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PATO BRANCO
2021
CARLOS EDUARDO BUSATTA
GABRIELLA GONÇALVEZ GUINDANI
VALENTINA PARCIANELLO ECCEL
MATEUS MALAGOLI GARBELLOTTO
PATO BRANCO
2021
2
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 4
OBJETIVOS 5
OBJETIVO GERAL 5
OBJETIVOS ESPECÍFICOS 5
MEMORIAL DESCRITIVO 6
3.1 Parâmetros de dimensionamento 7
3.1.1 Coeficientes adotados 7
3.1.2 Taxa de infiltração 8
3.1.3 Vazões de projeto 8
3.1.4 Populações de projeto 8
3.2 Critérios mínimos do dimensionamento 9
3.2.1 Declividade mínima 9
3.3 Critérios de verificação do dimensionamento 10
3.3.1 Lâmina d’água (y0/D) 10
3.3.2 Velocidade mínima e máxima 10
3.3.3 Tensão trativa 10
3.3.4 Velocidade Crítica 11
MEMORIAL DE CÁLCULO 12
4.1 População 12
4.2 Vazão 12
4.3 Taxa de contribuição linear 13
4.4 Contribuições lineares 14
4.5 Vazões 14
4.6 Declividade 14
4.7 Recobrimento 15
4.8 Diâmetro 15
4.9 Profundidade 15
4.10 Lâmina d’água 16
4.11 Velocidades e tensão trativa 16
CONCLUSÃO 17
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 18
ANEXO 19
3
1. INTRODUÇÃO
Com o passar dos anos, e o avanço da humanidade, houve a percepção de quem as redes
de esgotamento sanitário se tornaram indispensáveis para a população mundial, sendo muito
importante, além de conduzir o esgotamento para estações de tratamento e evitar a poluição do
ambiente, para também controlar surtos de doenças e aumento de pragas urbanas.
De acordo com a Unicef em 2019, cerca de 4,2 bilhões de pessoas no mundo, não tem
um sistema de saneamento básico adequado, um número com valor muito expressivo. No Brasil
essa realidade, segundo o IBGE (2019), apenas 68,3% da população tem em seu domicílio
acesso a rede de esgotamento sanitário.
Visto os dados atuais, sabemos que os projetos de esgotamento sanitário são
extremamente necessários e devem ser feitos com qualidade e seguindo todas as recomendações
técnicas necessárias. As normativas mais comuns que auxiliam na execução desses projetos são
a NBR 9649/1986, a NBR 9648/1986 e a NBR 7229/1993. Além delas existem manuais, das
companhias de água e saneamento, que são disponibilizados e auxiliam na hora de elaborar a
rede.
Sabendo disso, esse trabalho planeja dimensionar uma rede de esgotamento sanitário
para um loteamento localizado na cidade de Presidente Prudente – SP. Esse dimensionamento
será sempre visando atender todos os parâmetros necessários e preconizados pelas normas
citadas acima, e também atingir a melhor relação custo x benefício possível.
4
2. OBJETIVOS
2.1.OBJETIVO GERAL
Dimensionar uma rede de esgotamento sanitário para o Loteamento Villa das Flores
Residence.
5
3. MEMORIAL DESCRITIVO
A rede de esgotamento sanitário será dimensionada para o loteamento Villa das Flores
Residence situado na cidade de Presidente Prudente, no estado de São Paulo. O loteamento
conta com 126 lotes residenciais em seu território, além de uma área administrativa, uma área
institucional, uma área verde e um sistema de lazer.
A figura 01 mostra a planta de situação do loteamento.
Com base na planta de situação, foi possível analisar o melhor traçado para o terreno
levando em conta principalmente a topografia e a distribuição dos lotes e vias. O sentido de
escoamento da rede, quando possível, seguiu a favor da declividade do terreno. A figura 2
representa o desenho do traçado inicial da rede.
6
Figura 2: Concepção inicial da tubulação.
Além disso, vale ressaltar que, como a rede funciona como um conduto livre, a NBR
9649 preconiza acessórios para que reduzam as possibilidades de entupimentos em pontos
singulares da rede. Dentre esses acessórios temos o poço de visita (PV), o tubo de inspeção de
limpeza (IPL), terminais de limpeza (TL), caixas de passagem (CP), sifãos invertidos, e trechos
de passagem forçada.
Os coeficientes vão ser adotados conforme a localidade do projeto, visto que para cada
lugar temos um coeficiente diferente. Para esse projeto, devido à falta de conhecimento dos
coeficientes de localidade, foram utilizados normas técnicas, bibliografias e manuais
hidrossanitários para definir esses valores. Os valores do coeficiente relativo ao consumo
máximo diário, coeficiente relativo ao consumo máximo horário e o coeficiente de retorno
7
foram definidos como K1 = 1,2, K2 = 1,5 e C = 0,8, respectivamente, e ambos foram retirados
da ABNT NBR 9649/1986.
