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RESPOSTA TÉCNICA – Cálculo de correias transportadoras

Cálculo de correias
transportadoras
Informações sobre o método de dimensionamento
para correias transportadoras.

Instituto de Tecnologia do Paraná – TECPAR

Outubro/2007
RESPOSTA TÉCNICA – Cálculo de correias transportadoras

Resposta Técnica TOMÁS, Marcos Rogério


Cálculo de correias transportadoras
Instituto de Tecnologia do Paraná – TECPAR
31/10/2007
Informações sobre o método de dimensionamento para correias
transportadoras.
Demanda Como são os cálculos de dimensionamento dos
transportadores contínuos de correia?
Assunto Fabricação de máquinas, equipamentos e aparelhos para
transporte e elevação de cargas, peças e acessórios
Palavras-chave Cálculo; dimensionamento; transportador contínuo; transportador
de correia

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RESPOSTA TÉCNICA – Cálculo de correias transportadoras

Solução apresentada

Introdução

A engenharia dos transportadores é mais arte do que uma ciência e problemas envolvendo
materiais que não sejam de uso comum devem ser abordados com precauções. A maioria
dos transportadores que existem prontos são econômicos e funcionam bem para as
aplicações convencionais.

A capacidade de um transportador é o primeiro fator a ser levado em conta. Correias


transportadoras são fabricadas numa faixa muito grande de operação, podendo ser
operadas em velocidades elevadas (180 m/min), transportando de maneira econômica
grandes quantidades de material.

O comprimento para correias transportadoras é bastante variado. Pode ir desde algumas


dezenas de metros até distâncias da ordem de quilômetros.

As características físicas e químicas devem ser consideradas. Abrasividade, friabilidade, e


tamanho do material são algumas destas características. Efeitos químicos como ataque de
ácidos sobre materiais ou de óleo sobre borracha devem ditar a composição do
transportador. Por outro lado, umidade ou oxidação do material a ser transportado por efeito
do ar devem também influir na escolha do tipo de material a ser usado no transportador.
Outras propriedades do material que devem ser avaliadas são: densidade, dureza, ângulo
de repouso dinâmico, etc.

Dimensionamento de transportadores de correia

O transportador de correia é constituído de uma correia de borracha, borracha com lona,


couro, PVC, polietileno, etc., que é movimentada sobre duas polias terminais, sendo que
uma movimenta a correia e a outra pode ser ajustada para tensionar a correia evitando que
ela se torne frouxa.

A capacidade de uma correia transportadora depende dos seguintes fatores:

 seção reta da carga;


 velocidade da correia.

Sendo que a seção da carga depende dos fatores:

 largura da correia;
 forma da correia (lisa, ou sob forma de calha);
 tamanho do material.

Cada fabricante possui ábacos aproximados para a estimativa de tamanhos de


transportadores e potências requeridas.

A potência total a ser instalada num transportador é uma soma de fatores como a potência
necessária para mover a carga, potência para mover a correia, vencer as forças de atrito e,
caso tenha diferenças de cota, a potência para elevar o material.

O problema envolvendo todos esses fatores é grande. Uma correlação empírica


apresentada para dimensionamento das correias é (LIDDEL, 1922):

k .l 2 . v . r
C
500
onde:

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 C – capacidade, em ton./h;
 l - largura da correia, em polegadas (in);
 v - velocidade da correia, em m/min;
 r - densidade do material, em toneladas por metro cúbico (ton/m3);
 k - constante empírica entre 1,43 e 1,65.

As correias transportadoras são fabricadas em larguras standards, em polegadas (in) de 14,


16, 18, 20, 24, 30, 36, 48, etc.

Outra correlação empírica é relativa à potência:

(0,0003. l 2 . v  0,08 . C ) . L  C . H
P
300
onde:

 P - potência, em HP;
 L – comprimento total da correia, em metros (m);
 H Elevação, em metros (m).

A Tabela 1 apresenta dados aproximados da velocidade operação em função da densidade


do material a ser transportado.

Tabela 1 – Velocidade de transporte para correias

Material Densidade aparente Velocidade da correia


(ton./m3) (m/min)
Areia 1,70 115
Cal e cimento 1,30 90
Carvão em pó 0,80 120
Carvão em pedaços 0,85 85
Cinzas 0,72 90
Coque 0,48 75
Minérios 2,00 105
Pedra britada 1,60 115
Pedregulho 1,65 100
Sal comum 1,20 80
Fonte: (adaptado de UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ)

De um modo geral, pode-se escolher uma velocidade de transporte baixa com uma correia
mais larga, ou vice-versa. Não é recomendável velocidades menores que 20 m/min ou
velocidades acima de 180 m/min por causa do desgaste.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) dispõe de normas para o cálculo e


definições dos equipamentos constituintes dos transportadores de correia, a seguir
apresenta-se algumas delas:

 NBR 6110 - Transportadores contínuos - Transportadores de correia - Larguras de


correias transportadoras.

 NBR 6171 - Transportadores contínuos - Transportadores de correia - Folga das


bordas das correias;

 NBR 6172 - Transportadores contínuos - Transportadores de correia - Tambores –


Dimensões;

 NBR 6678 - Transportadores contínuos - Transportadores de correia - Roletes –


Dimensões;

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 NBR 6177 - Transportadores contínuos - Transportadores de correia – Terminologia;

 NBR 8011 - Cálculo da capacidade de transportadores contínuos - Transportadores


de correia.

Conclusões e recomendações

Os cálculos aqui apresentados são apenas uma forma de abordagem para o


dimensionamento para transportadores contínuos de correia.

Como dito anteriormente, os fabricantes utilizam dados técnicos específicos para o


dimensionamento e construção dos transportadores contínuos de correia, e para cada tipo
de operação e tipo de material a ser transportado.

Fontes consultadas

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS [ABNT]. Transportadores de


correia. Disponível em: <http://www.abnt.org.br>. Acesso em: 13 set. 2007.

LIDDEL, D. M. Handbook of Chemical Engineering. New York: McGraw-Hill, 1922.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Curso de extensão universitária. Curitiba:


UFPR, 1995. Apostila.

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