Você está na página 1de 39

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO – UNEMAT

AGLYTON AGUIAR NASCIMENTO


JOÃO PEDRO MICHELS AVANCINI
MARCOS ADRIANO NAVA
OTÁVIO AUGUSTO EIDAM DE SOUZA

MEMORIAL DESCRITIVO: DIMENSIONAMENTO GEOTÉCNICO DE


FUNDAÇÃO POR ESTACA DE CONCRETO PRÉ MOLDADA
DE UMA EDIFICAÇÃO HIPOTÉTICA

Sinop
2023/01
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO – UNEMAT

AGLYTON AGUIAR NASCIMENTO


JOÃO PEDRO MICHELS AVANCINI
MARCOS ADRIANO NAVA
OTÁVIO AUGUSTO EIDAM DE SOUZA

MEMORIAL DESCRITIVO: DIMENSIONAMENTO GEOTÉCNICO DE


FUNDAÇÃO POR ESTACA DE CONCRETO PRÉ MOLDADA
DE UMA EDIFICAÇÃO HIPOTÉTICA

Memorial descritivo apresentado à disciplina de


Fundações do Curso de Engenharia Civil –
UNEMAT, Campus Universitário de Sinop-MT,
para obtenção de nota parcial.
Prof: Raiza Michele Guimarães

Sinop
2023/01
I

SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................2
2 PROBLEMATIZAÇÃO.....................................................................................2
3 JUSTIFICATIVA...............................................................................................2
4 HIPÓTESES.....................................................................................................2
5 OBJETIVOS.....................................................................................................2
5.1 OBJETIVO GERAL..................................................................................... 2
5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.......................................................................2
5.2.1 Exemplo 01:........................................................................................2
5.2.2 Exemplo 02:........................................................................................2
6 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.......................................................................2
6.1 TITULO 2.....................................................................................................2
6.1.1 Título 3................................................................................................2
6.1.1.1 Título 4.........................................................................................2
6.2 EXEMPLO DE TABELAS, FIGURAS E EQUAÇÕES.................................2
7 METODOLOGIA.............................................................................................. 2
8 RECURSOS HUMANOS..................................................................................2
9 RECURSOS MATERIAIS................................................................................2
10 CRONOGRAMA...............................................................................................2
11 REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO..................................................................2
12 ANEXOS.......................................................................................................... 2
13 APÊNDICE.......................................................................................................2
2

1 INTRODUÇÃO
A utilização de estacas pré-moldadas para fundações tem se mostrado uma
solução eficiente e prática na construção civil. Essas estacas são fabricadas de
forma industrializada, permitindo um maior controle de qualidade e agilidade na
execução das obras. Além disso, apresentam diversas vantagens em relação a
outros métodos de fundação, como a estaca broca, estaca raiz ou estaca hélice
contínua.
O dimensionamento adequado das estacas pré-moldadas é essencial para
garantir a estabilidade e segurança das estruturas construídas. Esse processo
consiste em determinar as características geométricas e mecânicas das estacas,
levando em consideração as cargas atuantes e as propriedades do solo.
O dimensionamento das estacas pré-moldadas envolve a análise de fatores
como a capacidade de carga da estaca, a resistência do solo, a profundidade
necessária, entre outros. É importante considerar também o tipo de carga que será
aplicada à fundação, como cargas verticais, horizontais ou momentos de flexão.
Existem diferentes métodos e normas utilizados para o dimensionamento das
estacas pré-moldadas, como a norma ABNT NBR 6122, que estabelece critérios
técnicos e parâmetros para o projeto geotécnico de fundações. Além disso, é
necessário realizar estudos geotécnicos específicos do local, como sondagens e
ensaios de resistência do solo, para obter dados precisos e confiáveis.
3

2 ELEMENTOS ESTRUTURAIS – PILARES

2.1 DISPOSIÇÃO DOS PILARES


A disposição inicial dos pilares do projeto foi dada em planta como mostrado
abaixo e suas tais cargas também.

Figura 1 - Disposição dos pilares e sondagens.


Fonte: Autores, 2023.
4

2.2 CARGAS NOS ELEMENTOS ESTRUTURAIS


As cargas dos pilares foram dadas abaixo.

Tabela 1 - Dados dos pilares: dimensões e cargas.


