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APROVADO EM:____/____/____
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Professor(a):
RESUMO
Ponte rolante é uma máquina de elevação de cargas que circula numa via e desloca na posição
transversal um carro guincho. Este equipamento é montado em locais fechados ou abertos,
movimentando matérias, cargas, peças, equipamento entre outros. O presente estudo tem por
objetivo dimensionar uma estrutura e mecanismos, de forma macro, que integrem uma ponte
rolante univiga do segmento metal-mecânica. Para o dimensionamento da ponte rolante
univiga, foi adotada a norma técnica, ABNT NBR 8400/1984 – Cálculo de equipamentos para
elevação e movimentação de cargas. Em posse dos cálculos, foram utilizados software para
modelagem 3D, SolidWoks, AutoCad e software para verificação de cálculos Ftool. Com base
na norma, ABNT NBR 8400/1984 foram realizados os cálculos para determinar e dimensionar
os componentes principais de uma ponte rolante univiga: capacidade, classificação das
estruturas, classificação dos mecanismos, velocidade de 16 𝑚⁄𝑠, seção da viga W 410 x 46,1,
diâmetro mínimo do cabo de 14mm, diâmetro das polias 392mm e 224mm, diâmetro e
comprimento do tambor igual a 313,6mm e 1682,7mm respectivamente. O estudo desenvolvido
possibilitou o dimensionamento e seleção dos componentes principais que compõe uma ponte
rolante univiga. Por fim, esse trabalho possibilita a integração do conhecimento teórico na
prática.
PALAVRAS-CHAVE: Ponte rolante univiga. Transporte de carga. Industria metal-mecânica.
INTRODUÇÃO
Segundo Martins (2003), a força que a competitividade industrial ganhou nas
décadas de 70, quando empresas orientais começaram a participar com mais frequência no
mercado ocidental, no Brasil em meados da década de 90 com abertura do livre mercado,
possibilitou a formação de um grande parque industrial de empresas.
Segundo Sordi (2016), para a sobrevivência de uma empresa é importante a
adaptação com a competitividade atual, em que melhores preços, redução de custos e
desperdício garante uma estabilidade no mercado.
No avanço da indústria, as empresas que já sediadas no Brasil, tiveram que
aprimorar para o crescimento da indústria e consequentemente a evolução nos processos, para
atender as demandas do mercado global. Nesse contexto a implementação das pontes rolantes
foi um salto muito importante para produtividade justificando o custo de sua implementação.
Assim produtos que antes inviável a manipulação devida suas dimensões, passaram a não ser
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obtidos pela união entre as chapas. As vigas caixão, são vigas tubulares de forma geométricas
retangular, são mais usadas em estruturas de pontes e viadutos.
O dimensionamento de ponte rolante univiga possuem uma normalização
estabelecida pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), não comtemplando toda
questão de segurança e padronização de seus mecanismos.
A norma brasileira para dimensionamento de pontes rolantes é a NBR 8400/1984,
em que é possível determinar o dimensionamento adequado, pois leva em conta as solicitações
atuantes e de movimentos verticais e horizontais, cargas internas e externas e analises de tensões
e fadiga. De acordo com a norma é possível também, dimensionar o cabo de aço, tambores,
talhas, rolamentos dentre outros.
A NBR 8400 tem por objetivo fixar as diretrizes básicas para o cálculo das partes
estruturais e componentes mecânicos dos equipamentos de levantamento e movimentação de
cargas, independente do grau de complexidade e do tipo de serviço do equipamento,
considerando as combinações de solicitações, condições de resistência dos diversos
componentes e condições de estabilidade (ABNT, 1984).
Atualmente grandes empresas sofrem problemas de logística e de manutenção que
necessitam de uma movimentação de materiais estocados por possuírem um grande volume de
material e muitos não podem ser transportados por pessoas devido ao seu peso e tamanho, ou
de troca de componentes pesados em determinadas maquinas industriais.
De acordo com Sordi (2016), as normas vigentes NR 17 – Ergonomia, NR 11 –
Transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais e NR 12 – Segurança no
trabalho em máquinas equipamentos, estabelecem que a utilização de empilhadeiras para
movimentação de cargas em indústria não é recomenda. Tendo em vista que as empilhadeiras
possuem capacidade de carga limitada, além de muitos operadores de empilhadeiras
improvisarem mecanismos para travamento de carga, colocando em perigo o ambiente de
trabalho, justificando o implemento de pontes rolantes nas indústrias.
