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Perfil Longitudinal

Rasante
A rasante (gradiente) é a linha definida pela intersecção do eixo da
estrada com a superfície do pavimento e representa-se planificada
(não projectada) num plano vertical.
Para relacionar a estrada com o terreno, a rasante é sempre
associada ao perfil longitudinal do terreno (intersecção do eixo da
estrada com asuperfície do terreno natural)
(para estradas com duas faixas de rodagem pode-se escolher o
rasante
para cada uma das faixas).
As alturas são representadas nos sistema cartesiano x e y. O comprimento

da estrada, representado pela Quilometragem, é calculado pela directriz sendo


deste modo ignorado a inclinação longitudinal do traçado. O comprimento da
tangente das curvas de concordância também são representados no plano
horizontal.
O perfil longitudinal devera possuir a mesma escala que o traçado em
planta, sendo no entanto as alturas sobreelevadas na escala de 1:10
para que as alterações da inclinação da faixa de rodagem sejem bem
visíveis.

No perfil transversal representa-se a cota do terreno e da rasante, as


diferenças entre as duas cotas dão informações sobre as movimentações de terra
à efectuar.
A rasante achatado (pouca inclinação dos trainéis) são vantajosos,

• - por possibilitar uma longa visibilidade, melhorando desta feita o


• segurança do trafego.
• - pela poupança de energia e redução dos gases de emissão.
• - Por permitir um trafego continuo, já que reduz a perca de
• velocidade dos automóveis pesados.
• Por outro lado o ajuste do rasante ao terreno reduz os custos de
• construção bem como a intervenção ecológica
• Para do traçado do perfil longitudinal necessita-se primeiro as
cotas do terreno, que podem ser retiradas apartir de cartas
topográfica ou medidas por do meio de métodos topográficos.
As cotas do rasante são primeiro marcadas com uma linha
poligonal entre o ponto inicial e final da directriz.

- Uma linha poligonal econômica procura igual a área


correspondente à diferença entre o rasante o terreno nas zonas
côncavas e convexas.
Desta forma a terra escavada nas zonas convexas é transportada
para as côncavas.
• Os pontos de interseção poligonal deverão estar situados dentro dos
• arcos circulares e sempre fora dos clotóides. Desta forma evitase
• conflitos com a comodidade óptica. Por razoes do movimento
• dinâmico os pontos de interseção deverão ser arredondados, sendo
• deste modo a rasante constituído por trainéis (aclive, declive) e
• curvas côncavas e convexas.
• A rasante deve fazer a ligação com as estradas existentes de forma
• tangencial.
• No perfil longitudinal também pode ser representado:
• - A drenagem (em conformidade com a directriz RAS-E)
• - O canto superior das paredes de proteção sonara
• - A linha de curvatura
• - A linha do declive transversal (em rectas e curvas)
• - Os elementos da visibilidade.
Figura 1 - Rasante
Fonte: A.C.L. Madaleno, 2019
Inclinação dos traineis
• A inclinação do trainel é a tangente do ângulo formado com a horizontal (em
%).
Exemplo: um trainel com a elevação de 1m em 50 m, (ou seja, 2m em
100m), tem
uma inclinação de tg a = 2/100 = 0,02 ou 2%
A inclinação do trainel deve ser menor possível, por razões.
- de segurança,
- de baixar a emissão
• - da qualidade do trafego

Aconselha-se escolher a inclinação dos trainéis abaixo dos 4%.


Inclinação máxima dos traineis
A tabela a seguir apresenta as inclinações máximas dos traineis que
não devem ser excedidas por razões de segurança.

Tabela 1- Inclinação máxima dos traineis


• Por motivos do traçado (interseção com a estrada transversal) e de
• segurança do trafego (limitação das paragens) deve-se evitar nas curvas
• de níveis, inclinações dos traineis superiores a 4%.
• Nos túneis de estradas da categoria A, a inclinação máxima dos trainéis
deverá ser inferior a 4%.
Em túneis de grandes comprimentos aconselhase
a inclinação máxima dos treineis de 2,5%. Valores superiores têm as
seguintes desvantagens:
• - Emissões elevadas de gases,
• - Elevados perigos de acidentes,
• - Expansão rápida de produtos inflamáveis
• Se não for possível manter os limites máximos da inclinação, então devese
• proibir o transporte de productos inflamáveis.
Inclinação mínima nas áreas das curvas circulares
Estradas sem lancis
• Na área da sobreelevação a inclinação mínima deverá ser superior à
• smin= 0,7%, melhor smin=1,0%, para evitar zonas com aglomeração de
água.
Para permitir uma drenagem suficiente a diferença entre a inclinação do
trainel e a inclinação da sobreelevação deverá ser superior à 0,2%, melhor
0,5%
Ds = 0,2%, (0,5%)
• s: Inclinação do trainel[%],
• Ds: inclinação da sobreelevação (Diferença entre a inclinação
• do trainel nos bordos e no eixo)
Aconselha-se o valor de 0,5% para assegurar possíveis erros de medições
durante a construção da camada de desgaste.
• Estrada com lancil
• A inclinação mínima do trainel deverá ser superior a smin=0,5%.
No eixo da estrada a inclinação do trainel deverá ser 0,5% superior ao
da sobreelevação.