Carga
Pilar Dimensões (m)
𝑷𝒌 (kN)

P1 0,40x0,60 800

P2 0,20x0,60 600

P3 0,50x0,50 700
P4 0,50x0,56 780
P5 0,25x0,80 550
P6 0,20x0,60 750
P7 0,25x0,65 500
Média das cargas ( pk médio ¿ 668,57
Fonte: Autores, 2023.
5

3 SONDAGENS
A seguir são apresentados os três perfis SPT utilizados no cálculo da
capacidade de carga admissível (𝑅𝑎𝑑𝑚(𝑔𝑒𝑜𝑡é𝑐𝑛𝑖𝑐𝑎)).
6
7
8
9
10
11

4 MÉTODOS SEMIEMPÍRICOS PARA CÁLCULO DA CAPACIDADE


DE CARGA
A capacidade de carga é a soma da resistência por atrito lateral (kN) e da
resistência de ponta:
𝑅𝑅𝑈𝑃 = 𝑅𝐿+ 𝑅𝑝 Equação 1
Em que:
RRUP– Carga de ruptura da estaca (kN)
RL– Resistência por atrito lateral (kN)
Rp – Resistência de ponta (kN)

4.1 MÉTODO AOKI E VELLOSO


A resistência lateral (𝑅𝐿) é dada pela Equação 2:
𝑅𝐿 = 𝑈. ∑(𝑟𝐿. ∆𝐿) Equação 2
α∗K∗Nspt
rL= Equação 3
F2
α∗K∗Nspt
RL=U∗∑( ∗∆ l) Equação 4
F2
U – Perímetro da seção transversal da estaca (m)
rL – Resistência por atrito lateral unitária (kN/m²)
∆L - Comprimento da estaca na respectiva camada de solo (m)
α e K – Coeficientes dependentes do tipo de solo na camada (Figura 02)
N̅ SPT – SPT médio para cada camada de solo ao longo do fuste da estaca
F2 – Fator de correção que depende do tipo de estaca (Figura 03)
12

Figura 2 - Método Aoki e Velloso - Valores de α e K.


Fonte: Adaptada de Albuquerque, 2020.
13

Figura 3 - Método Aoki e Velloso - Valores de F1 e F2.


Fonte: Adaptada de Albuquerque, 2020.

A resistência de ponta (𝑹𝑷) é expressa pela Equação 5:


Em que
𝑅𝑃 = 𝑟𝑃. 𝐴𝑝 Equação 5

K∗Np
rp= Equação 6
F1
K∗Np
Rp= ∗AP Equação 7
F1
Onde:
Rp - Resistência de ponta unitária (kN/m²)
Np – SPT da camada de solo na ponta da estaca Ap – Área da ponta da estaca
(m²)
F 1 – Fator de correção que depende do tipo de estaca (Figura 03)
A carga admissível é expressa em:
RRUP=RL+ Rp Equação 8
Rrup=U∗∑ ( α∗K∗Nspt
F2
∗∆ L +)K∗Np
F1
∗Ap Equação 9
A carga admissível resultará em:
Radm=Rrup/ FS Equação 10
Onde FS é um fator de segurança global considerado igual a 2,0 para o método
de Método Aoki e Velloso. Portanto:
Radm = Rrup/FS (em Kn) equação 10

Onde FS é um fator de segurança global considerado igual a 2,0 para o método


de Método Aoki e Velloso. Portanto:
Radm = Rrup/2 (em Kn) equação 11
14

4.2 MÉTODO DÉCOURT-QUARESMA

A resistência lateral (𝑹𝑳) é dada pela Equação 12. Essa expressão foi
originalmente estabelecida para estacas cravadas de concreto (α = 1 e β = 1), e teve
sua utilização ampliada para outros tipos de estacas por meio do emprego do fator
β.
R L=β .rL . U . ∆ L Equação 12

r L=10∗( ( Nspt
3 )
+1) Equação 13

R L=β .U . ∆ L .10∗( ( Nspt


3 )
+1) Equação 14
β – Fator de atrito que depende do tipo de solo e estaca (Figura 04)
𝑟𝐿 – Resistência por atrito lateral unitária (kN/m²)
𝑈 – Perímetro da ponta da estaca (m), que no caso de ponta circular 𝑈 = 𝜋. ∅
∆𝐿 - Comprimento da estaca na respectiva camada de solo (m)
𝑁̅𝑆𝑃𝑇 – SPT médio para cada camada de solo ao longo do fuste da estaca
(3≤𝑁̅𝑆𝑃𝑇≤ 50).

Figura 04- Método de Décourt e Quaresma - Valores de β.


Fonte: Adaptada de Albuquerque, 2020.

