Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
4 FACULDADE DE ENGENHARIA
10
12
13
14
15
21
22
23
24
25
26
27 Luanda
28 2022
29
30
31
33
34
35
36
42
43
44
52
53
54
55
56
57 Luanda
58 2022
1 I
2
59 AGRADECIMENTOS
60
61 À Deus pela saúde, pois sem isso nem um passo sequer seria dado.
62
63 À minha família pelo apoio incondicional e por vitalizarem as minhas ambições
64 de forma persistente.
65
66 Nenhum esforço, sacrifício, dedicação ou paciência da minha parte durante a
67 realização deste trabalho, poderão ser comparados aos da minha querida e
68 admirável irmã Josefa Armando, que investiu todo pouco que tinha para tornar a
69 minha licenciatura numa realidade, o meu muito obrigado.
70
71 Aos meus colegas e irmãos da Geração Inédita, por amenizarem uma
72 caminhada que ao ser trilhada sozinho, certamente tornar-se-ia pesada demais.
73
74 Foi grande a amabilidade da minha amiga Mariquinha, meu sobrinho Natalino
75 Camuto e do meu grande amigo Menezes Cassoma, disponibilizarem-me seus
76 computadores nos momentos que tanto precisei, o meu muito obrigado à vocês.
77
78 Ao Engenheiro Ladislau de Barros que resolveu definitivamente o meu
79 problema da falta de computador, o meu muito obrigado.
80
81 Ao meu orientador, Prof. Doutor Divaldo Domingos da Silva, cujo surgimento foi
82 uma dádiva para mim, quão grande a sua dedicação e paciência, sou bastante grato
83 por isso e pela sua disponibilidade, ensinamentos e conselhos passados de forma
84 tão agradável.
85
86 À todos os meus amigos, pelas palavras de motivação e conforto.
87
88
89
3 II
4
90 RESUMO
91
92 No presente Trabalho de Fim do Curso para obtenção do grau de licenciado
93 em Engenharia Civil, se discute o comportamento das pressões existentes na rede
94 de distribuição de água do Distrito Urbano do Hoji Ya Henda recorrendo a
95 ferramenta de análise geoespacial ArcGIS e de modelação e análise hidráulica
96 WaterGEMS V8i, e consequentemente se discute a gestão dessas pressões pela
97 introdução de VRP’s na rede, valendo-se da mesma ferramenta de modelação e
98 análise hidráulica.
99
100 Como área de estudo foi identificado o Bairro São João, interior ao Distrito
101 referenciado, na província de Luanda, Angola. De modo a se obter uma análise mais
102 abrangente, fez-se necessário analisar o comportamento da rede total que abastece
103 a área de influência do CD Cazenga, do qual a rede do Bairro São João faz parte. A
104 metodologia usada foi o levantamento de dados partindo pela contagem das
105 residências da área através de imagens satélite, levantamento topográfico assistido
106 por computador e traçado da rede, com recurso à ferramenta ArcGIS. Da quantidade
107 de residências contadas multiplicado pelo número de pessoas por agregado
108 residencial resultou a população da área de estudo, que serviu para estimativa da
109 demanda total da área. Seguidamente com recurso a ferramenta WaterGEMS V8i
110 criou-se um modelo da rede com base nos dados levantados e procedeu-se o seu
111 dimensionamento, análise hidráulica e gestão das pressões da mesma.
112
113 Os principais resultados encotrados foram os 124938 habitantes da área de
114 influência do CD Cazenga pela contagem com recurso a ferramenta ArcGIS e
115 consequentemente a densidade populacional de 202 habitantes por hectares. Para o
116 caudal de dimensionamento da rede foi estimado um valor de 0.45 litros por
117 segundos considerando apenas a categoria de consumo doméstico.
118
119 A topografia da área foi caracterizada por cotas altimétricas variando entre 29 à
120 82 metros costactando-se que esta correspondia a um plano inclinado, favorecendo
121 o abastecimento por gravidade apartir de um reservatório elevado. Os resultados
122 obtidos no traçado da rede foram 60 NÓS, 39 Malhas, 115 Trechos com um total de
5 III
6
123 39722.41 metros de comprimento. Do dimensionamento feito com apoio do
124 WaterGEMS V8i resultaram velocidades variando entre 0.02 à 1.42 metros por
125 segundo, caudais nos Trechos variando entre 1.01 à 113.97 litros por segundo,
126 pressões nos NÓS de consumo variando entre 31 à 82 metros de colunas de água,
127 e da redução da pressão pela instalação de VRP’s foi possível manter na rede as
128 pressões mínima e máxima de 33 e 60 metros de colunas de água respectivamente.
129
130 Palavras Chave: Rede de distribuição de água. Gestão de Pressão. Simulação
131 hidráulica. WaterGEMS.
7 IV
8
132 ABSTRACT
133
134 In this End of Course Work to obtain a degree in Civil Engineering, the behavior
135 of existing pressures in the water distribution network of the Urban District of Hoji Ya
136 Henda is discussed using the ArcGIS geospatial analysis tool and hydraulic modeling
137 and analysis WaterGEMS V8i, and consequently the management of these pres-
138 sures through the introduction of VRP's in the network, using the same hydraulic
139 modeling and analysis tool, is discussed.
140
141 As a study area, São João was identified, inside the referred District, in the
142 province of Luanda, Angola. In order to obtain a more comprehensive analysis, it was
143 necessary to analyze the behavior of the total network that supplies the area of influ-
144 ence of CD Cazenga, of which the network of Bairro São João is part. The methodol-
145 ogy used was the collection of data starting by counting the residences in the area
146 through satellite images, computer-assisted topographic survey and network tracing,
147 using the ArcGIS tool. The number of counted homes multiplied by the number of
148 people per household resulted in the population of the study area, which served to
149 estimate the total demand for the area. Then, using the WaterGEMS V8i tool, a
150 model of the network was created based on the data collected and its dimensioning,
151 hydraulic analysis and pressure management were carried out.
152
153 The main results found were the 124938 inhabitants of the CD Cazenga area of
154 influence by counting using the ArcGIS tool and consequently the population density
155 of 202 inhabitants per hectare. For the network dimensioning flow, a value of 0.45
156 liters per second was estimated considering only the domestic consumption cate-
157 gory.
158
159 The topography of the area was characterized by altimetric elevations ranging
160 from 29 to 82 meters, assuming that this corresponded to an inclined plane, favoring
161 gravity supply from an elevated reservoir. The results obtained in the network layout
162 were 60 knots, 39 meshes, 115 stretches with a total length of 39722.41 meters. The
163 design made with the support of the WaterGEMS V8i resulted in speeds ranging from
9 V
10
164 0.02 to 1.42 meters per second, flow rates in the Sections ranging from 1.01 to
165 113.97 liters per second, pressures in the consumption nodes ranging from 31 to 82
166 meters of water columns, and the reduction of the pressure by installing VRP's, it was
167 possible to maintain the minimum and maximum pressures of 33 and 60 m.c.a re-
168 spectively.
169
11 VI
12
174 ÍNDICE DE FIGURAS
175
176 Figura 2.1 - Unidades de um sistema de abastecimento de água. Fonte: Magalhães
177 et al. (2004)................................................................................................................21
178 Figura 2.2 - Exemplo de uma rede ramificada. Fonte: Adaptado de Tsutiya (2006)..30
179 Figura 2.3 - Exemplo de rede classificada como malhada. Fonte: Adaptado de
180 Tutsiya (2006)............................................................................................................31
181 Figura 2.4 - Exemplo de uma rede mista. Fonte: Rei (2019).....................................31
182 Figura 2-5 - Faseamento do desenvolvimento de um modelo. Fonte: Coelho et al.
183 (2006)........................................................................................................................ 34
184 Figura 2.6 - Descrição da tela ArcMap. Fonte: Rubert (2011).................................41
185 Figura 2.7 - Esquema da sectorização de um sistema para atender diversas zonas
186 de pressão. Fonte: Tsutiya (2006).............................................................................45
187 Figura 3.1 - Critério de velocidades máximas. Fonte: Adaptado de Coelho et al.
188 (2006)........................................................................................................................ 64
189 Figura 3.2 - Diferentes tipos de válvulas redutoras de pressão (VRP): da esquerda
190 para a direita, VRP controlada por mola, VRP controlada por pistão e VRP
191 controlada por diafragma. Fonte: Ramos et al. (2004)..............................................68
192 Figura 3.3 - Modo genérico de funcionamento de uma válvula redutora de pressão
193 do tipo convencional. Fonte: Ramos et al. (2004).....................................................69
194 Figura 4.1 -Mapa de localização do Bairro São Jõao. Fonte: Elaboração própria.....71
195 Figura 4.2 - Mapa temático das áreas de influências dos centros de distribuição que
196 abastecem o distrito urbano do Hoji Ya Henda. Fonte: Elaboração própria..............72
197 Figura 4.3 - Mapa temático da contagem das residências com recurso ao ArcGIS.
198 Fonte: Elaboração própia...........................................................................................74
