Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DOI: XXX.XXX.XXX.XXX
RESUMO: As descidas d’água são definidas como dispositivos que possibilitam o escoamento das
águas conduzidas pelas sarjetas, meios-fios, valetas, bueiros ou galerias, e que vertem sobre os
taludes de corte ou aterros (DNIT, 2004). O dimensionamento hidráulico deste dispositivo pode ser
realizado pelo método do perfil da linha d’água ou pelo método empírico (DNIT, 2006). No Manual de
Drenagem de Rodovias (DNIT, 2006), não existem referências para o dimensionamento de descidas
em degraus. Para o dimensionamento hidráulico de estruturas em degraus foram utilizados os métodos
Skimming flow e Nappe flow com base em experimentos encontrados na bibliografia. Nesse contexto,
o objetivo deste trabalho foi investigar as metodologias de dimensionamento das descidas em degraus
com base no referencial publicado no Manual de Drenagem de Rodovias (DNIT, 2006). Verificou-se no
diagnóstico que é necessário a alteração da geometria das descidas em degraus, pois as seções atuais
são insuficientes de acordo com a análise hidráulica utilizando o Skimming flow e o Nappe flow. Desta
forma, com base na análise realizada nesta pesquisa, destacam-se esforços necessários para revisão
do Manual de Drenagem de Rodovias (DNIT, 2006).
ABSTRACT: Spillways are defined as devices that allow the flow of water conducted by gutters, curbs,
ditches, culverts or galleries, and that spill over the cutting slopes or landfills (DNIT, 2004). The hydraulic
dimensioning of this device is made by the direct step or empirical methods. The Highway Drainage
Manual (DNIT, 2006) has no references for stepped spillway design. The Skimming flow and Nappe
flow methods were used for the hydraulic design of step structures based on experiments found in the
bibliography. This work aimed to investigate the design methodologies for stepped spillways based on
the reference published in the Highway Drainage Manual (DNIT, 2006). It was verified in the diagnosis
that it is necessary to change the geometry of the devices because the current sections are insufficient
according to the hydraulic analysis using the Skimming flow and the Nappe flow. Thus, based on the
analysis carried out in this research, efforts are needed to revise the Highway Drainage Manual (DNIT,
2006).
Figura 1 – Erosão em descidas d’água em degraus (a) Erosão nas bordas e (b) Erosão nas bordas e a jusante
(a) (b)
método do perfil da linha d’água que estão Para o segundo método preconizado pelo
(DNIT, 2006), bem como os métodos Skimming deve-se determinar o perfil da linha d’água,
Figura 2 – Modelos experimentais de escoamento em degraus (a) Nappe flow, (b) Skimming flow
(a) (b)
Com o avanço das pesquisas no âmbito do (turbilhão deslizante) a água desliza sobre os
regime de escoamento em degraus, existem degraus e sua energia é amortecida pelo turbilhão
softwares que foram desenvolvidos com maior recirculante preso entre os degraus. A dissipação
acurácia para determinação dos parâmetros de energia aumenta com a transferência de
hidráulicos necessários para o dimensionamento momento para o fluido recirculante no turbilhão
das descidas de água em degraus, que conforme (Rajaratnam, 1990).
destacado na Figura 2, apresenta a formação de Para diferenciar a ocorrência entre os dois
turbilhões e ressaltos. tipos de escoamento, Skimming flow ou Nappe
Nas subseções a seguir serão descritas as flow, calcula-se a profundidade crítica tendo-se
metodologias Skimming flow e Nappe flow, em mãos a vazão de projeto, largura do canal, e
desenvolvidas especificamente para representar logo após determina-se o comprimento e altura do
o comportamento do escoamento em degraus. degrau (Chanson, 2004), conforme Equações 6 e
7:
2.3 METODOLOGIA SKIMMING FLOW E
NAPPE FLOW 𝑑𝑑𝑐𝑐 ℎ
> 1,20 − 0,325. ( )
ℎ 𝑙𝑙 (6)
Em descidas d’água em degraus se
→ 𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆 𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓
desenvolvem duas tipologias de escoamento, a
𝑑𝑑𝑐𝑐 ℎ (7)
depender da vazão de projeto, da geometria do < 0,89 − 0,4. ( )
ℎ 𝑙𝑙
canal e dos degraus, o Skimming flow e o Nappe
→ 𝑁𝑁𝑁𝑁𝑁𝑁𝑁𝑁𝑁𝑁 𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓 , 𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠, 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠 𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟
flow (Chanson, 2004).