A resistência de ponta (𝑹𝑷) é expressa pela Equação 15:


𝑅𝑃 = 𝛼. 𝑟𝑃. 𝐴𝑝 Equação 15
Sendo:
r P=C . N ̅ p Equação 16
15

N p=( Nspt−1+ Nspt −apoio+ Nspt +1)/3 Equação 17


R P=α .C . N ̅ p . A p Equação 18

Em que;
𝛼 – Fator de reação da ponta (Figura 05)
𝑟𝑃 - Resistência de ponta unitária (kN/m²) Ap – Área da ponta da estaca (m²)
C – Coeficiente que correlaciona o NSPT com a resistência de ponta em função do
tipo de solo proposto pelos autores (Figura 06)
Np –Valor de SPT médio na ponta da estaca – média entre Nspt na Cota de apoio,
1m acima e 1m abaixo conforme Figura 07.

Figura 05 - Método de Décourt e Quaresma - Valores de α.


Fonte: Adaptada de Albuquerque, 2020.

Figura 06 - Método de Décourt e Quaresma - Valores de 𝐶.


Fonte: Adaptada de Albuquerque, 2020.
16

Figura 07 - 𝑁̅𝑃: média de três valores obtidos na ponta da estaca, imediatamente acima e abaixo.
Fonte: Adaptada de Albuquerque, 2020.

A capacidade de carga pelo Método de Décourt e Quaresma se resumirá em:

RUP=RL+ Rp Equação 19

RUP=β . U . ∆ L[10.( N ̅ SPT 3+1)]+α . C . N ̅ P . Ap Equação 20

A carga admissível deve atender as seguintes condições:

R adm≤ Rrup/2 , 0 𝐸𝑚 𝑘𝑁 Equação 21

Rl Rp
R adm≤ ( )+( ) 𝐸𝑚 𝑘𝑁 Equação 22
1,3 4,0

Pode-se observar que os autores consideram o fator de segurança da


ponta igual a 4,0 e da resistência lateral igual a 1,3.
17
18

5 PRÉ-DIMENSIONAMENTO

5.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS


No pré-dimensionamento, é necessário determinar o comprimento da
estaca (Li) de forma que a carga admissível, calculada por meio dos métodos
semiempíricos apresentados no Capítulo 04, seja maior do que a carga
média por estaca (Equação 23). Inicialmente, o comprimento é variado em
múltiplos de 1 metro até que ocorra convergência, enquanto o diâmetro pode
ser alterado, mas a variação inicial é feita no comprimento. É importante
observar as dimensões do bloco após a ocorrência da convergência.

Neste exemplo, consideraremos estacas pré-moldadas circulares


maciças de concreto protendido. Também é possível utilizar estacas pré-
moldadas de concreto armado, mas para isso é necessário consultar os
catálogos dos fabricantes para obter os parâmetros correspondentes a cada
tipo de estaca.

Em seguida, com base no diâmetro pré-determinado e no tipo de


estaca, determinamos a resistência estrutural da estaca nos catálogos
fornecidos pelos fabricantes. Para este exemplo, essa resistência
corresponde à compressão máxima da estaca. Com esses dois valores em
mãos, resistência estrutural (Restrutural) e resistência atuante em função da
carga média dos pilares, relacionamos a capacidade de carga admissível
(Radm) da seguinte maneira:

1 , 05∗Pkm é dio
Restrutural ≥ Radm ( geot é cnica ) ≥ Equação 23
3

5.2 CRITÉRIO DE RESISTÊNCIA

De acordo com a teoria, é recomendado que um bloco de coroamento


ideal seja composto por três estacas em uma configuração triangular, pois isso
proporciona rigidez nas duas direções. Para alcançar essa condição, é
necessário determinar a carga média majorada dos pilares levando em
consideração o peso próprio do bloco (com um acréscimo de 5%) e dividir esse
valor por três. Ao aplicar essa condição, teremos situações em que pilares com
19

carga mínima resultarão em blocos compostos por uma ou duas estacas,


enquanto que nos pilares com carga máxima a quantidade de estacas estará
entre cinco e seis.
Considerando um número ideal de estacas por bloco igual a três, tem-se:

1 ,05∗Pk médio
R estrutural ≥ R adm(geotécnica)≥ Equação 24
3

Em que: 1,05: fator de majoração em função do peso próprio do bloco

𝑃𝑘,𝑚é𝑑𝑖𝑎: carga média nos pilares Conforme indicado na Tabela 1, a carga média
nos pilares corresponde a 668,57kN. Logo:

𝑅𝑒𝑠𝑡𝑟𝑢𝑡𝑢𝑟𝑎𝑙 ≥ 𝑅𝑎𝑑𝑚(𝑔𝑒𝑜𝑡é𝑐𝑛𝑖𝑐𝑎) ≥ 233,99𝑘𝑁

5.3 CATÁLOGO DO FABRICANTE


Na Figura 08 é apresentado o catálogo do Fabricante ‘INCOPRE Pré – Fabricados
de Concreto’.

