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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

ENGENHARIA CIVIL
SANEAMENTO BÁSICO

Reservatórios de distribuição
PROF. CESAR AUGUSTO M. DESTRO
Introdução
Os reservatórios de distribuição de água constituem elementos importantes do sistema de
abastecimento de água. Além de atenderem às diversas finalidades, são os elementos mais
visíveis e de maior destaque no sistema de distribuição.
As principais finalidades dos reservatórios são:

◦ Regularizar a vazão
◦ Segurança ao abastecimento
◦ Reserva de água para incêndio
◦ Regularizar pressões
Introdução
Pode-se destacar as seguintes vantagens ao se utilizar reservatórios

◦ Bombeamento de água fora do horário de pico elétrico


◦ Aumento no rendimento dos conjuntos elevatórios

Alguns inconvenientes podem ser destacados

◦ Custo elevado de implantação


◦ Localização
◦ Impacto ambiental
Classificação
São vários os critérios que permitem classificar os reservatórios

◦ Quanto a localização no sistema


◦ Quanto a localização no terreno
◦ Quanto a forma
◦ Quanto aos materiais de construção
Reservatório de montante
Classificação Reservatório de jusante
Reservatório de posição intermediária
Quanto a localização no sistema

Quanto a localização no terreno

Quanto a forma

Quanto aos materiais de construção

◦ 500 kPa
◦ 100 kPa
Reservatório enterrado
Classificação Reservatório semi-enterrado
Reservatório apoiado
Quanto a localização no sistema
Reservatório elevado
Quanto a localização no terreno

Quanto a forma

Quanto aos materiais de construção

Nível do terreno

Reservatório Reservatório
apoiado elevado

Reservatório
semi-enterrado
Reservatório
enterrado
Classificação
Quanto a localização no sistema

Quanto a localização no terreno

Quanto a forma

Quanto aos materiais de construção


Reservatórios circulares
Classificação Reservatórios retangulares
Reservatório hexagonais
Quanto a localização no sistema
Reservatórios octogonais
Quanto a localização no terreno

Quanto a forma

Quanto aos materiais de construção


Reservatórios de concreto armado
Classificação Reservatórios de aço
Reservatórios de poliéster armado com fibra de vidro
Quanto a localização no sistema
Reservatórios de outros materiais
Quanto a localização no terreno

Quanto a forma

Quanto aos materiais de construção


Reservatórios de concreto armado
Classificação Reservatórios de aço
Reservatórios de poliéster armado com fibra de vidro
Quanto a localização no sistema
Reservatórios de outros materiais
Quanto a localização no terreno

Quanto a forma

Quanto aos materiais de construção


Reservatórios de concreto armado
Classificação Reservatórios de aço
Reservatórios de poliéster armado com fibra de vidro
Quanto a localização no sistema
Reservatórios de outros materiais
Quanto a localização no terreno

Quanto a forma

Quanto aos materiais de construção


Capacidade dos reservatórios
Volume para atender às variações de consumo (útil)

◦ Curva de consumo
◦ Variação senoidal

Volume útil
Volume para combate a incêndios
Volume de incêndio

Volume de emergência
Volume para emergências
𝑉 =𝑉 𝑢 +𝑉 𝑖 +𝑉 𝑒
NBR 12217/1994

Aplica-se o fator 1,2 ao


volume assim calculado,
para levar em conta
incertezas dos dados
utilizados.

Capacidade dos
reservatórios
Volume útil

Pela curva de consumo

Adução contínua

Adução intermitente

Sem curva de consumo

Pela variação senoidal

PNB 594/77 ABNT

Volume de combate a incêndio

Volume de emergência
Capacidade dos 𝑡2

reservatórios 𝑉 =∫ 𝑄 ∙ 𝑑𝑡 −𝑄 ∙ ( 𝑡 2 − 𝑡 1 )
𝑡1

Volume útil Onde:


Pela curva de consumo
V = volume de reservação
Adução contínua
Q = vazão consumida
Adução intermitente Q = vazão média do dia
Sem curva de consumo t1 a t2 = período em que o consumo é
maior que a vazão fornecida.
Pela variação senoidal