199 Figura 4.4 - Mapa topográfico da área de estudo. Fonte: Elaboração própia............76
200 Figura 4.5 - Mapa temático da rede cadastrada do distrito urbano Hoji Ya Henda.
201 Fonte: Adaptado da rede cadastrada de abastecimento de água do município de
202 Cazenga elaborado pela EPAL..................................................................................78
203 Figura 4.6 - Resultado do traçado da rede com base na rede existente a partir do
204 ArcGIS. Fonte: Elaboração própria............................................................................79
205 Figura 4.7 - Mapa das áreas de influência reajustadas e cálculadas através do
206 ArcGIS. Fonte: Elaboração própria............................................................................81
13 VII
14
207 Figura 4.8 - Caudais calculados com o apoio do WaterGEMS V8i considerando
208 diâmetros iguais à 200mm para todas as tubulações. Fonte: Elaboração própria.. . .84
209 Figura 4.9 - Diâmetros da rede da área de estudo determinados representados
210 através da codificação de cores. Fonte: Elaboração própria.....................................86
211 Figura 4.10 - Pressões existentes nos NÓS da rede. Fonte: Elaboração própria.....90
212 Figura 4.11 - Perfís traçados na rede para análise das pressões. Fonte: Elaboração
213 própria........................................................................................................................91
214 Figura 4.12 - Gráfico do comportamento das pressões na rede em função das
215 características do terreno para o perfíl (a). Fonte: Elaboração própria.....................91
216 Figura 4.13 - Gráfico do comportamento das pressões na rede em função das
217 características do terreno para o perfíl (b). Fonte: Elaboração própria.....................92
218 Figura 4.14 - Resultado das pressões após a Instalação das VRP’s na rede. Fonte:
219 Elaboração própria.................................................................................................... 93
220 Figura 4.15 - Comparação das pressões na rede antes e depois da instalação das
221 VRP’s no perfil (a). Fonte: Elaboração própria..........................................................94
222 Figura 4.16 - Comparação das pressões na rede antes e depois da instalação das
223 VRP’s no perfil (b). Fonte: Elaboração própria..........................................................94
224
225
15 VIII
16
226 ÍNDICE DE TABELAS
227
228 Tabela 3.1 - Valores de consumo per capita. Fonte: PDGML Etapa 2D (2014).......41
229 Tabela 3.2 - Coeficiente do dia de maior consumo (K1). Fonte: Tsutiya (2006)........42
230 Tabela 3.3 - Coeficiente da hora de maior consumo (K2). Fonte: Tsutiya (2006).....43
231 Tabela 3.4 - Dados básicos para modelação de um NÓ. Fonte: Adaptado de Bentley
232 WaterGEMS V8i User’s Guide...................................................................................47
233 Tabela 3.5 - Dados básicos para modelação de tubulações. Fonte: Adaptado de
234 Bentley WaterGEMS V8i User’s Guide......................................................................47
235 Tabela 3.6 - Dados básicos para a modelação de RNV. Fonte: Adaptado de Bentley
236 WaterGEMS V8i User’s Guide...................................................................................48
237 Tabela 3.7 - Valores do coeficiente C para a fórmula de Hazen-Williams. Fonte:
238 Azevedo Netto et al. (1998).......................................................................................50
239 Tabela 3.8 - Dados básicos para a modelação de uma VRP. Fonte: Adaptado
240 Bentley WaterGEMS V8i User’s Guide......................................................................57
241 Tabela 4.1 - Resultados da densidade populacional. Fonte: Elaboração própria......62
242 Tabela 4.2 - Resumo do cálculo do caudal específico. Fonte: Elaboração própria.. .68
243 Tabela 4.3 - Resumo do cálculo dos caudais concentrados nos nós. Fonte:
244 Elaboração própria.................................................................................................... 70
245 Tabela 4.4 - Definição dos dados básicos dos principais elementos do modelo da
246 rede. Fonte: Elaboração própria................................................................................71
247 Tabela 4.5 - Caudal máximo determinado a partir da velocidade máxima
248 recomendada. Fonte: Elaboração Própria.................................................................73
249 Tabela 4.6 - Caudais e velocidades resultantes do cálculo feito com base nos novos
250 diâmetros. Fonte: Elaboração própria........................................................................75
251
17 IX
18
252 ÍNDICE DE ABREVIATURAS E SIGLAS
275
19 X
20
276 ÍNDICE DE EQUAÇÕES
277
278 Equação 1..................................................................................................................39
279 Equação 2..................................................................................................................42
280 Equação 3..................................................................................................................47
281 Equação 4..................................................................................................................51
282 Equação 5..................................................................................................................51
283 Equação 6..................................................................................................................52
284
21 XI
22
285
286 1 INTRODUÇÃO....................................................................................................14
23 XII
24
312 3.3 Levantamento topográfico assistido por computador...................................37
333 5 CONCLUSÕES...................................................................................................83
334 6 RECOMENDAÇÕES..........................................................................................84
336
337
25 XIII
26
27
338 1 INTRODUÇÃO
339 A água é sem dúvidas o recurso natural de primeira necessidade do homem e
340 de extrema importância para a manutenção da vida humana, tal que o seu acesso é
341 consagrado pelas Nações Unidas, como um direito humano fundamental para a
342 redução da pobreza e para o desenvolvimento sustentável. O melhor
343 aproveitamento desse recurso passa necessariamente pela sua gestão
344 racionalizada, permintindo uma distribuição quantitativa e qualitativa, essa gestão
345 recionalizada remete a humanidade ao desenvolvimento e aperfeiçoamento de
346 medidas que permitam tal proeza.
347
348 O sistema de abastecimento representa uma das soluções de abastecimento
349 de água para uma determinada comunidade, e é definida como o conjunto de obras,
350 instalações e serviços, destinados a produzir e distribuir água a uma comunidade,
351 em quantidade e qualidade compatíveis com as necessidades da população, para
352 fins de consumo doméstico, serviços públicos, consumo industrial e outros. Um
353 sistema de abastecimento de água eficiente, apresenta-se assim como um factor de
354 desenvolvimento para as comunidades, esse desenvolvimento evidencia-se sob o
355 ponto de vista econômico, a medida que aumenta produtividade do indivíduo, quer
356 pelo aumento da vida quer pela redução do tempo perdido com a doença, facilita a
357 instalação de indústrias, inclusive de turismo, o que permite o aumento de postos de
358 emprego e consequentemente ao maior progresso das comunidades e facilita o
359 combate ao incêndio (Magalhães et al., 2004).
360
361 O estudo das deficiênças a nível de infra-estruturas em Angola e em particular
362 em Luanda, é uma actividade cuja sua melhor compreesão, remete-nos a uma
363 análise da sua situação a esse nível durante e depois do seu período colonial.
364
365 O desenvolvimento da cidade de Luanda na sua fase embrionária, isto é, no
366 início da sua fundação em 1576, não podia ocorrer sem a presença importante da
367 água, e nessa altura as fontes de abastecimento de água estavam limitadas a
368 riachos e poços que terão servido a cidade durante anos (EPAL, Boletim Informativo,
369 2013). Em função do incremento do comércio e do aumento populacional era vital
370 que se arranjassem soluções para o problema do abastecimento de água potável,
28 14
29
30
371 tanto para o comércio e indústria como, também, para a satisfação das
372 necessidades básicas da população. Uma das soluções encontradas pela
373 Administração Colonial, foi o transporte de água por adução. Em 1885, iniciou-se a
374 construção do que foi designado Sistema 0, que abasteceu a cidade durante 64
375 anos (1889 – 1953) com a capacidade de 6000 m3/dia (Jacinto, 2012) .
376
377 No tocante à expansão demográfica, entre 1881 e 1898 a população de
378 Luanda passou de 11172 para 28000 habitantes (Amaral, 1983). Jacinto (2012)
379 considera que este aumento populacional teve reflexos no consumo de água, e por
380 conseguinte a capacidade do Sistema 0 tornou-se insuficiente para responder a
381 demanda populacional, por isso, o problema do abastecimento do precioso líquido
382 foi-se tornando cada vez mais insuficiente ano após ano.
383
384 Em 1953 entrou em funcionamento o Sistema I com uma capacidade diária de
385 60000 m³/dia, captando água no rio Bengo (EPAL, Boletim Informativo, 2013). O
386 sistema I atendeu a uma população que até o ano de 1960 era estimado por Amaral
387 (1983) em 224540 habitantes. Em 1971 entrou em funcionamento o Sistema II
388 transportando 70000 m³/ dia de água já tratada de Kifangondo até Luanda, por
389 intermédio de um adutor de 1200 mm. Neste ano, com os dois sistemas a funcionar
390 (I e II) a adução de água a Luanda passou a ter uma capacidade de 130000 m³ /dia
391 para uma população total estimada em 504604 habitantes. Em 1987 criou-se o
392 sistema do Kikuxi que captava água do rio Cuanza. Os três sistemas de distribuição
393 de água (I, II e Kikuxi) eram e continuam a ser geridos pela EPAL. Estes sistemas
394 possuíam uma capacidade total nominal de abastecimento de água à Grande
395 Luanda que atingia cerca de 215000 m3/dia mas, nos anos 1989, 1990 e 1991, não
396 foi possível fornecer mais do que cerca de 50000 m3/dia para uma população de
397 cerca de 1544000 habitantes (Jacinto, 2012).
398
399 Em virtude dos investimentos do Governo no sector das águas na província de
400 Luanda, iniciou-se 1998 a edificação, de forma faseada, do Sistema III que
401 compreendeu três fases de implementação, sendo que a primeira fase ficou
402 concluída em 2000, a segunda em 2002 e a terceira e última fase em 2008 (EPAL,
403 Boletim Informativo, 2013). De acordo com a Resolução do Conselho de Ministros
31 15
32
33
404 n.º10/04 de 11 de Junho (citado por Jacinto, 2012) com a implementação deste
405 sistema foi possível uma produção em torno dos 356000 m 3/dia no ano de 2004
406 atendendo a uma população estimada em 4000000 de habitantes. Portanto, o rápido
407 crescimento verificado em Luanda, durante e após a Guerra Civil, resultou em
408 sistemas de infra-estruturas que se encontram significativamente subdimensionados
409 e embora se verifiquem e existam uma série de melhorias e reforços dos sistemas
410 de adução das infra-estruturas a decorrer e planeados, é necessária uma
411 abordagem integrada entre os diversos serviços de infra-estruturas, de forma a
412 assegurar que Luanda beneficia plenamente dos mesmos (PDGML Etapa 2D, 2014).
413
414 Segundo o relatório da EPAL sobre a caracterização de abastecimento de água
415 à cidade de Luanda do período de 06 à 12 de Setembro de 2021, o sistema actual
416 de abastecimento de água de Luanda conta com 14 estações de tratamento de
417 água, com uma capacidade de produção nominal de 690874 m 3/dia. Embora isso
418 represente um esforço em tentar contrariar a situação da falta de água, esse volume
419 de água tem se mostrado insuficiente para atender a uma população actual
420 estimada pelo INE em 9079811 habitantes.
421
422 1.1 Problemática
423 A carência no abastecimento de água no Bairro São João, deve-se a:
424 Insuficiência na produção da água para abastecer as populações da cidade
425 Luanda, face ao crescimento exponecial destas nas últimas décadas;
426 Insuficiência da rede de abastecimento de água do bairro face a expansão
427 territorial do bairro nas últimas décadas.
428
34 16
35
36
37 17
38
39
40 18
41
42
43 19
44
45
520 somente para as necessidades actuais, mas também para o atendimento futuro da
521 comunidade, prevendo-se a construção por etapas. O período de atendimento das
522 obras projectadas, também chamado de alcance do plano, varia normalmente entre
523 10 a 30 anos (Netto et al., 2005).