Figura 08 - Características técnicas da estaca de concreto protendido circular maciça.


Fonte: Adaptado Fornecimento da Empresa.
Para a estaca adotada, inicialmente, de diâmetro de 18cm, a
compressão máxima em (tf) corresponde a 35 tf, isto é, aproximadamente 350kN.
Tem-se então:
380𝑘𝑁 ≥ 𝑅𝑎𝑑𝑚(𝑔𝑒𝑜𝑡é𝑐𝑛𝑖𝑐𝑎) ≥ 233,99𝑘𝑁

5.4 COTA DE ARRASAMENTO DAS ESTACAS


Admitiu-se que a cota de arrasamento das estacas pode ser feita do nível
do terreno (0,0m) até uma profundidade de -1,0 metro. Deixando então o primeiro
20

metro da estaca para o arrasamento e preparo no bloco de coroamento.


Figura 09 – Preparo da estaca.


Fonte: Adaptado de
https://www.mateusleme.mg.gov.br/uploads/EDITAIS/
TP_020_2019_ESC_JUDITH_DE_ABREU_15.pdf

5.5 RESULTADOS
5.5.1 Primeira Tentativa

Admitindo-se a ponta da estaca na cota de 12 metros (Li = 12,0 metros), e


o diâmetro inicial das estacas de 0,20m, obteve-se para cada SPT os
seguintes resultados da capacidade de carga admissível.

Tabela 2: Resumo e média dos resultados obtidos em kN para Li=12,0 metros e ø=0,20m

Sondagem Método Aoki e Velloso Método Décourt e Quaresma

SPT1 58,98 85,31


SPT2 99,53 104,49
SPT3 62,58 91,40
Média 73,70 93,73

Fonte: Autores, 2023.


Pode-se observar pela Tabela 2 que para tais condições não foi cumprido
os critérios de resistência, sendo 𝑅𝑎𝑑𝑚(𝑔𝑒𝑜𝑡é𝑐𝑛𝑖𝑐𝑎) inferior a 234kN:
350 kN ≥ Radm(geotécnica)≥ 234 kN
Em seguida, fez-se necessário reajustar o comprimento, em que se
admitiu 𝐿2 = 15 𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑠 e diâmetro de ø=0,23m, conforme catálogo do
fabricante na Figura 08.
21

5.5.2 Segunda Tentativa

Os critérios de resistência para 𝐿2 = 15 𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑠 e diâmetro ø=0,23m são:


550 kN ≥ Radm(geotécnica)≥ 234 kN
Para tais condições foram obtidos os seguintes resultados da
capacidade de carga admissível:
Tabela 3: Resumo e média dos resultados obtidos em kN para L2=15,0 metros e ø=0,23m

Sondagem Método Aoki e Velloso Método Décourt e Quaresma


SPT1 117,84 160,82
SPT2 165,86 186,52
SPT3 122,51 172,50
Média 135,41 173,28

Fonte: Autores, 2023.

Conforme se pode observar na Tabela 3, nenhum dos 3 SPT apresentou


capacidade de carga admissível acima de 234𝑘𝑁. Faz-se necessário outro
processo até se obter a convergência.

Reajustou-se o comprimento para 𝐿2 = 16 𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑠 e manteve-se o diâmetro de


ø=0,23m.

5.5.3 Terceira Tentativa

Os critérios de resistência para 𝐿3 = 16 𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑠 e diâmetro ø=0,23m são:

550 kN ≥ Radm(geotécnica)≥ 234 kN


Os seguintes resultados da capacidade de carga admissível foram
obtidos (𝑅𝑎𝑑𝑚(𝑔𝑒𝑜𝑡é𝑐𝑛𝑖𝑐𝑎)):

Tabela 4- Resumo 𝑅𝑎𝑑𝑚(𝑔𝑒𝑜𝑡é𝑐𝑛𝑖𝑐𝑎) em kN para 𝐿3 = 16 𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑠 e ø=0,23m.

Sondagem Método Aoki e Velloso Método Décourt e Quaresma


SPT1 137,58 176,77
SPT2 184,30 198,10
SPT3 142,32 185,19
Média 154,74 186,69
Fonte: Autores, 2023.
22

Conforme se pode observar na Tabela 4, nenhum dos 3 SPT apresentou


capacidade de carga admissível acima de 234𝑘𝑁. Faz-se necessário outro
processo até se obter a convergência.

