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da Indústria Química
Volume 1
2016
Operações Unitárias
da Indústria Química
Equipamentos de Transferência e
Armazenamento de Fluidos
Volume 1
Operações Unitárias
da Indústria Química
Equipamentos de Transferência e
Armazenamento de Fluidos
Volume 1
1ª Edição
Salvador - Bahia
2016
PREFÁCIO
Este livro tem como principal objetivo apresentar, de forma introdutória, os principais
equipamentos utilizados na indústria química para transferência e armazenamento de fluidos.
SUMÁRIO
Pág.
1 - INTRODUÇÃO 1
2 - BOMBAS 4
2.1 – Princípios de escoamento de fluidos 4
2.2 - Conceitos 5
2.3 - Tipos 5
2.4 - Bombas centrífugas 6
2.4.1 - Princípio de funcionamento 6
2.4.2 - Altura manométrica total ou head 7
2.4.3 - Curvas características 8
2.4.4 - Rendimento 12
2.4.5 - Detalhes construtivos 14
2.4.6 - Operação de bombas centrífugas 18
2.4.7 - Outros tipos de bombas dinâmicas 20
2.4.8 - Cavitação 21
2.4.9 - Associação de bombas 23
2.4.10- Projeto de tubulações e bombas centrífugas 23
2.5 - Bombas alternativas 28
2.6 - Bombas rotativas 29
2.7 - Seleção do tipo de bomba 33
3 - COMPRESSORES 34
3.1 - Conceitos 34
3.2 - Classificação 35
3.3 - Comparação entre os tipos de compressores 36
3.4 - Compressor centrífugo 38
3.5 - Limites de operação dos compressores centrífugos 47
3.6 - Compressores axiais 50
3.7 - Compressores alternativos 51
3.8 - Compressores rotativos 54
4 - VENTILADORES 57
5 - EJETORES 58
Operações Unitárias da Indústria Química iii
6 - VASOS DE PRESSÃO 61
6.1 - Introdução 61
6.2 - Descrição 61
6.3 - Classificação 62
6.4 - Critérios de projeto 63
7 - TANQUES DE ARMAZENAMENTO 68
8 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 71
APÊNDICE A - Exercícios 72
APÊNDICE B - Exemplo de curvas características de bombas centrífugas 83
APÊNDICE C - Velocidades recomendadas 121
APÊNDICE D - Dados de tubulação 125
Operações Unitárias da Indústria Química 1
1. Introdução
No projeto de processos químicos, cada etapa a ser utilizada, seja reações químicas ou
modificações físicas, deve ser analisada individualmente. Estas etapas, na produção de
qualquer produto químico, podem ser esquematizadas conforme o diagrama de bloco abaixo.
Armazenamento de
Matéria(s)-Prima(s)
Reação
Química
Separação
Armazenamento de
Produto(s)
Operações Unitárias da Indústria Química 2
Aplicações Equipamentos
Aumento de pressão Bombas (líquidos)
Compressores (gases)
Redução de pressão até a pressão atmosférica Válvulas
Orifícios de restrição (OR)
Bocais
Redução de pressão abaixo da pressão atmosférica Ejetores
Bombas de vácuo
Operações Unitárias da Indústria Química 3
Aplicações Equipamentos
Aumento da temperatura Trocadores de calor
Fornos
Caldeiras (geração de vapor)
Redução de temperatura até a temperatura ambiente Trocadores de calor
Torres de quench
Torres de resfriamento (água)
Redução de temperatura abaixo da temperatura ambiente Sistemas de refrigeração
Acionamento primário de equipamentos rotativos Turbinas
Motores
Armazenamento Vasos de pressão (acumuladores)
Tanques atmosféricos
Tanques pressurizados
Esferas
Bacias
Reação química Reatores
Homogeneização da composição de mistura Misturadores em linha
Vasos ou tanques com agitador
Separação de misturas homogêneas Colunas de destilação
Colunas de absorção
Colunas de adsorção
Colunas de extração
Permeadores com membrana
Vasos de “flash”
Evaporadores
Cristalizadores
Separação de misturas heterogêneas Decantadores
Filtros
Peneiras
Centrífugadores
Precipitadores eletrostáticos
Clicones
Redução da granulometria Moinhos
2. Bombas
O escoamento de fluidos pode ser realizado através das seguintes forças motrizes:
Força centrífuga
Deslocamento volumétrico
Impulso mecânico
O escoamento ocorre através de uma série de lâminas radiais de seção reta, e que
são rotativas e estacionárias alternadamente. O fluido é acelerado na direção do
eixo por impulsos mecânicos das lâminas que giram.
Este princípio consiste em um fluido transferir seu momento para outro, através de
jatos e ejetores.
Força eletromagnética
Por gravidade
Operações Unitárias da Indústria Química 5
1.2 Conceitos
Bombas são máquinas de fluxo que conferem energia a um líquido, com a finalidade de
transportá-lo de um ponto para outro do processo. Elas recebem energia de um equipamento
de acionamento primário (motor elétrico, turbina a vapor etc.) e cedem parte desta energia ao
fluido sob a forma de energia de pressão, cinética ou ambas. Portanto, as bombas aumentam a
pressão ou a velocidade do líquido ou ambas essas grandezas.
A energia requerida depende da altura que o fluido deve ser elevado, da vazão, do
comprimento, diâmetro, perdas por atrito e acidentes da tubulação, do comportamento da
bomba nestas condições, além das propriedades do fluido, como a viscosidade e densidade.
1.3 Tipos
Centrífugas ou radiais
Dinâmicas ou Axiais
turbobombas Helicoidais ou semi-axiais
Hélico-centrifugas
Pistão
Alternativas Êmbolo
Diafragma
Bombas
Engrenagens
Volumétricas ou Parafusos
de deslocamento positivo Palhetas
Rotativas Lóbulos
Pistão rotativo
Pistão oscilatório
É o tipo de bomba mais empregado na indústria devido à sua simplicidade, baixo custo,
facilidade de operação nas mais variadas condições de vazão, pressão e temperatura, baixo
custo de manutenção, fluxo uniforme (sem pulsações), pequeno espaço para instalação,
operação silenciosa e possibilidade de ser acionada por motor ou turbina.
O líquido ao entrar no corpo da bomba segue para o centro do rotor; as palhetas do rotor
ao girar (força centrífuga) impulsionam o líquido contra a parte interna do corpo, de onde
segue para a saída da bomba. Em termos de transferência de energia, o acionador (motor ou
turbina) comunica movimento ao rotor através do eixo; o rotor aumenta a energia cinética do
líquido desde o seu centro até o extremo das palhetas e uma parte da energia cinética
adquirida se converte em pressão ao sair da bomba.