524
525 2.1.1 Partes de um sistema de abastecimento de água
526 De acordo com Magalhães et al. (2004) um sistema de abastecimento de água
527 é composto das seguintes unidades: manancial, captação, condutas adutoras (água
528 bruta e água tratada), estação de tratamento de água, reservatório, estação
529 elevatória e rede de distribuição, como se pode observar na Figura 2.1.
530
531
532
46 20
47
48
533
534 Figura 2.1 - Unidades de um sistema de abastecimento de água. Fonte: Magalhães et al. (2004).
535
536 a) Manancial
537 É a fonte de onde se retira a água com condições sanitárias adequadas e caudal
538 suficiente para atender à demanda. De maneira geral os mananciais são
539 classificados quanto a origem em manancial superficial e manancial subterrâneo, na
540 sua escollha deve-se levar em consideração a qualidade da água, o consumo actual
541 provável, bem como a previsão de crescimento da comunidade e a sua capacidade
542 ou não de satisfazer a este consumo (Magalhães et al., 2004).
543
49 21
50
51
544 b) Captação
545 As obras de captação são aquelas realizadas com o intuito de recolher a água
546 natural proveniente dos mananciais (superficial ou subterrâneo). Uma terceira
547 alternativa poderá também ser utilizada e que consiste no aproveitamento das águas
548 pluviais, as quais podem ser recolhidas em telhados e/ou superfícies preparadas
549 para o efeito e posteriormente encaminhadas para cisternas/reservatórios
550 destinados ao abastecimento de pequenas comunidades. O tipo de captação varia
551 conforme as condições locais, hidrológicas, topográficas e, no caso das águas
552 subterrâneas, também segundo condições hidrogeológicas. A captação é a primeira
553 fase de um sistema de abastecimento de água, e o seu constante e bom
554 funcionamento depende do desempenho de todas as fases subsequentes (Vilas-
555 Boas, 2008).
556
557 c) Estação elevatória
558 É o conjunto de obras e equipamentos destinados a recalcar a água para a
559 unidade seguinte. Em sistemas de abastecimento de água, geralmente há várias
560 estações elevatórias, tanto para o recalque de água bruta, como para o recalque de
561 água tratada. Quanto a sua classificação, ela pode ser classificada de acordo a
562 natureza da água que transporta, sendo denominada de estação elevatória de água
563 bruta quando recalca água bruta, e denominada de estação elevatória de água
564 tratada quando recalca água tratada. As elevatórias utilizadas para o reforço na
565 adução ou na rede de distribuição é normalmente denominada “booster” ou estação
566 pressurizada (quando é utilizada para aumentar pressão). De acordo com a
567 instalação da bomba, as elevatórias podem ser classificadas em elevatórias de poço
568 seco e estações elevatórias de poço úmido. A classificação de seco ou úmido refere-
569 se à localização da bomba, quando a bomba se localiza fora da água é denominada
570 de poço seco, caso contrário, de poço úmido. Os principais componentes de uma
571 estação elevatória são (Tsutiya, 2006):
572 Equipamento electro-mecânico
573 - Bomba;
574 - Motor.
575 Tubulações
576 - Sucção;
52 22
53
54
577 - Barrilete;
578 - Recalque.
579 Construção civil
580 - Poço de sucção;
581 - Casa de bomba.
582
583 d) Adutora
584 Canalização que se destina a conduzir água entre as unidades do sistema de
585 abastecimento de água que precedem a rede de distribuição. A tubulação que deriva
586 de uma adutora indo alimentar outros pontos do sistema ou conduzindo água entre
587 reservatórios, é chamada subadutora (Netto et al., 2005).
588
589 De acordo com Magalhães et al. (2004), as adutoras são classificadas da
590 seguinte maneira:
591 Quanto à natureza da água transportada:
592 - Adutoras de água bruta: tubulações que transportam a água sem
593 tratamento;
594 - Adutoras de água tratada: tubulações que transportam a água tratada.
595 Quanto à energia para a movimentação da água:
596 - Adutora por gravidade: aquelas que transportam a água de uma cota
597 mais elevada para a cota mais baixa;
598 - Adutora por recalque: aquelas que transportam a água de um ponto para
599 outro com cota mais elevada, através de estações elevatórias;
600 - Adutoras mista: compostas de Trechos por recalque e de Trechos por
601 gravidade.
602
603 e) Estação de tratamento de água
604 É a unidade do sistema responsável pelo enquadramento da água a ser
605 fornecida à população nos padrões de potabilidade (Souza, 2007). O tratamento de
606 água consiste em melhorar suas características organolépticas, físicas, químicas e
607 bacteriológicas, a fim de que se torne adequada ao consumo humano. As águas de
608 superfície são as que mais necessitam de tratamento, porque se apresentam com
609 qualidades físicas e bacteriológicas impróprias, com exceção das águas de
55 23
56
57
610 nascentes que, com uma simples proteção das cabeceiras e cloração, podem ser,
611 muitas vezes, consumidas sem perigo (Magalhães et al., 2004).
612
613 Os processos de tratamento de água são muito variados, podendo-se efectuar
614 uma simples correcção química e desinfecção, como acontece frequentemente nas
615 águas subterrâneas captadas. Em contrapartida, no caso de se recorrer a águas
616 superficiais para abastecimento, o tratamento destas pode implicar complexos
617 conjuntos de processos de tratamento como: coagulação, clarificação, filtração,
618 correcção química e desinfecção (Vilas-Boas, 2008)
58 24
59
60
619
620 f) Reservatório
621 São unidades do sistema destinadas a compensar as variações horárias de
622 caudal (Netto et al., 2005). A necessidade do uso dos reservatórios para
623 armazenamento no sistema resulta da impossibilidade económica das adutoras
624 serem
625 projectadas para garantirem o abastecimento em qualquer circunstância de
626 funcionamento, e suas principais finalidades são (Vilas-Boas, 2008):
627 Regularização entre os caudais transportados pela adução e os caudais
628 distribuídos ao longo da rede;
629 Constituição de uma reserva a ser utilizada em situações de carácter
630 extraordinário (acidentes na captação, avarias em condutas, cortes de
631 energia, substituição de bombas, ou situações de combate a incêndios);
632 Homogenização de características da água distribuída quando a qualidade
633 da água na origem é variável;
634 Equilíbrio de pressões nas redes de distribuição (manter pressão mínima ou
635 constante na rede);
636 Regularização do funcionamento das bombagens, no caso do reservatório
637 estar associado a uma estação elevatória.
638
639 Os reservatórios são classificados segundo os seguintes aspectos:
640 Função:
641 - reservatórios de distribuição;
642 - reservatórios de regularização.
643
61 25
62
63
677 - Mista
678 De acordo com o número de zonas de pressão:
679 - Zona única;
680 - Múltiplas zonas.
681
67 27
68
69
70 28
71
72
742 pode existir em certo lugar. O relevo da superfície terrestre é uma feição contínua e
743 tridimensional. As curvas de nível são a forma mais tradicional para a representação
744 do relevo e podem ser definidas como linhas que unem pontos com a mesma cota
745 ou altitude, sendo que quanto mais próximas entre si, mais inclinado é o terreno que
746 representam. Elas podem ser classificadas em curvas mestras ou principais e
747 secundárias. As mestras são representadas com traços diferentes das demais (mais
748 espessos, por exemplo), sendo todas numeradas. As curvas secundárias
749 complementam as informações (Veiga et al., 2012).
750
751 Actualmente é possível conjugar o uso de um programa para cálculo
752 topográfico e um programa CAD. Alguns programas de Topografia têm seu CAD
753 próprio, outros trabalham em conjunto com um CAD específico, como o AUTOCAD.
754 Com a utilização de um CAD para a elaboração do desenho ganha-se em tempo e
755 qualidade. A elaboração do desenho de forma tradicional é muito demorada.
756 Desenho com esquadros e transferidores, a elaboração de texto, entre outros, faz
757 com que o processo seja bastante lento, além disto, neste caso é fundamental para
758 um bom produto final que o desenhador tenha habilidade para este fim. Desenhos
759 em CAD requerem que o desenhador tenha conhecimento do programa e a
760 qualidade do produto final dependerá, entre outras coisas, da capacidade do
761 desenhador em explorar as ferramentas disponíveis (Veiga et al., 2012).
762
763 2.4 Traçado e comportamento de redes de distribuição de água
764 As tubulações que formam uma rede de distribuição podem ser classificadas
765 como principais ou secundárias. Denominam-se principais aquelas de maior
766 diâmetro reponsáveis pela alimentação das tubulações secundárias, sendo as
767 secundárias aquelas de menor diâmetro encarregados do abastecimento directo aos
768 prédios a serem atendidos pelo sistema (Netto et al., 2005).
769
770 A rede é classificada como ramificada quando o abastecimento se faz a partir
771 de uma tubulação principal, alimentada por um reservatório ou através de uma
772 estação elevatória, e a distribuição da água é feita directamente para as tubulações
773 secundárias, sendo conhecido o sentido do caudal em qualquer Trecho, e malhada,
774 quando as tubulações principais formam anéis ou blocos, de modo que, pode-se
73 29
74
75
775 abastecer qualquer ponto do sistema por mais de um caminho, o que permite uma
776 maior flexibilidade em satisfazer a demanda e manutenção da rede, com o mínimo
777 de interrupção no fornecimento de água a rede. Ao verificar-se a junção da rede
778 ramificada com a rede malhada, numa mesma rede de distribuição de água a rede
779 será classificada como mista (Tsutiya, 2006).
780
781 De acordo com o autor supracitado, na rede ramificada, um acidente que
782 interrompa o escoamento em uma tubulação, faz comprometer todo o abastecimento
783 nas tubulações situadas a jusante da mesma. Portanto, a adoção de ramificada é
784 recomendada somente em casos em que a topografia e os pontos a serem
785 abastecidos não permitam o traçado como rede malhada. Nas condições em que a
786 distribuição da urbanização não permitir que se empregue a solução de redes
787 ramificadas usam-se a distribuição em forma de Clauster.
