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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE ENGENHARIA CIVIL


DISCIPLINA DE TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUÁRIAS

Prof° Dr. Eraldo Henriques de Carvalho

Guilherme Dall’Agnol 107909

Lorena Oliveira Carvalho 108350

Matheus Gabe Viana Barros 107924

Marcelo Henrique Apolinário da Silva 108351

Projeto de estação de lodos


ativados

Goiânia, 2014

1. Apresentação

Neste trabalho objetivamos determinar parâmetros e dimensões das estruturas de


lodo ativado para o projeto de uma estação de tratamento de esgoto, sendo mais específico,
do desarenador primário, tanque biológico e o desarenador secundário

2. Memorial Justificativo

Para o levantamento das variáveis, foi considerado uma população inicial de 50 mil
habitantes e um horizonte de projeto de 20 anos, tempo considerado suficiente para a
amortização dos investimentos necessários com uma taxa de crescimento de 1% ao ano
segundo aos dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Com as características de um consumo médio per capita de 160L/hab.dia, que é um


valor razoável e está dentro dos parâmetros das cidades brasileiras deste porte recomendando
pelas literaturas e medidas feitas pelas concessionárias de água, inclusive no estado de Goiás
(SANEAGO).
Em experiências e medições anteriores, pode-se considerar que o coeficiente de
retorno de esgoto é de 0,8 e os valores para os coeficientes de vazão diária ( ) e horária ( )
máxima são respectivamente de 1,2 e 1,5 e a vazão mínima ( ) horária de 0,5 seguindo assim
os valores indicados por literaturas e pela NBR 9649 (ABNT, 1986) devido a falta de valores
obtidos pela medição.

Como a rede de coleta e transporte de esgoto sanitário é feito de PVC, foi determinado
para a concessionária que a taxa de infiltração de água, obtido por meio de experimentos, é de
0,05L/s.Km e a extensão da rede instalada é de 100km. Foi considerado também que a
extensão da rede não será alterada neste período de 20 anos.

Será considerado para este projeto a instalação da tecnologia de lodos ativados por
apresentar em uma menor área de implantação diante da utilização de lagoas, com isso é
necessário uma tecnologia mais apurada para oferecer uma boa eficiência, para isso será
considerado um decantador primário que irá preceder o tanque biológico aonde acontecerá de
verdade a depuração da matéria orgânica procedido por um decantador secundário para
remover parte da matéria orgânica para a adequação do padrão de emissão de esgoto junto a
legislação ambiental vigente.

A tecnologia de lodos ativados exige um maior custo de implantação e sua operação e


manutenção tem a necessidade de uma mão de obra mais especializada do que a de lagoas,
sendo necessário engenheiros civis, ambientais e biólogos para a operação da estação de
tratamento, mas este custo é viável diante de uma população muito grande, visto que o custos
são compensados devido a uma pequena área de instalação a qual as lagoas não conseguem
competir por ficarem extremamente grandes.

3. Memorial de Cálculo

Neste tópico será abordado os parâmetros e cálculos para a determinação de dimensões


das estruturas necessárias para a estação de tratamento de esgoto de tecnologia de lodo
ativado

3.1 Parâmetros iniciais

Primeiramente é necessário estabelecer qual a população estimada para a cidade em


questão, com o estabelecimento de 1% da taxa de crescimento e utilizando uma projeção
aritmética, temos que:

Portanto, definimos que a população ao final do plano é de 61 010 habitantes. De


posse desse valor , ao utilizar o seguinte formulário para o cálculo da vazão de esgoto
doméstico no início e final de plano, obteremos a tabela abaixo
Onde: C= Coeficiente de retorno de esgoto, Pop = População no período avaliado, qm
= Consumo médio per capita, = Coeficiente de vazão diária máxima, = Coeficiente de
vazão horária máxima, = Coeficiente de vazão mínima horária, L = Extensão da rede de
esgotamento sanitário e = Taxa de infiltração.

Sendo assim, é possível estabelecer dois possíveis cenários: o atual e ao final de 20


anos. Podendo assim resumir um quadro com 8 vazão a serem trabalhadas:
Início de Plano Final de Plano

Vazão Mínima (L/s) 42,03 50,19

Vazão Média (L/s) 79,07 95,38

Vazão Máxima (L/s) 138,33 167,69

Vazão Econômica (L/s) 93,89 113,47

3.2 Decantador primário

Logo após o tratamento preliminar composto pelo gradeamento e o desarenador e a


medição da vazão por meio da calha parshall o esgoto será direcionado então para o
decantador primário, que terá como objetivo reduzir o valor da carga orgânica por meio da
sedimentação de meios sólidos que possuem densidade superior a da água.