Manteve o mesmo comprimento de 𝐿3 = 16 metros e reajustou o diâmetro de


ø=0,23m para ø=0,33m.

5.5.4 Quarta tentativa

Os critérios de resistência para 𝐿4 = 16 metros e diâmetro ø=0,33m são:

900 kN ≥ Radm(geotécnica )≥ 234 kN


Os seguintes resultados da capacidade de carga admissível foram
obtidos (𝑅𝑎𝑑𝑚(𝑔𝑒𝑜𝑡é𝑐𝑛𝑖𝑐𝑎)):

Tabela 5 - Resumo 𝑅𝑎𝑑𝑚(𝑔𝑒𝑜𝑡é𝑐𝑛𝑖𝑐𝑎) em kN para 𝐿4 = 16 𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑠 e ø=0,33m.

Sondagem Aoki e Velloso Décourt e Quaresma


SPT1 211,14 270,07
SPT2 284,54 300,89
SPT3 208,34 281,25
Média 234,67 284,07
Fonte: Autores, 2023.

Conforme se pode observar na Tabela 4, apenas os SPT’s de Décourt e


Quaresma atendeu as exigências e o SPT 2 de Aoki e Velloso apresentou
capacidade de carga admissível acima de 234𝑘𝑁. Faz-se necessário outro
processo até se obter a convergência.

Mudou-se o comprimento de 𝐿4 = 16 metros para L5 = 17 metros com


diâmetro de ø=0,23m e ø=0,33m.

5.5.5 Quinta tentativa

Os critérios de resistência para 𝐿5 = 17 𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑠 e diâmetro ø=0,23m são:

550 kN ≥ Radm(geotécnica)≥ 234 kN


Os seguintes resultados da capacidade de carga admissível foram
obtidos (𝑅𝑎𝑑𝑚(𝑔𝑒𝑜𝑡é𝑐𝑛𝑖𝑐𝑎)):

Tabela 6 - Resumo 𝑅𝑎𝑑𝑚(𝑔𝑒𝑜𝑡é𝑐𝑛𝑖𝑐𝑎) em kN para 𝐿5 = 17 𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑠 e ø=0,23m.


23

Sondagem Aoki e Velloso Décourt e Quaresma

SPT1 149,78 193,91


SPT2 225,61 219,44
SPT3 154,15 202,00
Média 176,51 205,12
Fonte: Autores, 2023.

Conforme se pode observar na Tabela 6, nenhum dos 3 SPT apresentou


capacidade de carga admissível acima de 234𝑘𝑁. Faz-se necessário outro
processo até se obter a convergência.

Manteve o mesmo comprimento de 𝐿5 = 17 metros e reajustou o diâmetro de


ø=0,23m para ø=0,33m.

5.5.6 Sexta tentativa

Os critérios de resistência para 𝐿5 = 17 𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑠 e diâmetro ø=0,33m são:

900 kN ≥ Radm(geotécnica )≥ 234 kN


Os seguintes resultados da capacidade de carga admissível foram
obtidos (𝑅𝑎𝑑𝑚(𝑔𝑒𝑜𝑡é𝑐𝑛𝑖𝑐𝑎)):

Tabela 7 - Resumo 𝑅𝑎𝑑𝑚(𝑔𝑒𝑜𝑡é𝑐𝑛𝑖𝑐𝑎) em kN para 𝐿5 = 17 𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑠 e ø=0,33m.

Sondagem Aoki e Velloso Décourt e Quaresma

SPT1 218,08 294,81


SPT2 306,14 276,44
SPT3 223,81 306,41
Média 249,34 292,55
Fonte: Autores, 2023.

Conforme se pode observar na Tabela 7, apenas os SPT’s de Décourt e


Quaresma atendeu as exigências e o SPT 2 de Aoki e Velloso apresentou
capacidade de carga admissível acima de 234𝑘𝑁. Faz-se necessário outro
processo até se obter a convergência.

Mudou-se o comprimento de 𝐿5 = 17 𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑠 para L6 = 18 metro com


diâmetro de ø=0,23m e ø=0,33m.

5.5.7 Sétima tentativa


24

Os critérios de resistência para 𝐿6 = 18 𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑠 e diâmetro ø=0,23m são:

550 kN ≥ Radm(geotécnica)≥ 234 kN


Os seguintes resultados da capacidade de carga admissível foram
obtidos (𝑅𝑎𝑑𝑚(𝑔𝑒𝑜𝑡é𝑐𝑛𝑖𝑐𝑎)):

Tabela 8 - Resumo 𝑅𝑎𝑑𝑚(𝑔𝑒𝑜𝑡é𝑐𝑛𝑖𝑐𝑎) em kN para 𝐿6 = 18 𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑠 e ø=0,23m.

