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ANÁLISES DE ÓLEOS USADOS

PST Franklin C. Hatherly 2006


ANÁLISE DE ÓLEOS USADOS

INTRODUÇÃO
Um dos grandes serviços prestados ao consumidor é ampliar
o período de troca do óleo, sem comprometer a performance
do equipamento.
Geralmente é aplicado em métodos do tipo banho ou circu-
lação. O lubrificante é submetido, a diferentes mecanismos
de deterioração, mesmo em equipamentos idênticos, em ser-
viços semelhantes,sempre existirão condições diferentes que
resultam em desempenhos diferentes do lubrificante.
Portanto uma premissa que nunca deve ser esquecida :
CADA CASO DEVE SER TRATADO ISOLADAMENTE.
ANÁLISE DE ÓLEOS USADOS

IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO DOS


ÓLEOS EM USO
ANÁLISE DE ÓLEOS USADOS

O PORQUÊ DA ANÁLISE DE ÓLEOS USADOS

. Custo de manutenção aumentando


. Estratégias de manutenção
ANÁLISE DE ÓLEOS USADOS

COMO EVITAR CUSTOS EXCESSIVOS COM


MANUTENÇÃO ?

. Implementação de programas de gerenciamento


de manutenção :

. Análise de óleo
. Monitoramento de vibrações
. Monitoramento de desempenho
ANÁLISE DE ÓLEOS USADOS

UM PROGRAMA DE MANUTENÇÃO EFETIVO


ATRAVÉS DE ANÁLISE DE LUBRIFICANTES
DEVE DETERMINAR :

. Condições do óleo
Avaliação das propriedades Físico-Químicas

. Condições do equipamento
Monitoramento das variáveis de operação
ANÁLISE DE ÓLEOS USADOS

AVALIAÇÃO DAS PROPRIEADES


FÍSICO-QUÍMICAS DOS LUBRIFICANTES

- TESTES EM LABORATÓRIO

- COMPARAÇÃO ENTRE OS RESULTADOS DOS


TESTES E OS LIMITES ESTABELECIDOS PA-
RA TROCA DO ÓLEO
ANÁLISE DE ÓLEOS USADOS

MONITORAMENTO DAS VARIÁVEIS DE


OPERAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS

. Temperatura
. Pressão
. Vazão
. Consumo de óleo
. Consumo de combustível
ANÁLISE DE ÓLEOS USADOS

COMO É FEITO UM PROGRAMA DE ANÁLISE


DE LUBRIFICANTES

. Definir bem o propósito do programa


. Definição de testes apropriados
. Amostragem cuidadosa e adequada
. Relatório de análise como base na ação
de controle da manutenção
ANÁLISE DE ÓLEOS USADOS

PROPÓSITO DO PROGRAMA DE ANÁLISE


DE LUBRIFICANTES
. Monitoramento de óleos em serviço
Aferir o desempenho dos óleos em uso dentro padrões
previamente conhecidos.
. Determinação do período de vida útil do
lubrificante
Troca do óleo quando atingem limites de condenação
. Extensão da vida útil do óleo
Aumentar o período de troca do lubrificante através
de avaliação dos resultados de análise do lubrificante.
ANÁLISE DE ÓLEOS USADOS

OUTRAS SITUAÇÕES
. Dúvidas quanto ao desempenho do
lubrificante.

. Situação “Spot”
. Avaliação de contaminação
. Identificação do óleo

. Qualificação em novas aplicações


ANÁLISE DE ÓLEOS USADOS

MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA

. Ferramenta importante na obtenção de :


- Menor número de paradas
- Menores custos de reparos
- Maior vida útil do motor

. Por que testar o óleo do motor ?


Tomar decisões com base nas condições
do óleo.
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IMPORTANTE
. Não havendo certeza do estado do óleo em
proteger o motor ........
ou
. O motor não podendo permanecer parado
até a confirmação, com ensaios adicionais..

SUBSTITUIR A CARGA
Motivo : O custo de uma nova carga é menor
que uma grande revisão do motor,
associada aos custos de uma parada
prolongada.
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COMO ESTABELECER UM INTERVALO IDEAL


DE TROCA DE ÓLEO.

1-Escolha um intervalo inicial de troca de óleo ;


2-Decida que propriedade monitorar ;
3-Retire uma amostra de óleo na ocasião em que for
trocado ;
4-Teste o óleo nas propriedades escolhidas;
5-Forme um banco de dados dos resultados dos testes ;
6-Tome decisão sobre a redução , aumento ou manutenção
do intervalo de troca inicial ;
7-Compare os resultados obtidos com os limites de alerta
recomendados.
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COMO RETIRAR AMOSTRA DO ÓLEO DO


CARTER
. Em frascos plásticos , límpidos , secos , inertes
e com proteção interna.
. Retire a amostra após completar o nível do
óleo e colocar o motor em funcionamento ;
. Retire a amostra com o motor quente e antes
do filtro;
. Use o dreno somente como último recurso e
elimine o volume inicial coletado no dreno.
. Retire sempre amostras do mesmo local.
ANÁLISE DE ÓLEOS USADOS

