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Hidrologia- Método

racional
EAMB032
ECIV052

Cleuda Freire
Método Racional

 Muitos métodos para cálculo de escoamento foram


desenvolvidos ao longo dos anos. O primeiro e mais duradouro é o
Método Racional (surgido na Inglaterra em 1889);

 O Método Racional não calcula o escoamento antes ou depois,


simplesmente calcula a maior vazão produzida por uma
determinada bacia hidrográfica;
Método Racional

Qpico

volume
Método Racional

 Usos:
 Dimensionamento de estruturas de drenagem;

 Dimensionamento de vertedores;

 Dimensionamento de proteções contra cheias;

 Análises de risco de inundação;

 Dimensionamento de pontes.
Método racional
 Para bacias de drenagem que não
apresentam complexidade e que tenham
áreas de drenagem inferiores a
aproximadamente 3 km2
 é recomendado que a descarga de projeto
seja analisada pelo denominado Método
Racional.
 Embora criticado por sua simplicidade, é um
método largamente aceito e conduz a
resultados satisfatórios, quando aplicado
dentro de seus limites de validade.
Determinação da Vazão: método
racional
 Aplicado no estudos de pequenas áreas;
 Dimensionar galerias de águas pluviais ou
outras obras de drenagem;
 Determina a vazão de projeto referente a um
determinado período de retorno e a uma
dada chuva de projeto, isto é, para uma
chuva de projeto de duração crítica, dc, e
período de retorno, T.
Determinação da Vazão: método
racional

Q=0,278 C I A

Q: (m3/s)
C: coeficiente de run-off
I: intensidade em mm/h
A: área em km2
Premissas básicas:
 O método presume como conceito básico,
portanto, que a contribuição máxima ocorrerá
quando toda a bacia de montante estiver
contribuindo para a seção em estudo,
implicando que o deflúvio seja decorrente de
uma precipitação média de duração igual ao
tempo de concentração da bacia e que esta é
uma parcela da citada precipitação.
Premissas básicas

 O pico do ESD, relativo a um dado local de estudo, é


função do respectivo tempo de concentração, assim
como da intensidade da chuva, cuja duração é
suposta como sendo igual ao referido tempo de
concentração;
 As condições de permeabilidade da superfície da
bacia permanecem constantes durante a ocorrência
da chuva;
 O pico do ESD ocorre quando toda a área de
drenagem, a montante do local em estudo passa a
 contribuir no escoamento.
Limitações

 O Método Racional fornece somente um


ponto do hidrograma do ESD, o pico. Sua
aplicação em bacias complexas, com várias
sub-bacias, tende a superestimar as vazões,
resultando em obras de drenagem
superdimensionadas.
Dados e informações para aplicação

 planimetria da bacia para determinação de sua área. É


importante notar que, em áreas urbanas nem sempre a área da
bacia é determinada pelo seu divisor de águas, sendo de
ocorrência relativamente comum a transposição de águas
pluviais de bacias vizinhas através de tubos e galerias;
 existência de uma relação intensidade-duração-freqüência
representativa do regime de chuvas intensas na área;
 escolha de um coeficiente de escoamento superficial
representativo das condições futuras da bacia;
 determinação do tempo de concentração, ou seja, o tempo de
percurso da água desde o ponto mais distante da bacia
hidrográfica até a seção de interesse.
Tempo de Concentração
 O tempo de concentração é, ao lado do coeficiente de escoamento
superficial, um dos parâmetros cruciais do método racional, cuja
determinação está também sujeito a incertezas e imprecisões.
 Diversas fórmulas têm sido propostas para determinar este parâmetro
em função de características físicas da bacia, da sua ocupação e,
eventualmente, da intensidade da chuva. É importante lembrar que a
maioria destas expressões são empíricas e portanto só valem para
condições semelhantes às
 de sua determinação.
 A adoção de qualquer destas fórmulas deve ser precedida de análise
cuidadosa para evitar, por exemplo, o equívoco de utilizar em áreas
urbanas fórmulas originalmente desenvolvidas para áreas rurais.
 A forma mais correta de calcular o tempo de concentração é pelo
método cinemático, ou seja, dividir a bacia em N trechos homogêneos
e calcular a velocidade do escoamento em cada um deles.
Tempo de concentração
 O tempo de concentração, em minutos, será
dado por:
Tempo de concentração
 Em áreas urbanas, o tempo de concentração
pode ser dividido em duas parcelas: um
tempo inicial ti , tempo para chuva atingir a
primeira boca de lobo ou sarjeta, e um tempo
tt de translação na rede de drenagem
(sarjetas, bueiros, galerias, canais, etc.)
Tempo de concentração
Intensidade de chuva (i)
Relações intensidade-duração-freqüência
0 ,112
27,96T
i
t  15 0 ,86T 0 , 0144
Duração da Chuva Crítica