Quando o rotor desloca o líquido do seu centro até a periferia, o centro do rotor tende a
se esvaziar, criando um vácuo e uma quantidade igual de líquido pode ser succionada,
estabelecendo um fluxo contínuo. O líquido acelerado pelo rotor precisa perder velocidade
(energia cinética) para que o fluxo permaneça contínuo, porque a área de escoamento no
corpo é maior que a área de escoamento no rotor. Dessa forma, parte da velocidade se
transforma em pressão, o que possibilita o transporte do líquido até o seu destino. Ao deixar o
impelidor, o fluido tem a velocidade tangencial da extremidade das pás do rotor.
Altura manométrica total (AMT) é a energia que a bomba tem condição de fornecer ao
fluido para uma determinada vazão, normalmente expresso em metros de coluna de líquido
(mcl ou m). A bomba deve fornecer carga suficiente para:
H = hd – hs
Como:
a) Sucção
Reservatório aberto;
Reservatório fechado;
b) Descarga
Reservatório aberto;
Reservatório fechado;
Descarga livre;
A análise da Figura 2.2 mostra que a melhor eficiência da bomba, 55%, ocorre quando
esta opera com a vazão de 425 L/min, fornecendo uma altura manométrica em torno 210m e
consumindo cerca de 27 hp.
Operações Unitárias da Indústria Química 9
As curvas de head (H) x vazão (Q), potência absorvida (Pot abs) x vazão (Q) e
rendimento total () x vazão (Q) são normalmente fornecidas pelo fabricante da bomba em
um único gráfico, com valores para diversos tamanhos de rotor e ainda com a curva de NPSH
(Net Positive Suction Head) requerido, que será visto adiante. Em alguns casos, a potência e o
rendimento são apresentados em um conjunto de linhas que marcam as faixas de valores
(linhas de isopotência e isorrendimento).
Existem vários tipos de curvas características, de acordo com a sua inclinação (ver a
Figura 2.3):
Como o termo “(Pd – Ps)/ + (Zd – Zs)” não varia com a vazão (parcela estática) e
“(Ps + Pd)” é função da vazão (parcela dinâmica), pode-se generalizar a seguinte equação
para o cálculo do head em função da vazão:
H = axQn + b
N2/N1 = Q2/Q1
(N2/N1)2 = H2/H1
(N2/N1)3 = Pot2/Pot1
(D2/D1)3 = Q2/Q1
(D2/D1)2 = H2/H1
(D2/D1)5 = Pot2/Pot1
Recirculação
a) O retorno deve ser mais afastado possível do flange de sucção para não elevar a
temperatura da sucção;
c) Grande aplicação: evitar que a bomba opere abaixo da vazão mínima permissível.
1.4.4 Rendimento
Como a energia fornecida pelo eixo é constante, quanto maior a vazão, maior a
distribuição de energia pela massa de fluido e menor a carga, ou diferencial de pressão
conseguida. Porém, a carga fornecida ao líquido não varia de maneira linear como a vazão
(curva teórica), pois existem diversas perdas hidráulica no processo, devido ao
comportamento do líquido em relação ao impelidor e a fato de a carcaça não ser ideal
(escorregamento, atrito interno, choques e turbulência), o que faz com que a variação da
“carga x vazão” tenha diferentes curvas (curvas reais); ver a Figura 2.4.
Operações Unitárias da Indústria Química 13
= v . m . h
O rendimento é calculado através da razão entre a potência útil cedida ao líquido pela
potência absorvida pela bomba:
75 .
Q = [m³/s]
H = [m]
Operações Unitárias da Indústria Química 14
= [kgf/m³]
Como regra do “polegar”, para um cálculo estimativo de uma bomba centrífuga pode-
se considerar os seguintes dados:
0,006 45
0,03 70
0,6 80
Com relação a sucção, as bombas centrífugas podem ser classificadas como sucção
simples ou dupla sucção.
b) Com pás difusoras: possui pás difusoras fixas á carcaça, formando canais
difusores para o líquido que sai do rotor. Mais utilizadas em bombas de múltiplos estágios,
onde ainda possui uma parte chamada “diafragma” para separar os estágios e redirecionar o
líquido.
c) Concêntricas: são baratas, porém menos eficientes que as de voluta e com esforços
radicais.
Operações Unitárias da Indústria Química 15
Os anéis de desgaste são “peças de sacrifício” colocadas nas extremidades que sofrem
muito desgaste por erosão nas carcaças e nos impelidores. O aumento da folga entre carcaça e
impelidor permite maior recirculação, reduzindo o rendimento da bomba. A colocação dos
anéis torna mais simples e barata a manutenção.
A vedação por gaxetas tem como função evitar o vazamento do líquido bombeado (ou
no caso de operação de com pressão, sucção inferior à pressão atmosférica, evita a admissão
de ar). É composta por:
(com conexões na própria bomba), ou um fluido disponível adequado para este fim (água ou
óleo de selagem);
g) Câmara para resfriamento: são caixas de gaxetas com câmaras para passagem de
fluido de refrigeração, usadas quando se deseja uma refrigeração mais eficiente do conjunto
de vedação. São indicadas para:
. Alta vibração; e
As gaxetas podem ser fabricadas de diversos materiais, tais como: juta, linho, algodão,
borracha natural, neoprene, silicone, teflon, amianto, cobre, alumínio, entre outros. Sua
escolha depende da compatibilidade com fluido bombeado e seus contaminantes, além das
condições de bombeamento.
sobreposta, atravessada pelo eixo e montada ao final da caixa de selagem, recebe a sede
estacionária.
2) Entre a sede rotativa e o eixo (selo secundário dinâmico). Usam-se anéis tipo o-
ring, cunha anéis em “V” ou fole de borracha ou elastômero; e
2) Externa: a sede rotativa é montada fora da caixa de selagem, não tendo contato
com fluido, de fácil instalação e inspeção. A selagem externa pode ser simples,
com um único selo mecânico montado; duplo, a montagem é feita com dois selos
mecânicos por fluidos que não podem passar para a atmosfera. Podem ser
montados face a face, costa a costa ou uma série (tandem), possuindo fluido de
barreira entre eles, injetado para evitar o vazamento do fluido bombeado; não
balanceados, quando toda a pressão interna atua no sentido de juntas as faces. Para
fluidos de boas propriedades lubrificantes e baixas pressões; ou balanceados,
quando a força de fechamento é diminuída pela redução da área efetiva exposta à
pressão interna que atua no sentido de juntar as faces.
