARA BOMBAS CENTRÍFUGAS)

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Operação de Bombas Centrífugas
 As bombas centrífugas são equipamentos mecânicos e, portanto, estão
sujeitas a problemas operacionais que vão desde uma simples redução
de vazão até o não funcionamento generalizado ou colapso completo.
 Mesmo que o equipamento tenha sido bem projetado, instalado e
operado, mesmo assim estará sujeito a desgastes físicos e mecânicos
com o tempo.
 Os problemas operacionais podem surgir das mais diversas origens
como imperfeições no alinhamento motor-bomba, falta de lubrificação ou
lubrificação insuficiente ou qualidade inadequada do lubrificante, etc,
colocação e aperto das gaxetas, localização do equipamento,
dimensionamento das instalações de sucção e recalque, bem como suas
próprias instalações, fundações e apoios na casa de bombas, qualidade
da energia fornecida, etc.

51
Operação de Bombas Centrífugas
 Entrada de ar, sentido de rotação incorreta do rotor e entrada de sólidos
no interior das bombas também não são ocorrências raras de
acontecerem, principalmente nas fases iniciais de operação do
bombeamento.
 De um modo geral operar uma bomba com vazão reduzida implica em
aumento do empuxo radial e da temperatura do líquido bombeado, além
de gerar um retorno de fluxo, extremamente prejudicial a estrutura do
rotor. Por outro lado vazões excessivas provocam aumento do NPSHr e
redução do NPSHd e, consequentemente, aumentando a possibilidade
de surgimento de cavitação. Também o excesso de vazão aumentará a
potência requerida podendo, com isso, causar danos significativos ao
sistema de fornecimento de energia mecânica (motor).

52
Operação de Bombas Centrífugas
 Os principais defeitos que ocorrem em bombas centrífugas são
descarga insuficiente ou nula, pressão deficiente, perca da
escorva após partida, consumo excessivo de energia, rápidos
desgastes dos rolamentos e gaxetas, aquecimentos, vibrações e
ruídos.
 E as principais causas são presença de ar ou vapor d’água dentro
do sistema, válvulas pequenas ou inadequadamente abertas,
submergência insuficiente, corpos estranhos no rotor, problemas
mecânicos, refrigeração inadequada, lubrificação má executada,
desgaste dos componentes, desvios de projeto e erros de
montagem.

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Operação de Bombas Centrífugas
Procedimentos de manutenção preventiva
 Em um programa de manutenção na operação de uma estação
elevatória, é indispensável que sejam feitas observações e
inspeções diárias, mensais, semestrais e anuais, em todas as
instalações eletromecânicas.
 Diariamente o operador deverá anotar, caso ocorram, variações
de corrente, temperaturas excessivas nos mancais da caixa de
gaxetas, vibrações anormais e ruídos estranhos. O surgimento de
alterações como estas, indicam a necessidade imediata de
inspeções corretivas. Como procedimentos preventivos,
mensalmente deverão ser verificados o alinhamento do conjunto
motor-bomba, a lubrificação das gaxetas, a temperatura dos
mancais e os níveis do óleo e corrigí-los, se necessário.

54
Operação de Bombas Centrífugas
Procedimentos de manutenção preventiva

 Semestralmente o pessoal da manutenção deverá substituir o


engaxetamento, verificar o estado do eixo e das buchas quanto a
presença de estrias e, através da caixa de gaxetas, examinar o
alinhamento e nivelamento dos conjuntos motor-bombas e verificar
se as tubulações de sucção ou de recalque estão forçando
indevidamente alguma das bombas e, finalmente, medir as
pressões nas entradas e saídas das bombas.
 Independente de correções eventuais, anualmente devem ser
providenciadas uma revisão geral no conjunto girante, no rotor e no
interior da carcaça, verificar os intervalos entre os anéis, medir a
folga do acoplamento, substituir as gaxetas, trocar o óleo e
relubrificar os mancais. É claro que esse acompanhamento
sistemático não dá garantias que não ocorrerá situações
emergenciais, mas a certeza que este tipo de ocorrência será muito
mais raro é inquestionável.
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Operação de Bombas Centrífugas
Informações Complementares - Número de conjuntos
 Um sistema de abastecimento da água não pode sofrer soluções
de continuidade sob pena de ter sua eficiência, medida pelo
binômio quantidade e qualidade, comprometida. É tecnicamente
inadmissível que em linhas por recalque o bombeamento seja
interrompido por falta de funcionamento dos equipamentos de
pressurização em decorrência de problemas mecânicos normais,
de manutenção preventiva, etc.
 Para que tal situação não ocorra as estações elevatórias são
dimensionadas com conjuntos de reserva de modo que sempre
que ocorrer impossibilidade de funcionamento de alguma máquina,
esta seja substituída por entre outra de igual capacidade para
manter o pleno funcionamento da linha. O número de conjuntos de
reserva deve ser compatível com as condições operacionais e deve
ser de, pelo menos, um conjunto de reserva.
56
Operação de Bombas Centrífugas
Informações Complementares - Seleção
 São condições fundamentais para seleção das bombas, as
hidráulicas do escoamento, ou seja, o ponto de
funcionamento do sistema, a natureza do projeto, as
características da água a ser recalcada, os equipamentos
existentes no mercado e a similaridade com os já instalados e
em operação para flexibilizar a reposição de peças
defeituosas ou desgastadas.
 Além disso, também deve ser elaborado um estudo intensivo
da dimensão da obra e etapas de construção, e um programa
de que facilite a operação e manutenção dos serviços.