Os decantadores adotados neste projeto, tanto no primário quanto no secundário,


terão formato circular, pois apresentam melhor possibilidade de arraste de lodo, implantação
mais barata, menor tempo de detenção do lodo, manutenção e sistema de decantação mais
simples quando comparadas ao formato retangular.

Para o seu dimensionamento será necessário levar em consideração as vazões


máximas horárias, visto que não existe nenhuma outra unidade anterior que seja capaz de
amortizar e regularizar a vazão afluente, sendo assim, determina-se o principal parâmetro de
projeto: Taxa de escoamento superficial (T.E.S.):

Onde: Qmáx,f é a vazão horária no final de plano medida em m³/dia e A a área do


decantador em planta em m².
No caso de esgoto sanitário, a qua l é o efluente que a estação projetada será
destinada a tratar, limita-se este valor a uma faixa de até 90 m³/m².dia, sendo o valor adotado
o máximo permitido, pois assim teremos a menor área de implantação e partindo da premissa
que utilizaremos duas unidades de decantação para que em possíveis casos de falha ou
manutenção o tratamento seja prejudicado, diante disto:

E como dito anteriormente, o formato do decantador é circular portanto calcula-se o


diâmetro do mesmo por:

Será considerado então um diâmetro comercial de 11m, alterando assim a área e a


taxa de escoamento superficial para:

Como pode-se afirmar que a área adotada é adequada de acordo


com o parâmetro da taxa de escoamento superficial.

Para o cálculo da profundidade do decantador, partiremos da premissa que o esgoto


deverá permanecer pelo menos 1 hora nesta unidade, com isso, poderemos definir a altura
mínima do decantador por:

De acordo com as recomendações da literatura e das normas da ABNT referente ao


tema adotaremos como para o decantador primário uma profundidade maior que a calculada
acima, adotando então o valor de 3,5 m pois a limpeza será mecanizada e tal unidade terá
como inclinação de fundo de 1:12. Para efeitos construtivos e de segurança., deverá ser
considerado uma borda livre de 0,5 m, com isso:

Com o aumento da profundidade útil do decantador, tem-se como consequência o


aumento do tempo de detenção hidráulica do esgoto sanitário no dispositivo, calculando
então por:
Segundo a NBR 12.209/11 o TDH deverá ser maior que 1 hora para a vazão máxima
horária de final de plano e menor que 3 horas para a vazão média no início de plano, portanto,
a profundidade de 3,5 m não prejudica o funcionamento da estrutura.

Será implantando dentro da unidade de decantação uma cortina defletora para que
ocorra uma distribuição mais homogênea do esgoto e também uma dissipação da energia que
chega das unidades de tratamento preliminar. Estipula-se que o diâmetro desta unidade deve
ser em torno de 15 a 20% do diâmetro interno do tanque e a sua altura seja menor que 50% da
profundidade útil, com isso:

O esgoto ao chegar na unidade de decantação carrega consigo bastante escuma que


podem causar problemas nas unidades posteriores, com isso é necessário instalar um anel de
aproximadamente 30 cm de altura que ficará 20 cm antes dos vertedouros que irá reter tal
material e descartá-lo em uma caixa coletora de escuma com a ajuda dos raspadores
superficiais.

Após definido as dimensões do decantador primário é necessário então definir o


sistema de coleta do efluente, no caso, o esgoto decantado. Será utilizado como concepção
uma série de vertedouros triangulares, espaçados de 25cm, sendo assim teremos 4
vertedouros a cada metro de periferia, com isso, o número de vertedouros será:

Caracterizando assim cada vertedouro:

Define-se então outro parâmetro para a avaliação do bom funcionamento do sistema de


coleta do esgoto decantado: Taxa de escoamento do vertedor de saída (T.E.V.S.):

Sendo e o espaçamento entre os vertedouros em metros, portanto:


Como o valor do T.E.V.S. é menor que 500 podemos afirmar que o vertedouro
funcionará de forma satisfatória. Após transpassar os vertedouros será necessário dimensionar
um canal de coleta para este esgoto decantado. Utilizando a equação da continuidade
podemos definir as dimensões do mesmo adotando a seção econômica onde a largura é o
dobro da altura da lâmina d'água.