Inclinação mínima em pontes longas


• Para assegurar a drenagem das obras de arte à inclinação mínima do
• trainel devera ser superior a smin=0,5%
Curvas de concordância concavas e convexas

Aplicação

O arredondamentos das curvas côncavas e convexas efectuam-se


com
ajuda de uma parábola quadrática que aproxima uma curva circular. O
valor característico do arredondamento é o raio da curvatura no
vértice da
parábola quadrática.
Valores limites d
Valores dos raios mínimos das curvas de concordância convexa.
Valores limites para curvas de concordâncias côncava e convexa
• A curva de concordância côncava é dimensionada com base em critérios
ópticos e estéticos do traçado.
• Por razões da comodidade óptica os raios da curva de concordância côncava
não devera ser inferior aos valores da Tabela 4.

Tabela 4 - Raios mínimos da curva de concordância


Uma boa comodidade óptica garante uma boa segurança e qualidade
do tráfego. Isto alcança-se se a estrada se parecer “calma” e com o um
trajecto e uma sinalização horizontal visível.

• Um traçado com um bom movimento dinâmico, uma boa drenagem e


• comodidade óptica deverá possuir o mesmo numero de pontos de
• inflexão no traçado em planta e no perfil longitudinal e suas
• abscissas deverão possuir mais ou menos as mesmas
coordenadas.
Aconselha-se portanto verificar as linhas poligonais na planta e perfil
na fase inicial do traçado.

Também fará parte do bom traçado a relação entre os raios das


curvas
circulares R e das curvas de concordância H, que não poderá
exceder
• H/R= 5 ... 10. Neste caso quanto menor acidentado for o terreno,
maior será o raio de concordância em relação ao raio circular.
Valores dos raios mínimos das curvas de concordância côncava
Para que as curvas de concordância não pareçam como um ponto de
interseção de duas rectas, principalmente quando a haver pouca
inclinação dos traineis, deve-se utilizar o mesmo comprimento da
tangentes no perfil longitudinal e no traçado em planta.

As tangentes mínimas deverão respeitar as condições:


min T=Ve [m]: Categoria A
minT= 0,75.Ve [m]: Categoria B
Ve [km/h]
Perfil transversal de uma estrada

No perfil transversal da Estrada esta representada a divisão do espaço


reservado ao transito.

A definição do perfil transversal da estrada bem com a escolha das


dimensões dos seus elementos são definidos com base nos aspectos
construtivos, econômicos, urbanísticos, ecológicos e do trafego.
Aspectos construtivos
Os aspectos construtivos resultam do eixo da estrada e do nível da
estrada. O perfil transversal deve possuir dimensões equilibradas
(divisão da dimensão apenas por 0,25) e permitir uma boa inserção
na paisagem.

Os aspectos económicos
devem possibilitar a escolha do perfil transversal em função do tráfego
e das possibilidades financeiras.
O orçamento disponível deve alcançar um beneficio elevado
semcontudo baixar os aspectos de segurança. Isto significa que o
perfil transversal projectado deve permitir uma futura ampliação.
Aspectos do tráfego

Os aspectos do tráfego incluem os tipos de veículos, as suas velocidades


e o volume de trafego. Por motivos de segurança é

aconselhável a separação de vias para veículos automóveis,

velocípedes e peões.

Já que os veículos automóveis possuem diferentes limites de

velocidade, e cada condutor pode transitar com uma velocidade

diferente definiram-se as velocidades (Velocidade base Ve e

velocidade do tráfego V85) comuns para o traçado.


Dimensões básicas
O Dimensionamento dos componentes da estrada (Fig. 3.5.1) basea-se
nas dimensões do veiculo padrão (2,5 m de largura e 4,00 m de altura).
A volta do veiculo padrão é definido um espaço para movimentações,
que permite transportar materiais acima da altura do veiculo ou assegurar
manobras oscilatórias do condutor.