Sondagem Aoki e Velloso Décourt e Quaresma

SPT1 162,77 213,53


SPT2 245,24 250,06
SPT3 167,15 221,61
Média 191,72 228,40
Fonte: Autores, 2023.

Conforme se pode observar na Tabela 8, apenas o SPT 2 de Décourt e


Quaresma atendeu as exigências e o SPT 2 de Aoki e Velloso apresentou
capacidade de carga admissível acima de 234𝑘𝑁. Faz-se necessário outro
processo até se obter a convergência.

Continuou com o comprimento de L6 = 18 metros, e aumento o diâmetro de


ø=0,23m para ø=0,33m.

5.5.8 Oitava tentativa

Os critérios de resistência para L6 = 18 metros e diâmetro ø=0,33m são:

90 0 kN ≥ Radm( geotécnica)≥ 234 kN


Os seguintes resultados da capacidade de carga admissível foram
obtidos (𝑅𝑎𝑑𝑚(𝑔𝑒𝑜𝑡é𝑐𝑛𝑖𝑐𝑎)):

Tabela 9 - Resumo 𝑅𝑎𝑑𝑚(𝑔𝑒𝑜𝑡é𝑐𝑛𝑖𝑐𝑎) em kN para 𝐿6 = 18 𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑠 e ø=0,23m.

Sondagem Aoki e Velloso Décourt e Quaresma

SPT1 235,08 325,03


SPT2 325,77 317,61
SPT3 240,80 336,63
25

Média 267,22 326,42


Fonte: Autores, 2023.

Pode-se observar que houve convergência para todos os métodos e SPTs


em que foi respeitado o critério da 𝑅𝑎𝑑𝑚(𝑔𝑒𝑜𝑡é𝑐𝑛𝑖𝑐𝑎) ≥ 234𝑘𝑁.

O comprimento de 18,0 metros pode ser obtido da emenda de duas estacas


de 9,0 metros.
26

6 COMPARATIVO ENTRE OS MÉTODOS


Para este exemplo, houve convergência e os critérios de resistência foram
respeitados após se admitir 𝐿6 = 18 𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜𝑠 e diâmetro ø=0,33m.

900 kN ≥ Radm(geotécnica )≥ 234 kN

Figura 10 - Distribuição dos valores obtidos por cada método e sondagem empregados Fonte:
Autores, 2023.
27

7 DIMENSIONAMENTO E GEOMETRIA DOS BLOCOS

7.1 CÁLCULO DO NÚMERO DE ESTACAS POR BLOCO


O comportamento de um grupo de estaca difere do comportamento
de uma única estaca, em razão da soma dos efeitos dos bulbos de tensão.
A eficiência do grupo de estacas pode ser determinada pelo Método de
Feld (ALBUQUERQUE, 2020).

Para o cálculo do número de estacas por bloco, primeiro se calcula


o número inicial de estacas por pilar, considerando a eficiência (∈) de
100%.

7.1.1 Pilar isolado

Como não se tem conhecimento da quantidade de estacas por pilar


será adotada, inicialmente, a eficiência de 100 % (∈) para, em seguida,
fazer a verificação e posterior aplicação do fator de eficiência.

1, 05 xPk
ninicial= Equação 24
Radm

1,05: fator de majoração.

𝑃𝑘(em kN): carga característica nos pilares.

𝑅𝑎𝑑𝑚(em kN): carga admissível adotada para o projeto.

No caso de pilar de divisa, utilizar o valor de R1 e para pilar interno


alavancado R2 encontrados nas Equações 26 e 27.

7.1.2 Pilar de divisa

Para pilares de divisa é necessário avaliar a excentricidade entre o centro de


gravidade do pilar de divisa e o bloco de coroamento. Para isso, deve-se atentar
para a distância que o equipamento pode se aproximar da divisa.
Caso haja construção vizinha, verificar com a empresa executora das estacas
a distância mínima (‘a’) entre o eixo da estaca e a divisa, que dependerá do
28

equipamento. Valores dessa distância mínima podem ser obtidos na Figura 13


conforme Alonso (2019).
No caso de pilares de divisa, deve-se alavancá-los a um pilar mais próximo,
de forma a compensar os momentos oriundos da excentricidade, (𝑒).
A excentricidade será:
𝑒 = 𝑎 − 𝑏𝑜 − 𝑓𝑜𝑙𝑔𝑎 Equação 25
2
Em que:
a (metros): distância mínima entre o eixo da estaca e a divisa.
𝑏𝑜(metros): dimensão do lado do pilar de divisa.
folga: a folga entre a divisa e a face do pilar, adotada igual a 3,0 cm.