Por meio de experimentos já realizado anteriormente a este projeto sabe-se que a


faixa de velocidade de 0,6 m/s a 3 m/s oferece uma boa funcionalidade do canal, não deixando
que aconteça a deposição de material no fundo do canal, nem que ocorra um desgaste com o
canal. Para tanto é comum adotar o valor intermediário, no caso de 1 m/s, assim:

Porém foi adotado os valores de h=0,15 m e L=0,30 m, sendo assim a velocidade será
de:

Como a velocidade ficou dentro da faixa recomendável, o canal terá seção retangular
com uma base de 30 cm e sua altura será 15 cm da lâmina d'água mas com uma borda livre de
50 cm, totalizando assim, 65 cm. Sua inclinação será determinada com as condições de início
de plano com auxílio dos ábacos consultados no livro do Azevedo Neto para canais de seção
retangular, com isso verifica-se que a inclinação de 0,5% não causará prejuízos, não alterando
significativamente o valor da velocidade 1 m/s.

Para finalizar a última unidade a ser dimensionada, o fosso de lodo primário, aonde
será armazenado todo o lado proveniente da raspagem por no máximo 1 hora, ou seja, será
necessário uma manutenção a cada 1 hora para evitar que o lodo, uma vez no fosso, encontre
condições anaeróbias no que resultaria em mau odor e suspensão de partículas de lodo,
alterando assim a eficiência da unidade.

Por meio de vários estudos já realizados com o esgoto sanitário, podemos adotar que a
cada litro encontra-se 200 mg de sólidos suspensos totais e que nesta unidade sedimenta-se
60% desses sólidos. Então ao final de um dia, no final de plano, teremos decantado:

O lodo decantado apresenta como características um estado líquido, onde os sólidos


suspensos totais (SST) respondem por 2% de toda a massa do lodo, por tanto, a quantidade de
lodo que vai até a fossa em um dia é de:
Mas como a remoção deste lodo acontece em intervalos horários, tempos que a massa
retirada por hora é de:

Por tanto o fosso deverá ter capacidade para armazenar a massa horária, que
transformada em volume, seria:

Admitindo então que este fosso terá seção transversal do tipo trapezoidal, com
inclinação de 1,5V : 1H e adotando que sua fundo terá a dimensão da base aceitável de 0,9 m e
uma altura de 0,7 m e obteremos a dimensão na superfície de 1,9 m, formando assim um
tronco de cone de volume 1,12 m³.

Uma vez determinado todas as dimensões e características do decantador


primário no final de plano, é necessário verificar se o dimensionamento aqui feito atende as
condições no início de plano e se existe a necessidade de ligar as 2 unidades já no primeiro ano
de funcionamento, com isso verifica-se todos os parâmetros acima calculados, mas para a
condição de inicio de plano:

Agora é necessário verificar se a operação dessa unidade irá funcionar no início


de plano. Como calculado anteriormente, o TDH para a vazão média de início de plano será
menor de 3 horas, por tanto será necessário implementar e operar os dois tanques já no
primeiro início de plano.

3.3 Tanque de aeração

Neste tópico será dimensionado a unidade do reator biológico que ocorrerá reações
bioquímicas para a remoção da matéria orgânica. É nesta unidade que acontecerá o consumo
de energia elétrica e terá o maior custo de implantação, mas é responsável pela maior
remoção da matéria orgânica.

O parâmetro de dimensionamento para este tanque é por meio da taxa de carga


orgânica volumétrica (T.C.O.V.) medido em Kg de DBO/(m³ * dia) determinado por:

Onde: C.O.a é a carga orgânica afluente em Kg de DBO/dia, calculado por:


e V é o volume útil do tanque de aeração (m³). E o volume útil é calculado por meio
de:

Onde: C.O.a é a carga orgânica afluente em Kg de DBO/dia, f o fator de carga em Kg de


DBO/(Kg de SST * dia) que é 70% da carga orgânica do esgoto sanitário e SSTa é a quantidade
de sólidos suspenso totais no tanque de aeração por volume medido em Kg/m³.
O fator de carga é tabelado e para o sistema convencional varia entre 0,16 e 0,56 Kg de
DBO/(Kg de SSTa * dia), portanto será adotado um valor dentro da faixa de 0,3 e o valor de SST
de 3 Kg/m³ com isso:

É necessário calcular então a quantidade de oxigênio que será fornecido ao tanque de


aeração por meio da fórmula:

Para o cálculo horário é necessário fazer a divisão por 24 horas.

Este oxigênio será inserido por equipamentos que segundo o fabricante é de 1,2 Kg de
O2 por KwH, por fatores de segurança, minorar-se este fator em 70%, assim a potência a ser
instalada é de:

Por tanto será necessário instalar equipamentos que possuam uma potência total de
120Cv, com isso, optou-se por 6 (seis) tornados de 20cv que tem raio de influência 30m,
alocando-os em série de 3 grupos de 2 unidade.

