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SUPERELEVAÇÃO

Fonte: João Olympio

Profº MSc: Claudia S. A. Marques


SUPERELEVAÇÃO
Ao percorrer um trecho de rodovia em curva horizontal com certa
velocidade, um veículo fica sujeito à ação de uma força centrífuga,
que atua no sentido de dentro para fora da curva, tendendo a mantê-
lo em trajetória retilínea, tangente à curva, conforme a figura
abaixo:
SUPERELEVAÇÃO
Imaginando-se uma pista de rolamento plana (sem abaulamentos
ou inclinações transversais), essa manobra do condutor é capaz
de manter o veiculo na pista, na trajetória curva, graças ao atrito
que se desenvolve entre os pneus e a superfície de rolamento.
SUPERELEVAÇÃO
• É a inclinação transversal necessária nas curvas afim de
combater a força centrífuga desenvolvida nos veículos e
dificultar a derrapagem.

• Tal inclinação deve ser bem escolhida, uma vez que se


elevada causaria o escorregamento ou tombamento dos
veículos na via.

ELA É FUNÇÃO DO RAIO DA CURVATURA E DA
VELOCIDADE DO VEÍCULO.
CURIOSIDADE
• Curva Norte: inclinação plana de 43° - apelido de "Muro da Morte". A
última corrida 1959.
• Monza: 38° porém de perfil hiperbólico - pouca superelevação na parte
interna da curva, vai aumentando em direção à externa.
• Um F-1 poderia efetuar essas curvas na sua velocidade máxima, cerca
de 350 km/h sem qualquer problema de aderência.
SUPERELEVAÇÃO
Para contrabalançar os efeitos das forças laterais, é utilizado o
conceito de superelevação da pista de rolamento, que é a
declividade transversal da pista nos trechos em curva, introduzida
com a finalidade de reduzir ou eliminar os efeitos das forças
laterais sobre os passageiros e sobre as cargas dos veículos em
movimento.
SUPERELEVAÇÃO
• Força de atrito (Fa), que atua sobre as faces dos pneus em
contato com a pista;
• Força centrífuga (Fc), que é horizontal e atua sobre o centro de
gravidade do veículo.
• Força peso do veículo (P), que é vertical e atua sobre o centro
de gravidade de veículo.
SUPERELEVAÇÃO
• A equação de equilíbrio de forças, no plano paralelo ao da
pista de rolamento, pode ser representada por:
Ft = Fa + Pt
• ou seja, o efeito da força centrífuga é compensado pelo da
força de atrito somado ao da componente tangencial do peso
do veículo (este último é que se constitui no efeito principal
resultante da introdução da superelevação!).
SUPERELEVAÇÃO
• Observe-se que, para uma dada velocidade de percurso e para
um mesmo raio de curvatura, quanto MAIOR for a
superelevação MENOR será a participação da força de atrito
no equilíbrio das forças laterais, diminuindo portanto a
intensidade da resultante das forças laterais que atuam sobre
os passageiros e sobre as cargas.
SUPERELEVAÇÃO
• O COEFICIENTE DE ATRITO f
• É um coeficiente de atrito de deslizamento lateral, medido
dinamicamente.
• O valor desse coeficiente de atrito transversal é variável,
diminuindo à medida que aumenta a velocidade tangencial do
veículo.
• São fixados pelas normas de projeto geométrico, tendo sido
obtidos a partir de resultados de medições de campo
realizadas em pesquisas bastante antigas, nas décadas de 30 a
50, e confirmadas por trabalhos mais recentes, de 1985, nos
Estados Unidos (AASHTO, 1995, p.146; 154).
SUPERELEVAÇÃO
• As normas do DNIT fixam como valores de coeficientes de atrito
transversal máximos admissíveis para fins de projeto, para
diferentes velocidades diretrizes.
• Os valores máximos admissíveis do coeficiente de atrito
transversal somente são empregados, em princípio, nas
condições limites, ou seja, para as concordâncias horizontais
com curvas de raios mínimos e com as superelevações máximas
admitidas para o projeto.
TAXAS DE SUPERELEVAÇÃO PARA RAIOS
ACIMA DOS MÍNIMOS
• Para curvas com raio grande, a superelevação é
desnecessária.
• Um critério adotado pelo DNIT associa à velocidade diretriz
ao raio para estabelecer os valores acima dos quais a
superelevação pode ser dispensada.
TAXAS DE SUPERELEVAÇÃO PARA RAIOS
ACIMA DOS MÍNIMOS
• A superelevação mínima admissível, mesmo quando as forças
centrífugas envolvidas não a demandem, deverá ter valor igual ao do
abaulamento, para fins de assegurar a devida drenagem superficial.
• O valor máximo admissível de superelevação a adotar para as
concordâncias horizontais com raios pequenos, é estabelecido em
função de outros critérios de ordem prática, levando-se em
consideração aspectos técnicos e econômicos.
• A maior taxa de superelevação admitida para fins de projeto de
rodovias no Brasil é de 12%, devendo seu emprego ser limitado a
casos de melhorias de rodovias existentes ou de correção de
problemas existentes que não permitam o aumento dos raios de
curvatura.
TAXAS MÁXIMAS DE SUPERELEVAÇÃO
SUPERELEVAÇÃO
Para cada velocidade V, raio R, a superelevação e, bem
como o coeficiente de atrito transversal f constituem um
conjunto de valores inter-relacionados, cuja fórmula é
SUPERELEVAÇÃO
Superelevações a adotar nas concordâncias:

• Dado um raio de curva maior que o mínimo, há diferentes


formas e critérios de balancear os valores de superelevação (e)
e de coeficiente de atrito (f), de modo que a soma de seus
efeitos se iguale à força centrífuga atuante sobre o veículo.
SUPERELEVAÇÃO
SUPERELEVAÇÕES A ADOTAR NAS CONCORDÂNCIAS:
Dada uma velocidade V e escolhido um raio R (ou uma curvatura
C), o valor para a superelevação e deverá estar compreendida
entre os seguintes valores emax >e1 > e2 > 0:
SUPERELEVAÇÃO
PARALELOGRAMO DOS VALORES ACEITÁVEIS PARA
A SUPERELEVAÇÃO:
SUPERELEVAÇÃO
• Qualquer valor da superelevação que esteja em um ponto que
se situe dentro do paralelogramo, atende às exigências mínimas
de estabilidade dos veículos na curva.

• Para escolha da melhor superelevação para cada curva deve-se,


então levar em conta o fator conforto, ou seja, definir dentro do
paralelogramo a curva de conforto máximo.
CRITÉRIOS PARA ESCOLHA DA SUPERELEVAÇÃO
• São CINCO os critérios mais usados para determinação da
superelevação das curvas circulares.
• CRITÉRIO 1 - Escolher a superelevação da maneira que o ponto
caia sempre sobre a diagonal maior do paralelogramo (RETA 1).
• Neste critério, a superelevação e o coeficiente de atrito variam
sempre na mesma proporção. Oferece mais conforto que os
critérios 2 e 3, para veículos que tem velocidade abaixo da media.

• Este critério tem sido adotado em projetos de estradas onde é


significativo o tráfego de veículos pesados ou são esperados altos
volumes de tráfego com frequência. (ideal V=cte)
• O critério foi adotado pelo DERSA do Estado de São Paulo no
projeto das rodovias Imigrantes e dos Bandeirantes.
CRITÉRIO 2
• Oferece o máximo conforto
possível aos veículos que
trafegam na velocidade de
projeto. Quanto menor o
atrito, maior o conforto dos
passageiros e a estabilidade
do veiculo pode ter uma
tendência ao deslizamento.
• O maior conforto possível
ocorre quando f = 0. (CURVA
2)
CRITÉRIO 3
• Consiste em escolher a
superelevação de forma a dar o
conforto máximo para o veiculo que
percorra a estrada na velocidade
media de operação Vm, isto é,
escolher a superelevação de forma
que a reta obtida esteja nas
condições V=Vm e f=0; (CURVA 3)
• Procura-se minimizar as
desvantagens da curva 2, limitando-
as um número menor de curvas
CRITÉRIO 4
• O critério é conhecido como
método da AASHTO;
• Este método dá maior conforto
para os veículos que trafegam
próximo da velocidade média de
percurso Vm nas curvas
horizontais de raios grandes ou de
raios pequenos.
• O método da AASHTO é o critério
mais utilizado em projetos de
estradas.
CRITÉRIO 5
• Neste processo, o atrito lateral
responde integralmente pela
estabilidade do veículo nas curvas
de maior raio, até o limite fmax. A
partir daí a estabilidade é obtida
somando-se a contribuição da
superelevação, na região das
curvas de menor raio.

