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Disciplina: MTF – Máquinas Térmicas e de Fluxo

Professor(a): Evandro

Arthur Alexandre Cunha Custódio

Heitor Sampaio de Medeiros

Jady Lorrayne Alvarenga Gontijo de Amorim

Márcio Ribeiro de Oliveira Filho

Mateus Maia dos Santos Corrêa

TURBINAS A VAPOR

Divinópolis – MG

Julho – 2019
Resumo

As turbinas a vapor são máquinas térmicas que aproveitam


a energia térmica do vapor sob pressão, gerado por uma caldeira, convertendo-
a em trabalho mecânico útil através de uma transformação de dilatação térmica.
O presente trabalho irá tratar das turbinas a vapor. Ao longo desse artigo, será
possível encontrar dados históricos desses equipamentos, bem como sua
definição, aplicação, tipos, classificação e outros. O objetivo desse projeto é
fazer com que os alunos entendam, de forma clara, características das turbinas
a vapor, visando assim um maior aprendizado por parte dos mesmos.

Palavras-chave: turbinas a vapor, máquinas térmicas e energia térmica.


Sumário
1. Introdução.............................................................................................................................. 4
2. Fundamentação Teórica .................................................................................................... 5
2.1 Definição: ................................................................................................................... 5
2.2 Características Gerais............................................................................................. 5
2.3 Elementos Construtivos:........................................................................................ 5
2.4 Funcionamento e Aplicações................................................................................ 6
2.5 Classificação ............................................................................................................. 7
2.6 Tipos de Turbinas: ................................................................................................... 7
2.6.1 Turbina de Ação Simples ou de Laval: ....................................................... 7
2.6.2 Turbina Curtis (Velocidade Escalonada): .................................................. 8
2.6.3 Turbina Rateau (Pressão Escalonada): ...................................................... 8
2.6.4 Turbina Curtis-Rateau:.......................................................................................... 8
2.6.5 Turbina Curtis-Parsons: ................................................................................. 8
2.6.6 Turbina Parsons: .............................................................................................. 8
2.7 Modos de atuação do vapor: ................................................................................. 9
2.7.1 Turbinas de ação: ................................................................................................... 9
2.7.2 Turbinas de reação: ......................................................................................... 9
2.8 Vantagens................................................................................................................... 9
2.9 Desvantagens .......................................................................................................... 10
2.10 Cálculos ................................................................................................................ 10
2.10.1 Cálculo de Potência de uma Turbina a Vapor ............................................ 10
2.10.2 Rendimento Interno da Turbina ..................................................................... 10
2.11 Perdas que Ocorrem em uma Turbina a Vapor .......................................... 11
3. Conclusões .................................................................................................................. 12
4. Referências Bibliográficas ........................................................................................... 13
1. Introdução
A pré-história da turbina a vapor foi registrada em 175 a.C, na busca de
um equipamento que convertesse energia calorífica do vapor (Energia Potencial)
em trabalho mecânico, foi criado por Héron de Alexandría a Aeolipile. Esse
mecanismo foi de grande importância para a época, pois ainda não existia uma
ferramenta que conseguisse utilizar a pressão interna para produzir velocidade.
O princípio de funcionamento desse aparato, consistia em uma esfera que girava
livremente em torno de um eixo, que era formado por um tubo onde o vapor
produzido era direcionado para a esfera, no qual, dentro dela era produzido um
torque devido aos jatos de vapor que saiam da turbina.

Apesar de já ter sido criada na pré-história, a história da máquina a vapor


só se concretizou no final do século XIX. Nessa época, Gustaf de Laval (1845-
1913), um engenheiro e inventor sueco, criou um desnatador centrífugo que
precisava de uma turbina de um só estágio e, em busca do encontro de um
acionamento com elevada velocidade para esse equipamento, ele desenvolveu
um bocal - conhecido também como tobera - que fazia com que a velocidade
que o vapor fosse ampliada. Com isso, o impulso realizado pela turbina acabou
se tornando mais simples, barateando os custos e obtendo a vantagem de não
precisar ser à prova de pressão.

Outra pessoa que ajudou no desenvolvimento desse equipamento foi


Parsons, que na procura por um motor que pudesse ser utilizado para navios,
desenvolveu, em 1895, a turbina a vapor de reação em vários estágios.
Utilizando do recurso fornecido por um rotor duplo ele conseguiu obter
rendimentos bem melhores quando se comparava esses com os utilizados em
barcos, por exemplo.