Por meio da densidade de potência, podemos calcular o volume que respeite a


formação dos flocos, com isso:

Com isso o volume adotado pela densidade de potência é maior do que o calculado
por fator de carga, adotaremos o valor de 1.716,84 m³ e com recomendações para atender as
condições aeróbias a profundidade máxima de 3,5 m, com isso obtemos a área de
implantação.

E da configuração escolhida por meio dos aeradores temos que a relação C/L é de 3/2,
com isso podemos estabelecer as dimensões do tanque de aeração:

Concluindo então, o comprimento será de 18,5m e o comprimento de 27,5 m, dando


um volume adotado total de:
Para a verificação então do funcionamento do desarenador, o tempo de detenção
hidráulico será calculado por:

Com isso, nota-se que o TDH está superior a 1h e está adequado. Necessita também
verificar o fator de carga com este novo volume:

Portanto o fator de carga encontra-se dentro da faixa recomendada, ou seja, o novo


volume não causa prejuízos a operação do sistema.

3.4 Decantador Secundário

No decantador secundário acontecerá a recirculação do lodo do sistema de


tratamento de esgoto sanitário, com isso é necessário o cálculo desta recirculação por meio do
balanço de massas dos sólidos em suspensão. Utilizando o princípio da conservação das
massas, temos que:

Adotando como uma razão de recirculação, obtemos a equação do balanço de massa


simplificado:

É sabido do tanque de aeração que a concentração de sólidos totais é de 3.000 mg/L e


considerando que para uma boa sedimentabilidade o lodo recirculante terá concentração de
9.000 mg/L, com isso calcula-se a razão de recirculação:

Então se,

A DBO que entrava no tanque de aeração, transforma-se-a em sólidos suspensos


totais, com isso pode-se calcular a quantidade de biomassa gerada pela auto depuração da
matéria orgânica:

Esta massa é a quantidade seca, "pura" de SST, precisando assim converte-la para
volume de esgoto, por meio da concentração de sólidos suspensos totais que neste caso
possui concentração de 0,9%:
Transformando em volume, por meio da densidade:

De posse do valor da massa de lodo seco é possível calcular o tempo de retenção


celular, mais conhecido como TRC:

Onde: ∆X é a massa de lodo seco em Kg, V é o volume do reator e X é a concentração de SST


afluente

Com os valores acima calculado podemos então dimensionar de forma direta o


decantador secundário que receberá uma carga maior que o primário. O principal parâmetro
observado para o dimensionamento dos decantadores secundários é a taxa de aplicação de
sólidos, conhecida como (TS):

Onde Qa é a vazão de esgoto afluente ao decantador secundário em m³/dia, composta


pela soma da vazão média de final de plano (Q) mais a vazão de recirculação (Qr) , SSTa é a
concentração de sólidos suspensos totais no tanque de aeração (afluente) em Kg/m³ e A é a
área superficial do decantador em m². Este valor de TS, para um lodo com idade menor de 18
dias, deve ser no máximo de 144 Kg/m².dia. Diante disto, podemos calcular a menor área
possível, aplicando assim a maior taxa:

Outro parâmetro necessário de se observar é a taxa de escoamento superficial (T.E.S.)


que é obtido pela razão entre a vazão afluente ao decantador secundário em m³/dia e a área
superficial dos decantadores.

Para o decantador secundário não pode adotar valores de T.E.S. maiores que 20 para
SSTa entre 3.000 e 4.500 mg/L, com isto, calcularemos a menor área que atenda este requisito.

O formato escolhido para tal unidade será o circular, com isto, seu diâmetro é calculado por:
Adotaremos por medidas de segurança e por facilidade de construção o diâmetro de
16,5 m. Com isso, a nova área será de:

Como a área é maior que as duas calculadas anteriormente, podemos afirmar que os
valores de T.S. e T.E.S. com certeza estarão dentro dos valores aceitáveis.

Para o cálculo do volume útil é necessário aplicar o conceito de tempo de detenção


hidráulica, que em quesitos de vazão média, deverá ser maior que 1,5 horas e para a
determinação do volume de reservação será adotado uma profundidade de 3,5 m que é o
mínimo preconizado por norma

Por tanto a profundidade de 3,5 metros consegue atender o TDH, assim, adotamos
uma borda livre de 0,5 metros, totalizando então 4 metros.