788
789 Na Error: Reference source not found2.2 apresenta-se o exemplo de uma rede
790 ramificada, onde a tubulação principal está representada com a cor azul, as
791 tubulações secundárias com a cor verde e os nós da rede pela cor castanha,
792 observando-se que as cetas que indicam o sentido de escoamento dos caudais têm
793 sentido único. A Figura 2.3 mostra o exemplo da rede classificada como malhada
794 com as codificações das cores iguais a da Figura 2.2, onde se pode obervar que as
795 redes principais formam um total de quatro malhas e o sentido de escoamento dos
796 caudais faz-se em mais de um caminho para atingir os nós da rede. Na Figura 2.4
797 apresenta-se o exemplo de uma rede mista.
798
799
Figura 2.2 - Exemplo de uma rede ramificada. Fonte: Adaptado de Tsutiya (2006).
76 30
77
78
800
801
Figura 2.3 - Exemplo de rede classificada como malhada. Fonte: Adaptado de Tutsiya
(2006).
802
803 Figura 2.4 - Exemplo de uma rede mista. Fonte: Rei (2019).
804
805 2.5 Caudais e consumos num sistema de abastecimento de água
806 A quantidade de água que é destinada a cada habitante para consumo,
807 considerando todo o consumo de serviços e perdas físicas no sistema, em um dia
808 médio anual é definido como consumo per capita (Téran, 2013).
809
79 31
80
81
82 32
83
84
843 habitantes, obtém-se o consumo per capita por economia ou consumo per capita por
844 habitante. Nestes consumos incluem-se todos os tipos de consumidores, inclusive
845 os grandes consumidores (Tsutiya, 2006).
846
847 A medição dos caudais captados, produzidos, aduzidos e armazenados
848 (incluindo os importados e exportados) pelo sistema, bem como dos caudais
849 entrados ou saídos em cada sector de distribuição ou zona de medição e controlo é
850 essencial para o cálculo adequado dos balanços hídricos (consumos do sistema de
851 abastecimento de água) (Coelho et al., 2006).
852
853 2.6 Modelos de simulação hidráulica
854 As redes de distribuição caracterizam-se por serem infra-estruturas tipicamente
855 enterradas e não visitáveis. As deficiências existentes não são por isso facilmente
856 detectáveis de forma directa. Muitas vezes a entidade gestora apercebe-se de que
857 alguma coisa não está bem através de sintomas exteriores tais como a falta de
858 pressão, a falta de água, elevados volumes de perdas, surgimento de água à
859 superfície do terreno, coloração ou turvação da água. A caracterização e o
860 diagnóstico detalhado da situação exigem o uso de instrumentos de apoio. Os
861 modelos de simulação são ferramentas que permitem com margem de erro
862 estimável, analisar e prever o comportamento hidráulico e de parâmetros de
863 qualidade da água do sistema, a partir das características dos seus componentes,
864 da sua forma de operação e dos consumos solicitados. Os modelos permitem assim,
865 a rápida e eficaz realização de análises de sensibilidade e a simulação dos cenários
866 mais variados, com suficiente aproximação, sem ser necessário interferir com o
867 sistema em causa ou arriscá-lo a modos de operação desconhecidos (Alegre et al.,
868 2005).
869
870 Com o uso de modelos, o operador pode simular o que está ocorrendo em
871 qualquer local do sistema de distribuição sob ampla gama de condições possíveis. A
872 coleta de uma quantidade tão grande de dados em campo teria um custo proibitivo.
873 Com um modelo, o operador pode analisar situações que seriam difíceis, ou mesmo
874 impossíveis, de configurar no sistema físico (por exemplo, deixar uma estação de
875 tratamento de água fora de serviço por um dia). Um modelo calibrado permite que o
85 33
86
87
895
896 Figura 2-5 - Faseamento do desenvolvimento de um modelo. Fonte: Coelho et al. (2006).
88 34
89
90
897
898 De acordo com Coelho et al. (2006), para a Fase A constam como objectivos,
899 a definição do sistema a estudar e das convenções a adoptar na modelação,
900 levantamento preliminar de disponibilidade de dados de cadastro e definição das
901 opções básicas de modelação. A Fase B consiste na recolha de elementos
902 necessários para a descrição física do sistema ( cadastro das redes, de
903 reservatórios, de instalações elevatórias, de válvulas utilizadas para operação e
904 outros elementos físicos), geração dos dados prioritários eventualmente em falta e
905 estruturação dos dados físicos para carregamento no modelo. Seguidamente na
906 Fase C constam a recolha e formatação de dados de medição de caudal na rede,
907 tipificação de cenários e processamento dos dados de consumo para carregamento
908 no modelo. Da Fase D constam o levantamento das regras de operação do sistema,
909 nomeadamente níveis de operação de reservatórios, consignas de caudal,
910 regulações de válvulas e bombas, e modos de operação do sistema de telegestão
911 (caso exista) e processamento dos dados para carregamento no modelo.
912 Posteriormente a Fase E consiste na compilação dos ficheiros completos
913 correspondentes aos cenários modelados, e estabelecimento das respectivas
914 soluções-base (não calibradas) de modelação, eliminação dos erros detectáveis e
915 afinação de opções de modelação, exploração das capacidades de simulação
916 oferecidas, e primeira abordagem aos objectivos de modelação para ganho de
917 sensibilidade ao modelo. Seguidamente na Fase F constam a identificação das
918 necessidades de calibração e planificação dos trabalhos a executar, realização de
919 campanhas de medição de rede (caudais e pressões) e de ensaios de perda de
920 carga e calibração iterativa do modelo por comparação com os resultados de
921 campo, e finalmente na Fase G constam a reavaliação dos objectivos prioritários
922 para o modelo, inicialmente determinados na Fase A, estabelecimento de
923 procedimentos de utilização do modelo, planeamento do desenvolvimento
924 continuado do modelo e estabelecimento de procedimentos de actualização do
925 modelo, estabelecimento e escolha de uma estratégia futura de software.
926
927 2.6.1 Ferramentas de simulação hidráulica
928 De acordo com O.M. Awe et al. (2019), diferentes softwares licenciados e
929 produtos freeware estão disponíveis para projectar e modelar várias categorias de
91 35
92
93
963
964 2.6.2 Dados necessários para a construção do modelo
965 A construção de um modelo de simulação passa pela recolha ou geração, e
966 pela compilação em formatos específicos, da informação que descreve (Coelho et
967 al., 2006):
968 A topologia, geometria, altimetria e características (passíveis de influenciar o
969 comportamento hidráulico e dos parâmetros de qualidade da água) da infra-
970 estrutura física – tubulações, válvulas, reservatórios, bombas e outros
971 elementos;
972 As solicitações ao sistema, sob a forma de consumos e caudais, tanto na
973 sua distribuição espacial como na escala e variação temporal;
974 O funcionamento operacional do sistema, para os vários cenários de gestão
975 técnica a simular.
976
977 A escolha dos métodos a empregar para executar qualquer das três tarefas, mas
978 sobretudo as duas primeiras – que representam a maior parcela do volume de
979 trabalho acarretado pelo desenvolvimento de um modelo, é um passo crucial na
980 racionalização do esforço a realizar e no aproveitar das eventuais sinergias que
981 possam ser conseguidas, nomeadamente com o desenvolvimento paralelo dos
982 outros sistemas de informação da entidade gestora.
983
984 2.6.3 Aplicações dos modelos de Simulação
985 Os modelos de simulação têm múltiplas aplicações nos domínios do
986 planeamento, projecto, operação, manutenção e reabilitação de sistemas de
987 transporte e distribuição de água. De entre as utilizações mais comuns poderão
988 destacar-se (Coelho et al., 2006):
97 37
98
99
100 38
101
102
1021 inclui, associada a uma vastíssima gama de ferramentas de análise espacial, faça
1022 com que esta aplicação seja uma das mais versáteis e completas.
1023
1024 Em sistemas de abastecimento de água, o georreferenciamento possibilita a
1025 espacialização dos seus elementos e de dados de manutenção, facilitando a
1026 identificação de áreas atendidas, regiões de intervenções e manobras necessárias,
1027 além da possibilidade de interação com as características topográficas e
1028 ocupacionais destas localidades (BEUKEN et al., 2009, citado por Pladevall at al.,
1029 2019).
1030
1031 2.6.4.1 Caracterização do ArcGIS
1032 O ArcGIS é um pacote de softwares da ESRI (Environmental Systems
1033 Research Institute) de elaboração e manipulação de informações vectoriais e
1034 matriciais para o uso e gerenciamento de bases temáticas. Uma das primeiras
1035 operações de grande relevância a ser feita quando se inicia um trabalho no ArcGIS é
1036 a definição do Sistema de coordenadas. Na vista Coordinate system deve ser
1037 definido o sistema de Projecção de trabalho. O aplicativo dispõe de um conjunto
1038 vasto de sistemas de coordenadas predefinidos, que permitem de modo simples
1039 associa-los aos temas. O ArcGIS está organizado de forma compreensível e intuitiva
1040 e está estruturado em três módulos funcionais: ArcCatalog; ArcMap e ArcToolbox.
1041 (Rubert, 2011).
1042
1043 O aplicativo central usado no ArcGIS é o ArcMap, cuja descrição da tela
1044 apresenta-se na Figura 2.6, onde se pode exibir e explorar conjuntos de dados GIS
1045 para a área de estudo, onde se atribui símbolos e se criam layouts de mapas para
1046 impressão ou publicação. ArcMap também é o aplicativo usado para criar e editar
1047 conjuntos de dados e representa informações geográficas como uma coleção de
1048 camadas e outros elementos em um mapa. Os elementos comuns do mapa incluem
1049 o quadro de dados que contém as camadas do mapa para uma determinada
1050 extensão, além de uma barra de escala, seta para o norte, título, texto descritivo,
1051 uma legenda de símbolo e assim por diante (Rubert, 2011).
1052
103 39
104
105
106 40
107
108
1070
109 41
110
111
1071
112 42
113
114
1072
1073
1074 2.7 Dimensionamento de redes de distribuição de água
1075 O dimensionamento de sistemas de distribuição de água tem como principais
1076 objectivos, do ponto de vista hidráulico, a garantia de fornecimento dos consumos
1077 previsíveis, em condições de conforto hidráulico, minimizando os custos de energia
1078 e as perdas de água na rede. Do ponto de vista de qualidade da água, a rede deve
1079 ser dimensionada de forma a garantir o seu fornecimento em condições sanitárias
1080 adequadas e a minimizar a necessidade de pontos de recloragem ou de descargas
1081 periódicas (Coelho et al., 2006).