Atualmente, grande parte da energia elétrica produzida no mundo utiliza


como recurso pra sua produção os geradores, equipamentos esses que são
movidos por turbinas. A turbina a vapor é uma das mais utilizadas na indústria
quando se toma como base todos os diversos tipos de acionadores primários
que existem no mundo.
2. Fundamentação Teórica
2.1 Definição:
As turbinas a vapor são equipamentos que aproveitam a energia calorífica
do vapor (Energia Potencial). Essa energia é transformada em Energia Cinética
devido a sua expansão através dos bocais. Além disso, esta energia será
transformada em Energia Mecânica de rotação devido a força do vapor agindo
sobre as pás rotativas. Vale ressaltar que essa energia mecânica pode ser
utilizada para mover equipamentos e, quando acoplado um gerador, se obtém a
transformação da energia mecânica em energia elétrica.

2.2 Características Gerais


Utiliza-se essa máquina térmica para o acionamento de bombas,
compressores e geradores de energia elétrica. Sua eficiência pode ser
considerada boa, especialmente nas turbinas de grandes capacidades
acionadas por vapor de alta pressão. Também pode ser considerada ideal, pois
a força de propulsão é aplicada diretamente no elemento de rotação da máquina.
Além disso, pelo fato de apenas possuir peças com movimento de rotação, não
tem o inconveniente de desbalanceamento mecânico.

2.3 Elementos Construtivos:


Nesse tópico serão abordados os principais componentes estruturais da
turbina a vapor, são eles:

• Carcaça: Geralmente dividida em 2 partes longitudinalmente para facilitar


o acoplamento e desmontagem, e que contém o sistema de pás fixas ou
distribuidores.
• Rotor: É um elemento que possui pás em sua periferia, sobre o qual
incide o vapor e onde é feita a transformação na direção e magnitude da
velocidade do vapor;
• Estator: É o elemento fixo da turbina (que envolve o rotor) cuja função é
transformar a energia potencial (térmica) do vapor em cinética através dos
distribuidores.
• Bocal: A turbina a vapor é alimentada através destes elementos. Seu
trabalho é obter uma distribuição adequada de vapor.
• Palhetas: móveis são aquelas fixadas ao rotor, enquanto que palhetas
fixas são fixadas no estator. As palhetas fixas (guias, diretrizes) orientam
o vapor para a coroa de palhetas móveis seguinte. Já as palhetas móveis
tem a finalidade de receber o impacto do vapor proveniente dos
expansores (palhetas fixas) para movimentação do rotor.
• Diafragma: São constituídos por dois semicírculos, que separam os
diversos estágios de uma turbina de ação multi-estágio juntamente com o
anel de palhetas.
• Sistema de comando e válvulas: Utilizados para regular a velocidade e
potência da turbina modificando a descarga do vapor;
• Acoplamentos: Utilizados para conexão mecânica com o gerador que vai
acionar;
• Dispositivo de expansão: Constituído de um bocal fixo ou móvel
(diretrizes), no qual a energia de pressão do vapor se transforma em
energia cinética;
• Junta de labirinto: necessária para reduzir o calor gerado quando
acontece o contato rotor-estator, já que, devido as altas velocidades, o
calor gerado quando ocorresse qualquer contato poderia produzir calor
suficiente para fundir o material do rotor ou até mesmo danificar o eixo.

2.4 Funcionamento e Aplicações


Uma Turbina a Vapor transforma energia potencial termodinâmica em
trabalho mecânico. Seu funcionamento se dá com o vapor entrando em alta
pressão pelos bocais formados pelas pás estacionárias. Em seguida as pás
estacionárias redirecionam o vapor para as pás móveis, mudando a direção do
escoamento do vapor. Essa mudança de direção gera força sobre as pás móveis,
que por sua vez movem o eixo da turbina produzindo potência no eixo.
Dentre as aplicações atuais das turbinas a vapor podemos destacar as
usinas nucleares movidas a combustíveis fósseis, setores da propulsão naval e
aeronáutica. Também podem ser usadas para movimentar outros equipamentos
mecânicos rotativos, como bombas, ventiladores ou compressores e podem
gerar eletricidade, ligando-as a um gerador, pode se ver esse exemplo em um
esquema na Figura 1.

Além disso, outros setores com presença dessa máquina térmica são
refinarias, fábricas de papel, usinas de dessalinização e outros em que são
necessários altos níveis de vapor.

Figura 1 - Utilização da turbina a vapor na geração de energia elétrica.