57
Operação de Bombas Centrífugas
Informações Complementares - Manual de instruções
 Seguir as instruções recomendadas pelos fabricantes dos
equipamentos quanta a sua instalação, operação e
manutenção é essencial para um bom desempenho e garantia
técnica dos conjuntos.
 Para grandes máquinas os fabricantes, geralmente, além de
fornecerem os manuais acompanham supervisionando toda a
montagem e o funcionamento inicial visando corrigir eventuais
problemas na montagem, tais como desalinhamentos,
fundações, apoios, e chumbamentos conecções com as
tubulações, operações de partida e manobras das válvulas e
parada, etc.

58
Operação de Bombas Centrífugas
Informações Complementares - Casa de bombas
 As bombas deverão está alojadas em uma edificação denominada de
casa de bombas. Este edifício deverá ter dimensões tais que
tenham espaços suficientes para permitirem com certa
comodidade montagens e desmontagens dos equipamentos e
circulação de pessoal de operação e manutenção, de acordo
com as normas técnicas em vigor e com as recomendações dos
fabricantes. Por exemplo, um espaço mínimo de 1,50m entre
cada conjunto.
 Também deve ter espaço e estrutura para instalação de
equipamentos de manutenção e serviço tais como vigas (para
instalação de pontes rolantes, roldanas, etc), pórticos (para
passagens livres) e aberturas em pisos e paredes.
 Estudos sobre a disposição dos equipamentos, drenagem dos
pisos são essenciais. Na elaboração de projeto arquitetônico é
importante o estudo da iluminação, ventilação e acústica. O
emprego de degraus deve ser restrito, mas sempre que for
necessário não poderão ser economizados corrimãos.
59
Operação de Bombas Centrífugas
Acessórios e dispositivos complementares

 São procedimentos convencionais o emprego de registro nas


sucções afogadas (nunca nas acima do nível da água) e somente
em casos justificados poderão não ser indicados registros de
manobras e válvulas de retenção após bomba.
 Nas sucções positivas torna-se obrigatório o emprego de válvulas
de pé (inúteis no caso de bombas afogadas) para manutenção do
escorvamento. Qualquer que seja a situação devemos instalar
crivos ou telas na entrada da sucção. Instalações de manômetros
na entrada da bomba e na saída também são muito importantes
nas tarefas de inspeção do equipamento.
 A conecção da tubulação horizontal de sucção, quando existir,
deverá ser conectada a entrada da bomba através de uma
redução excêntrica voltada para cima de modo a facilitar o
escorvamento do trecho a montante.
60
Operação de Bombas Centrífugas
Acessórios e dispositivos complementares
 Todas as tubulações deverão ser dispostas de maneira que
possam permitir reparos e manutenção das peças especiais e
conecções com um mínimo de perturbações no sistema,
principalmente sem provocar tracionamentos nas demais peças.
 As aparentes deverão ser em ferro fundido flangeado (juntas
rígidas) e com juntas de dilatação e de fácil desmontagem
(juntas gibault, por exemplo) visto que estas tubulações estão
sujeitas as intempéries, vibrações e choques acidentais no dia a
dia operacional.
 Em tubulações com diâmetros inferiores a 100mm poderão ser
empregados galvanizados rosqueáveis, por questões
econômicas e, normalmente serem instalações mais simples. O
projeto das tubulações deve evitar ao máximo alargamento ou
reduções bruscas na continuidade das seções. 61

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