Onde:
No regime de escoamento Nappe flow
dc é a profundidade crítica em m;
(ressaltos sucessivos) o fluxo de cada degrau
h é a altura do degrau em m;
atinge o degrau abaixo como um jato
l é ocomprimento do degrau em m.
descendente, com a dissipação de energia
Caso o regime de escoamento não se
ocorrendo pela quebra do jato no ar, com ou sem
enquadre nas condições de contorno das
formação de ressalto hidráulico parcial no degrau.
inequações (6) e (7), este é nomeado de regime
No regime de escoamento Skimming flow
de transição. Para evitar a formação do regime de
(a) (b)
O método de cálculo do Nappe flow em ressalto hidráulico no regime Nappe flow, realiza-
comparação ao método Skimming, possui um se as verificações contidas nas Equações 09 a 11
desenvolvimento matemático simplificado. Para (Tomaz, 2019):
ambos os métodos o primeiro parâmetro de
𝑑𝑑𝑐𝑐 ℎ −1,276
𝑁𝑁𝐴𝐴1 (𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐) → ≤ 0,0916 . ( ) (9)
entrada é a profundidade crítica do escoamento ℎ 𝑙𝑙
com a altura do degrau deve respeitar a condição Após examinar a condição de ocorrência do
apresentada na Equação 13 (Tomaz, 2019): Nappe flow, procede-se com o cálculo da
Cmean é a concentração média de ar - razão nos cálculos realizados nesta pesquisa uma folga
dc é a profundidade crítica em m;
3 VERIFICAÇÃO DA EFICIÊNCIA
D é o fator em função da declividade da descida HIDRÁULICA DAS DESCIDAS EM
d’água. DEGRAUS PELO MÉTODO SKIMMING
FLOW E NAPPE FLOW
Logo após a determinação do ponto de
Para avaliar a eficiência hidráulica das
incipiência, da profundidade representativa do
descidas em degraus pelo método Skimming flow
escoamento e da profundidade final do
utilizou-se o software livre SISCCOH - Sistema
escoamento, finaliza-se o processo de
para Cálculos de Componentes Hidráulicos
dimensionamento pelo regime Skimming flow.
Tabela 1 – Verificação do regime de escoamento para as vazões das valetas de proteção de corte em revestimento vegetal
Parâmetros VPCG 120-30 VPCG 160-30
Declividade longitudinal da valeta (m/m) 0,01 0,01
Rugosidade de Manning 0,025 0,025
Vazão de Projeto (m³/s) 0,29 0,46
Regime de Escoamento (DCD 01/02) Transição Skimming flow
Capacidade vazão (DCD 01/02) (m³/s) 0,15 0,15
Regime de Escoamento (DCD 03/04) Transição Transição
Capacidade vazão (DCD 03/04) (m³/s) 0,20 0,20
Altura da parede publicada (2018) (m) 0,20 0,20
Altura da parede proposta (m) 0,40 0,30
Largura da base proposta (m) 0,40 0,60
Regime de escoamento seção proposta Skimming flow Skimming flow
Fonte: Elaboração própria
Nota-se pela Tabela 1 que para obtenção do Outrossim, verificou-se que o dispositivo
regime de escoamento Skimming flow para as publicado não possui capacidade de vazão
descidas de corte com as vazões das valetas em suficiente para conduzir o escoamento
revestimento vegetal é necessária a alteração dos contribuinte das valetas de proteção de corte em
parâmetros geométricos da seção transversal. revestimento vegetal.