1082
1083 No dimensionamento de rede deve-se determinar os diâmetros, caudais nos
1084 Trechos e cotas piezométricas nos NÓS, com o condicionamentos nas velocidades
1085 e pressões, essas pressões são a pressão dinâmica mínima e a pressão estática
1086 máxima (Tsutiya, 2006).
1087
1088 Estabelecem-se pressões mínimas para que a água alcance os reservatórios
1089 domiciliares. A fixação de pressões máximas é função da resistência das tubulações
1090 e controle de perdas da água. É recomendável que, obedecidas às condições de
1091 pressões mínimas, as máximas sejam as menores possíveis. As limitações de
1092 velocidade estão associadas, tanto à segurança e durabilidade das tubulações,
1093 como ao custo de implantação e operação. As baixas velocidades favorecem a
1094 durabilidade, sob aspecto da abrasão das tubulações e peças especiais e ainda
1095 minimizam os efeitos dos transitórios hidráulicos ocasionados pelas variações de
1096 pressão e, por outro lado, facilitam o depósito de materiais existentes na água. As
1097 altas velocidades diminuem o diâmetro da tubulação e consequentemente o custo
1098 de aquisição e assentamento da tubulação, entretanto, causam aumento da perda
1099 de carga com aumento dos custos de energia eléctrica nos bombeamentos ou na
1100 altura dos reservatórios, causam ruído na tubulação, favorecem o desgaste por
1101 abrasão e cavitação de peças e válvulas, aumentando os custos de manutenção
1102 (Tsutiya, 2006).
1103
115 43
116
117
1104 De acordo com o autor supracitado, a determinação dos caudais nos Trechos e
1105 o metódo aplicado ao dimensiomento dependem do tipo de rede a ser implantada.
1106 Para o dimensionamento de redes ramificadas o autor destaca o método tradicional
1107 e o método de Granados. Já para o dimensionamento de redes malhadas, o autor
1108 destaca o método do seccionamento fictício e o método de cálculos iterativos de
1109 Hardy-Cross.
1110
1111 2.8 Gestão de pressão nas redes de distribuição de água
1112 Para garantir um uso eficiente da água é conveniente que as pressões não sejam
1113 excessivas, limitando-se desejavelmente aos valores que permitam uma utilização
1114 confortável. Esta medida consiste num controlo cuidado, pelas entidades gestoras
1115 de sistemas públicos de abastecimento de água, das pressões nos sistemas de
1116 distribuição, o que passa por aspectos não só de concepção do sistema, mas
1117 também de operação e manutenção corrente. Esse controlo deve permitir garantir
1118 em toda a rede, em permanência, pressões acima dos mínimos regulamentares mas
1119 evitar valores excessivos e desnecessários, que contribuem para um maior consumo
1120 durante a utilização de dispositivos como torneiras, chuveiros ou bocas de rega
1121 (Alegre et al., 2005).
1122
1123 A gestão das pressões pode resultar no aumento ou diminuição das pressões
1124 em diferentes sectores das redes de distribuição, sendo muitas vezes necessário
1125 adoptar sistemas dinâmicos que tenham uma resposta activa às variações diárias ou
1126 outras. Os autores Alegre et al. (2005)consideram como principais benefícios
1127 resultantes da gestão da pressão os seguintes:
1128 Redução do caudal de perdas;
1129 Redução do consumo em dispositivos sujeitos à pressão do sistema público;
1130 Estabilidade da pressão na rede de distribuição;
1131 Protecção do estado estrutural da rede e redução do número de novas
1132 roturas;
1133 Garantia dos caudais de incêndio.
1134
1135 A análise e avaliação do sistema existente, identificando problemas com níveis
1136 de pressão, perdas e roturas, baseiam-se na informação disponível sobre o sistema,
118 44
119
120
121 45
122
123
1169
Figura 2.7 - Esquema da sectorização de um sistema para atender diversas zonas de pressão. Fonte:
Tsutiya (2006).
124 46
125
126
1188
1189 c) Estação pressurizadora ou Booster
1190 A estação pressurizadora ou estação elevatória de reforço, também conhecido
1191 com o nome de booster, é geralmente utilizada em instalações que necessitam de
1192 aumento de pressão ou de caudal, podendo estas serem utilizadas na adução e na
1193 distribuição de água. A utilização das boosters na rede de distribuição de água
1194 mostra-se uma solução interessante para o controle de pressões nos sectores de
1195 abastecimento. Em grande parte das vezes, todavia, o emprego desses
1196 equipamentos é para solucionar em curto prazo problemas de abastecimento que
1197 estão ocorrendo na região. Em associação com VRP, o uso de booster permite
1198 optimizar o zoneamento piezométrico, explorando ao máximo o potencial de redução
1199 de pressão de uma VRP e reforçando a carga nos pontos mais altos que porventura
1200 ficarem com pressões muito baixas ou totalmente despressurizados (Tsutiya, 2006).
1201
1202 d) Reservatórios e instalações elevatórias.
1203 Qualquer reservatório ou instalação elevatória apresenta algum potencial para
1204 controlo de pressão a um custo relativamente baixo. Os níveis operacionais dos
1205 reservatórios devem ser estabelecidos de modo a minimizar as pressões elevadas e
1206 a evitar a ocorrência de extravasamentos que podem estar na origem de perdas
1207 significativas. A monitorização dos níveis permite avaliar oportunidades de correcção
1208 tanto em termos de gestão da pressão como de redução de extravasamentos. A
1209 escolha dos períodos de bombeamento deve ser feita de modo a evitar causar um
1210 aumento significativo das pressões na rede (Alegre et al., 2005).
1211
127 47
128
129
130 48
131
132
1245 partir do software ArcGIS. Com recurso ao ArcGIS foi feito um levantamento
1246 populacional apenas da zona abastecida pelo CD Cazenga. Com a ferramenta e
1247 através de imagens satélite foi possível traçar polígonos sobre as residências da
1248 área de estudo, consequentemente a ferramenta gerou uma tabela de atributos
1249 enumerando a quantidade de polígonos traçados, que são equivalentes ao número
1250 de habitações contadas. Foi considerada 6 pessoas como média do número de
1251 pessoas por residência conforme os dados do censo de 2014.
1252
1253 3.3 Levantamento topográfico assistido por computador
1254 A recolha de dados necessários à elaboração de uma planta ou carta
1255 topográfica de uma dada parcela da superfície terrestre é designada por
1256 levantamento topográfico podendo tradicionalmente ser divido em duas partes: o
1257 levantamento planimétrico, onde se procura determinar a posição planimétrica dos
1258 pontos (Coordenadas X e Y) e o levantamento altimétrico, onde o objetivo é
1259 determinar a cota ou altitude de um ponto (Coordenada Z). Com o levantamento
1260 topográfico altimétrico são obtidos diversos pontos com cotas/altitudes conhecidas.
1261 A partir destes é que as curvas serão desenhadas (Veiga et al., 2012).
1262
1263 Tal como visto no item 2.3, actualmente é possível conjugar o uso de um
1264 programa para cálculo topográfico. Basicamente o que estes programas fazem é
1265 calcular as coordenadas dos pontos e lançá-las no editor gráfico para a realização
1266 do desenho. Além disto, apresentam uma série de facilidades e utilitários para o
1267 desenho, como traçado de curvas de nível utilizando Modelos Digitais de Terreno,
1268 criação automática de malha de coordenadas, elaboração de perfis do terreno,
1269 inserção automática de folhas de desenho, rotulação de linhas com azimutes e
1270 distâncias, etc. Cabe salientar que, seja no método tradicional quanto utilizando o
1271 computador, o desenhador deve conhecer os conceitos de desenho técnico e de
1272 representação topográfica (Veiga et al., 2012).
1273
1274 No presente trabalho, o levantamento topográfico foi feito valendo-se da
1275 ferrameta de geoprocessamento SIG, o ArcGIS, auxiliado pelo aplicativo Google
1276 Earth e o utilitário online GPS Visualizer.
1277
133 49
134
135
136 50
137
138
139 51
140
141
142 52
143
144
1374 ponto. Nesta fase do traçado da rede pelo ArcGIS, foram ainda compilados as
1375 altimetrias dos NÓS com base nas curvas de nível resultantes do levantamento
1376 topográfico.
1377
1378 3.5 Determinação dos caudais
1379 3.5.1 Determinação do caudal específico
1380 No dimensionamento das redes malhadas o caudal de dimensionamento a ser
1381 considerado é o caudal específico, determinada com base nas densidades
1382 demográficas (d), coeficiente per capita (q) e coeficientes de variação horária e
1383 diária de caudal, conforme a equação a seguir:
1384
K 1 K 2 dq
Qd = Equação 1
86400
1385
1386 onde:
1387 Qd = caudal específico de distribuição ou caudal total do sector, l/s.ha;
1388 d = densidade demográfica, hab/ha;
1389 K1 = coeficiente do dia de maior consumo;
1390 K2 = consumo da hora de maior consumo;
1391 q = consumo per capita, l/hab.dia.
1392
1393 Segundo Tsutiya (2006), quando não existirem medições de caudais, podem
1394 ser adoptados valores de consumo médio per capita de água e os seus coeficientes
1395 de variação de caudal encontrados em medições de sectores ou sistemas com
1396 características semelhantes. A Error: Reference source not found3.1 apresenta
1397 alguns valores de consumo per capita que podem ser adoptados em função do tipo
1398 de abastecimento.