Com isto deve-se calcular os dispositivos de saída do esgoto já decantado, começando


assim será implantando dentro da unidade de decantação uma cortina defletora para que
ocorra uma distribuição mais homogênea do esgoto e também uma dissipação da energia que
chega das unidades do tanque de aeração. Estipula-se que o diâmetro desta unidade deve ser
em torno de 15 a 20% do diâmetro interno do tanque e a sua altura seja menor que 50% da
profundidade útil, com isso:

O esgoto ao chegar na unidade de decantação carrega consigo bastante escuma que


podem causar problemas nas unidades posteriores, com isso é necessário instalar um anel de
aproximadamente 30 cm de altura que ficará 20 cm antes dos vertedouros que irá reter tal
material e descartá-lo em uma caixa coletora de escuma com a ajuda dos raspadores
superficiais.

Após definido as dimensões do decantador secundário é necessário então definir o


sistema de coleta do efluente, no caso, o esgoto decantado. Será utilizado como concepção
uma série de vertedouros triangulares, espaçados de 20 cm, sendo assim teremos 5
vertedouros a cada metro de periferia, com isso, o número de vertedouros será:

Caracterizando assim cada vertedouro:


Deve-se então adotar o valor mínimo de 5 cm para evitar a obstrução dos vertedouros,
comprometendo assim o escoamento do esgoto decantado. Define-se então outro parâmetro
para a avaliação do bom funcionamento do sistema de coleta do esgoto decantado: Taxa de
escoamento do vertedor de saída (T.E.V.S.):

Sendo e o espaçamento entre os vertedouros em metros, portanto:

Como o valor do T.E.V.S. é menor que para o decantador secundário


podemos afirmar que o vertedouro funcionará de forma satisfatória. Após transpassar os
vertedouros será necessário dimensionar um canal de coleta para este esgoto decantado.
Utilizando a equação da continuidade podemos definir as dimensões do mesmo adotando a
seção econômica onde a largura é o dobro da altura da lâmina d'água.

Por meio de experimentos já realizado anteriormente a este projeto sabe-se que a


faixa de velocidade de 0,6 m/s a 3 m/s oferece uma boa funcionalidade do canal, não deixando
que aconteça a deposição de material no fundo do canal, nem que ocorra um desgaste com o
canal. Para tanto é comum adotar o valor intermediário no caso 1 m/s, assim:

Porém foi adotado os valores de h = 0,15 m e L= 0,30 m, sendo assim a velocidade será
de:

Como a velocidade ficou dentro da faixa recomendável, o canal terá seção retangular
com uma base de 30 cm e sua altura será 15 cm da lâmina d'água mas com uma borda livre de
50 cm, totalizando assim, 65 cm. Sua inclinação será determinada com as condições de início
de plano com auxílio dos ábacos consultados no livro do Azevedo Neto para canais de seção
retangular, com isso verifica-se que a inclinação de 0,5% não causará prejuízos, não alterando
significativamente o valor da velocidade 1 m/s.
Para finalizar a última unidade a ser dimensionada, o fosso de lodo secundário, aonde
será armazenado todo o lado proveniente da raspagem por no máximo 1 hora, ou seja, será
necessário uma manutenção a cada 1 hora para evitar que o lodo, uma vez no fosso, encontre
condições anaeróbias no que resultaria em mau odor e suspensão de partículas de lodo,
alterando assim a eficiência da unidade.

Por meio de vários estudos já realizados com o esgoto sanitário, podemos adotar que a
cada litro encontra-se 3000 mg de sólidos suspensos totais e que nesta unidade sedimenta-se
70% desses sólidos. Então ao final de um dia, no final de plano, teremos decantado:

Com isso, podemos afirmar que os 30% que não irão se decompor de SST irá para o rio
(3.708,37 Kg/dia). O lodo decantado apresenta como características um estado líquido, onde
os sólidos suspensos totais (SST) respondem por 0,9% de toda a massa do lodo, por tanto, a
quantidade de lodo que vai até a fossa em um dia é de:

Mas como a remoção deste lodo acontece em intervalos horários, tempos que a massa
retirada por hora é de:

Por tanto o fosso deverá ter capacidade para armazenar a massa horária, que
transformada em volume, seria:

Admitindo então que este fosso terá seção transversal do tipo trapezoidal, com
inclinação de 1,5V : 1H e adotando que sua fundo terá a dimensão da base aceitável de 6,5 m e
uma altura de 1 m e obteremos a dimensão na superfície de 8 m, formando assim um tronco
de cone de volume 41,4 m³.

4. Desenhos

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