Tabela 2 – Verificação do regime de escoamento para as vazões das valetas de proteção de corte em revestimento de
concreto - VPCC 120-30
Parâmetros VPCC 120-30
Declividade longitudinal da valeta (m/m) 0,01 0,02 0,03 0,04
Rugosidade de Manning 0,015 0,015 0,015 0,015
Capacidade da Valeta (m³/s) 0,49 0,69 0,84 0,97
Regime de Escoamento (DCD 01/02) SKa flow SKa flow SKa flow SKa flow
Capacidade vazão (DCD 01/02) (m³/s) 0,15 0,15 0,15 0,15
Regime de Escoamento (DCD 03/04) Transição SKa flow SKa flow SKa flow
Capacidade vazão (DCD 03/04) (m³/s) 0,20 0,20 0,20 0,20
Altura da parede publicada (2018) (m) 0,20 0,20 0,20 0,20
Altura da parede proposta (m) 0,30 0,40 0,40 0,40
Largura da base proposta (m) 0,60 0,80 0,80 0,80
Regime de escoamento seção proposta SKa flow SKa flow SKa flow SKa flow
a SK: Skimming flow
Tabela 3 – Verificação do regime de escoamento para as vazões das valetas de proteção de corte em revestimento de
concreto - VPCC 160-30
Parâmetros VPCC 160-30
Declividade longitudinal da valeta (m/m) 0,01 0,02 0,03 0,04
Rugosidade de Manning 0,015 0,015 0,015 0,015
Capacidade da Valeta (m³/s) 0,77 1,09 1,33 1,53
Regime de Escoamento (DCD 01/02) SKa flow SKa flow SKa flow SKa flow
Capacidade vazão (DCD 01/02) (m³/s) 0,15 0,15 0,15 0,15
Regime de Escoamento (DCD 03/04) SKa flow SKa flow SKa flow SKa flow
Capacidade vazão (DCD 03/04) (m³/s) 0,20 0,20 0,20 0,20
Altura da parede publicada (2018) (m) 0,20 0,20 0,20 0,20
Altura da parede proposta (m) 0,40 0,50 0,50 0,50
Largura da base proposta (m) 0,80 1,00 1,00 1,00
Regime de escoamento seção proposta SKa flow SKa flow SKa flow SKa flow
a SK: Skimming flow
Nota-se que para as vazões acima de 1 m³/s, hidráulico das sarjetas STC 80-15 e STC 100-20,
recomenda-se a utilização de uma descida com bem como para o meio-fio MFC 01, com
base de 1,00 m, visto que para a descida com alagamento temporário do acostamento, em
base de 0,80 m as alturas de parede necessárias greide contínuo e ponto baixo, estão
para acomodação do fluxo são superiores as demonstrados nas Tabelas 4 a 9.
publicadas. Nessa situação, calculou-se a formação do
Ressalta-se de posse aos resultados obtidos ressalto parcial do Nappe flow, e a altura relativa
que a altura das paredes atualmente publicada no do escoamento final considerando a fração de
Álbum de Dispositivos (DNIT, 2018) é insuficiente formação do ressalto completo como referência.
para as vazões de projeto das valetas de proteção Para os dispositivos onde atingiu-se o
de corte. escoamento Skimming flow em ponto baixo,
Para as descidas de aterro em degraus realizou-se a análise da altura do escoamento
adaptáveis às sarjetas com largura total até 1 aerado. Verificou-se que, para padronização dos
metro e aos meios-fios, existe a ocorrência do dispositivos adaptáveis a sarjetas e meios-fios,
regime Nappe flow. Os resultados do diagnóstico seria interessante a adoção de uma parede com
altura de 36 cm, que atenderia ambos os regimes adotou-se o mesmo critério de 10% em relação à
de escoamento. No cálculo da altura da parede, profundidade do escoamento calculado.
Tabela 4 – Verificação do regime de escoamento para as vazões do meio-fio MFC 01 em greide contínuo
Parâmetros MFC 01 – Com Alagamento – Greide Contínuo
Declividade longitudinal da sarjeta (m/m) 0,01 0,04 0,07
Rugosidade de Manning 0,015 0,015 0,015
Capacidade da sarjeta (m³/s) 0,10 0,20 0,26
Regime de Escoamento (DAD 01/02) NPa flow NPa flow Transição
Capacidade vazão (DAD 01/02) (m³/s) 0,04 0,04 0,04
Altura da parede publicada (2018) (m) 0,10 0,10 0,10
Altura da parede proposta (m) 0,36 0,36 0,36