• Se aplica a vias urbanas de baixa


velocidade, onde as restrições
laterais limitam o uso da
superelevação
TAXAS DE SUPERELEVAÇÃO PARA RAIOS
ACIMA DOS MÍNIMOS

• A AASHTO fez um estudo com várias curvas


compreendidas no paralelogramo, e a levou a optar pela
forma parabólica para a distribuição da superelevação.

• O DNIT adota o mesmo cálculo da taxa de superelevação


para raios acima dos mínimos:
TAXAS DE SUPERELEVAÇÃO PARA RAIOS
ACIMA DOS MÍNIMOS
EXEMPLO
Numa rodovia Classe I, temos: emax = 10%, V = 90Km/h. Se
uma curva nesta rodovia tem R = 900m, calcular a
superelevação a ser adotada:

Solução: Da tabela: fmax = 0,14 para V=90 km/h


EXEMPLO
Raios Mínimos das Concordâncias
Horizontais
Distribuição da Superelevação
• Processo de variação da seção transversal da estrada entre
a seção normal, adotada nos trechos em tangente, e a
seção superelevada adotada nos trechos circulares.
Distribuição da Superelevação
Distribuição da Superelevação

• Como nos trechos em tangente a estrada geralmente possui


inclinação simétrica em relação ao eixo de a%, o processo de
distribuição da superelevação pode ser dividido em 2 etapas:

• 1ª ETAPA - eliminação da superelevação negativa;

• 2ª ETAPA – obtenção da superelevação e% do trecho circular


Distribuição da Superelevação
• No caso comum quando o trecho circular é sucedido por curvas
de transição, a variação da superelevação (2ª etapa) deverá ser
feita dentro da curva de Transição;

• Neste caso, o comprimento de transição Ls define o comprimento


do trecho de variação da superelevação (Le), e portanto a
inclinação longitudinal α2. Para a 1ª etapa, o comprimento Lt é
definido em função do valor da inclinação α1. Os dois métodos
mais usados são:
• AASHTO: α1 = α2= α (valores máximos);
• BARNET: α1 = 0,25% (1:400) e α2 = 0,50% (1:200) (valores
máximos) (quando α1 ≤ 0,25% α1= α2) (CONFORTO)
Distribuição da Superelevação
Distribuição da Superelevação
• Determinacao do Lemin do trecho de variação da superelevação
Lemin
• Quando Lemin calculado < Ls (comprimento de transição),
adota-se Le = Ls, isto é, a variação da superelevação é feita
junto com a transição.
• Quando Lemin > Ls, deve-se analisar a possibilidade de
aumentar o Ls para o valor Ls = Le ≥ Le de forma a ter
toda a variação da superelevação Lemin dentro da
transição,
• quando isso não for possível ou quando a curva não tiver
transição a variação da superelevação deve ser feita parte
no trecho em tangente e parte no trecho circular.
Distribuição da Superelevação

• A variação da superelevação deverá ser feita em um trecho


de comprimento nunca inferior ao mínimo estipulado pela
tabela a seguir, recomendado pela AASHTO;

• Esta tabela é usada no caso de Le estar acima da linha cheia,


caso contrário adotar os valores de Lemin;

Lemin = Ls
Distribuição da Superelevação
DIAGRAMAS DE SUPERELEVAÇÃO
2. Giro em torno da Borda Interna
EXEMPLO
1. Confeccionar o diagrama de superelevação de uma
curva de transição pelo método de Barnett, dados e =
10% e Le = Ls. Adotar o giro em torno do eixo e seção
transversal dada na figura.

a=2% a=2%
h1

L=3,6m L=3,6m

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