2.5 Classificação
A classificação das turbinas a vapor, em sua maioria, é feita segundo
alguns parâmetros, sendo eles:
• Modo de atuação do vapor;
• Fornecimento de vapor e condições de exaustão;
• Direção do fluxo

2.6 Tipos de Turbinas:


2.6.1 Turbina de Ação Simples ou de Laval:
Possui um ou mais bocais fixos que lançam vapor sobre as palhetas
móveis presas em um disco ligado a um eixo. Nos bocais, ocorre a expansão do
vapor. Nas palhetas, não há absorção total da energia cinética do vapor, então,
há perda de energia. Portanto, possui baixo rendimento em comparação à
outras, mas é usada em baixas potências por sua simplicidade.
2.6.2 Turbina Curtis (Velocidade Escalonada):
Para aproveitar as perdas de energia ocorridas na turbina de ação
simples, adicionam-se duas ou mais fileiras de palhetas móveis, intercalando-as
com palhetas fixas. As palhetas fixas, na carcaça, direcionam o vapor sobre as
palhetas móveis.

2.6.3 Turbina Rateau (Pressão Escalonada):


Nesse tipo, a queda de pressão é dividida em duas ou mais fileiras de
bocais. Funciona como um agregado de uma ou mais turbinas de Laval em série.

2.6.4 Turbina Curtis-Rateau:


Buscando-se conseguir velocidades de pás ideais, que tem maiores
rendimentos, utiliza-se uma combinação entre os tipos Curtis e Rateau.
Possibilita o uso de materiais mais leves e turbinas mais curtas no Rateau por
causa da grande perda de pressão e temperatura do vapor no Curtis.

2.6.5 Turbina Curtis-Parsons:


Primeiro, diminui-se a pressão e temperatura do vapor com o estágio
Curtis para depois usar os estágios de reação.

2.6.6 Turbina Parsons:


Nela, há quedas parciais de pressão pelas seguidas fileiras de palhetas
fixas e móveis, assim, a velocidade do vapor diminui. Como o vapor vai se
expandindo, as dimensões das fileiras de palhetas vão aumentando
progressivamente. Quando em alta pressão, há fuga de vapor entre as palhetas
móveis e a carcaça, diminuindo a eficiência. Por isso, não é recomendado usar
turbinas de reação em turbinas de alta pressão. Nesses casos, recomenda-se
usar arranjos compostos como a Curtis-Parsons.
2.7 Modos de atuação do vapor:
2.7.1 Turbinas de ação:
Nesse tipo de turbina a queda de pressão ocorre somente nas peças
estacionárias, predominando a força de impulsão. seus estágios podem ser o
estágio de pressão (Rateau) e estágio de velocidade (Curtis).
No estágio de ação a transformação de energia irá acontecer nos
expansores, o que resulta em uma queda de pressão e aumento de velocidade.
Não haverá queda de pressão na roda de palhetas, já que ela tem secção
simétrica. Sem a queda de pressão, a velocidade do vapor será constante,
resultando em uma queda da velocidade absoluta do vapor nas palhetas móveis,
transformando a energia cinética em trabalho mecânico.

2.7.2 Turbinas de reação:


Na turbina de reação, temos vários estágios colocados em série, cada
estágio é uma roda de palhetas fixas (anel expansor) e em seguida uma roda de
palhetas móveis, ambos os tipos de palhetas com secções assimétricas,
resultando em áreas de passagem de ar convergentes. Sendo assim parte da
Expansão do vapor ocorrerá nas palhetas fixas e outra parte nas palhetas
móveis. Nas palhetas fixas, ocorrerá uma expansão parcial do vapor, o que
resulta em uma queda de pressão e aumento da velocidade.
O restante da expansão ocorrerá nas palhetas móveis, gerando outra
queda de pressão e aumento de velocidade. Nesse momento ocorre uma queda
na velocidade na velocidade absoluta nas palhetas, já que além de atuarem
como expansores, elas também irão transformar a velocidade gerada em
trabalho em trabalho mecânico.

2.8 Vantagens
As turbinas a vapor são equipamentos que possuem diversas vantagens,
dentre elas podemos citar:
• Utilização de vapor a alta pressão e alta temperatura.
• Alta eficiência.
• Alta velocidade de rotação.
• Alta relação potência/tamanho.
• Operação suave, quase sem vibração.
• Não há necessidade de lubrificação interna.
• Vapor na saída sem óleo.
• Pode ser construído com diferentes potências: unidades pequenas (1
MW) ou muito grandes (até 1200 MW).