De acordo com dados do IBGE, a população urbana da cidade no ano de 2010 era de
203.375 habitantes, enquanto que o número de habitações na área urbana era de 66.857
residências, com isso obtemos o valor de 3,04 habitantes por residência na área urbana da
cidade. Para determinar o consumo de água per capita efetivo, utilizou-se como base o Sistema
Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), onde consta que, em 2018, no estado de
São Paulo, cada habitante consumiu, em média 169,3 litros de água por dia.
O recobrimento mínimo adotado, de acordo com a NBR 9649, foi de 0,9 m e o
Coeficiente de Manning adotado foi de 0,013, de acordo com ABNT NBR 9649/1986.
Para o cálculo das vazões iniciais e finais fez-se necessário calcular as vazões
domesticas iniciais e finais, as taxas de contribuição linear final e inicial e as contribuições
lineares finais e iniciais.
De acordo com Tsutiya (2006) ao projeto de rede de esgotamento sanitário deve ser
projetada para atender, na maioria das vezes, uma população maior do que a atual, levando em
conta o crescimento populacional em um certo número de anos. Tsutiya informa também que
como esse crescimento populacional é uma estimativa, é viável planejar a construção da obra
em etapas, para não ocorrer ociosidade da rede e desperdício de dinheiro.
8
3.2 Critérios mínimos do dimensionamento
De acordo com a NBR 4649 todos os trechos da rede devem ter suas vazões iniciais e
finais estimadas. Quando ocorrer a inexistência de dados confiáveis, recomenda-se adotar uma
vazão mínima de 1,5 L/s nos trechos. A norma também preconiza que os valores de diâmetros
da tubulação não devem ser inferiores a 100 mm.
Como o escoamento se dá por conduto livre, a NBR 4649 determina que cada trecho
deve ser analisado pelo seu critério de tensão trativa, com valor mínimo de 1 Pa, calculada para
vazão inicial (Q1) e para coeficiente de Manning com valor igual a 0,013.
Seguindo o critério de análise dos trechos, devido a tensão trativa, vazão inicial e
coeficiente de Manning, a declividade mínima, satisfazendo a condição anterior, é determinada
com:
𝐼0 𝑚𝑖𝑛 = 0,0055. 𝑄𝑖−0,47
Assim, no geral, a declividade da rede no trecho será adotada como a maior entre as
duas calculadas. Em alguns casos, onde se faz necessário a recuperação do recobrimento
mínimo, será adotado a declividade do coletor, a fim de prezar pela redução dos volumes de
escavação, conforme determinam as normas, calculada da seguinte forma:
𝑅𝑒𝑐 = 𝑃𝐶𝐽 − 𝐷
𝐶𝐺𝑆𝐶𝑀 = 𝐶𝑇𝑀 − 𝑅𝑒𝑐
9
𝐶𝐺𝑆𝐶𝐽 = 𝐶𝑇𝐽 − 𝑅𝑒𝑐 𝑚𝑖𝑛
𝐶𝐺𝑆𝐶𝑀 − 𝐶𝐺𝑆𝐶𝐽
𝐼 =
𝐿
Sendo:
Rec: recobrimento a ser recuperado (m);
CTM: cota do terreno a montante do trecho (m);
CTJ: cota do terreno a jusante do trecho (m);
L: extensão do trecho (m).
Se a declividade encontrada for maior que a mínima, por via de regra, essa deverá ser
adotada para dimensionar o trecho.
De acordo com a NBR 9649/1986 recomenda que as lâminas d’água sejam calculadas
admitindo-se a presença de um escoamento em regime uniforme e permanente. Tendo que seu
valor máximo de vazão final (Qf) seja igual ou inferior a 75% do diâmetro do coletor.
A tensão trativa é definida como uma tensão tangencial exercida sobre a parede do
conduto pelo liquido escoado, representa um valor médio de tensão ao longo do perímetro
10
molhado do conduto. Segundo a NBR 9.649 a tensão trativa critica é de 1,0 Pa. Logo, tal
determinação segue com a equação:
𝜎𝑡 = 𝛾 . 𝑅ℎ . 𝐼0
Sendo:
𝜎𝑡 : tensão trativa (Pa);
𝛾: peso específico da água = 9810 N/m³;
𝑅ℎ: raio hidráulico (m);
𝐼0 : declividade do trecho (m/m).
A velocidade crítica é determinada com a vazão final obtida em cada trecho, sendo
analisada através da equação:
𝑉𝑐 = 6√𝑔 . 𝑅ℎ
Sendo:
𝑉𝑐 : velocidade crítica [m/s];
𝑔: aceleração da gravidade [m/s²];
𝑅ℎ: raio hidráulico [m].
Ainda, a NBR 9649/1986 diz que quando a velocidade final (Vf) é superior à velocidade
crítica (Vc), a maior lâmina d’água admissível deve ser 50% do diâmetro do coletor, de modo
a assegurar a ventilação do trecho.
11
4. MEMORIAL DE CÁLCULO
4.1 População
𝑃𝑓 = 384 ℎ𝑎𝑏
Sendo:
𝑃𝑖 : população de início de plano (hab);
𝑃𝑓 : população de final de plano (hab).