Pode possuir ainda, conexões para líquido de selagem, refrigeração, lavagem, dreno e
respiro, usadas para fazer lubrificação, limpeza e refrigeração das faces de selagem com
fluidos externos.
. Produtos perigosos;
. Produtos caros;
Operações Unitárias da Indústria Química 18
Os mancais apóiam o eixo e suportam os esforços radicais e axiais que atuam sobre
conjunto rotativo. Garantem também as folgas entre as partes móveis e estacionárias. Podem
ser mancais radicais (de apoio), axiais (de escora) ou mistos (combinação de apoio de escora).
. Limpeza;
. Segurança;
. Sistema de lubrificação;
. Escorva da sucção.
A partida pode ser manual ou automática. Para a partida manual, é necessário observar
os principais passos:
. Fechar drenos;
. Fechar válvulas de descarga- lembrar que bombas axiais partem com a válvula de
descarga aberta;
. Partir o acionador;
No caso de partida automática, tem-se apenas o passo partir, de forma remota. Porém,
é necessário colocar a bomba em condições de partida automática e realizar os passos não-
automatizados, pois é importante observar que, na opção automático, as válvulas sempre
ficarão abertas, a menos que se tenham acionadores com comando remoto.
a) Bombas de fluxo axial: o liquido entra na bomba e é acelerado por arrasto pelo
impelidor, sendo a direção de saída do liquido paralela ao eixo.
As bombas de escoamento axial são dispositivos que combinam força centrífuga com
impulso mecânico para gerar um aumento de pressão. Nestes equipamentos, o fluxo é quase
paralelo ao eixo através de uma série de lâminas radiais de seção reta, e que são rotativas e
estacionárias alternadamente. O fluido é acelerado na direção do eixo por impulsos mecânicos
das lâminas que giram; paralelamente em cada estágio estabelece-se um aumento de pressão
na direção axial pela ação da força centrífuga. O aumento de pressão por estágio é resultado
desses dois efeitos.
b) Bombas de fluxo misto: seu impelidor é uma composição dos tipos radial e axial,
sendo a direção de saída do liquido inclinada ao eixo.
não tem eixo de transmissão para ajustar gaxetas vazando nem outros problemas. Como são
portáteis, podem ser usadas em diversos lugares. As bombas submersíveis são usadas para
água suja ou limpa, podendo conter abrasivos, areia, terra, materiais fibrosos e esgoto.
1.4.8 Cavitação
Nestas condições, quando esta mistura atingir alguma região onde a pressão absoluta for
novamente superior à pressão de vapor do líquido na temperatura do bombeamento, haverá
colapso das bolhas com retorno à fase líquida.
A cavitação não deve ser confundida com a entrada de ar na sucção da bomba, apesar
dos sinais (ruído e vibração) serem semelhantes. As bolhas de ar não se tornam líquidas,
porém provocam tanto erosão como corrosão na bomba.
Onde,
vri2/2g = perda de carga devido aceleração sofrida pelo fluido ao entrar propriamente
no olho do impelidor
Como para ocorrer a cavitação a pressão no olho do impelidor deve ser menor ou igual à
pressão de vapor do líquido nas condições do bombeamento, tem-se:
Associar bombas é utilizar duas ou mais bombas em uma mesma linha, quando a altura
manométrica ou a vazão necessária não são alcançadas por apenas uma bomba. Existem dois
tipos de associação de bombas: em série e em paralelo.
A operação de bombas em paralelo é utilizada quando a vazão desejada não pode ser
obtida por apenas uma bomba. Bombas operando em paralelo descarregam em linhas distintas
que se interligam, constituindo uma única tubulação de descarga. Normalmente, utilizam-se
bombas com as mesmas características e a pressão no coletor geral é a mesma. A associação
em paralelo é típica de instalações onde as necessidades de vazão variam muito. Nestes casos,
uma bomba seria suficientemente grande para a vazão máxima, porém ineficiente para
pequenas vazões, além de desenvolver pressões excessivas.
Custo
Bomba
Tubulação
Total
Diâmetro
Figura 2.5 - Custo do sistema tubulação-bomba versus diâmetro da tubulação.
Muitas vezes é interessante proceder este cálculo para três ou mais diâmetros até que
encontre o que mais se encaixe nos critérios de perda de carga e velocidade recomendadas.
1) Gases de processo
a) Linhas normais
b) Linhas críticas (descarga de compressor, topo de coluna, linha limitada por baixo
P disponível)
2) Líquidos
Para líquidos com sólidos em suspensão é recomendável velocidade mínima de 0,9 m/s,
para evitar deposição, e velocidade máxima de 3,0 m/s, para evitar erosão.
Admitir que o fluxo seja isotérmico. Neste caso, considerar que a temperatura é a
média do subtrecho, caso seja um valor conhecido, senão adotar a temperatura de
escoamento como sendo a ambiente (o cálculo é mais conservativo quando
considerando temperaturas maiores).
a) Linha de sucção
A pressão de projeto da linha de sucção deverá ser o maior entre os seguintes valores:
1,1 x PS máx
PP RS
Onde:
b) Linha de descarga
1,1 x PD máx
PP RD
Onde:
c) Temperatura de projeto
b) Esboçar os isométricos, caso não sejam fornecidos. Poderá ser feito a partir de planta
de tubulação e, de forma aproximada, a partir do fluxograma de engenharia e “lay-
out”.
Deve ser evitado o uso de tubulações com diâmetros nominais de: 1/4”, 3/8”, 1 ¼”, 3
½” e 5”. Pode-se utilizar estes diâmetros apenas para pequenos trechos de tubo ou acessórios
de tubulação, quando necessário, para conectar diretamente em equipamentos. O diâmetro
nominal de 2 ½” deve ser utilizado somente para sistemas de água de incêndio.
Projeto de bombas:
k) Cálculo do ponto de máxima eficiência, que deve ficar entre os pontos de projeto e
operação;
m) Vazão mínima contínua deve ser, normalmente, 50% da vazão do BEP. Mas, para
alguns casos este valor é insuficiente. Por isso, é necessário calcular a velocidade
específica de sucção (NSS) para estabelecimento da vazão mínima contínua de uma
bomba centrífuga.
N = [rpm]
Q = [gpm]
NPSHr = [ft]
o) Nos casos em que a altura estática na sucção é negativa (bomba não afogada),
recomenda-se a utilização de bomba centrífuga do tipo auto-escorvante, com válvula
de pé de baixa perda de carga na extremidade da linha de sucção.
p) Deve ser prevista para a bomba facilidades para a sua escorva. Se a sua partida for
automática, essas facilidades deverão garantir que a bomba esteja sempre escorvada.