1399
1400 Tabela 3.1 - Valores de consumo per capita. Fonte: PDGML Etapa 2D (2014).
Consumo típico Variação
Tipo de abastecimento de água
(l/hab.dia) (l/hab.dia)
Torneira(distância pedonal de 200m) 25 10 - 50
Ligação de quintal 55 50 - 100
Ligação domiciliária, nível de desenvolvimento:
Moderado 80 50 - 100
145 53
146
147
148 54
149
150
sistema operando
há vários anos
Recomendação
Walski et al. EUA 2001 1.2 -3.0
para projecto
Medições dem
Hammer EUA 1996 1.2 – 4.0 sistemas norte-
americanos
Recomendação
AEP Canada 1996 1.5 -2.5
para projecto
1408
1409 Tabela 3.3 - Coeficiente da hora de maior consumo (K2). Fonte: Tsutiya (2006).
Condições de
Autor/Entidade Local Ano Coeficiente
obtenção do valor
Recomendação
Azevedo Neto Brasil 1973 1.50
para projecto
Yassuda e Recomendação
Brasil 1976 1.50 – 3.0
Nogami para projecto
Medições de
Valinhos e
CETESB 1978 2.08 – 2.35 sistema operando
Iracemápolis
há vários anos
Recomendação
PNB-587-ABNT Brasil 1977 1.5
para projecto
Recomendação
Orsini Brasil 1996 1.5
para projecto
Azevedo Netto Recomendação
Brasil 1998 1.5 - 2.3
et al. para projecto
Medições de
Tsutiya RMSP - Setor Lapa 1989 1.5 – 4.3 sistema operando
há vários anos
Medições de
Saporta et al. Barcelona - Espanha 1993 1.3 – 1.4 sistema operando
há vários anos
Recomendação
Walski et al. EUA 2001 3.0 – 6.0
para projecto
151 55
152
153
Medições em
Hammer EUA 1996 1.5 – 10.0 sistemas norte-
americanos
Recomendação
AEP Canada 1996 3.0 – 3.5
para projecto
1410
1411 Para o caso de estudo, foi considerado apenas a categoria de consumo
1412 doméstico, e a estimativa desses consumos foi feito adoptando valores de consumo
1413 médio per capita de água conforme a Tabela 3.1 e os coeficientes de variação de
1414 caudal apresentados nas Tabelas 3.2 e Tabela 3.3. Para Coeficiente do dia de maior
1415 consumo (K1) adoptou-se o valor relactivo a Medições de sistema operando há
1416 vários anos proposto por CETESB (1978) e Saporta et al. (1993), para o Coeficiente
1417 da hora de maior consumo (K2) adoptou-se também o valor relactivo a Medições de
1418 sistema operando há vários anos proposto por Saporta et al. (1993). Quanto a
1419 densidade demográfica, foi usada aquela resultante do estudo demográfico
1420 apresentado anteriormente.
1421
1422 3.5.2 Caudais concentrados nos NÓS
1423 Ao longo das redes principais, os caudais são distribuídos em marcha.
1424 Entretanto, para efeito de cálculo, sem prejuízo do dimensionamento, estes caudais
1425 são substituídos por caudais concentrados em determinados pontos,
1426 convenientemente localizados, denominados NÓS da rede de distribuição. A cada
1427 NÓ corresponde uma área de atendimento denominada área de influência do nó;
1428 devem obrigatoriamente ser localizados onde há uma ramificação da rede principal.
1429 Outros NÓS devem ser dispostos, principalmente junto a grandes consumidores.
1430 Obtém-se estes caudais multiplicando a extenção da área de influência dos NÓS
1431 pelo caudal específico (Tsutiya, 2006):
1432
q nó=Qd∗Ai Equação 2
1433
1434 onde:
1435 Qd = caudal específico de distribuição ou caudal total do sector, l/s.ha;
1436 Ai = área de influência do NÓ, ha.
1437
154 56
155
156
157 57
158
159
1471
1472 Um polígono de Thiessen é um diagrama de Voronoi que também é referido
1473 como o Dirichlet Tesselação. Dado um conjunto de pontos definidos, um polígono
1474 Thiessen divide um plano de tal forma que cada ponto está dentro de um polígono e
1475 atribui a área para um ponto no conjunto de pontos. Qualquer local dentro de um
1476 polígono de Thiessen específico está mais próximo do ponto desse polígono do que
1477 de qualquer outro ponto. Matematicamente, um Thiessen é construída pela
1478 interseção de linhas bissetrizes perpendiculares entre todos os pontos (Bentley
1479 WaterGEMS V8i User’s Guide).
1480
1481 Inicalmente foi importado os shapfiles dos NÓS e da área correspondente a
1482 zona abastecida pelo CD Cazenga (considerando esta a área total envolvente dos
1483 NÓS) para o ambiente de trabalho do Watercad usando a sua ferramenta
1484 Modelbiulder, de seguida foi aplicado o referido comando, obtendo-se assim o
1485 traçado das áreas de influência de cada NÓ, cuja as áreas em hectares foram
1486 obtidos consultando a sua tabela de atributos no ArcGIS. Calculadas as áreas de
1487 influência dos NÓS, o passo seguinte foi calcular o caudal concentrado em cada NÓ
1488 aplicando a Equação 2.
1489
1490 3.6 Contrução do modelo da rede pelo WaterGEMS V8i
1491 Para fins da construção do modelo no WaterGEMS V8i os principais elementos
1492 do sistema são organizados nas seguintes categorias (Bentley WaterGEMS V8i
1493 User’s Guide):
1494 Tubulações: transporta água de um local (ou NÓ) para outro;
1495 Junções/ NÓS: pontos específicos, ou NÓS, no sistema em que um evento
1496 de interesse está ocorrendo;
1497 Reservatórios e Tanques: NÓS de limite com um grau hidráulico conhecido
1498 que definem os graus hidráulicos iniciais para qualquer ciclo computacional.
1499 Coelho et al. (2006), utilizam uma designação simplificada para cada um desses
1500 dois elementos, e tornam mais clara a distinção entre eles. O Reservatório é
1501 designado por esses autores como RNF (reservatório de nível fixo) e definem-o
1502 como NÓS especiais em que a cota da superfície livre é fixada pelo utilizador e não
1503 é alterada pelo processo de cálculo. Já o tanque é designado como RNV
160 58
161
162
1504 (reservatório de nível variável), e são definidos como NÓS especiais que possuem
1505 capacidade de armazenamento limitada, e em que o volume de água armazenado
1506 pode consequentemente ser alterado ao longo do tempo, numa simulação em
1507 período alargado.
1508 Bombas: representadas como NÓS. Sua finalidade é fornecer energia ao
1509 sistema e aumentar a pressão da água.
1510 Válvulas: dispositivos mecânicos usados para parar ou controlar o fluxo
1511 através de um tubo ou para controlar a pressão na tubulação a montante ou a
1512 jusante da válvula.
1513
1514 A Tabela 3.4 apresenta os dados básicos para modelação de um NÓ, a Tabela
1515 3.5 apresenta os dados básicos para modelação de tubulações, e a Tabela 3.6
1516 apresenta os dados essenciais para a modelação de RNV no WaterGEMS V8i.
1517
1518 Tabela 3.4 - Dados básicos para modelação de um NÓ. Fonte: Adaptado de Bentley WaterGEMS V8i User’s
1519 Guide.
Propriedade Descrição
ID Identificador exclusivo atribuído a este elemento.
Demand Collection Uma coleção de demandas de linha de base e padrões
temporais associados.
1520
1521 Tabela 3.5 - Dados básicos para modelação de tubulações. Fonte: Adaptado de Bentley WaterGEMS V8i User’s
1522 Guide.
Propriedade Descrição
ID Identificador exclusivo atribuído a este elemento.
Start Node Identificação do Nó onde começa a Tubulação.
Stop Node Identificação do Nó onde termina a Tubulação.
Exibe o comprimento dimensionado ou o comprimento
Length definido pelo usuário, dependendo de qual opção está
definida para a tubulação.
Material Tipo de material da tubulação
Altura de rugosidade de Darcy-Weisbach para a parede do
Darcy-Weisbach e
tubo.
Manning's n N de Manning
163 59
164
165
1535 organizada dentro de um só modelo. Uma vez criados os cenários, o passo seguinte
1536 é configurar a opção de cálculo que o cenário terá. Cada cenário pode ter sua opção
1537 de cálculo própria ou, como opção, herdar uma opção de cálculo de um cenário
1538 parente (Bentley WaterGEMS V8i User’s Guide).
1539
1540 No caso concreto da modelagem da rede da área de estudo usando o
1541 WaterGEMS V8i, foram definidas inicialmete as unidades principais de cada
1542 parâmetro antes da importação dos dados do modelo, de seguida foi feita a
1543 importação automática da geometria da rede usando a ferramenta ModelBuilder,
1544 neste processo foi possível carregar além da geometria da rede, os comprimentos
1545 das tubulações da rede e as cotas de elevação dos NÓS. Realsar que ao importar o
1546 modelo sem a definição das propriedades das tubulações (diâmetros, coeficientes
1547 de rugosidade e material), o programa cria de forma automática essas propriedades,
1548 sendo necessária as suas definições de forma manual. Para as tubulações foi
1549 definido o material de acordo com a Tabela 3.7, e a determinação dos seus
1550 diâmetros foi feita conforme será apresentado no item 3.7. Para os NÓS foram
1551 inseridos os respectivos caudais calculados anteriormente. Já para o reservatório,
1552 tratando-se de um reservatório de nível variável foram definidos a sua cota de
1553 superfície livre, somando sua cota de terreno de 83 m, mais a altura da base do
1554 reservatório a partir do terreno de 30 m mais a altura de coluna de água (estimou-se
1555 uma altura de coluna de água igual 3 m para fins de simulação hidráulica) e definiu-
1556 se um reservatório circular de diâmetro 6.5 m para fins de simulação hidráulica.
1557
1558 Quanto as principais opções de cálculo, foi definida a simulação em estado
1559 estático e para o cálculo das perdas de carga das tubulações foi definido a Equação
1560 3 de Hazen-Williams.
1561
1 ,85 −1 ,85 −4 , 87 Equação 3
J=10 ,65 Q C D
1562
1563 onde:
1564 J - perda de carga unitária, m/m;
1565 Q - caudal, m3/s;
1566 C - coeficiente de rugosidade.
1567
169 61
170
171
172 62
173
174
175 63
176
177
1611
1612 Figura 3.8 - Critério de velocidades máximas. Fonte: Adaptado de Coelho et al. (2006).
1613
1620 dissipação de energia no sistema devida ao transporte da água para satisfação dos
1624 passar por eles maiores caudais. Logo, o primeiro ciclo de correcção de diâmetros a
1625 partir da distribuição inicial vai aumentar os diâmetros das tubulações desses
178 64
179
180
1626 Trechos, em detrimento dos mais longos e rugosos, aos quais corresponderão
1627 diâmetros mais baixos. Assim, ainda que de modo indirecto, esta solução inicial
1628 conduz a uma solução final equilibrada em termos de custos de investimento. Tem
1629 ainda a vantagem de não ser necessário arbitrar uma distribuição inicial de caudais
1634 evidenciem que existem Trechos que estão a trabalhar longe da sua capacidade
1635 máxima admissível, quer por excesso quer por defeito. Deste modo, há que fazer um
1641 Passo 4: Com base nos novos diâmetros, repete-se o cálculo do equilíbrio
1642 hidráulico. O processo continua até que deixe de haver alterações de diâmetros
1643 entre iterações sucessivas.