Figura 11 – Parâmetros para o cálculo da excentricidade.


Fonte: Notas de Aula, 2023.

Figura 12 – Reação no pilar de divisa e de apoio.


Fonte: Notas de Aula, 2023.
29

As reações nos pilares alavancados serão:


d
R 1=Pd∗( ) em kn Equação 26
d−e 1
R 1−P 1 d
R 2=Pd∗( ) em kn Equação 27
2

Em que;
𝑃1𝑑: carga do pilar de divisa majorada.
𝑃2𝑑: carga do pilar de apoio majorada.
d: distância entre os eixos dos pilares.

e1: excentricidade.

Figura 13 – Valores orientativos para a distância mínima (‘a’) entre o eixo da estaca e a divisa.
Fonte: Alonso, 2019.
No caso de pilar de divisa, utilizar o valor de R1 e para pilar interno
alavancado, R2 na Equação 24.
O exemplo do cálculo do pilar de divisa P2 e os dados de entrada para o cálculo da
excentricidade e reações P2-P3 são:

Pilar Divisa P2 e Pilar de Apoio P3


a b0 folga P2d P1d e d R1 (P2) R2 (P3)
0,4 0,2 0,03 735 630 0,27 3,77 678,6 710,7
Tabela 9 – Dados de entrada para o cálculo da excentricidade e reações.
Fonte: Autores, 2023.
Já o pilar P6 os dados de entrada para o cálculo de excentricidade e
reações P6-P7 são;
30

Pilar Divisa P6 e Pilar de Apoio P7


a b0 folga P2d P1d e d R1 (P6) R2 (P7)
0,4 0,2 0,03 525 787,5 0,27 3,75 848,60 494,45
Tabela 10 – Dados de entrada para o cálculo da excentricidade e reações.
Fonte: Autores, 2023.

7.2 NÚMERO DE ESTACAS POR BLOCO SEM CONSIDERAR A


EFICIÊNCIA DO GRUPO DE ESTACAS
A Tabela 11 resume o número de estacas obtido sem considerar a eficiência
do grupo de estacas.

Cargas Radm
R1/R2
Pilares Dimensões majoradas (geotécnica) N inicial N° estacas
(kN)
(kN) (kN)
P1 0,40X0,60 840 - 3,59 4
P2 0,20X0,60 - 678,6 2,69 3
P3 0,50x0,50 - 710,7 3,14 4
P4 0,50X0,56 819 - 234 3,5 4
P5 0,25X0,80 577,5 - 2,47 3
P6 0,20X0,60 - 548,6 3,37 4
P7 0,25X0,65 - 494,45 2,24 3
Tabela 11 – Número de estacas inicial em cada bloco sem considerar a eficiência do grupo de
estacas.

7.3 EFICIÊNCIA DO GRUPO DE ESTACAS


Considerando o cálculo da eficiência do grupo de estacas pelo Método de
Feld (ALBUQUERQUE,2020), tem-se as eficiências necessárias para este trabalho
conforme a Tabela 12.

EFICIÊNCIA DO GRUPO DE ESTACAS


Eficiência do
N° estacas Geometria
Grupo (∈)
4 Quadrada 0,8125
3 Linear 0,9167
4 Quadrada 0,8125
4 Quadrada 0,8125
3 Triangular 0,875
4 Linear 0,9063
3 Triangular 0,875
Tabela 12 – Eficiência do grupo de estacas.
Fonte: Autores, 2023.

7.3.1 NÚMERO DE ESTACAS POR BLOCO CONSIDERANDO A


EFICIÊNCIA DO GRUPO
31

Considerando as eficiências (∈) dos grupos, necessita-se calcular o número


de estacas a partir da equação:
n=ninicial /∈ Equação 28
A Tabela 13 resume o novo número de estacas após aplicação da eficiência.

CONSIDERANDO A EFICIÊNCIA DO GRUPO


Cargas Radm
Pilares majoradas (geotécnica) N inicial Eficiência (∈) N° estacas Formato Situação
(kN) (kN)
P1 840 3,59 0,813 5 Quadrada Recalcular
P2 630 2,69 0,917 3 Linear OK
P3 735 3,14 0,813 4 Quadrada OK
P4 819 234 3,5 0,813 5 Quadrada Recalcular
P5 577,5 2,47 0,875 3 Triangular OK
P6 787,5 3,37 0,906 4 Linear OK
P7 525 2,24 0,875 3 Triangular OK
Tabela 13 –Número de estacas em cada bloco considerando a eficiência do grupo de estacas
Fonte: Autores, 2023.