Para gases e vapores, a pressão diferencial máxima na placa de orifício não deve
exceder 4% da pressão estática absoluta.
b) Trocadores de calor
Fluidos de processo sem mudança de fase: P = 0,5 – 1,0 kgf/cm2 (em função da
viscosidade)
c) Válvulas de controle
a vazão máxima a ser controlada deve ser limitada a 90% do curso disponível da
válvula de controle; e
a vazão mínima a ser controlada deve ser limitada a 10% do curso disponível da
válvula de controle;
Caso não seja possível enquadrar esses limites, devem-se utilizar duas, ou mais
válvulas de controle, em configuração “split range”.
Para uma boa controlabilidade, a perda de carga na válvula de controle deve atender os
seguintes critérios:
Por perda de carga dinâmica entende-se toda perda de carga ocasionada pelo atrito do
fluido com as paredes da tubulação ou entre camadas do próprio fluido. Salvo em casos
específicos, é a perda de carga que aumenta com o aumento da vazão (perda de carga na
tubulação, em acidentes, em placas de orifício, trocadores de calor, filtros etc.). Não deve se
considerar a perda de carga na válvula de controle como P dinâmico.
Critério 4: o ΔP na válvula de controle deve ser no mínimo igual a 1,05 kgf/cm 2 (15
psi) na vazão normal e igual a 0,7 kgf/cm2 (10 psi) na vazão máxima em sistemas de carga,
refluxo e reciclo.
Critério 5: o ΔP na válvula de controle de vapor d’água para turbinas deve ser igual a
5% da sua pressão absoluta a montante. Normalmente, essa é a pressão nominal do coletor de
vapor.
Critério 6: o ΔP na válvula de controle de vapor d’água para refervedor deve estar entre
5 e 10% da pressão absoluta a montante. Em caso normal, esta é a pressão nominal (absoluta)
do vapor usado no equipamento. O ΔP não deve ser menor do que 0,35 kgf/cm² (5psi).
De modo geral, as bombas alternativas são usadas com vantagem para o transporte de
fluidos viscosos, com altas pressões, baixas capacidades (limitadas mecanicamente), alturas
manométricas acima de l.500m, servindo como bombas dosadoras e onde a vazão pulsante
seja tolerada. As desvantagens são o alto custo inicial e de manutenção.
Uma das principais bombas alternativas é bomba de pistão, que é composta de pistão,
corpo e haste. A haste liga o pistão ao acionador da bomba. O corpo consiste em um cilindro
válvulas de retenção (sucção e descarga) e das gaxetas.
Operações Unitárias da Indústria Química 33
Uma bomba rotativa é composta principalmente de uma parte móvel girando dentro de
uma carcaça. A parte móvel ao girar cria uma cavidade onde o líquido entra e é transportada
da sucção para a descarga empurrada pelo elemento rotativo. Os principais tipos de bombas
rotativas são de palhetas, de engrenagem, de parafusos e de lóbulos.
De uma forma geral, as bombas rotativas são utilizadas para fluidos viscosos, dentre
eles óleos (minerais, vegetais e animais), gorduras, glicose, polímeros, álcoois, ketchup,
maionese, sabões etc, e para fluidos com grandes partículas sólidas; sempre em baixas vazões
e altas pressões.
As bombas de palhetas possuem um rotor cilíndrico com ranhuras radiais dentro das
quais são montadas a palhetas. A carcaça é cilíndrica, porém o rotor é montado
excentricamente. Quando o rotor gira, as palhetas deslizam sobre a superfície cilíndrica
interna carcaça, sendo pressionados contra o rotor pela força centrífuga devido ao movimento
de rotação e pela ação de um sistema de molas dentro das ranhuras (ver a Figura 2.7). Este
tipo de bombas é empregado para pressões não muito altas, geralmente com fluido muito
viscoso. É importante observar que essas bombas são lubrificadas pelo próprio fluido.
Operações Unitárias da Indústria Química 35
Da câmara de sucção o fluido segue pelas cavidades formadas entre os dentes das
engrenagens e a parte interna da carcaça até a câmara de pressão. Esta é o outro volume
formado pelas engrenagens, a carcaça e as tampas, e possui o pórtico menor, no qual está
acoplado a linha de pressão. O volume de fluido que chega à câmara é pressionado devido ao
engrenamento dos dentes de engrenagens, sendo forçado a sair pelo pórtico. Os dentes do
rotor e do satélite se encaixam completamente, para formar um selo eqüidistante dos pórticos
de entrada e saída. Esta selagem força o líquido a sair da bomba. A pressão de saída depende
das características do fluido e das linhas. A Figura 2.8 ilustra o caminho do fluido dentro de
bombas de engrenagens.
Operações Unitárias da Indústria Química 36
A bomba de engrenagem sozinha gera vazão e não eleva a pressão para o sistema
hidráulico. A pressão surge à medida que aumentam as resistências ao deslocamento do fluido
ao longo do circuito, como por exemplo, uma válvula.
Finalmente, as bombas de lóbulos são formadas por dois rotores de sucção (lóbulos) em
forma de 8 ou triplo, com eixos paralelos, girando em sentidos contrários dentro da carcaça. É
como se fosse uma bomba de engrenagens de apenas dois dentes. As Figuras 2.10 e 2.11
ilustram bombas de lóbulos.
Q = Kxv
Infelizmente não existe um critério único e absoluto na definição do tipo de bomba que
melhor atenda a uma determinada aplicação. Muito embora a velocidade específica possa ser
considerada como um dos critérios mais importantes, outros critérios, como por exemplo,
vazão, head, tipo de fluido e flexibilidade operacional desejada, podem influir na decisão
final. Na Tabela 2.2, são apresentados os principais limites de aplicação para os diversos tipos
de bomba.
2. Compressores
3.1 Conceitos
O transporte de fluidos compressíveis tornado possível por equipamentos como
compressores, ejetores, ventiladores, sopradores e bombas de vácuo, é parte fundamental dos
processos da indústria química.
Um fluido compressível pode ser evacuado de um sistema ou injetado nele para, por
exemplo, auxiliar na obtenção de uma condição de pressão, volume e temperatura necessária
para que haja uma determinada reação, ou para que uma operação unitária como absorção,
adsorção, condensação, destilação ou evaporação aconteça em uma taxa ótima, ou para
efetuar uma mudança de fase de um fluido.
