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Laudo Técnico

POSTO FREE CENTER


Estrutura de Cobertura da área de
Abastecimento do Posto

POSTO FREE CENTER


ALVORADA
R. COELHO NETO,Nº1122,
ALTAMIRA, BARRA DO
CORDA -MA

05/08/2020
Laudo Técnico
ESTRUTURA DE COBERTURA DA ÁREA DE ABASTECIMENTO
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1- MOTIVO DO LAUDO PERICIAL

O motivo do presente laudo é relatar e registrar as observações e conclusões da perícia


técnica realizada na estrutura de cobertura da área de abastecimento do posto de
combustíveis automotivos, situado à Rua Coelho Neto, nº 1122, bairro Altamira, no
município de Barra do Corda-MA.
O laudo visa fornecer elementos técnicos objetivos, racionais e lógicos, fundamentados
em princípios físicos e matemáticos e em aplicações de engenharia, como auxílio à
verificação das condições de resistência, rigidez e estabilidade da citada estrutura, de
modo a levantar dados para a elaboração de um projeto estrutural de reforço.

Figura 01: reprodução da planta geral, da prancha de desenho

Observando a figura 1, o funcionamento mecânico global da estrutura metálica,


desconsiderada a rigidez à torção das treliças, pode ser descrito assim:

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 a treliça TR2 se apóia nos dois pilares metálicos P (engastados na fundação),


cada um com seção transversal de 250mm x 300mm, e a treliça TR4 é
suportada pelos apoios AP (sobre a loja de conveniências).
 a treliça TR5 se apóia na treliça TR2.
 a treliça TR8 se apóia na treliça TR2 e na treliça TR4.
 as treliças TR1 e TR3 se apóiam nas treliças TR5 e TR8.
 as treliças TR6 e TR7 se apóiam nas treliças TR3 e TR4.
 as terças se apóiam principalmente nas vigas treliçadas auxiliares VTa1 a
VTa24.

NORMAS TÉCNICAS APLICÁVEIS

 Normas editadas pela ABNT e demais normas pertinentes, direta e/ou indiretamente
relacionadas com os materiais e serviços ora analisados:
 ABNT – Norma NBR 5674:1999 Manutenção de edificações - Procedimento
 ABNT - Norma NBR 5884:2005 Perfil I estrutural de aço soldado por arco elétrico -
Requisitos gerais
 ABNT - Norma NBR 6008/6009: 1983 Perfis I e H de abas paralelas, de aço, laminados
a quente - Padronização.
 ABNT - Norma NBR 6355: 2003 Perfis estruturais de aço formados a frio -
Padronização
 ABNT - Norma NBR 7007:2011 Aços carbono e microligados para barras e perfis
laminados a quente para uso estrutural
 ABNT - Norma NBR 8681: 2003 emenda / errata 2004 Ações e segurança nas
estruturas – Procedimento
 ABNT NBR 8800:2008 Projeto de Estruturas de Aço e de Estrutura Mista de Aço e
Concreto de Edifícios
 ABNT - Norma NBR 14323: 1999 Dimensionamento de estruturas de aço em situação
de incêndio - Procedimento
 ABNT - Norma NBR 14432: 2001 emenda incorporada 2004 Exigências de resistência
ao fogo de elementos construtivos - Procedimento
 ABNT NBR 14762:2010 Dimensionamento de Estruturas de Aço Constituídas por
Perfis Formados a Frio – Procedimento

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 ABNT - Norma NBR 15980:2011 Perfis laminados de aço para uso estrutural —
Dimensões e tolerâncias
 AISC Code of Standard Practice for Steel Buildings and Bridges, AISC (American
Institute of Steel Construction), March 18, 2005
 AISC Manual of Steel Construction—The AISC Manual of Steel Construction, 13th
Edition
 AISC Specification—The AISC Specification for Structural Steel Buildings, March 9,
2005
 ASTM A6/A6M-05a – Standards Specification for General Requirements for Rolle
Structural Steel Bars, Plates, Shapes, and Sheet Piling NBR 7007 E NBR 5884
 AWS D1.1/D1.1M:2006 - Structural Welding Code – Steel
NBR 13133:1994 – Execução de Levantamento Topográfico

2- INTRODUÇÃO

Este trabalho caracteriza-se pela inspeção das condições estruturais da edificação, tendo como
escopo um diagnóstico geral sobre o POSTO FREE CENTER ALVORADA, localizado na
cidade de Barra do Corda-MA, identificando as anomalias e falhas sejam elas construtivas,
funcionais ou de uso e manutenção – com as respectivas classificação do grau de risco aos
usuários, ao meio ambiente e ao patrimônio – que interferem e prejudicam a saúde e

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habitabilidade, frente ao desempenho dos sistemas construtivos e elementos vistoriados da


edificação.
No dia 20 de julho de 2020, foram realizadas as vistorias técnicas com registro em
fotos/imagens, realização de ensaios não destrutivos e semi-destrutivos para identificação de
possíveis causas das patologias observadas, e a realização de uma entrevista com os
responsáveis pela edificação, para identificação de características da edificação, bem como a
existência de documentação técnica da edificação, tais como projetos, especificações, registros
da construção/intervenções posteriores, bem como o testemunho a respeito de eventuais
problemas de uso do imóvel, e a respeito da existência de um plano de manutenção e sua
operacionalização.