- A largura do espaço para movimentações depende da velocidade, do


volume e da composição do trafego variando entre os 0,25 m
(categoria E) e os 1,25 m (categoria A).
Deste modo resulta uma largura da via de trânsito básica de 2,75 m até
3,75 m.
- A altura do espaço para movimentações é de 0,25 m.
Espaço rodoviário. Espaço que abrange o veiculo padrão, o espaço para
movimentações, bermas e drenagem. Este espaço é destinado ao transito
de veículos, peões e velocípedes respectivamente.

O espaço rodoviário esta cercado pelo espaço de segurança (Fig. 3.5.1)


- largura do espaço de segurança é de:
· Vmax< 70 km/h: = 1,25 m
· 50 km/h < Vmax =70 km/h: = 1,00 m
· Vmax = 70 km/h: = 0,75 m

Nos casos em que haja um separador ou lancil central a redução de 0,25


m das dimensões acima citadas é permitida.
A altura do espaço de segurança é de 0,25, o que implica a altura total para o
dimensionamento de 4,5 m. Para os novos traçados aconselhase a altura total
de 4,70 m, obtendo desta feita uma reserva para possíveis transportes
especiais de mercadoria.

Para estradas com uma faixa de rodagem, 2 vias, uma em cada sentidos
insere-se um acréscimo de 0,25 m em cada sentido para o transito no
sentido oposto.

Postos (ø = 8 cm) para sinais de trânsito devem ser posicionados, de modo que
o seu eixo coincida com os limites do espaço de segurança.
Elementos deformáveis para proteção do trafego podem ser aproximados até
0,5 m do espaço rodoviário.
Figura 1 - Elementos do traçado transversal da estrada
Fonte: A.C.L. Madaleno, 2019
Figura 2 - constituição de uma Auto-estrada (via de comunicação fora das localidades)
Fonte: A.C.L. Madaleno, 2019
Figura 3 - constituição de uma Auto-estrada (via de comunicação dentro das localidades)
Fonte: A.C.L. Madaleno, 2019
Resumo do perfil transversal
Tabela 1 – Dimensões doa componentes do perfil transversal-tipo
Fonte: A.C.L. Madaleno, 2019
Figura 4 - Perfil transversal tipo, exemplo do perfil RQ 10,5
Fonte: A.C.L. Madaleno, 2019
Escolha do perfil transversal
• Para as categorias A e B (estradas fora das localidade) os perfis
transversais estão representados na figuras 5 e 6 para estradas com
uma e duas faixas rodagem respectivamente.
A denominação por exemplo RQ 35,5 expressa a largura da
plataforma, isto é a distancia entre os contornos exteriores da
concordância.
escolha do perfil depende categoria da estrada e da projeção do
volume de trafego, confome se pode observar na figura 7.

Os segmentos de cor negra indicam a viabilidade do perfil


transversal escolhido. Neste caso o perfil permite absolver o volumede
trafego sem dificuldades.
RQ 20; RQ 26; RQ 29,5; RQ 33; RQ 35,5: Auto-estradas e
vias rápidas
o RQ 15,5; RQ 20: vias rápidas com max. V= 100 km/h (para
reduzir o perigo em caso de estacionamentos de emergência)
o RQ 20: Volume máximo de trafego de 30.000 va/d (para
eventual transito em caso de obras na via)
o RQ 9,5 – 10,5: Para volume de trafego superiores a 300 va/d
o RQ 10,5: com Bermas de 0,5 m de largura, Para volume de trafego
superiores a 900 va/d

Se os perfis escolhidos situarem-se fora dos segmentos negros a sua


aplicação depende da inclinação longitudinal, da curvatura e dovolume
de trafego proveniente dos automoveis pesados.
• Após a escolha do perfil transversal efetua-se a verificação da qualidade
do tráfego, isto é, se a velocidade projectada pode ser alcançada ou não.

Para esta análise necessita-se os seguintes dados.


• - Inclinação transversal
• - Curvatura
• - Possibilidades de ultrapassagem
• - Volume de automóveis pesados
• - Nr. de automóveis lentos
• - Velocidades permitidas pela sinalização vertical
Se a velocidade média do veiculo não for alcançada, então
• - O perfil transversal devera ser mais largo
• - O traçado devera ser alterado (curvatura, inclinação transversal,
• possibilidade para ultrapassagem)
• - Projeção de faixas adicionais nas subidas
A viabilidade econômica estará assegurada, se a velocidade média do
veiculo tiver uma quota superior a indicada pela tabela 2.
Perfil transversal Quota (%) Velocidade média do
veiculo 🚗 (km/h)

RQ 35,5 60
80

RQ 33 60 80
RQ 29,5 60 80
RQ 26 60 70
RQ 20 50 70
RQ 15,5 45 60
RQ 10,5 35 50
RQ 9,5 15 50
Resumo dos parâmetros do traçado

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