1644
1645 Com vista a determinação prévia de uma colecção de diâmetros das
1646 tubulações da rede, foi feito um pré dimensionamento usando software WaterGEMS
1647 V8i valendo-se do critério de velocidades máxima apresentada, essa primeira fase
1648 da simulação serviu para determinar a solução base do sistema, tendo como base
1649 para os critérios de dimensionamento os estabelecidos no Decreto Regulamentar nº
1650 23/95 – Artigo 21º de portugal.
1651
V máx =0.127 D
0, 4 Equação 4
1655
1656 onde:
1657 D = diâmetro da tubulação, mm ;
1658 Vmáx = velocidade máxima, m/s;
1659
1660 A velocidade de escoamento para o caudal de ponta no ano início de
1661 exploração do sistema não deve ser inferior a 0,3 m/s, devendo-se prever
1662 dispositivos adequados para descarga periódica nas condutas onde não seja
1663 possível verificar-se este limite.
1664
1665 a) Limitação das pressões
1666 O regulamento estabelece que a pressão máxima (estática ou de serviço), em
1667 qualquer ponto de utilização, não deve ultrapassar os 600 kPa, medida ao nível do
1668 solo.
1669
1670 O regulamento refere ainda que a pressão de serviço em qualquer dispositivo
1671 de utilização predial, para o caudal de ponta, não deve ser, em regra, inferior a 100
1672 kPa. Deste modo, a pressão mínima, na rede pública e ao nível do arruamento pode
1673 ser calculada pela seguinte expressão:
1674
H = 100 + 40n Equação 5
1675
1676 onde:
1677 H = pressão mínima (kPa);
1678 n = o número de pisos acima do solo, incluindo o piso térreo.
1679
1680 b) Limitação dos diâmetros
1681 Para as tubulações principais o regulamento recomenda os seguites diâmetros
1682 mínimos:
1683 60 mm em aglomerado com menos de 20000 habitantes;
1684 80 mm em aglomerados com mais de 20000 habitantes.
1685
1686 O diâmetro considerado para todos os Trechos no passo 1 para o cálculo dos
1687 caudais foi o de 200 mm. Determinados os caudais nos Trechos foi possível calcular
184 66
185
186
1688 os novos diâmetros em função dos caudais máximos. Os caudais máximos para
1689 cada Trecho foi determinado usando o sistema de equação formado pela equação
1690 da velocidade máxima (Equação 4) e a equação da continuidade (Equação 6).
1691
2
πD V Equação 6
Q=
4
1692
1693 onde:
1694 D = diâmetro da tubulação, m ;
1695 V = velocidade média do escoamento, m/s;
1696 Q = caudal, m3/s.
1697
1698 3.8 Gestão de pressão na rede com a instalação de VRP’s
1699 Problemas de baixa pressão geralmente são identificados e corrigidos
1700 rapidamente, devido a reclamações de clientes. Problemas de alta pressão, por
1701 outro lado, pode persistir porque a maioria dos clientes não percebe que está
1702 recebendo pressões excessivas. Quando for determinado que as pressões estão
1703 muito altas em uma área, é melhor mover o limite da zona de pressão para que os
1704 clientes recebam pressões mais razoáveis de uma zona inferior. A redução da
1705 pressão deve reduzir o vazamento e melhorar a vida útil das instalações hidráulicas.
1706 É importante que o desempenho da VRP seja modelado antes da instalação para
1707 determinar os impactos nos clientes existentes e nos fluxos de incêndio. O modelo
1708 pode ajudar a apontar problemas que resultarão de fechamento de válvulas no
1709 sistema e pode ajudar o operador a identificar soluções (Walski et al, 2004).
1710
1711 Existem diversos tipos de válvulas redutoras de pressão, sendo as mais
1712 comuns as válvulas de mola, de pistão e de diafragma, a Figura 3.2 apresenta os
1713 diferentes tipos de válvulas redutoras de pressão (VRP). Genericamente, o princípio
1714 de funcionamento de uma VRP consiste em accionar o dispositivo de obturação
1715 sempre que a pressão a jusante for demasiado elevada, por forma a aumentar a
1716 perda de carga localizada no sistema, reduzindo o valor da pressão a jusante até ao
1717 valor pretendido (valor designado por carga de definição da válvula redutora de
1718 pressão, HVRP); se pelo contrário, a pressão a jusante descer abaixo de um
187 67
188
189
1719 determinado valor, a válvula abre, diminui a perda de carga, aumentando a linha de
1720 energia e a pressão a jusante atinge o valor pretendido. Deste modo, distinguem-se
1721 fundamentalmente três tipos de funcionamento, na Figura 3.3 apresenta-se o modo
1722 genérico de funcionamento de uma válvula redutora de pressão do tipo convencional
1723 (Ramos et al., 2004):
1724
1725 1) em que a válvula provoca uma perda de carga localizada no sistema reduzindo o
1726 valor da pressão a jusante e que se designa por estado activo da válvula (Figura
1727 3.3-(i));
1728 2) se a pressão a montante for insuficiente e inferior à carga de definição da VRP, a
1729 válvula abre totalmente, mantendo a montante e a jusante a mesma pressão a
1730 menos da perda de carga localizada introduzida pela válvula aberta designado por
1731 estado passivo com a válvula aberta. (Figura3.3-(ii))- por forma a minimizar a perda
1732 de carga localizada intrínseca à válvula aberta, a válvula deverá ser dimensionada
1733 de modo que a sua capacidade, para a abertura total, seja superior ao caudal de
1734 dimensionamento do sistema;
1735 3) sempre que, por qualquer razão, a pressão a jusante seja superior à pressão a
1736 montante, a válvula fecha totalmente funcionando como uma válvula de retenção
1737 que impede a inversão do escoamento, caracterizando assim o estado passivo da
1738 válvula fechada (Figura 3.3 - (iii)).
1739
Figura 3.9 - Diferentes tipos de válvulas redutoras de pressão (VRP): da esquerda para a direita, VRP
controlada por mola, VRP controlada por pistão e VRP controlada por diafragma. Fonte: Ramos et al. (2004).
190 68
191
192
1741
Figura 3.10 - Modo genérico de funcionamento de uma válvula redutora de pressão do tipo convencional.
Fonte: Ramos et al. (2004).
193 69
194
195
196 70
197
198
199 Figura 4.11 -Mapa de localização do Bairro São Jõao. Fonte: Elaboração própria. 71
200
201
1787 A Figura 4.2 mostra o mapa temático das áreas de influência dos centros de
1788 distribuição que abastecem o distrito urbano do Hoji Ya Henda. Observa-se no mapa
1789 que a cor verde representa a área de influência do CD Cazenga envolvendo em si o
1790 Bairro São João representada pela linha tracejada de cor azul. As cotas altimétricas
1791 na área variam entre 29 a 82 metros, favorecendo o abastecimento de água por
1792 gravidade através do reservatório elevado de capacidade média de armazenamento
1793 de 500 m3, assente num terreno de cota igual a 83 m e com altura da base de 30 m.
1794 A cor amarela representa a área de influência do CD Mulemba e a cor vermelha
1795 representa a área privada de abastecimento por inexistência de rede de distribuição.
1796
1797
1798 Figura 4.12 - Mapa temático das áreas de influências dos centros de distribuição que abastecem o distrito
1799 urbano do Hoji Ya Henda. Fonte: Elaboração própria.
202 72
203
204
205 73
206
207
1826
208 74
209
210
211 75
212
213
1834 A Figura 4.5 mostra o mapa temático da rede cadastrada do distrito do Hoji Ya
1835 Henda, que serviu de base para o traçado da rede, onde se observam que as
1836 tubulações principais da rede, representadas pelas linhas de maiores espessuras de
1837 cor azul, tendem a formar malhas envolvendo as tubulações secundárias
1838 representadas pelas linhas de menores espessuras de cor azul. Na Figura 4.6
1839 apresenta-se o resultado do traçado da rede com base na rede existente, a partir do
1840 ArcGIS, nela é possível observar as tubulações principais traçadas, criadas com um
1841 shapfile do tipo linha, representadas com linhas de cor de rosa, os NÓS
1842 representados pelos pontos de cor verde criados com um shapfile do tipo ponto, as
1843 tubulações existentes representadas pelas linhas de cor azul e o posicionamento do
1844 reservatório elevado representado pelo ponto de cor amarela.
1845
214 76
215
216
Figura 4.15 - Mapa temático da rede cadastrada do distrito urbano Hoji Ya Henda. Fonte: Adaptado da rede
cadastrada de abastecimento de água do município de Cazenga elaborado pela EPAL.
217 77
218
219
1847
1848 Figura 4.16 - Resultado do traçado da rede com base na rede existente a partir do ArcGIS. Fonte: Elaboração
1849 própria.
1850
1851
220 78
221
222
1880
1881 Figura 4.17 - Mapa das áreas de influência dos NÓS reajustadas e cálculadas através do ArcGIS. Fonte:
1882 Elaboração própria.
1883
1884 Na Tabela 4.3 apresenta-se o resumo do cálculo dos caudais concentrados nos
1885 NÓS aplicando a Equação 2. Observa-se na tabela uma diferença assentuada entre
1886 a maior e a menor área, 20 e 3 ha respectivamente, e que os valores das áreas no
226 80
227
228
1887 geral variam dentro desses limites, sendo que algumas encontram-se nas mesmas
1888 faixas de valores. Essa variação das áreas tem relação directa com comprimento
1889 dos Trechos com o qual o NÓ está conectado, sendo que a área do NÓ tende a ser
1890 maior quanto maior os Trechos conectados a esse NÓ. Quanto aos caudais, são
1891 directamente proporcionais a área dos NÓS, ou seja, são maiores ou menores em
1892 função das áreas.