4.2 Vazão
𝐶 . 𝑃𝑓 . 𝑞𝑓
𝑄𝑑,𝑓 𝑚é𝑑𝑖𝑎 =
86400
12
0,8 . 384. 169,3
𝑄𝑑,𝑓 𝑚é𝑑𝑖𝑎 =
86400
𝑄𝑑,𝑓 𝑚é𝑑𝑖𝑎 = 0,6020[𝐿/𝑠]
Sendo:
C: coeficiente de retorno;
Pi e Pf: população de início e de final de plano (hab);
qi e qf: consumo per capita efetivo de início e de final de plano (L/(hab*dia)).
𝐶 . 𝑃𝑖 . 𝑞𝑖 . 𝐾2
𝑄𝑑,𝑖 =
86400
0,8 . 110. 169,3 . 1,5
𝑄𝑑,𝑖 =
86400
𝑄𝑑,𝑖 = 0,2587 𝐿/𝑠
𝐶 . 𝑃𝑓 . 𝑞𝑓 . 𝐾1 . 𝐾2
𝑄𝑑,𝑓 =
86400
0,8 . 384. 169,3 . 1,2 . 1,5
𝑄𝑑,𝑓 =
86400
𝑄𝑑,𝑓 = 1,0835 𝐿/𝑠
Sendo:
C: coeficiente de retorno;
Pi e Pf: população de início e de final de plano (hab);
qi e qf: consumo per capita efetivo de início e de final de plano (L/(hab*dia));
𝐾1 : coeficiente do dia de maior consumo;
𝐾2 : coeficiente da hora de maior consumo.
Para fins de cálculo, a partir da vazão determina-se uma taxa de contribuição linear por
metro de tubulação, considerando que a rede proposta possui um comprimento total de 2012,19
m:
13
𝑄𝑑, 𝑖
𝑇𝑥, 𝑖 = + 𝐼
𝐿𝑖
0,2587
𝑇𝑥, 𝑖 = + 0,0001
2012,19
𝑇𝑥, 𝑖 =0,00113 L/s.m
𝑄𝑑, 𝑓
𝑇𝑥, 𝑓 = + 𝐼
𝐿𝑓
1,0835
𝑇𝑥, 𝑓 = + 0,0001
2012,19
𝑇𝑥, 𝑓 =0,00154 L/s.m
Sendo:
𝑄𝑑, 𝑖 e 𝑄𝑑, 𝑓 : vazão doméstica inicial e final (L/s);
𝐿𝑖 𝑒 𝐿𝑓: comprimento total da tubulação no início e final de plano (m);
I: taxa de infiltração linear (L/s.m).
4.5 Vazões
As vazões a montante dos trechos, nos pontos que compõem o início da rede coletora,
fez-se a adoção de vazão 0,00 [L/s]. Já as vazões de jusante, foram determinadas pela soma da
vazão de montante com a contribuição linear do trecho, tanto para início quanto para final de
plano.
4.6 Declividade
4.8 Diâmetro
4.9 Profundidade
Para determinar a que profundidade o coletor será instalado foi analisado três situações
distintas:
1º caso: quando a declividade adotada para o trecho for igual a declividade do terreno
(It): nesse caso, a profundidade a montante e a jusante no trecho serão iguais, respeitando o
recobrimento mínimo da tubulação e seguindo paralelamente a superfície topográfica.
2º caso: quando a declividade adotada para o trecho for igual a declividade mínima
(Imin): nesse caso, a profundidade será maior e, portanto, calculada como a diferença da cota
do coletor de montante menos a inclinação do trecho multiplicada pela extensão do trecho.
3º caso: quando o trecho em questão for solicitado para a recuperação do recobrimento
mínimo: nesse caso, para recuperar a profundidade no coletor de jusante, fixa-se a profundidade
mínima a jusante e verifica-se a inclinação do coletor (Ic) para que esta seja maior que a
declividade mínima, como foi descrito anteriormente.
15
No projeto desenvolvido houve a necessidade de realizar a recuperação de recobrimento
mínimo duas vezes, sendo que, quatro trechos foram analisados para tal função, porém só dois
obtiveram a declividade requerida.
Nas singularidades, por sua vez, as profundidades são obtidas através da geratriz
superior dos coletores que se encontrarão em uma mesma singularidade. Havendo diferença de
nível superior a meio metro entre os coletores, será necessário que se utilize um tubo de queda.
5. CONCLUSÃO
17
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
VELASCO, Clara. Raio X do saneamento no Brasil: 16% não têm água tratada e 47% não
têm acesso à rede de esgoto. G1. Disponível em:
<https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/06/24/raio-x-do-saneamento-no-brasil-
16percent-nao-tem-agua-tratada-e-47percent-nao-tem-acesso-a-rede-de-esgoto.ghtml>.
Acesso em 04 de dezembro de 2021.
19
ANEXO 1 - TABELAS DE DIMENSIONAMENTO DA REDE
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