O presente estudo tem por objetivo dimensionar uma estrutura e mecanismos, de
forma macro, que integrem uma ponte rolante univiga do segmento metal-mecânico.
MÉTODOS
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Para realização dos estudos, foram utilizados livros, artigos acadêmicos, norma
técnica (ABNT) e catálogos de empresas. Os descritores buscados na literatura foram ponte
rolante univiga e transporte de carga, nos idiomas português e espanhol. Para construção do
trabalho, foi determinado um fluxograma do estudo, conforme a tabela (01) e a figura (01).
Item Metodologia
Estruturas NBR 8400
Detalhes construtivos e estruturais NBR 8400
Fonte: Autoria própria
seção da viga principal. Em posse dos cálculos da viga principal e dimensões do tambor, foram
utilizados software para modelagem 3D e 2D, SolidWoks e AutoCAD, respectivamente. Para
execução dos programas CAD, foi utilizado um computador com sistema operacional Windows
10.
O Ftool foi utilizado para execução dos cálculos das reações de apoios da viga
principal, para nível de comparação foi utilizado uma linguagem de programação em
“Portugol”, conforme a figura 02, em que o algoritmo compara os resultados das reações de
apoio em toda viga principal. O Algoritmo foi escrito no programa VisualG, com sistema
operacional Windows 10.
Figura 02:Algoritmo de cálculos das reações de apoio
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Dados de Entrada:
Estruturas
a) Classe de utilização;
Utilização regular em serviço intensivo. Conforme a tabela (03), será utilizar a
classe “C”.
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b) Estado de carga.
Equipamentos que frequentemente levantam a P = 1. Equipamentos regularmente
carregados com a carga nominal. Conforme a tabela (04), P = 1.
Tabela 04 – Estados de cargas
Fração mínima
Estado de
Definição da carga
Carga
máxima
0 (muito Equipamentos levantando excepcionalmente a carga
P=0
leve) nominal e comumente cargas muito reduzidas.
Equipamentos que raramente levantam a carga nominal e
1 (leve) P = 1/3
comumente cargas de ordem de 1/3 da carga nominal
Equipamentos que frequentemente levantam a carga
2 (médio) nominal e comumente cargas compreendidas entre 1/3 e P = 2/3
2/3 da carga nominal.
Equipamentos regularmente carregados com a carga
3 (pesado) P=1
nominal.
Fonte: ABNT (1984)
c) Classificação da estrutura
Cruzando os valores da classe de utilização com o estado de carga na tabela (05),
obtém-se que a Classe de utilização e número convencional de ciclos de levantamento é “5”.
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0 (muito leve)
1 2 3 4
P=0
1 (leve)
2 3 4 5
P = 1/3
2 (médio)
3 4 5 6
P = 2/3
3 (pesado)
4 5 6 6
P=1
Fonte: ABNT (1984)
d) Classe de funcionamento
Segundo ABNT NBR 8400 (1984), A classe de funcionamento caracteriza o tempo
médio, estimado em número de horas de funcionamento diário do mecanismo. Um mecanismo
somente é considerado em funcionamento quando está em movimento. A noção de tempo
médio define-se para os mecanismos regularmente utilizados durante o ano, considerando
somente os dias de trabalho normal (exclusão dos dias de descanso).
De acordo com a tabela (06), o tempo médio de funcionamento diário estimado (h) é 4 < tm ≤
8, portanto, sua classe de funcionamento é “V3”.
Tabela 06 – Classe de funcionamento
dc = Q1√T (1)
Em que:
T - Esforço máximo de tração (daN)
Q1 - Fator de dimensionamento
dc - Diâmetro externo mínimo (mm)
O fator de dimensionamento (Q1) é determinado pela tabela (09).
