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Elementos Básicos e Características

Geométricas da Estrada

Capitulo 03
Aula 01 e 02

•Curvas de concordância Horizontal


- Curva Circular

15/03/2023 PROF: Siaquil Sitoe 1


Introdução
• É já do nosso conhecimento que o traçado de uma estrada é composto por
alinhamentos retos e curvos, alternadamente. Sendo que os trechos retos
recebem o nome de tangentes e os trechos curvos de curvas horizontais.
Este metodo de concordar as tangentes através de curvas, tem como
objetivo dar suavidade ao traçado.
• A imposiçao do uso de curvas no traçado de uma estrada, visa responder à
caracteristicas geológicas, geotécnicas, condiçoes tipo dos automobilistas,
à topografia da região atravessada, problemas de desapropriações e
outros.
• Aconsenha-se a projetar curvas com raios superiores ao mínimo
estabelecido sem se preocupar com a quantidade excessiva das mesmas.
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Geometria da curva circular

• Para concordar dois alinhamentos retos, foi há muito, escolhido a


curva circular, graças à sua simplicidade em ser projetada e locada;
• O estudo da curva circular é fundamental para a concordância, pois
mesmo quando se emprega uma curva de transição, a curva circular
continua a ser utilizada na parte central da concordâncias. A figura a
seguir mostra a nomenclatura usada nas curvas horizontais circulares
Simples:

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𝑃𝐶:ponto de curva
𝑃𝑇:ponto de tangente
𝑃𝐼: ponto de interseção das tangentes
𝐷:desenvolvimento da curva
∆: angulo de deflexão
𝐴𝐶:angulo central da curva
𝑅: raio da curva circular
𝑇: tangente externa
𝑂:centro da curva
𝐸:afastamento
𝐺:grau da curva
𝑐:corda
𝑑: deflexão sobre a tangente
𝐹: Afastamento da curva à corda de PC à PT

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• As principais relações entre alguns elementos da curva circular
simples, indispensáveis tanto no projeto quanto na locação, são as
seguintes:
𝑮
𝒅=
𝟐

𝝅∙𝑹∙∆
𝑫=
𝟏𝟖𝟎°

Para deflexão em metros


temos:
𝑮
𝒅𝒎 =
𝟐∙𝒄

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A coordenada Horizontal dos pontos PC e PT são determinadas da seguinte maneira:

E(PC) = E(PI) − 𝑻 E(PT) = E(PC)+ 𝑫

Cálculo do Grau da Curva


Uma curva pode ser facilmente definida pelo seu raio ou pelo seu grau.
Então, conhecendo-se o raio da curvatura é possível achar uma expressão
que relacione esses dois elementos e nos permita calcular o grau da curva:

Substituindo-se o comprimento do arco(AB) pela corda 𝑐, chega-se a


seguinte expressão:

Ao se substituir o comprimento do arco(AB) pela corda c se comete um


erro, cuja grandeza passa a ser mais significativa à medida que se aumenta o
comprimento da corda.

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Sendo que:
• Se for adotada uma corda de 20 metros para 𝑹 ≥ 180 𝑚,Corda de 10 metros para 65 ≤ 𝑹 <
180 𝑚,Corda de 5 metros para 25 ≤ 𝑹 < 65 𝑚 , corda de 2 metros para 𝑹 < 25 𝑚, o erro seraa
menor que 0.01 m, assim sendo, desprezível.
• Devem ser tomados para 𝑮 valores múltiplos de 40, como forma de facilitar a locação da curva
no momento da sua implantação.
• Da-se o caso de exemplo uma corda 𝑐 de 20 m, a sequência de cálculo será à seguinte :
1° Adota-se um raio qualquer 𝑅′ (provisório) > 𝑹𝒎𝒊𝒏 ;
2° Calcula-se o 𝐺𝑐 ; 𝐺𝑐 = 1145,92/ 𝑅′ .
3° Adota-se um 𝑮,múltiplo de 40, próximo a 𝐺𝑐
4° Agora calcula-se o 𝑹 à partir da expressão de 𝑮.

Pode-se calcular ainda o grau da curva, através das seguintes expressões:


𝒄∙∆ 𝒄
𝑮= 𝑮 = 𝟐 ∙ 𝒂𝒓𝒄𝒔𝒆𝒏
𝑫 𝟐𝑹
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Raio mínimo de Curvatura Horizontal

• Considera-se raios mínimos de curvatura horizontal, os menores raios


das curvas que podem ser percorridas em condições limites, com a
velocidade referência e a taxa máxima de superelevação admissível,
em condições aceitáveis de segurança ou conforto de viagem.
• Um veiculo em trajetória circular, é forçado para fora da curva pela
força centrífuga. Esta força é compensada pela componente do peso
do veiculo devido a superelevação da curva e pelo atrito lateral entre
os pneus e a superfície do pavimento, como mostra a figura a seguir;
• Para simplificação do raciocínio, suporemos as forças aplicadas no
centro de gravidade do veiculo.

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A expressão que se segue, exprime a relação geral entre valores quaisquer de raio da curva, superelevação, velocidade e
correspondente coeficiente de atrito transversal:

𝑽𝟐
𝑹=
𝟏𝟐𝟕 ∙ (𝒆 + 𝒇)

• Observe-se que o termo (𝒆 + 𝒇) exprime uma soma algébrica, onde a


superelevação pode ser positiva ou negativa( conforme a declividade da pista
tenha caimento para o lado interno ou externo da curva, respetivamente).
• O mesmo acontece com o coeficiente do atrito transversal(conforme o seu
sentido de atuação se oriente para o lado interno ou externo da curva,
respetivamente). Em casos de velocidades inferiores a velocidade ótima
(velocidade que não desenvolve atrito transversal pneu/pavimento), o veiculo
tende a se deslocar para o centro da curva, oque quer dizer que o coeficiente 𝒇
torna-se negativo.