Largura da base proposta (m) 0,60 0,60 0,60
Regime de escoamento seção proposta NPa flow NPa flow NPa flow
a NP: Nappe flow
Tabela 5 – Verificação do regime de escoamento para as vazões do meio-fio MFC 01 em ponto baixo
Parâmetros MFC 01 – Com Alagamento – Ponto Baixo
Declividade longitudinal da sarjeta (m/m) 0,01 0,04 0,07
Rugosidade de Manning 0,015 0,015 0,015
Capacidade da sarjeta (m³/s) 0,20 0,40 0,52
Regime de Escoamento (DAD 01/02) NPa flow SKb flow SKb flow
Capacidade vazão (DAD 01/02) (m³/s) 0,04 0,04 0,04
Altura da parede publicada (2018) (m) 0,10 0,10 0,10
Altura da parede proposta (m) 0,36 0,36 0,36
Largura da base proposta (m) 0,60 0,60 0,60
Regime de escoamento seção proposta NPa flow Transição SKb flow
a NP: Nappe flow e b SK: Skimming flow
Tabela 6 – Verificação do regime de escoamento para as vazões da sarjeta STC 80-15 em greide contínuo
Parâmetros STC 80-15 – Greide Contínuo
Declividade longitudinal da sarjeta (m/m) 0,01 0,04 0,07
Rugosidade de Manning 0,015 0,015 0,015
Capacidade da sarjeta (m³/s) 0,05 0,10 0,13
Regime de Escoamento (DAD 01/02) NPa flow NPa flow NPa flow
Capacidade vazão (DAD 01/02) (m³/s) 0,04 0,04 0,04
Altura da parede publicada (2018) (m) 0,10 0,10 0,10
Altura da parede proposta (m) 0,36 0,36 0,36
Largura da base proposta (m) 0,60 0,60 0,60
Regime de escoamento seção proposta NPa flow NPa flow NPa flow
a NP: Nappe flow
Tabela 7 – Verificação do regime de escoamento para as vazões da sarjeta STC 80-15 em ponto baixo
Parâmetros STC 80-15 – Ponto baixo
Declividade longitudinal da sarjeta (m/m) 0,01 0,04 0,07
Rugosidade de Manning 0,015 0,015 0,015
Capacidade da sarjeta (m³/s) 0,10 0,20 0,27
Regime de Escoamento (DAD 01/02) NPa flow NPa flow Transição
Capacidade vazão (DAD 01/02) (m³/s) 0,04 0,04 0,04
Altura da parede publicada (2018) (m) 0,10 0,10 0,10
Altura da parede proposta (m) 0,36 0,36 0,36
Largura da base proposta (m) 0,60 0,60 0,60
Regime de escoamento seção proposta NPa flow NPa flow NPa flow
a NP: Nappe flow
Tabela 8 – Verificação do regime de escoamento para as vazões da sarjeta STC 100-20 em greide contínuo
Parâmetros STC 100-20 – Greide Contínuo
Declividade longitudinal da sarjeta (m/m) 0,01 0,04 0,07
Rugosidade de Manning 0,015 0,015 0,015
Capacidade da sarjeta (m³/s) 0,10 0,20 0,27
Regime de Escoamento (DAD 01/02) NPa flow NPa flow Transição
Capacidade vazão (DAD 01/02) (m³/s) 0,04 0,04 0,04
Altura da parede publicada (2018) (m) 0,10 0,10 0,10
Altura da parede proposta (m) 0,36 0,36 0,36
Largura da base proposta (m) 0,60 0,60 0,60
Regime de escoamento seção proposta NPa flow NPa flow Transição
a NP: Nappe flow
Tabela 9 – Verificação do regime de escoamento para as vazões da sarjeta STC 100-20 em ponto baixo
Parâmetros STC 100-20 – Ponto Baixo
Declividade longitudinal da sarjeta (m/m) 0,01 0,04 0,07
Rugosidade de Manning 0,015 0,015 0,015
Capacidade da sarjeta (m³/s) 0,20 0,40 0,54
Regime de Escoamento (DAD 01/02) NPa flow SKb flow SKb flow
Capacidade vazão (DAD 01/02) (m³/s) 0,04 0,04 0,04
Altura da parede publicada (2018) (m) 0,10 0,10 0,10
Altura da parede proposta (m) 0,36 0,36 0,36
Largura da base proposta (m) 0,60 0,60 0,60
Regime de escoamento seção proposta NPa flow Transição SKb flow
a NP: Nappe flow e b SK: Skimming flow
Para as descidas de aterro em degraus adaptáveis aos bueiros tubulares, os resultados das
verificações hidráulicas e os diagnósticos estão dispostos nas Tabelas 10, 11 e 12.
Tabela 10 – Verificação do regime de escoamento para as vazões dos bueiros tubulares funcionando como canal - BSTC 60,
BSTC 80 e BSTC 100.