Além destas aplicações, na indústria química, esses equipamentos podem ser utilizados
para:
Equipamentos Pressão P
Sucção Descarga (Sucção – Descarga)
Compressor >, < ou = P ambiente > P ambiente > 35 psi
Soprador = P ambiente > P ambiente 2 a 35 psi
Ventilador > ou < P ambiente > ou < P ambiente < 2 psi
Bomba de vácuo < P ambiente P ambiente 15 psi
O compressor está para os gases assim como a bomba está para os líquidos. Bombas e
compressores são construídos utilizando-se os mesmos princípios de funcionamento. As
diferenças nas dimensões, sistemas de vedação e velocidade de operação são devido à menor
densidade, compressibilidade, expansibilidade e difusão dos gases.
3.2 Classificação
Turbo-compressores x Alternativos
Centrífugo x alternativo
O compressor centrífugo se torna competitivo em relação ao alternativo para vazões de
entrada acima de 1.500 acfm.
Centrífugo x Axial
Acima de 100.000 acfm, os compressores axiais se tornam economicamente
interessantes em relação aos centrífugos, pois a partir daí seu menor custo operacional (devido
ao fato da eficiência desses compressores ser 10% maior do que a dos centrífugos) compensa
o maior custo inicial.
A Figura 3.2, que foi extraída do “Technical Data Book of the Gas Processors
Supplier`s Association” (2002), pode ser utilizada para a seleção do tipo de compressor mais
adequado para um determinado serviço, em função da pressão de descarga e da vazão de
sucção.
Operações Unitárias da Indústria Química 43
Compressores dinâmicos são aqueles em que o gás é comprimido pela ação dinâmica de
pás giratórias ou rotores que conferem energia de velocidade e de pressão ao fluido. Nestes
compressores, o fluxo de gás recebe inicialmente um trabalho mecânico, adquirindo energia
cinética. Em seguida, essa energia cinética é transformada em energia de pressão pela
passagem do gás por canais cuja área transversal aumenta progressivamente no sentido do
fluxo. Isto faz com que o gás vá perdendo velocidade e ganhando pressão.
De acordo com o processo pelo qual o fluxo de gás adquire energia cinética, esses
compressores podem ser de dois tipos: turbocompressores e ejetores.
Operações Unitárias da Indústria Química 44
Ejetor: uma fonte de gás é conectada à entrada de um difusor, onde se obtém uma
pressão muito baixa de um fluxo auxiliar em alta velocidade. A diferença de pressão entre a
fonte e esse ponto acelera o gás aumentando a sua energia cinética. Esta energia cinética e
depois transformada em energia de pressão no difusor.
O princípio acima descrito, se for usado em apenas um rotor (estágio) não fornece
grandes aumentos de pressão. Por isso, os compressores centrífugos de uso industrial são de
múltiplos estágios.
Nos compressores com mais de um estágio, o gás ao sair de um difusor, passa por uma
curva de retorno, que o direciona para o centro do impelidor seguinte. Assim o gás segue
sofrendo sempre um novo ciclo de compressão, até que seja definitivamente descarregado
pelo último estágio.
As curvas de retorno são formadas nos espaços existentes entre a borda dos
diafragmas e a carcaça, enquanto os canais de retorno ocupam propriamente o interior dos
diafragmas.
No interior dos diafragmas são instalados anéis de pás guias, que têm a função de captar
na sua periferia, o gás que vem dos canais de retorno, mudando a sua trajetória para axial.
O eixo e os impelidos que lhe são acoplados constituem a parte móvel do compressor
chamada conjunto rotativo.
O sistema de selagem atua nas folgas entre as partes móveis e estacionárias. De fato
são necessárias duas selagens. Uma interna, para minimizar a recirculação do gás entre o
conjunto rotativo e os diafragmas. A outra é externa, que impede vazamento de gás na
passagem do eixo pela carcaça.
Muitos dos problemas operacionais dos compressores centrífugos são causados pelo
desempenho deficiente dos sistemas auxiliares.
dQ = dU + PdV
dU = Cv.dT
dQ = Cv.dT + PdV
Processo adiabático: Q = 0
Cv.dT + PdV = 0
P.V = R.T
T = P.V/R
dT = d (P.V)/R
R = Cp – Cv
Cv.V.dP + Cp.P.dV = 0
Integrando:
k = Cp/Cv
P.Vk = constante
PV k = cte
Onde k é o coeficiente isentrópico do gás e é dado por:
k = cp/cv
Como R = cp - cv, então,
k = cp/(cp - R)
R é a constante do gás ideal e cp pode ser obtida, por exemplo, através da Tabela 3.3.
Contudo, essas perdas acontecem, e a transformação sofrida pelo gás é sensivelmente
irreversível, diferente de uma isentrópica. Para simplificar o tratamento teórico do problema,
se supõe que o gás sofre uma transformação reversível, com ganho de calor do meio, do tipo
politrópico (transformação 1 2’ da Figura 3.4).
PV n = cte
Onde, n > k e é constante ao longo da transformação.
Como pode ser visto no diagrama T x S (Figura 3.4), o ganho de calor pelo gás devido
às perdas internas causa um aumento na entalpia do gás e, consequentemente, da temperatura.
Operações Unitárias da Indústria Química 48
T H
P2
1 P
2’ 1 1
21 P1
2” h P
1 2
1 h
1 2
2
S S
S
Figura 3.4 - Compressões reversíveis teóricas.
Tabela 3.3 - Calor específico a pressão constante (cp) de vários gases em função da temperatura.
Operações Unitárias da Indústria Química 49
N = w x (h2 – h1)
Onde,
N = potência empregada na compressão;
w = vazão mássica do gás;
h1 = entalpia específica do gás na sucção do compressor;
h2 = entalpia específica do gás na descarga do compressor.
h2 – h1 = ∫ VdP
N = w x ∫ VdP
Sendo para a compressão adiabática isentrópica de um gás perfeito:
PV k = C
N = w xCx ∫ dP/P1/k
E como,
H = N/w
Resulta,
PV n = C
E resulta,
HP = Z médio x R x T1 x n/(n-1) x ((P2/P1) (n-1)/n - 1)/MM
Sendo que a potência de compressão (N) é dada por,
Operações Unitárias da Indústria Química 50
N = w x Hp
Ou seja,
Eficiência de compressão
S = HS x w/N (isentrópica)
P = HP x w/N (politrópica)
P = (k – 1)/k
(n – 1)/n
Na Tabela 3.4, são apresentadas as eficiências típicas de compressores centrífugos em
função da vazão volumétrica de sucção.
Potência de compressão
Temperatura de descarga
Existe uma capacidade mínima para cada compressor, a cada rotação, abaixo da qual a
operação do compressor se torna instável. Esta instabilidade é acompanhada por um ruído
característico denominado de “surging” ou “pumping”. Na Figura 3.5, são mostrados os
limites operacionais dos compressores centrífugos.