ASSEGURE-SE DE REGISTRAR :
. Nome do óleo ;
. Data da amostragem ;
. Modelo do equipamento ;
. Tipo de motor ;
. Quilometragem(ou horas)do motor ;
. Horas de uso do óleo ;
. Volume de óleo reposto desde a última
amostragem.
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NÃO FAÇA :
. Não retire amostra em recipiente sujos;
. Não retire amostra com motor frio;
. Não se esqueça de identificar a amostra.
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ENSAIOS NORMALMENTE UTILIZADOS


EM ÓLEOS DE MOTOR :
1-ÁGUA (*)5-PONTO DE FULGOR
2-VISCOSIDADE A 40 C (*)6-METAIS DESGASTE
3-INSOLÚVEIS ou FOTÔMETRO (*)7-VISCOSIDADE A 100C
4-IBT (*)8-INDICE DE VISCOSIDADE
Ponto fulgor , fazer quando o resultado de viscosidade estiver abaixo do
limite mínimo para avaliação de diluição.
Metais de desgaste , fazer quando estabelecido nos programas de
extensão do limite de troca de óleo ou nos casos de dúvidas de
desempenho ou reclamação do óleo ou IBT fora dos padrões normais.
Infravermelho ,fazer quando estabelecido nos programas determinação
de vida útil do lubrificante ou nos casos de dúvida de desempenho ou
reclamação do óleo.
Viscosidade 100C ou Índice de viscosidade, fazer para produto multigrau.
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ENSAIOS NORMALMENTE UTILIZADOS


EM ÓLEOS INDUSTRIAIS:
1-ÁGUA 4-IAT
2-VISCOSIDADE A 40 C (*)5-METAIS DESGASTE
3-INSOLÚVEIS ou FOTÔMETRO (*)6-PONTO DE FULGOR

Metais de desgaste , fazer quando estabelecido nos programas de


extensão do limite de troca de óleo ou nos casos de dúvidas de
desempenho ou reclamação do óleo ou IBT fora dos padrões normais.
Ponto de fulgor , caso a viscosidade esteja baixa do óleo térmico
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DESCRIÇÃO DOS ENSAIOS E INTERPRETAÇÃ0


1-Cor ou Aparência (ASTM-D1500)
Determinada através do colorímetro.
Leitoso .............. Óleo contaminado com água
Espesso.............. Óleo oxidado
Fino ................... Óleo contaminado com combustível
2-Odor
Exame subjetivo.
Cheiro de combustível.............. Óleo diluido
Cheiro ácido ............................ Óleo oxidado
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3-Peso específico a 20/4 C (ASTM D-1298)


Para óleo novo tem valor comercial, pois forne-
ce a relação de massa-volume do óleo.
Pode indicar possíveis contaminações.
Aumento do peso específico:
-Óleo oxidado ; Contaminantes dispersos no óleo ;
-Presença de água ; Certos lubrificantes sintéticos ;
Diminuição do peso específico:
-Diluição por frações mais leves ; Contaminação por
óleos de menor peso específico
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DENSIDADE
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4-Água por destilação (ASTM D-95)


Indesejável na maioria dos sistemas de lubri-
ficação. Pode ser :
-Condensação , devido operação em baixas temperaturas;
-Vazamento de refrigerante , pela junta do cabeçote , bloco
ou cabeçote rachados
-A alta perda de compressão devido problemas na área
dos anéis
- Purificação de óleo com defeito , devido operação incor-
reta do purificador.( grandes motores maritmos ou esta-
cionários)
ANÁLISE DE ÓLEOS USADOS
ANÁLISE DE ÓLEOS USADOS

5-VISCOSIDADE (ASTM D-445)


Refere-se à viscosidade cinemática.
Consiste na medição do tempo que um fluido leva para
escoar num tubo capilar, sob determinada temperatura,
entre duas marcas existentes em um tubo aferido.A vis-
cosidade é a resultante do produto entre esse tempo e
o fator do tubo.
Elevação da viscosidade:
-Contaminação com fuligem do combustível ;
-Oxidação ou nitração , devido operação em altas temperaturas;
-Contaminação ou reposição com produto mais viscoso ;
Diminuição da viscosidade:
-Diluição por combustível , devido partidas a frio frequentes ;
-Cisalhamento do óleo multiviscoso devido a excessiva operação
em alta velocidade ; excesso de combustível ....
ANÁLISE DE ÓLEOS USADOS
ANÁLISE DE ÓLEOS USADOS

6-PONTO DE FULGOR(ASTM D-92 e D-93)


É a menor temperatura na qual o óleo desprende
vapores suficientes para formar uma mistura
inflamável com o ar, provocando um “flash”
(lampejo) na presença de uma chama.
Em óleos lubrificantes novos empregamos o método
ASTM D-92 , que utiliza vaso aberto.No caso de óleos
de motor usados , o mais indicado é o ASTM D-93, que
utiliza vaso aberto.
A diluição por combustível tende a baixar o ponto de
fulgor.
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PONTO DE FULGOR
ANÁLISE DE ÓLEOS USADOS