3- ANÁLISE DA ESTRUTURA EXISTENTE

As treliças que constituem a estrutura foram analisadas com aplicativos computacionais, à luz
do que preconizam as normas da ABNT: NBR 8800 – Projeto e Execução de Estruturas de Aço
de Edifícios e NBR 6123 – Forças devidas ao Vento em Edificações.

3.1. Resistência dos Perfis Metálicos Existentes


Os perfis metálicos observados nas treliças existentes no local são:
 nos banzos: U 60mm x 26mm x 4mm (chapa dobrada)

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 nos montantes e diagonais: U 50mm x 23mm x 3,5mm (chapa dobrada)


A figura a seguir mostra as medidas das seções transversais dos dois perfis, assim
como suas principais características geométricas (posição do centróide, área e momento de
inércia):
11816 kgf para comprimento de 500 mm (montantes de treliças TR2 e TR7), vale
5908 kgf para comprimento de 707 mm (diagonais de treliças TR2 e TR7), vale 5251 kgf para
comprimento de 750 mm (montantes de demais treliças) e vale 2625 kgf para comprimento de
1061 mm (diagonais de demais treliças). A carga admissível de flambagem, em caso de
compressão, vale 3939 kgf para comprimento de 500 mm (montantes de treliças TR2 e TR7),
vale 1969 kgf para comprimento de 707 mm (diagonais de treliças TR2 e TR7), vale 1751 kgf
para comprimento de 750 mm (montantes de demais treliças) e vale 875 kgf para comprimento
de 1061 mm (diagonais de demais treliças).

3.2. Análise da Treliça TR1 Existente

A treliça TR1 existente foi modelada computacionalmente, sob cargas distribuídas de -13 kgf/m
(peso próprio) e -108 kgf/m (telhas, forro, instalações e sobrecarga normalizada) na hipótese
sem vento e sob carga distribuída de -13 kgf/m (peso próprio) e +108 kgf/m (telhas, forro,
instalações e sucção do vento) na hipótese com vento. Nas figuras a seguir mostram-se os
modelos físicos equivalentes a meia treliça TR1 (simetria), os diagramas de forças normais nas
barras e os diagramas da estrutura deformada, nas duas hipóteses de carregamento (com e sem
vento):

Figura 2 - carregamento de meia treliça TR1, na hipótese sem vento

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Figura 3: forças normais nas barras de meia treliça TR1, na hipótese sem vento

Figura 4: configuração deformada de meia treliça TR1, na hipótese sem


vento (flecha de -8,3cm)

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Figura 5:carregamento de meia treliça TR1, na hipótese com vento (e detalhe)

Figura 6:forças normais nas barras de meia treliça TR1, na hipótese com
vento

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Figura 7:configuração deformada de meia treliça TR1, na hipótese com vento (flecha
de +6,5cm)

Na hipótese de carregamento com vento, os valores máximos de flechas e forças


normais resultaram menores do que os valores críticos citados anteriormente.
Concluiu-se que a treliça TR8 existente possui resistência e estabilidade suficientes
para atender aos critérios normalizados.

CONCLUSÕES
Considerados todos os elementos e fatos detectados ao longo da perícia, o signatário
chegou às seguintes conclusões:
a) A estrutura existente no local possuía rigidez suficiente.Em outras palavras,
a estrutura original não apresenta deformações e deslocamentos superiores

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aos permissíveis pela norma.


b) Os efeitos de corrosão no local não são severos.
c) Não há danos de corrosão que provocaram a ruptura do banzo inferior da
treliça TR8.
d) A treliça TR5 não apresenta deformação plástica ou permanente excessiva,
acarretando flecha superior à admissível, na extremidade de um de seus
balanços e precisa ser submetida a contra-flecha sob carregamento invertido
através de macaco hidráulico, antes da execução do reforço estrutural. O
carregamento invertido somente poderá ser aplicado quando a extremidade
da treliça TR2, em que se apóia a treliça TR5, for atirantada
temporariamente à base do pilar metálico mais próximo.

São estas as declarações que tem este perito a fazer em sua consciência.

São Luís, 10 de agosto de 2020

Raynara Batista Silva Barbosa

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