Obtidos os valores de estacas após aplicação da eficiência, é preciso


analisar se o novo número de estacas condiz com o calculado inicialmente
(Tabela 11), caso não coincida o mesmo deve ser recalculado. No caso deste,
os pilares P1 e P4 obtiveram um número de estacas diferente ao se considerar a
eficiência. Considerando a eficiência do grupo de 4 estacas na geometria do
bloco quadrado passou a apresentar a configuração de 5 estacas, assim, faz-se
necessário calcular o novo número de estacas considerando a eficiência de um
grupo de 5 estacas.

NÚMERO DE ESTACAS POR BLOCO - CORREÇÃO

Eficiência ninicial
Pilares N inicial n= N° estacas Formato
(∈) ∈
P1 0,8125 3,59 4,4185 5 Quadrada
P4 0,8125 3,5 4,3077 5 Quadrada
Tabela 14 – Número de estacas por bloco - correção
Fonte: Autores, 2023.
32

7.4 GEOMETRIA DOS BLOCO


Os blocos são dimensionados de acordo com a quantidade e distribuição
das estacas. Em Albuquerque (2020) e Alonso (2019) é possível encontrar a
geometria dos blocos.

Figura 14 – Geometria dos blocos.

Fonte: Albuquerque, 2020.

Figura 15 – Geometria dos blocos para grupo de 5 estacas.


33

Fonte: Albuquerque, 2020.

Em que:
S: espaçamento entre duas estacas vizinhas (m). Sendo o valor mínimo de
S=0,60m.
Ø: é o diâmetro da estaca (m).
Para estacas cravadas, tem-se:
𝑆 = 2,5 ∗ ∅ Equação 29
Além das devidas distâncias apresentadas para cada geometria, deve-se
respeitar ainda a distância mínima de 15 cm entre a face do bloco e a face da
estaca.

Espaçamento mpinimo entre as estacas


Distância entre
Pilar Smín N° estacas Formato
eixos
P1 0,825 0,58 5 Quadrada
P2 0,825 - 3 Linear
P3 0,825 - 4 Quadrada
P4 0,825 0,58 5 Quadrada
P5 0,825 0,71 3 Triangular
P6 0,825 - 4 Linear
P7 0,825 0,71 3 Triangular
Tabela 15 – Espaçamento mínimo entre as estacas
Fonte: Autores, 2023.

Tamanho do bloco
Pilar Smín Distância entre eixos a c Dimensão do bloco
Altura (y) Base (x)
P1 0,825 0,58 0,4 0,48 2,13 2,13
P2 0,825 - 0,4 0,48 2,61 0,88
P3 0,825 - 0,4 0,48 1,79 1,79
P4 0,825 0,58 0,4 0,48 2,13 2,13
34

P5 0,825 0,71 0,4 0,48 1,67 1,79


P6 0,825 - 0,4 0,48 3,44 0,88
P7 0,825 0,71 0,4 0,48 1,67 1,79
Tabela 16 – Tamanho do bloco
Fonte: Autores, 2023.
35

8 PLANTAS E DETALHES
36

9 CONCLUSÃO
Em conclusão, o dimensionamento adequado de estacas é de extrema
importância para garantir a estabilidade e segurança de estruturas construídas
em solos de baixa capacidade de suporte. Ao longo deste trabalho, foram
considerados diversos fatores, como as características do solo, as cargas
atuantes e as propriedades das estacas, a fim de determinar as dimensões
adequadas para as estacas. Através de cálculos e análises detalhadas, foi
possível selecionar a seção transversal, o comprimento e a quantidade de
estacas necessárias para suportar as cargas aplicadas, garantindo uma
fundação confiável. É fundamental ressaltar a importância de seguir as normas
técnicas e os procedimentos de projeto adequados para garantir a eficiência e
segurança das estacas dimensionadas, contribuindo assim para a qualidade e
durabilidade das estruturas.
37

10 REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
ALBUQUERQUE, Paulo José Rocha de. Engenhaíia de Ïundações. [Digite o Local
da Editora]: Grupo GEN, 2020. E-book. ISBN 9788521636977. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788521636977/. Acesso em: 15
jun. 2023.

ALONSO, Urbano R. Exercícios de Fundações. [Digite o Local da Editora]: Editora


Blucher, 2019. E-book. ISBN 9788521213857. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788521213857/. Acesso em: 15
jun. 2023.

Você também pode gostar