Operações Unitárias da Indústria Química 53
ajuste pode levar ao surge. A trajetória A costuma ser adotada quando o acionador é uma
turbina a vapor, porque esta possui alto torque à baixas rotações. A trajetória B é preferida
para motores elétricos, porque estes possuem torque de partida reduzido.
A parada do compressor centrífugo é feita de modo a evitar o surge. Para isso abre-se
a recirculação, provocando uma imediata queda de pressão de descarga. Se isso não ocorrer e
se deseja manter a descarga pressurizada, basta fechar a válvula de serviço instalada para esse
fim. Na sucção é observado um aumento de pressão desde o momento em que o reciclo for
aberto. O corte do suprimento pela válvula de serviço antes de desacelerar o compressor faz a
pressão de sucção cair, o que não é bom para a máquina.
Gases com alto peso molecular ou em baixas temperaturas consideram este aspecto,
porque a velocidade sônica nessas condições é baixa, sendo alcançada em vazões mais
reduzidas. Já os gases leves e aspirados em temperaturas normais, o limite de Stonewall pode
estar muito à direita, correspondendo a vazões totalmente fora das perspectivas operacionais,
e por este motivo, não é incluído nas curvas características. O fenômeno Stonewall também é
conhecido como barreira sônica ou stall.
Cada par formado por um conjunto de palhetas móveis e outro de palhetas fixas é um
estágio de compressão. As palhetas móveis possuem uma forma que transmite ao fluido a
energia recebida do acionador, aumentando assim a velocidade e a entalpia. As palhetas fixas
mudam a trajetória do gás forçando a difusão.
Para que a válvula de sucção se abra, a pressão do gás na linha de sucção deve ser
maior que a pressão dentro do cilindro. Analogamente, a válvula de descarga se abre quando a
pressão dentro do cilindro for maior que na linha de descarga.
De acordo com a utilização das câmaras em ambos os lados do êmbolo, pode-se ter:
Simples ação: se o gás descartado só no movimento para frente. Neste tipo, um dos
movimentos é de sucção e outro é de descarga. Também é conhecida como simples efeito.
Dupla ação: o gás é succionado e comprimido em ambos os sentidos. Assim, são duas
descargas por revolução. São os de maior uso.
maior que o de um único cilindro usado para efetuar o mesmo serviço. Esse é também um
efeito que independe da existência de resfriamento intermediário.
Os compressores rotativos são os que, pelo movimento de suas partes móveis internas,
criam um espaço vazio que capta os gases na sucção e os conduzem até a descarga. Os
principais tipos de compressores rotativos são os de: lóbulos, palhetas, anel líquido, e
parafusos.
O rotor ao girar faz com que as palhetas se desloquem radialmente sob a ação da força
centrífuga e se mantêm em contato com a carcaça. O fluido penetra pela abertura de sucção e
Operações Unitárias da Indústria Química 61
ocupa os espaços definidos entre as palhetas. Observando-se a Figura 3.7, pode-se notar que,
devido à excentricidade do rotor e às posições das aberturas de sucção e descarga, os espaços
constituídos entre as palhetas vão se reduzindo de modo a promover a compressão progressiva
do fluido. O volume contido entre palhetas vizinhas, do fim da admissão até o início da
descarga, determina, em função da natureza do gás e das trocas térmicas, uma relação de
compressão interna constante. Logo, a pressão do fluido no momento em que é aberta a
comunicação com a descarga poderá ser diferente da pressão reinante nessa região. O
equilíbrio é, no entanto, quase instantaneamente atingido e o gás descarregado.
O gás ao entrar, ocupa os intervalos entre os filetes dos rotores. Com o engrenamento
de um determinado filete, o gás nele contido fica encerrado entre o rotor e as paredes da
carcaça. A rotação faz então com que o ponto de engrenamento vá se deslocando para a
frente, reduzindo o espaço disponível para o gás e provocando a sua compressão. Ao chegar
na abertura de descarga o fluido é liberado.
Compressor de anel líquido é um compressor rotativo que usa o mesmo princípio das
bombas de vácuo. Seu uso principal é para vácuo, mas pode também ser usado em outros
casos que empregam baixas vazões.
Menos ruído.
3. Ventiladores
Os ventiladores são usados para baixas pressões (inferiores a 0,5 lb/in2), cujas principais
aplicações são:
Trabalho de ventilação;
Tiragem de caldeiras e fornos;
Altas vazões em dutos;
Ar de secagem;
Transporte de material suspenso, como por exemplo pós, flocos de celulose,
etc.; e
Remoção de fumaça
Operações Unitárias da Indústria Química 63
Os ventiladores axiais podem ser dotados de disco e hélice. Os de disco têm palhetas
planas ou curvas, como os ventiladores domésticos. Os de hélice têm palhetas como os aviões.
A Figura 4.1 ilustra um ventilador axial. O princípio de funcionamento de um ventilador
centrífugo é semelhante ao das bombas centrífugas. Assim, a pressão é gerada pela força
centrífuga devido à rotação de um volume fechado de ar ou de gás, e pela conversão de
velocidade em pressão na carcaça no ventilador.
4. Ejetores
São usados para manter e criar vácuo em um sistema. Os dois tipos de ejetores mais
comuns são operados por água (ou líquido de processo), vapor ou gás (ar) comprimido.
Os ejetores de líquidos são usados para criar um vácuo leve ou para misturas de
líquidos, e normalmente são denominados de edutores.
Operações Unitárias da Indústria Química 64
Os ejetores não têm partes móveis e operam pela ação de uma corrente de gás que entra
a alta pressão e outra de vapor (ou líquido) à pressão mais baixa que entra na corrente móvel
e, que assim é removida do sistema a uma pressão intermediária. A Figura 5.1 mostra o
princípio de funcionamento de um ejetor.
Os ejetores possuem características que os tornam uma boa escolha para a produção
contínua de vácuo de uma forma econômica. Estas características são:
intercondensadores podem ser conectadas em jatos com pós ou intercondensadores para obter
vários tipos de operação e uma maior economia de vapor. A Figura 5.2 apresenta um ejetor de
dois estágios.
5. Vasos de pressão
6.1 Introdução
6.2 Descrição
Tanto o diâmetro interno (DI) quanto o comprimento entre tangentes (CET) são
importantes para o processo, para os quais estão relacionadas diversas variáveis de operação
(volume útil, tempo de residência, vazão volumétrica, velocidade de sedimentação, níveis
operacionais do líquido).