1893
1894 Tabela 4.11 - Resumo do cálculo dos caudais concentrados nos nós. Fonte: Elaboração própria.
N29 11 4.95
Área de Caudal N30 12 5.40
ID
influência do NÓ no NÓ
N31 12 5.40
(ha) (l/s) N32 15 6.75
N0 13 5.85 N33 9 4.05
N1 16 7.20 N34 9 4.05
N2 14 6.30 N35 6 2.70
N3 19 8.55 N36 6 2.70
N4 9 4.05 N37 8 3.60
N5 20 9.00 N38 11 4.95
N6 19 8.55 N39 4 1.80
N7 13 5.85 N40 7 3.15
N8 10 4.50 N41 5 2.25
N9 11 4.95 N42 7 3.15
N10 15 6.75 N43 5 2.25
N11 12 5.40 N44 3 1.35
N12 9 4.05 N45 5 2.25
N13 9 4.05 N46 7 3.15
N14 12 5.40 N47 6 2.70
N15 5 2.25 N48 3 1.35
N16 10 4.50 N49 3 1.35
N17 7 3.15 N50 5 2.25
N18 5 2.25 N51 6 2.70
8 3.60 N52 8 3.60
N19
5 2.25 N53 11 4.95
N20
12 5.40 N54 6 2.70
N21
11 4.95 N55 9 4.05
N22
5 2.25 N56 4 1.80
N23
11 4.95 N57 4 1.80
N24
N58 9 4.05
N25 9 4.05
N59 9 4.05
N26 8 3.60
N60 6 2.70
N27 8 3.60
N61 4 1.80
N28 10 4.50 N62 5 2.25
229 81
230
231
232 82
233
234
1923
1924 A partir da distribuição de caudais obtidos no passo anterior foram calculados
1925 os diâmetros teóricos com base na Tabela 4.5 que apresenta o caudal máximo
1926 determinado a partir da velocidade máxima recomendada, resultante do sistema de
1927 equação formado pela Equação 4 (equação da velociade máxima) e Equação 6
1928 (equação da continuidade).
1929
1930 Tabela 4.13 - Caudal máximo determinado a partir da velocidade máxima recomendada. Fonte: Elaboração
1931 Própria.
1932 D Vmáx Qmáx
1933
(mm) (m/s) (l/s)
1934
1935 100 0.80 6.29
1936
1937 150 0.94 16.65
1938
1939 200 1.06 33.20
1940
1941 250 1.16 56.72
1942
1943 300 1.24 87.85
1944
1945 350 1.32 127.19
1948 Feita a simulação da rede com os novos diâmetros observou-se que em alguns
1949 Trechos da rede os caudais resultavam em zero, e de modo a reverter a situação
1950 foram feitas várias iterações mudando-se os diâmetros desses Trechos e assim ter-
1951 se caudais a circularem por eles. Na Figura 4.9 apresentam-se os diâmetros da rede
1952 da área de estudo determinados represantados através da codificação de cores
1953 permitindo assim uma rápida percepção de como se desenvolvem os diâmetros da
1954 rede, seguida de uma legenda no canto superior esquerdo, tais diâmetros
1955 representam parte do dimensionamento da rede de abastecimento da área de
1956 estudo. Observa-se que a maior tubulação é a de cor vermelha, com diâmetro de
238 84
239
240
1957 500 mm por onde passa todo caudal que abastece a rede, quanto as tubulações
1958 principais de distribuição da rede, estão representadas por cores cinzentas com
1959 variação de diâmetros entre 100 à 200 mm, azuis entre 250 à 350 mm e rosa de 400
1960 à 450 mm, sendo que todas elas cingem às gamas de diâmetros comercialmente
1961 disponíveis. Os diâmetros das tubulações tendem a ser menores a medida que se
1962 vão distanciando do reservatório de abastecimento.
1963
1964
1965
1966
1967
241 85
Figura 4.19 - Diâmetros da rede da área de estudo determinados representados através da codificação de cores.
Fonte: Elaboração própria.
242
243
1977
1978
1979
250 88
251
252
253 89
254
255
Figura 4.20 - Pressões existentes nos NÓS da rede. Fonte: Elaboração própria.
1996 Na Figura 4.11 com as cores azul ciano se apresentam os perfís traçados na
1997 rede para análise das pressões, na Figura 4.12 o gráfico do comportamento das
1998 pressões na rede em função das características do terreno para o perfíl (a) e na
1999 Figura 4.13. o gráfico do comportamento das pressões na rede em função das
2000 características do terreno para o perfíl (b). Nas duas últimas figuras os gráficos das
256 90
257
258
2001 curvas de pressões estão representadas pela cor azul, enquanto que a do perfíl do
2002 terreno está representado pela cor de laranja, onde é possível observar que as
2003 pressões na rede tendem a aumentar a medida que a cota do terreno vai baixando.
2004
2005
(a) (b)
Figura 4.21 - Perfís traçados na rede para análise das pressões. Fonte: Elaboração própria.
2007 Figura 4.23 - Gráfico do comportamento das pressões na rede em função das características do terreno para o
2008 perfíl (b). Fonte: Elaboração própria.
2009
Figura 4.22 - Gráfico do comportamento das pressões na rede em função das características do terreno para o
perfíl (a). Fonte: Elaboração própria.
259 91
260
261
262 92
263
264
2028
2029 Figura 4.24 - Resultado das pressões após a Instalação das VRP’s na rede. Fonte: Elaboração própria.
2030
2031 De modo a se conseguir uma análise mais apurada dos resultados obtidos na
2032 rede após a instalação das VRP’s estão apresentadas nas Figuras 4.15 e 4.16
2033 comparações feitas entre os gráficos das pressões na rede antes da intalação das
2034 VRP’s (gráfíco representado com a cor azul) e depois da instalação (gráfico
2035 representado com a cor laranja) nos caminhos definidos na Figura 4.10, onde é
2036 possível observar a redução das pressões nos NÓS que excediam os 60 m.c.a.
265 93
266
267
2037 (NÓS N44, N57, N56, 48 e 49 da Figura 4.14 e N42, N43, N45, N47 e N56 da
2038 Figura 4.15) para valores que cumprem com a norma.
2039
2040
2041 Figura 4.25 - Comparação das pressões na rede antes e depois da instalação das VRP’s no perfil (a). Fonte:
2042 Elaboração própria.
2043
2044
2045
2046 Figura 4.26 - Comparação das pressões na rede antes e depois da instalação das VRP’s no perfil (b). Fonte:
2047 Elaboração própria.
2048
268 94
269
270
2049 5 CONCLUSÕES
2050 Para o presente trabalho de Fim do Curso, cujo objectivo de estudo foi modelar
2051 e analisar o comportamento das pressões na rede de distribuição de água do Bairro
2052 São João no Distrito Urbano do Hoji Ya Henda usando a ferramenta de modelação
2053 hidráulica WaterGEMS V8i, chegou-se as seguintes conclusões:
2054 Os valores dos diâmetros das tubulações principais da rede de distribuição
2055 de água do bairro São João determinados com o apoio da ferramenta de
2056 simulação hidráulica WaterGEMS V8i variam entre 100 a 500 mm sendo a
2057 tubulação de 150mm a de maior incidência na rede;
2058 A pressão máxima nos NÓS de consumo da rede existente no Bairro São
2059 João determinadas com o apoio WaterGEMS V8i atinge um valor máxímo
2060 de 82 m.c.a resultante das cotas topográficas acentuadas que se verifica na
2061 área, o que representa um comportamento desfavorável em termos de
2062 pressões. Quanto as velocidades mínimas, a rede apresenta um
2063 comportamento razoável atingindo um valor mínimo de 33 m.c.a;
2064 A redução da pressão, através da introdução de novas VRPs, mostrou-se
2065 eficiente para rede da área de estudo, e verifcou-se que para todos os nós
2066 do sistema que apresentavam valores de pressão excessivos, chegando
2067 aos 82 m.c.a, a introdução VRP’s permituiu que se mantivesse as pressões
2068 dentro dos limites normativos, sendo que para para a mínima pressão
2069 obteve-se o valor de 33 m.c.a e para a máxima o valor de 60 m.c.a, esta
2070 última no entanto é um valor exclusivo no NÓ N37 funcionando com a
2071 pessão no limite máximo.
2072
2073
271 95
272
273
2074 6 RECOMENDAÇÕES
2075 Para os futuros trabalhos recomenda-se a realização de simulações para
2076 diferentes categorias de consumo de modo a se avaliar o comportamento da rede
2077 para essas variações.
2078
2079 Recomenda-se na continuidade deste trabalho a realização das simulações
2080 em período alargado definindo-se as condições operacionais das válvulas redutoras
2081 de pressão e as condições de fronteira do reservatório elevado de modo a se avaliar
2082 os seus comportamentos em função do tempo.
2083
2084 Recomenda-se a introdução de ferramenta de análise geoespacial e simulação
2085 hidráulica no programa de estudo de engenharia FEUAN para que os estudantes
2086 ganhem habilidades e desta forma fortaleçam os critérios de análise na hora do
2087 desenvolvimento de projectos.
2088
274 96
275
276
2123 PDGML Etapa 2D. (Novembro de 2014). PDGML ETAPA 2D, Plano director geral
2124 metropolitano de Luanda.
2125 Ramos et al., H. (12 de Março de 2004). Válvulas Redutoras de Pressão e Produção
2126 de Energia. 7º congresso da água.
2127 Rei, A. I. (Janeiro de 2019). Gestão de Pressão no Sistema de distribuição de água
2128 a Seia. Coimbra.
2129 Rubert, A. V. (2011). Curso básico de geoprocessamento em ArcGIS DESKTOP.
2130 Brasília.
2131 Silva at al., A. N. (2016). Sistemas de Informação Geográfia.
2132 Silva, G. (Agosto de 2007). Saneamento Básico.
2133 Souza, W. A. (2007). Tratamento de água. CEFET-RN.
2134 Técnicas, A. B. (1994). Projecto de Rede de DIstribuição de Água para
2135 Abastecimento Público, NBR 12218/1994.
2136 Téran, J. M. (2013). Manual para el Diseno de Sistemas de Agua Potable y
2137 Alcantirillado Sanitario.
2138 Tsutiya, M. T. (2006). Abastecimento de Água (3ª ed.). SÃO PAULO.
2139 Veiga et al., L. Z. (2012). Fundamentos da Topografia.
2140 Vieira, C. (18 de Março de 2014). Angola Cluster da água. (Parceria portuguesa
2141 para água) Acesso em 20 de Abril de 2022, disponível em www.ppa.pt:
2142 http://www.ppa.pt
2143 Vilas-Boas, P. R. (2008). Modelação de uma Rede Distribuição de Água.
2144 Walski et al, T. D. (2004). Advanced Water Distribution Modeling and Management.
2145 Janeiro.
2146
2147
2148
280 98
281