1,0
dc=tc

0,8

0,6 dc<tc

0,4

0,2
dc<tc
0,0
0 1 2 3 4 5
Tempo de concentração:
O tempo de concentração em relação
ao início da chuva, tc, é a soma do
tempo necessário para a formação de
lâmina d’água nos terrenos e canais,
t0, e dos maiores tempos de percurso
da água sobre o terreno, tt, e nos
canais, tca; assim exprime-se o tempo
de concentração por:
tc = t0 + tt + tca

 O tempo de concentração tc é
avaliado pela expressão:
 tc = t0 + tt + tca = t0 + Lt/vt + Lc/vc

Fonte: Righetto, 1998


Exemplo 1-
 Considere uma pequena área de drenagem
localizada no município de São Carlos, SP,
sendo Lc = 4000 m, Lt= 500 m, Vc = 2,0 m/s e
vt = 0,50 m/s e t0 = 10,0 min. Sabendo-se que
o coeficiente de “runoff” da área é,
aproximadamente, igual a 0,40, deseja-se
determinar a vazão máxima para uma chuva
com período de retorno T=10 anos. A
equação de intensidade-duração-frequência
é i(dc;T) = 1519.T0,236/(16 + dc)0,935.

Fonte: Righetto, 1998


Solução
 O tempo de concentração tc é avaliado pela expressão:
 tc = t0 + tt + tca = t0 + Lt/vt + Lc/vc
 tc = 10 + 500/(60x0,50)+ 4000/(60x2) = 60 min

 A intensidade da chuva crítica ( para T em anos e dc em min):


 i= (dc = 60; T = 10) = 1519.T0,236/(16 + dc)0,935 = 45,6 mm/h

 Sendo a área de drenagem igual a:


 A = 4 x 0,5 = 2,0 km2;

 a vazão máxima de projeto é determinada pela fórmula racional,


isto é:

 Q = CiA = 0,4 x 45,6 x 2,0/3,6 = 10,1 m3/s ( para i em mm/h e A


em km2)

Fonte: Righetto, 1998


Observação:

 Quando a área de drenagem é heterogênea com


ocupação diferenciada, atribui-se a cada sub-região
um valor para o coeficiente de deflúvio. O coeficiente
de deflúvio médio para toda a área de drenagem é
calculado pela média ponderada em relação às
áreas das sub-regiões. Assim, se a área de
drenagem A é caracterizada por n sub-regiões, cada
uma com área Ai, i = 1 a n e, atribuindo-se para cada
sub-região um valor específico para o coeficiente de
“runoff”, Ci, i = 1, 2,...,n, então, o coeficiente de
deflúvio da área de drenagem é determinado pela
seguinte equação de ponderação:
 C= (C1. A1+ C2A2+...+ CnAn)/A
Exemplo 2-
A figura do exemplo apresenta uma área de drenagem
heterogênea, com duas sub-regiões caracterizadas
por valores específicos do coeficiente de deflúvio C.
As dimensões das sub-regiões estão indicadas na
figura e as velocidades nos terrenos e nos trechos de
canal são consideradas as mesmas do exemplo
anterior. Considerando que essa área esteja
localizada no município de São Carlos, SP,
determine as vazões de projeto nos pontos 1 e 2
indicados na figura. Os dados relativos à bacia são
apresentados na tabela a seguir.

Fonte: Righetto, 1998


Fonte: Righetto, 1998
Fonte: Righetto, 1998

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