O diâmetro externo (DE) reflete o nível das pressões e temperatura envolvidas, já que
indica a espessura necessária para resistência aos esforços solicitantes.
6.3 Classificação
Critérios básicos
Para os vasos-pulmão, acumuladores e vasos de refluxo, o principal parâmetro para o
cálculo é o tempo de residência especificado para o produto estocado, e a relação entre suas
dimensões (L/D) obedece ao critério de peso mínimo.
A relação L/D dos separadores líquido-líquido é maior que para os separadores líquido-
vapor, porque o mecanismo de separação está baseado no tempo de sedimentação das
gotículas do líquido mais denso, e conforme a velocidade de sedimentação, é requerido um
determinado comprimento para a gotícula precipitar-se do nível máximo para o nível mínimo;
o agente de separação é a força da gravidade e a taxa de decantação é influenciada pela
viscosidade e pelo tamanho da gotícula.
Operações Unitárias da Indústria Química 70
V L = Q L x tr
A determinação das dimensões mais econômicas para um vaso de pressão – relação L/D
ótima – é função de diversos fatores construtivos como: espessura das chapas do casco e
tampos, dimensões padronizadas para o comprimento e diâmetro, dimensões padrões das
chapas comerciais, tampos padrões, diâmetro mínimo e máximo para calandragem etc..
Operações Unitárias da Indústria Química 72
vt = K x [(L - V)/V]0,5
Onde,
O valor de K é ditado por critérios de projetistas, baseados em testes com diversos tipos
de vasos, condições de carga e eficiência desejada. O K varia de 0,04 ft/s (onde praticamente
é exigida a ausência de gotículas arrastadas, como nos vasos de “Knoch-out” na sucção e
entre estágios de compressores) até 0,5 ft/s (em vasos separadores cujo principal objetivo é a
corrente de líquido a jusante). Como regra geral, o valor básico de K adotado para projeto é de
0,227 ft/s.
Na prática, para garantir uma boa separação entre líquido e vapor em face às
instabilidades operacionais da carga, emprega-se uma velocidade máxima admissível –
velocidade de projeto (vp) – menor do que a velocidade terminal (vt), utilizando-se um fator
de projeto F = vp/vt.
A altura útil (hL) é a altura de líquido entre HLL e LLL. Na prática, costuma-se ajustar
hL a valores padronizados de “range” comerciais de instrumentos de nível.
Altura visível de visores de nível, em milímetros: 201, 231, 261, 305, 321, 330, 380,
440, 500, 560, 640, 680 até 1758.
Altura dos controladores de nível, em milímetros: 356, 813, 1219, 1524 e 1828.
Atualmente, é bastante comum o uso de medidores de nível de radar de ondas guiadas.
Neste caso, pode-se considerar que a altura do visor ou do controlador de nível pode variar de
10 em 10 mm.
Operações Unitárias da Indústria Química 74
H = hLL + hL+ hV
hV = H1 + H2 + H3 + H4
Onde,
H4 = 150 mm
6. Tanques de armazenamento
Para definição da altura do tanque (H), deve-se utilizar um número inteiro de chapas; o
corte de chapas não é uma prática recomendável.
Deve-se, também, utilizar, sempre que possível, as chapas do costado com o máximo
comprimento e a máxima largura. Assim, minimiza-se as operações de solda, porém, devido
ao escalonamento de espessura, haverá uma perda por excesso de espessura.
Na prática, como regra geral, utiliza-se 5 ou 6 chapas de 8 ft, ou que resulta em uma
altura de 40 ou 48 ft, respectivamente.
A utilização de grandes diâmetros pode ser conveniente quando se visa uma melhor
distribuição de cargas sobre a fundação. Porém, implica no maior afastamento entre tanques e,
consequentemente, maior área ocupada pelo parque de tancagem.
V = A x H = ( x D²/4) x H
Operações Unitárias da Indústria Química 78
7. Referências Bibliográficas
1) BRASIL, N.I.. Introdução à Engenharia Química. 1.ed., Editora Interciência,
Rio de janeiro, 1999;
11) LUDWIG, E. E.. Applied Process Design For Chemical And Petrochemical
Plants, Gulf Publishing, 1995;
APÊNDICE A - Exercícios
Exercício 1
Determine a pressão de descarga de uma bomba que transfere para-xileno do vaso de topo da
torre de destilação para o tanque de armazenamento de uma unidade petroquímica. Determine
também a vazão e o rendimento no ponto de trabalho.
Dados:
40
30
H (m)
20
10
0
0 50 100 150
Q (m³/h)
Operações Unitárias da Indústria Química 80
Exercício 2
0,3 m
0,7 m
Sucção
L reto total = 20,7 m
d = 4” sch 40 Descarga
8,9 m
4 curvas standards de 45º L reto total = 177,7 m Líquido
d = 3” sch 40 d = 0,78
22 curvas standards de 90º μ = 0,88 cp
1 válvula de retenção M = 88.815 kg/h
2 válvulas de fecho rápido Pv = 611 mm Hg abs
4,3 m
Exercício 3
Dimensionar uma bomba centrífuga para transferir o líquido do vaso de refluxo para o tanque de
armazenamento do sistema abaixo.
6” sch 40
4” sch 40
Dados:
a) Altura de líquido entre o vaso de refluxo e o bocal de sucção da bomba (m) = 3,0 (mín.), 3,3 (méd.) e 3,6
(máx.);
b) Altura de líquido entre o bocal de descarga da bomba e o tanque de armazenamento (m) = 0,7 (mín.), 11,2
(méd.) e 20,9 (máx.);
c) Pressão de operação da torre de destilação (kgf/cm2 g): 1,1 (mín.), 1,5 (méd.) e 2,0 (máx.);
d) Pressão de operação do tanque de armazenamento (mm Hg): 512 (mín.), 699 (méd.) e 958 (máx.);
e) Vazão de líquido (kg/h): 44.200 (mín.), 68.150 (méd.) e 99.050 (máx.);
f) Propriedades do líquido na temperatura de bombeamento: μ = 0,77 cp e ρ = 809 kg/m³;
g) Altura em relação ao nível do chão (m): pipe-rack =3,0, pipe-way = - 1,5, bocal de descarga da bomba = 0,8 e
bocal de entrada do tanque de armazenamento = 0,5;
h) Lay out:
Pipe-way
Pipe-rack
rua 91,0 m
tanque
60,2 m
vaso
bomba
Exercício 4
Uma determinada planta petroquímica utiliza 10 t/h de propeno como fluido refrigerante para um
sistema de destilação criogênica. Sabendo-se que o head politrópico do compressor centrífugo do
sistema de refrigeração é 50 kgf/cm², a pressão e temperatura na sucção são 0,8 kgf/cm² g e 22
ºC, respectivamente, e a eficiência politrópica é 72,5%, determine:
a) Pressão de descarga
b) Temperatura de descarga
c) Potência real de compressão
Exercício 5
Projete um compressor para transferir 8 t/h de oxigênio puro de um vaso de pressão para um
reator.