Tabela 09 – Valores mínimos de Q1
Grupo de Mecanismos Cabo Normal Cabo não rotativo
1 Bm 0,265 0,280
1 Am 0,280 0,300
2m 0,300 0,335
3m 0,335 0,375
4m 0,375 0,425
5m 0,425 0,475
Fonte: ABNT (1984)
Segundo ABNT NBR 8400 (1984), o esforço máximo de tração “T” em daN que
atua sobre o cabo no caso 1 (serviço normal sem vento) é determinado a partir do esforço
estático (incluindo o peso próprio do cabo e do moitão) ao qual se adiciona o esforço resultante
do atrito nas polias e as forças de aceleração, caso sejam superiores a 10% das cargas verticais.
Para chegar no valor de T, utiliza-se a equação (2).
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Q
T= (2)
ηrend × Nº de cabos
Acrescentando os 10% previsto pela ABNT NBR 8400, obtém-se:
1,1 × Q
T= (2.1)
ηrend × Nº de cabos
A norma ABNT NBR 8400, estabelece dois pontos importantes a respeito das
solicitações devidos aos movimentos verticais, que são provenientes do içamento relativamente
brusco e de choques verticais, portanto, levam-se em conta as oscilações provocadas pelo
levantamento da carga, multiplicando-se pelo coeficiente dinâmico (ψ). O valor do coeficiente
dinâmico é determinado pelas tabelas (10), para selecionar o valor do coeficiente é preciso
selecionar a velocidade que de acordo com a tabela da ABNT NBR 8400 a velocidade da Ponte
Rolante é de 0,16 𝑚⁄𝑠.
Faixa de velocidade de
Equipamento Coeficiente dinâmico ψ
elevação da carga (𝒎/𝒔)
1,15 0 < 𝑣𝑙 ≤ 0,25
Pontes ou pórticos rolantes 1 + 0,6 𝑣𝑙 0,25 < 𝑣𝑙 < 1
1,60 𝑣𝑙 ≥ 1
1,15 0 < 𝑣𝑙 ≤ 0,5
Guindastes com lanças 1 + 0,3 𝑣𝑙 0,5 < 𝑣𝑙 < 1
1,3 𝑣𝑙 ≥ 1
Fonte: ABNT (1984)
Sg + ψ × Sl (3)
Em que:
Sg: Carga de serviço (Somatório de todas as cargas de acessórios mais carga útil)
Sl: Carga devido ao peso próprio (moitão mais cabo de aço)
Ψ: Coeficiente dinâmico
Q = Sl (4)
ηrend: ηmancalηpolias
Sg: Peso da estrutura é 0
Em que o rendimento do mancal de rolamento é 0,99 e o número de polias do
sistema é 3, portanto, a força de tração no cabo de aço (T) é 1279,34daN.
Voltando na equação 01, tem-se que o valor de “Q1” fator de dimensionamento é
dado pela tabela (09), em que o valor é igual a 0,375 de acordo com o grupo de mecanismo
estabelecidos no estudo tabela (08). Calculando o diâmetro do cabo (dc) equação (01) obtém-
se; 13,412mm.
O fator de segurança para Ponte Rolantes vale “6” e a carga de trabalho (CT) que é
igual a os esforços máximo de tração, calculado na equação (2.2) é igual a 12793,4N ou
1304,1182kgf. Jogando na fórmula de carga de ruptura máxima.
Ct = T (05)
CRM = CT ∗ Fs (06)
De ≥ H1 ∗ H2 ∗ dc (07)
Em que o H1 e H2 são estabelecidos pela ABNT NBR 8400 de acordo com o grupo
de mecanismos dimensionado na tabela (08). Para tambores e polias de compensação é adotado
H2 = 1. Verificando nas tabelas de H1 na ABNT NBR 8400.