7-DILUIÇÃO POR COMBUSTÍVEL (ASTM D-327)


Uma diluição de até 5% não constitui perigo
imediato, no caso de motores Diesel, mais é
uma indicação de injetores desregulados ou
vazamentos. Percentagens acima de 5% exi-
gem troca imediata da carga.
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ASTM D-341

Percentual de O.D
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8-INSOLÚVEIS(ASTM D-893 )
Permite determinar a quantidade de sedimen-
tos existente em suspensão nos lubrificantes.
Insolúveis em pentano alto :
Produtos de oxidação e deterioração do óleo , devido
operação em alta temperatura , intervalo de troca ex-
cessivo.
Contaminantes externos : poeiras, sujeiras , devido ao
funcionamento inadequado do filtro de ar.
partículas metálicas, devido desgaste e corrosão ou
peças em avarias.
IP.......ASTM D-893
IT.......ASTM D-893A(sem coagulante) e D-893B (com coagulante)
ANÁLISE DE ÓLEOS USADOS

9-MÉTODO DO FOTÔMETRO
Método mais barato e maior rapidez que o Insolúveis
em pentano(IP).Técnica usado com sucesso na França ,
Inglaterra.Este ensaio determina o teor de contaminan-
tes presente na amostra de óleo usado.
Ensaio realizado após agitação da amostra (2ml) e colocada em tubo
de ensaio e levada a 240 C por 5 min.Depois os tubos são resfriados e
depositados no papel de filtro especial e levados a 80 C por uma hora.
O ensaio fotômetro gera como resultado as grandezas :
IC=índice de contaminação ...Obtido por comparação com uma tabela
entre o valor de opacidade e o valor de insolúveis.
MD=mérito de dispersão.... Avalia a capacidade do óleo de reter o
material insolúvel em suspensão.
DP=demérito ponderado .... Representa uma combinaçào matemática
envolvendo o IC e MD.
Obs.Este teste não possui escala de comparação direta com IP , mais tem
o mesmo significado , ou seja , determina o índice de contamin.total.
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10-ÍNDICE DE BACISIDADE TOTAL -IBT


Permite determinar a ditivação alcalina rema-
nescente no óleo.
Métodos : ASTM D-664 e D-2896

Baixa reserva alcalina :


- Contaminação com produtos ácidos , gerado na queima
do combustível.
- Oxidação do óleo , devido a temperatura de operação
excessiva e intervalo de troca de óleo excessivo.

- Purificação do óleo com problemas , devido a lavagem


inadequada do óleo na purificação.
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MEDIR RESERVA ALCALINA-TBN


ANÁLISE DE ÓLEOS USADOS

11-ÍNDICE DE NEUTRALIZAÇÃ0 (ASTM D-974)


Permite medir o nível de determinadas aditi-
vações e quantificar o grau de oxidação utili-
zado para óleos claros.
Também chamamos de Índice de Acidez Total-
IAT ( ASTM D-664)
-óleos industriais(turbinas, hidráulicos,) .....IAT(D-974)
-óleos transmissões automotiva ......IAT (D-664)
Elevação do IAT:
- Oxidação do óleo , podendo ser operação em tempera-
tura elevada.
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12-ANÁLISE ESPECTROSCÓPICA

Identificar, quantitativamente, a presença de


elementos metálicos provenientes de contami-
nação(desgaste) ou aditivação no óleo.
Unidade: %p ou ppm

Métodos: Absorção Atômica .....para óleo novo ;


Absorção Atômica por Plasma......usado mais
para óleo usado.Este método é diluido o óleo por QAV e
o gás inerte utilizado é o argônio.
ANÁLISE DE ÓLEOS USADOS

FONTES DE ELEMENTOS:
ÓLEOS DE CARTER:
Ferro(Fe)...... grande maioria das peças do motor
Cobre(Cu)..... mancais , buchas , tela de filtor de ar
Cromo(Cr).... anéis , camisas do cilindro(normalmente c/Fe) , eixo de manivela ,
mancais(alguns motores) , aditivação da água de resfriamento ( se
o sódio estiver presente)
Chumbo(Pb)... mancais
Níquel(Ni) .... Eixo de cames , pinos
Estanho(Sn).. mancais , pistões revestidos com estanho
Prata(Ag) ...mancais ( motores GM-EMD)
Molibdênio (Mo) ..anéis , camisas
Alumínio(Al)... pistões , mancais , buchas , cilindros , sujeira e poeira
Silício (Si) ...Anéis , poeira e sujeira , aditivo anticongelante
Zinco(Zn) ,Bário(Ba) , Cálcio(Ca) , Magnésio(Mg), fosforo(P)... Aditivo do óleo
Boro(Bo) ... aditivaçào da água de resfriamento(se o sódio estiver presente) ,
aditivo no óleo (menos frequente)
Sódio (Na)... Aditivação de fluido refrigerante(se o boro ou cromo estiverem
presente) , aditivo de óleo
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Soluções energéticas. A Petrobras Distribuidora pode fazer mais.

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