Dados:
Exercício 5
50 t/h
89 ºC
42 kgf/cm2 g
P=?
350 ºC
Exercício 6
Dimensione o orifício de restrição para uma tubulação de 6” sch 40 que transporta nitrogênio a
30 ºC, conforme o sistema abaixo.
10 t/h
Operações Unitárias da Indústria Química 84
Exercício 7
Torre de destilação
HLL
LC
LLL
10.090 kg/h
Exercício 8
Dimensionar um vaso vertical para “flash” de condensado de vapor d´água recuperado, para
as seguintes condições operacionais:
a) Vazão de carga = 34428 kg/h @ 115 ºC e 3,0 kgf/cm² g;
b) Vazão de vapor = 18098 kg/h;
c) Densidade do líquido retirado = 0,96;
d) Peso molecular do vapor = 29;
e) Fator de compressibilidade do vapor = 0,98.
Operações Unitárias da Indústria Química 85
Exercício 9
Exercício 10
Exercício 11
Projetar um decantador para separação das fases orgânica e aquosa, através do método de
Abernathy.
Dados:
a) Vazão da fase orgânica = 11870 kg/h;
b) Vazão da fase aquosa = 9500 kg/h;
c) Massa específica da fase orgânica = 550 kg/m³;
d) Massa específica da fase aquosa = 950 kg/m³;
e) Viscosidade da fase orgânica = 0,10 cp;
f) Viscosidade da fase aquosa = 0,98 cp.
Operações Unitárias da Indústria Química 86
Exercício 13
Uma planta de reforma de gás natural produz e fornece hidrogênio para as unidades
petroquímicas locais. As empresas estão interligadas através de dutos e a transferência é
realizada através de um compressor centrífugo. Caso ocorra uma retração de 30% no mercado
de plásticos, a operação desse compressor poderá ser afetada? Explique e apresente soluções,
se for o caso.
Exercício 14
Compare os critérios de projeto de vasos de separação líquido-vapor, acumuladores e
decantadores.
Exercício 15
No sistema reacional abaixo, o catalisador foi substituído por outro mais eficiente, reduzindo
a pressão de operação do reator.
a) Qual será o comportamento do sistema à montante do reator após a substituição do
catalisador?
b) Com relação à bomba, esta nova configuração operacional é ideal? Analise possíveis
alterações para otimizar o sistema.
Válvula de controle
Reator
Bomba
Operações Unitárias da Indústria Química 87
Desenvolva uma equação para a altura máxima de sucção negativa para uma bomba
centrífuga não cavitar.
Exercício 17
Desconsiderando o ganho de calor pelo fluido devido às perdas internas, com atrito e choques,
a compressão de um gás constitui um processo ideal, adiabático e reversível, e portanto
isoentrópico. Neste caso, o cálculo do “head” é obtido através da seguinte equação:
Hs = R x T1 x k x [( P2 )(k-1)/k - 1]
PM k-1 P1
Sabendo-se que o k do CH4 e o do O2 são, respectivamente, 1,3 e 1,4, qual o compressor que
consumirá mais energia? Explique.
Exercício 18
Após o estudo de aumento de capacidade de uma planta industrial (DBN), verificou-se que a
turbina a vapor que aciona o compressor principal da planta não teve capacidade suficiente
para o aumento de carga desejada (10%). O vapor da turbina é gerado em uma caldeira que
também alimenta outros consumidores, inclusive clientes externos. A pressão do vapor
exausto (3,5 kgf/cm² g) é a pressão necessária para o vapor retornar à caldeira. Qual a possível
alteração de processo que pode ser efetivada para não ser necessário a substituição da turbina?
Comente as vantagens e desvantagens desta alternativa.
Exercício 19
Quais as possíveis alterações de processo que podem ser efetivadas para aumentar o trabalho
realizado por uma turbina?
Operações Unitárias da Indústria Química 88
Exercício 20
Exercício 21
Exercício 22
A rugosidade relativa dos tubos metálicos aumenta com o passar do tempo, devido o desgaste
do material provocado pelo fluido. Este problema pode provocar cavitação em uma bomba?
Explique.
Exercício 23
Exercício 24
O mercado do produto final de uma determinada planta petroquímica encontra-se bastante
aquecido, sendo necessário operar no máximo da sua capacidade instalada. Porém, a bomba da
torre de resfriamento cavita com uma certa freqüência, o que leva a uma redução de carga. Faça
uma análise das possíveis causas e apresente três soluções para o problema.
Exercício 25
O gerente da fabrica que você trabalha solicitou um estudo de viabilidade técnica e econômica
(EVTE) para a reciclagem de uma corrente gasosa rica em hidrogênio para a carga do reator de
hidrogenação da planta; atualmente, essa corrente está sendo queimada no flare. Apresente as
etapas do projeto das instalações necessárias para a recuperação dessa corrente. Explique
detalhadamente o projeto do equipamento de transferência do fluido e da tubulação.
Operações Unitárias da Indústria Química 89
Exercício 26
Faça uma análise comparativa entre os compressores centrífugos e alternativos, com relação ao
princípio de funcionamento, custo de manutenção e flexibilidade operacional. Explique.
Exercício 27
Responda as seguintes questões sobre turbina com extração de vapor.
a) Mantendo a potência de eixo constante, qual deve ser alteração necessária na vazão da
extração, se ocorrer elevação na temperatura na sucção?
b) Reduzindo a pressão do vapor de extração, qual o efeito sob a potência?
Exercício 28
No sistema reacional abaixo, o catalisador foi substituído por outro menos eficiente, porém
muito mais barato, aumentando a pressão de operação do reator, sem, no entanto, alterar a vazão
de carga. Qual será o comportamento do sistema à montante do reator após a substituição do
catalisador? Explique detalhadamente.
Válvula de controle
Reator
Bomba
Exercício 29
Explique a relação entre as massas específicas na sucção e descarga de um compressor
centrífugo.
Exercício 30
Qual a influência da temperatura do vapor de admissão de uma turbina no rendimento desta
máquina?
Exercício 31
Explique por que a relação de compressão de um compressor centrífugo é limitada em 4,5.
Operações Unitárias da Indústria Química 90