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Projeto de estruturas de concreto com

auxílio de modelos de bielas e tirantes


Eng. Daniel Miranda dos Santos
CISALHAMENTO LONGITUNINAL EM MESAS

MESA

ALMA

2 Eng. Daniel Miranda dos Santos Agosto 2018


CISALHAMENTO LONGITUNINAL EM MESAS
 As mesas (de compressão ou tração) contribuem para a resistência à flexão
da seção;
 Esforços nessas mesas são introduzidas por meio de cisalhamento
longitudinal.

3 Eng. Daniel Miranda dos Santos Agosto 2018


90

12
p = 32 kN/m

z = 73

68
Cisalhamento longitudinal

30,8
45,

°
35 20 35
122,5 122,5 122,5 122,5
Modelo de campos de tensões
20

assumindo z.cotgq = vão livre/8 =
Força no banzo superior 980/8 = 122,5 cm;
[kN]
153,26
350,60
482,16
547,95 • Variação da força normal no banzo
Forças transversais nos estribos
[kN/m]
é linear se a biela é prismática;
32
64
96 • É assumido que a força máxima no
Força no banzo inferior
[kN]
banzo Mmáx/z = 400/0,73 = 547,95
kN é distribuída uniformemente
156,26
350,60
482,16
547,95 547,95
na mesa, logo, 547,95 kN/0,9 m =
Força cortante [V]
608,8 kN/m;
[kN]
39,2

160,0
117,6
78,4
• O cisalhamento longitudinal pode
ser, assim como a força cortante
Momento fletor [M] na alma, estudada por modelos de
[kN.m]

183,9 campos de tensões e bielas e


tirantes.
304,0
376,0 400,0

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p = 32 kN/m p = 32 kN/m
Cisalhamento longitudinal
VA
VA MA
VA Equilíbrio de um trecho (z.cotgq ) de
B VB VB sen q
sen q modo a determinar o cisalhamento
longitudinal;
122,5
z.cotg q z.cotg q
O cisalhamento longitudinal em cada
interface alma-mesa, assumindo que a
V [kN] 153,26
VB .cotg q 350,60 kN
Equilíbrio das forças horizontais
alma tem dimensão desprezível, é igual
(banzo superior)
78,4
(240,5) a V/2z;
117,6
VB
= 161,1 kN/m Cisalhamento longitudinal
z
(banzo superior)

Equilíbrio das forças horizontais


350,60 VA .cotg q 482,16 (banzo inferior)
M [kN/m]
(160,3)
183,9
304,0 VA
= 107,4 kN/m Força aplicada pela biela
z
no banzo inferior

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Mesa comprimida: desvio das forças
608,8 kN/m

45°

90
campos de tensões

20 45 110 106,3 111,7 117,1

20 45 110 106,3 111,7 117,1


608,8 kN/m

32,9
153,04 197,34 131,56 65,79
98,67

65,78

90
Modelo de bielas e tirantes
76,52

𝜃𝑓 = 45°

Forças transversais na mesa


[kN/m]
28,09
58,89
92,82
119,60

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Cisalhamento longitudinal:
Modelos de bielas e
tirantes simples
• Mesas tracionadas podem ser
tratadas de forma similar a mesa
comprimida;

• O desvio da força de tração para a


mesa requer o aumento do
comprimento da barra fora da
região da alma (maior decalagem);

• É possível estabelecer formulações


simplificadas parecidas com a
formulação determinada para a
alma;

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z.cotg q
CISALHAMENTO
A tração transversal por unidade de LONGITUNINAL:
comprimento do banzo é: formulação prática

VB .cotg q.tg q f
𝑉𝑠𝑑 Assumindo o modelo de campos de
qf 𝑛𝑓𝑑 =𝜂 𝑡𝑔𝜃𝑓 tensões simplificado abaixo, é possível

2
VB .cotg q 𝑧 determinar a armadura de costura e
O modelo ao lado assume alma com verificar a tensão na biela comprimida
z.cotg q
de forma simples;
espessura infinitesimal, logo:
Tração transversal por unidade de comprimento
𝜂 = 0,5 O esforço cortante longitudinal por
VB tg
qf unidade de comprimento na junção
2.z A consideração da espessura da alma entre um lado do banzo e a alma é
produz um modelo com menor tração determinado pela variação das forças
p normais longitudinais e é calculado
transversal, normalmente, isso é feito pela expressão:
considerando que as forças que estão na
VA
sen q alma não são desviadas: 𝑉𝑠𝑑
VB
sen q
𝑣𝑓𝑑 =𝜂
𝑧
𝑏𝑒𝑓 − 𝑏𝑤
𝜂=
z.cotg q 2 ∙ 𝑏𝑒𝑓
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CISALHAMENTO LONGITUNINAL: formulação prática
 Determinação da armadura: Mesa comprimida 𝑏𝑒𝑓 − 𝑏𝑤
𝜂=
𝐴𝑠𝑓 𝜂 ∙ 𝑉𝑠𝑑 2𝑏𝑒𝑓
= 𝑡𝑔𝜃𝑓
𝑠𝑓 0,9𝑑 ∙ 𝑓𝑦𝑑
 Verificação da biela comprimida:

𝜂 ∙ 𝑉𝑠𝑑 ≤ 0,54 ∙ ℎ𝑓 ∙ 𝑑 ∙ 𝑓𝑐𝑑 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜃𝑓 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜃𝑓

 Limites do ângulo de desvio


Mesa comprimida
1 ≤ 𝑐𝑜𝑡𝑔𝜃𝑓 ≤ 2 (45° ≤ 𝜃𝑓 ≤ 26,5°)
Mesa tracionada 𝐴𝑠𝑙,𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 − 𝐴𝑠𝑙,𝑤
Mesa tracionada 𝜂=
2 𝐴𝑠𝑙,𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
1 ≤ 𝑐𝑜𝑡𝑔𝜃𝑓 ≤ 1,25 (45° ≤ 𝜃𝑓 ≤ 38,6°)
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CISALHAMENTO LONGITUNINAL: formulação prática
 O cisalhamento longitudinal altera a decalagem das barras que se encontram
fora da alma. O acréscimo no comprimento de decalagem do diagrama de
força no banzo tracionado é dado pela expressão:

(𝑏𝑒𝑓 − 𝑏𝑤 ቁ
𝛥 𝑎𝑙 = ∙ 𝑐𝑜𝑡𝑔𝜃𝑓
2

 Alternativamente, a força de tração adicional no banzo tracionado pode ser


calculada pela expressão:
𝑉𝑠𝑑
𝛥 𝐹𝑡𝑑 =𝜂 (𝑏𝑒𝑓 − 𝑏𝑤 ) ∙ 𝑐𝑜𝑡𝑔𝜃𝑓
0,9𝑑

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NBR 6118:2014

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EXEMPLO
90

12
p = 32 kN/m

z = 73

68
30,8
45,

°
35 20 35

20 122,5 122,5 122,5 122,5

Força cortante [V]


[kN]
39,2
78,4
117,6
160,0

Momento fletor [M]


[kN.m]

183,9
304,0
376,0 400,0

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EXEMPLO
 Cisalhamento longitudinal
𝑏𝑒𝑓 − 𝑏𝑤 90 − 20
𝜂= = = 0,39
2 ∙ 𝑏𝑒𝑓 2 ∙ 90
𝑉𝑓𝑑 = 𝜂 ∙ 𝑉𝑠𝑑 = 0,39 ∙ 𝑉𝑠𝑑 ⟹ 𝑉𝑓𝑑,𝑚á𝑥 = 0,39 ∙ 160 = 62,4 𝑘𝑁

 Tração transversal e armadura necessária


𝑉𝑓𝑑 62,4 𝑘𝑁 𝐴𝑠𝑓 92,4
𝑛𝑓𝑑 = 𝑡𝑔𝜃𝑓 = = 92,4 ∴ 𝜃𝑓 = 45° ∴ = = 2,12 𝑐𝑚2 /𝑚
0,9 ∙ 𝑑 0,9 ∙ 0,75 𝑚 𝑠𝑓 43,5
 Verificação da biela
𝑉𝑅𝑑2𝑓 = 0,54 ∙ ℎ𝑓 ∙ 𝑑 ∙ 𝑓𝑐𝑑 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜃𝑓 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜃𝑓 = 0,27 ∙ 0,12 ∙ 0,75 ∙ 25000/1,4 = 444 𝑘𝑁

𝑉𝑓𝑑,𝑚á𝑥 ≪ 𝑉𝑅𝑑2𝑓

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EXEMPLO
 Assumindo o limite inferior para o ângulo de espraiamento:
𝑏𝑒𝑓 − 𝑏𝑤 90 − 20
𝜂= = = 0,39
2 ∙ 𝑏𝑒𝑓 2 ∙ 90
𝑉𝑓𝑑 = 𝜂 ∙ 𝑉𝑠𝑑 = 0,39 ∙ 𝑉𝑠𝑑 ⟹ 𝑉𝑓𝑑,𝑚á𝑥 = 0,39 ∙ 160 = 62,4 𝑘𝑁

 Tração transversal e armadura necessária


𝑉𝑓𝑑 0,5 ∙ 62,4 𝑘𝑁 𝐴𝑠𝑓 46,2 𝑐𝑚2
𝑛𝑓𝑑 = 0,5 = = 46,2 ∴ 𝜃𝑓 = 26,5° ∴ = = 1,06 < 1,5𝑐𝑚2 /𝑚
0,9 ∙ 𝑑 0,9 ∙ 0,75 𝑚 𝑠𝑓 43,5 𝑚
 Verificação da biela
𝑉𝑅𝑑2𝑓 = 0,54 ∙ 0,12 ∙ 0, 75 ∙ 25000 ∙ 𝑠𝑒𝑛26,5 ∙ 𝑐𝑜𝑠26,5/1,4 = 346,5 𝑘𝑁

𝑉𝑓𝑑,𝑚á𝑥 ≪ 𝑉𝑅𝑑2𝑓 (ok)

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INTERAÇÃO ENTRE CISALHAMENTO
LONGITUDINAL E FLEXÃO TRANSVERSAL
 Nos casos em que exista o efeito combinado de cisalhamento longitudinal na
ligação alma – banzo e flexão transversal, a armadura transversal adotada
deverá ser a maior entre a armadura de costura e a soma da armadura de
flexão transversal mais a metade da armadura de costura (Eurocode 2);
 Existem métodos consistentes para análise da interação de cisalhamento
longitudinal com flexão transversal. Esses métodos são usualmente aplicados
em almas de pontes em seção caixão.

15 Eng. Daniel Miranda dos Santos Agosto 2018

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