2.9 Desvantagens
• Possuem baixo rendimento médio
• Projeto de alta complexidade
• Operam em altas temperaturas
• Preço elevado
• Não tem efeito reversível

2.10 Cálculos
2.10.1 Cálculo de Potência de uma Turbina a Vapor
Para se calcular a potência de uma turbina a vapor ideal é necessário
fazer uma dedução, a partir da 1º lei da termodinâmica.

∆𝑬 𝑽𝒆𝟐 𝑽𝒔𝟐
( ) = 𝑸 − 𝑾 + 𝜮𝒎𝒆 ∗ ( 𝒉𝒆 + + 𝒈 ∗ 𝒛𝒆) − 𝜮𝒎𝒔 ∗ ( 𝒉𝒔 + + 𝒈 ∗ 𝒛𝒔 )
∆𝒕 𝟐 𝟐

Sendo essa fórmula reduzida, quando aplicada a todos os tipos de


turbinas, para:

𝑾 = 𝒎 ∗ (𝒉𝒆 − 𝒉𝒔)

Onde:

• 𝑊 = potência;
• 𝑚 = vazão mássica;
• ℎ𝑒 e ℎ𝑠 = entalpia de entrada e saída.

2.10.2 Rendimento Interno da Turbina


𝑾𝒖𝒕𝒊𝒍
𝒏=
𝑾𝒑𝒓𝒐𝒅𝒖𝒛𝒊𝒅𝒂
Onde:

• n = rendimento interno (0.85 < 𝑛 < 0.99)


• Wútil = potência Útil
• Wproduzido = potência produzida

2.11 Perdas que Ocorrem em uma Turbina a Vapor


Durante o processo ao qual se aplica as turbinas a vapor, podem ocorrer
algumas perdas, são elas:

• Perda de energia nas válvulas reguladoras;


• Perdas de energia nos bocais;
• Perdas de energia nas palhetas;
• Perdas de energia por atrito de disco e ventilação;
• Perdas de energia por fuga de fluido de trabalho;
• Perdas de energia por velocidade alta no escape;
• Perdas de energia na tubulação de escape;
• Perdas de energia por atrito mecânico.
3. Conclusões
As turbinas a vapor funcionam com o princípio básico das máquinas
térmicas, convertendo energia térmica do vapor d’água em energia mecânica a
partir da rotação das pás. Essas turbinas são de extrema importância para a
geração de eletricidade, e esse equipamento deve garantir confiabilidade e
versatilidade para satisfazer os requisitos exigidos. Para tanto, deve-se conhecer
os diferentes tipos e as aplicações de cada um visando maximizar o rendimento
em cada utilização.
Tendo isso em vista, a realização deste trabalho possibilitou o
entendimento de como funcionam as turbinas a vapor, bem como seus tipos,
características, vantagens, desvantagens e outros. Nesse âmbito, pode-se
afirmar que, o presente plano, contribuiu amplamente com a formação teórica
dos alunos.

O objetivo desse trabalho era o estudo de diferentes máquinas térmicas.


Dessa forma, após a ampla pesquisa quanto a turbinas a vapor – consideradas
um tipo de máquina térmica – acredita-se que os desafios propostos para esse
relatório foram concluídos com sucesso e, vale ressaltar que, não restaram
dúvidas quanto a matéria tratada.
4. Referências Bibliográficas

1. Andrade, S. A.; - MÁQUINAS TÉRMICAS - UFP - Disponível em:


<http://www.madeira.ufpr.br/disciplinasalan/AT056-Aula09.pdf> Acesso
em: 10/07/2019

2. Cézar, E. - TURBINAS A VAPOR - Disponível em: <


https://www.ebah.com.br/content/ABAAAAO8sAK/turbinas-a-vapor>
Acesso em: 10/07/2019

3. Magaton, F. - TURBINAS A VAPOR - UTP - Disponível em:


<https://www.ebah.com.br/content/ABAAAAO8sAK/turbinas-a-vapor>
Acesso em: 10/07/2019

4. Melo, G. - TURBINA A VAPOR - Disponível em:


<https://pt.slideshare.net/GustavoMeloo/fsiicaa> Acesso 10/07/2019

5. Toledo, L. - A USINA DA SOBREVIVÊNCIA - SIEMENS - Disponível em:


<http://www.stab.org.br/15sba/web/04_lucas_toledo_siemens.pdf>
Acesso em: 10/07/2019

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