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• Substituindo-se simultaneamente os valores de 𝒆 e 𝒇 pelos seus valores
máximos admissíveis, obtém-se desta forma o valor do raio mínimo(𝑹𝒎𝒊𝒏 )
admissível para uma dada velocidade. E a sua expressão de cálculo é a seguinte:

• Contudo, recomenda-se sempre que possível, a adoção de raios superiores aos


mínimos, cuja adoção só é justificável em condições especiais.

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Figura: Forças atuantes num veiculo em curva
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Os símbolos empregues na dedução das formulas têm o seguinte significado:
• 𝑅: raio da curvatura horizontal, em (m);
• 𝑉: velocidade diretriz ou referencia, em (km/h);
• 𝑃: peso do veiculo ;
• 𝑚: massa do veiculo;
• 𝑔: aceleração de gravidade;
• 𝛼: ângulo que mede à declividade transversal da pista ;
• 𝐹𝑎 : força de atrito transversal;
• 𝐹𝑐 :força centrífuga;
• 𝑁: reação normal à superficie do pavimento devido ao peso do veiculo.
• 𝑓: coeficiente de atrito transversal pneu/pavimento;
• 𝑒: superelevação;
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𝑅𝑚𝑖𝑛 : raio mínimo da curvatura, em (m);
𝑒𝑚𝑎𝑥 :máximo de taxas de superelevação adotada, em (m/m);
𝑓𝑚𝑎𝑥 : máximo coeficiente de atrito transversal pneu/pavimento.

• Quando um veiculo percorre uma curva horizontal circular, o máximo


valor do atrito transversal (ou lateral) é o valor do atrito desenvolvido
entre o pneu e a superfície do pavimento na eminência do
escorregamento.
• É usual adotar-se para o máximo coef. de atrito lateral valores bem
menores do que os obtidos na eminência do escorregamento; isto é ,
valores já corrigidos com um suficiente fator de segurança.
• Os valores máximos admissíveis geralmente adotados em projectos
de estradas para o coef. F constam da seguinte tabela:

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Para o cálculo do fator de atrito transversal a AASHTO recomenda o uso da seguinte equação :

𝑽
𝒇𝑻 = 𝟎, 𝟏𝟗 −
𝟏𝟔𝟎𝟎

AASHTO -Acrónimo de “American Association of State Highway and Transportation Officials”. Associação
Norte-Americana de especialistas rodoviários e de transporte.
DNER- Departamento Nacional de Estradas de Rodagem.

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• As taxas máximas de superelevação admissíveis (𝑒𝑚𝑎𝑥 ) são apresentados
na tabela à seguir:

• 𝒆𝒎𝒂𝒙 = 12% - É a máxima taxa prática admissível para a superelevação em


projetos rodoviários. Seu emprego é excepcional e geralmente se
restringirá aos casos de melhorias e correções de situações perigosas já
existentes sem alteração da curva em planta (por economia ou mera
impossibilidade).

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• 𝒆𝒎𝒂𝒙 = 10% - Empregada em projetos de estradas de elevado padrão, onde as
condições topográficas,geométricas e de atrito lateral, bem como o nível deserviço
favoreça elevadas velocidades e um fluxo ininterrupto.
• 𝒆𝒎𝒂𝒙 = 8% - Empregada em projetos de estradas de padrão intermediário ou de
rodovias de elevado padrão sujeitas a fatores (especialmente topográficos) que afetem a
velocidade média e afluidez do tráfego.
• 𝒆𝒎𝒂𝒙 = 6% - Empregada em projetos condicionados
por urbanização adjacente, com redução da
velocidade média e a presença de freqüentes
interseções em nível.

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• 𝒆𝒎𝒂𝒙 = 4% - Utilizada em situações extremas, com
intensa ocupação do solo adjacente e reduzida
flexibilidade para variar as declividades da pista e
sem vias marginais.

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Visibilidade em Curvas Horizontais

Todas as curvas horizontais de um traçado devem necessariamente atender as condições mínimas de


visibilidade, isto é, assegurar uma distancia de visibilidade não inferior à distancia de visibilidade de parada.

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FIGURA: Curva horizontal em corte
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Afastamento Horizontal Mínimo
• Obstruções na parte interior das curvas horizontais, devido a presença de
taludes de corte, muros, arvores, etc., limitam a visibilidade e podem
requerer o ajuste da secção de estrada ou modificações de alinhamento.
• A visibilidade em todas as curvas, deverá ser verificada em função dos
obstáculos existentes, ou no caso de curvas dentro de cortes ,em função
dos taludes adotados.
• Se a condição de visibilidade mínima não for satisfeita, é necessário
aumentar o raio adotado para a curva nesse trecho, ou então alargar ou
abrandar os taludes do corte a fim, assegurar a distância lateral mínima
necessária.

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Exercícios de Aplicação

Exercício 01: Dado R’+300M, calcular um novo raio R > R’ de modo que o grau da
curva seja múltiplo de 40.

Exercício 02: Numa curva horizontal circular, temos: ∆= 45,5°, 𝑅 = 171,98 𝑚.


Determinar os elementos T,D,E,G e dm.

Exercício 03: Calcular o comprimento do circuito abaixo:

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