Tabela 11 – Valores de H1
Tambor Polias móvel Polias de compensação
22,4 25 16
Fonte: Adaptada ABNT (1984)
∅ 𝑓𝑟 = ∅ 𝑝𝑟𝑖𝑚𝑖𝑡𝑖𝑣𝑜 (08)
∅ 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 = ∅𝑓𝑟 + ∅ 𝑐𝑎𝑏𝑜 (09)
𝑝𝑎𝑠𝑠𝑜 = 1,14 ∗ ∅ 𝑐𝑎𝑏𝑜 (10)
𝐿𝑐 = (𝑉𝑚 ∗ 𝐻𝑒) /2 (11)
𝐿𝑐
𝑁𝑒 = (12)
𝜋 ∗ ∅ 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙
𝑁𝑒 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑁𝑒 + (2 𝑜𝑢 3) (13)
𝑒 = ∅ 𝑝𝑜𝑙𝑖𝑎 𝑚𝑜𝑣𝑒𝑙 + (5 ∗ ∅ 𝑐𝑎𝑏𝑜) (14)
∅ 𝑝𝑜𝑙𝑖𝑎 𝑚𝑜𝑣𝑒𝑙
𝑎= + ∅ 𝑐𝑎𝑏𝑜 (15)
2
𝐿 = 𝑁𝑒 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ∗ 𝑝𝑎𝑠𝑠𝑜 (16)
𝐿 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = (2 ∗ 𝐿) + (2 ∗ 𝑎) + 𝑒 (17)
𝑈 = 𝐴 + 𝐵 + 𝐿𝑡 + 2 ∗ 𝑓𝑙𝑎𝑛𝑔𝑒 (18)
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Em que:
equações (12), quantidade de espiras total igual a 15 equação (13), valores das equações
(14) e (15) igual a 462mm e 210mm respectivamente, comprimente total de 1362mm
equação (17) e distância entre mancais igual a 1682,7mm equação (18).
Para calcular o momento fletor na viga utiliza-se a equação (19). Assim o valor
obtido através da equação (19) é igual à 117,72kNm.
𝐹∗𝐿
𝑀𝑚𝑎𝑥 = (19)
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Verificando no software Ftool, foi calculado momento fletor a 117,6kNm e as
reação de apoio igual 19,6kN e 19,6kN.
Para nível de comparação dos cálculos das reações de apoios, foi utilizado um
algoritmo em “Portugol”, para comparar com os valores calculados pelo software Ftool,
conforme a figura (10).
Em posse dos valores, conforme a tabela (15), é preciso calcular a carga total
estabelecida pela equação (20).
Em que:
P: Carga máxima
De forma preliminar adota-se peso da viga igual a 700 kg, peso do cabo igual
a 25kg e peso do motor mais a talha igual a 250kg. Portanto o valor calculado pela
equação (20) é igual a 8035,5Kgf. As figuras (11) e (10), são calculadas as novas reações
de apoios e momento fletor máximo e momento cortante máximo.
Definir a viga
O material utilizado na viga principal é ASTM 572 Grau 50. Na tabela (16),
possui os valores das propriedades mecânica do aço.
Efetuando os cálculos obtém-se um valor de 152,33𝑀𝑃𝑎 < 160,71 𝑀𝑃𝑎, portanto o perfil
está ok.
Sabendo que o limite de escoamento do material é 345 Mpa, tabela (16), efetuando
os cálculos da equação (24) e (25), obtém-se um valor igual a 120 MPa. Resolvendo a equação
(26), sabendo que 𝑣𝑚𝑎𝑥 = 72400𝑁 𝑒 𝐴𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑎 𝑎𝑙𝑚𝑎 𝑑𝑜 𝑝𝑒𝑟𝑓𝑖𝑙 = 4072,24𝑚𝑚2 , obtém-se
17,778𝑀𝑃𝑎 < 120𝑀𝑃𝑎 , portando a viga está ok. A Figura (12) representa o conjunto
completo da ponte rolante univiga.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base nos estudos, nota-se que a utilização da ponte rolante, em seu uso dentro
de uma indústria, entre outros locais, tem por objetivo o içamento e a descarga de materiais,
peças, equipamentos entre outros. O seu uso é recomendado nas atividades, em que demanda
equipamento que suporte grandes capacidade de içamento e em elevados ciclos de trabalho.
Geralmente as empresas que possuem este tipo de equipamento, tem como a sua produção
satisfatória, em que leva a redução de custos e organização de layout.
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REFERÊNCIAS
DIAS, B. M.; OTUKA, C. R.; FAGÁ, D.; SILVA, D.; JEFERSON, G.; ARRUDA, L. T;
EGUIA, F. . Movimentação e transportes. 2018. Disponivel em:
<https://www.fernandoeguia.com/uploads/6/4/0/5/6405834/1525809793587_movimenta%C3
%A7%C3%A3o_e_transporte__ponte_rolante_.pdf>. Acesso em: 01 out. 2018.