Parâmetros BSTC 60 BSTC 80 BSTC 100
Vazão Crítica (m³/s) 0,43 0,88 1,53
Descida em degraus atual DAD 03/04 DAD 05/06 DAD 07/08
Regime de Escoamento atual NPa Transição SKb flow
Capacidade de vazão da seção atual (m³/s) 0,12 0,39 1,25
Altura da parede publicada (2018) (m) 0,10 0,20 0,25
Altura da parede proposta (m) 0,26 0,30 0,35
Largura da base publicada (2018) (m) 1,10 1,40 1,70
Largura da base proposta (m) 1,10 1,25 1,70
Regime de escoamento seção proposta NPa SKb flow SKb flow
a NP: Nappe flow e b SK: Skimming flow
Tabela 11 – Verificação do regime de escoamento para as vazões dos bueiros tubulares funcionando como canal - BSTC 120,
BSTC 150 e BDTC 100
Parâmetros BSTC 120 BSTC 150 BDTC 100
Vazão Crítica (m³/s) 2,42 4,22 3,07
Descida em degraus atual DAD 09/10 DAD 11/12 DAD 13/14
Regime de Escoamento atual SKb flow SKb flow SKb flow
Capacidade de vazão da seção atual (m³/s) 2,35 2,90 2,80
Altura da parede publicada (2018) (m) 0,35 0,35 0,30
Altura da parede proposta (m) 0,40 0,54 0,36
Largura da base publicada (2018) (m) 2,00 2,40 2,90
Largura da base proposta (m) 2,00 2,40 2,90
Regime de escoamento seção proposta SKb flow SKb flow SKb flow
b SK: Skimming flow
Tabela 12 – Verificação do regime de escoamento para as vazões dos bueiros tubulares funcionando como canal - BDTC 120
e BDTC 150
Parâmetros BDTC 120 BDTC 150
Vazão Crítica (m³/s) 4,84 8,45
Descida em degraus atual DAD 15/16 DAD 17/18
Capacidade de vazão da seção atual (m³/s) 4,25 6,10
Regime de Escoamento atual SKb flow SKb flow
Altura da parede publicada (m) 0,35 0,40
Altura da parede proposta (m) 0,45 0,55
Largura da base publicada (2018) (m) 3,40 4,10
Largura da base proposta (m) 3,40 4,10
Regime de escoamento seção proposta SKb flow SKb flow
b SK: Skimming flow
De acordo com as tabelas 10, 11 e 12, aproximação pela fórmula de Manning não é
verificou-se a necessidade de aumentar a altura recomendada para o dimensionamento de
das paredes laterais das descidas d’água de descidas em degraus (Tomaz, 2011).
aterros em degraus adaptáveis aos bueiros, em O dimensionamento de descidas em degraus
atendimento à análise hidráulica pelo regime por uma aproximação com Manning pode
Skimming flow e Nappe flow. Ademais, verificou- acarretar subdimensionamento ou
se que a capacidade hidráulica da seção superdimensionamento a depender das
atualmente no Álbum (DNIT, 2018) está aquém de condições de contorno podendo justificar
atender a vazão dos bueiros funcionando como problemas de erosão nas laterais e a jusante das
canal. estruturas hidráulicas.
Com base nos resultados dos diagnósticos Ao analisar a metodologia proposta pelo
performados em relação às descidas d’água em Manual de Drenagem de Rodovias (DNIT, 2006)
degraus publicadas no Álbum (DNIT, 2018), verificou-se que o método empírico consiste na
verificou-se que as seções são hidraulicamente utilização de uma equação análoga à de um
insuficientes, devendo estas serem alvo de vertedor para o cálculo das dimensões da descida
revisão. d’água, sendo esta uma aproximação grosseira
ao analisar o comportamento gradualmente
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
variado das descidas d’água tipo rápido e o
Neste artigo foram apresentadas as
comportamento dos regimes de escoamento das
metodologias de dimensionamento de descidas descidas em degraus.
d’água com enfoque nas descidas em degraus. Por sua vez, o método do perfil da linha
Foram analisados os métodos preconizados no
d’água considera a ocorrência do regime de
Manual de Drenagem de Rodovias (DNIT, 2006) e
escoamento gradualmente variado, que descreve
os métodos Skimming flow e Nappe flow. o comportamento hidráulico de descidas tipo
Constatou-se que o Manual de Drenagem de rápido. No entanto, ao analisar a metodologia,
Rodovias (DNIT, 2006) não indica referências
não é citada a adoção de um coeficiente de
específicas para o dimensionamento de descidas
rugosidade de Manning diferenciado para se
em degraus, induzindo que estas sejam considerar o dimensionamento da descida em
consideradas como estruturas hidráulicas de
degraus. Portanto, mesmo que se tenha a
macrorrugosidades e sendo dimensionadas pela
possibilidade de realizar o dimensionamento por
fórmula de Manning. No entanto, esta
REFERÊNCIAS
AKAN, A. O. Open Channel Hydraulics. Burlington, MA: Butterworth-Heinemann Elsevier, 2006.
BOES, R. M. & HAGER, W. H. Two-phase flow characteristics of stepped spillways. ASCE Journal of
Hydraulic Engineering, Virginia - USA, v. 129, n. 9, p. 661-670, set. 2003.
CHAMANI, M. R.; RAJARATNAM, N. Jet flow on stepped spillways. ASCE Journal of Hydraulic
Engineering, Virginia – USA, v. 120, n. 2, p. 254-259, fev. 1994.