PNB 594/77 ABNT

Volume de combate a incêndio

Volume de emergência
Capacidade dos
reservatórios
◦ Também pode-se
determinar o volume de
Volume útil
reservação através do
Pela curva de consumo diagrama de massa (gráfico
de volumes acumulados).
Adução contínua

Adução intermitente

Sem curva de consumo

Pela variação senoidal

PNB 594/77 ABNT

Volume de combate a incêndio

Volume de emergência
Capacidade dos
reservatórios
Volume útil

Pela curva de consumo

Adução contínua

Adução intermitente

Sem curva de consumo

Pela variação senoidal

PNB 594/77 ABNT

Volume de combate a incêndio

Volume de emergência
Capacidade dos ◦ Outra possibilidade é
reservatórios elaborar uma tabela de
volumes diferenciais.

Volume útil ◦ Os volumes diferenciais


resultam da diferença entre
Pela curva de consumo
o volume de alimentação e
Adução contínua de distribuição, sendo
positivo (+) quando o
Adução intermitente volume de alimentação é
Sem curva de consumo maior do que o volume de
distribuição e negativo (-),
Pela variação senoidal caso contrário.
PNB 594/77 ABNT

Volume de combate a incêndio

Volume de emergência
Capacidade dos ◦ No instante t1 inicia-se a
reservatórios adução e no instante t2
encerra-se a adução.

Volume útil ◦ O reservatório irá acumular


Pela curva de consumo os volumes de água até o
fim do período de
Adução contínua funcionamento, em t2.
Adução intermitente

Sem curva de consumo ◦ Também pode-se utilizar o


diagrama de massas para se
Pela variação senoidal determinar a capacidade do
PNB 594/77 ABNT reservatório.

Volume de combate a incêndio

Volume de emergência
Capacidade dos
reservatórios
Volume útil

Pela curva de consumo

Adução contínua

Adução intermitente

Sem curva de consumo

Pela variação senoidal

PNB 594/77 ABNT

Volume de combate a incêndio

Volume de emergência
Capacidade dos
reservatórios
Volume útil

Pela curva de consumo

Adução contínua

Adução intermitente

Sem curva de consumo

Pela variação senoidal

PNB 594/77 ABNT

Volume de combate a incêndio

Volume de emergência
Capacidade dos
reservatórios 𝐾 2 −1
𝐶= ×𝑉
𝜋
Volume útil
Onde:
Pela curva de consumo

Adução contínua C = capacidade mínima do reservatório (m3)


K2 = coeficiente da hora de maior
Adução intermitente
consumo
Sem curva de consumo V = volume diário consumido (m3)
Pela variação senoidal

PNB 594/77 ABNT

Volume de combate a incêndio

Volume de emergência
Capacidade dos Coeficiente da Capacidade

reservatórios hora de maior


consumo (K2)
mínima do
reservatório

1,2 0,064 V
1,3 0,095 V
Volume útil
1,4 0,127 V
Pela curva de consumo
1,5 0,159 V
Adução contínua
1,6 0,191 V
Adução intermitente
1,7 0,223 V
Sem curva de consumo
1,8 0,255 V
Pela variação senoidal 1,9 0,286 V
PNB 594/77 ABNT 2,0 0,318 V
Volume de combate a incêndio
Volume de emergência
Exemplo: calcular o volume necessário para abastecer a rede
do exercício anterior (rede mista), utilizando o método da
variação senoidal.

Capacidade dos ◦ Considerando: ◦ Então:


reservatórios 𝐾 2=1 , 50 𝐶 =0,159 ∙𝑉
𝑄 3=8 ,50 𝐿/ 𝑠
◦ Daí:
Volume útil ◦ Pela tabela:
Pela curva de consumo 𝑉 =𝑄 3 ∙86400
Coeficiente da Capacidade
mínima do 3
Adução contínua hora de maior 𝐿 1𝑚 86400 𝑠
consumo (K2) reservatório 𝑉 =8 , 50 ∙ ∙
Adução intermitente 𝑠 1000 𝐿 1 𝑑𝑖𝑎
1,2 0,064 V
3
Sem curva de consumo 𝑉 =734 , 4 𝑚
1,3 0,095 V
Pela variação senoidal 𝐶 =0,159 ∙734 , 4
1,4 0,127 V
PNB 594/77 ABNT 1,5 0,159 V 3
𝐶 =116 , 77 𝑚
Volume de combate a incêndio 1,6 0,191 V
Volume de emergência
As recomendações da antiga norma PNB 594/77 da ABNT
eram:

◦ Para adução contínua


Capacidade dos ◦ Volume ≥ 1/3 do volume distribuído no dia de maior consumo

reservatórios ◦ Para adução descontínua coincidindo com o período do Cmáx


◦ Volume ≥ 1/3 do volume distribuído no dia de maior consumo e ≥ Q . tinoperante
Volume útil

Pela curva de consumo ◦ Para adução descontínua não coincidindo com o período do Cmáx
◦ Volume ≥ 1/3 do volume distribuído no dia de maior consumo + Q . tinoperante
Adução contínua

Adução intermitente
◦ Reservatórios elevados:
Sem curva de consumo ◦ ≥1/30 do volume no dia de maior consumo
Pela variação senoidal ◦ Valores comuns: 10% a 20% do volume total
◦ V ≤ 1.000 m3 - é mais comum se adotar a capacidade máxima de 500 m3
PNB 594/77 ABNT

Volume de combate a incêndio

Volume de emergência
Capacidade dos Necessário quando a capacidade do sistema de abastecimen-
reservatórios to pode não ser suficiente (sistemas de pequeno e médio
portes).

Volume útil ◦ Em sistemas de grande porte, nos quais a demanda de incêndio é


Pela curva de consumo uma fração muito pequena da demanda máxima diária, não há
necessidade de se prever um volume adicional para o combate a
Adução contínua incêndio.
Adução intermitente

Sem curva de consumo ◦ Para se determinar o volume de combate a incêndios deve-se


levar em conta as dimensões do incêndio, a capacidade de
Pela variação senoidal fornecimento de água pelo SAA e a possibilidade do corpo de
PNB 594/77 ABNT bombeiros levarem água em caminhões tanque.

Volume de combate a incêndio

Volume de emergência
Capacidade dos Se for constatada a necessidade de um volume adicional, seu
reservatórios volume é calculado multiplicando-se as vazões necessárias
pela duração do fogo.

Volume útil ◦ Para os EUA, se considera que a vazão necessária é de


Pela curva de consumo aproximadamente 31,4 L/s.
Adução contínua
◦ Recomendações da American Water Works Association (1998)
Adução intermitente
Duração
Sem curva de consumo Vazão para combate a do fogo
incêndio (L/s) (h)
Pela variação senoidal
Menos que 157 2
PNB 594/77 ABNT
189 – 220 3
Volume de combate a incêndio 251 – 755 4
Volume de emergência
Capacidade dos ◦ Na Espanha, recomenda-se:

reservatórios ◦ 120 m3 para populações menores que 5.000 habitantes;


◦ 240 m3 para as demais populações.

Volume útil

Pela curva de consumo

Adução contínua

Adução intermitente

Sem curva de consumo

Pela variação senoidal

PNB 594/77 ABNT

Volume de combate a incêndio

Volume de emergência
Capacidade dos Atende durante falhas com paralisação do sistema: captação,
reservatórios elevatórias, ETA, etc;

Volume útil Não há fórmulas para se determinar o volume de emergência.


A decisão sobre considerar um determinado volume para
Pela curva de consumo
emergências deverá ser do responsável pelo SAA.
Adução contínua

Adução intermitente

Sem curva de consumo


Para pequenas populações, volume de emergência = volume
de incêndio. Para populações médias e grandes o volume de
Pela variação senoidal emergência deve ser muito maior do que o volume de
PNB 594/77 ABNT combate a incêndios.
Volume de combate a incêndio

Volume de emergência
Capacidade dos A concessionária dos serviços de abastecimento de água
reservatórios deverá fornecer ao projetista recomendações quanto ao
volume a ser adotado de acordo com a segurança que se
deseja para o sistema.
Volume útil

Pela curva de consumo


Alguns países utilizam uma reserva de emergência de 25% do
Adução contínua consumo máximo diário previsto.
Adução intermitente

Sem curva de consumo

Pela variação senoidal

PNB 594/77 ABNT

Volume de combate a incêndio

Volume de emergência
Exemplo
Dimensionar o reservatório para abastecer uma área cujos dados de consumo são os
apresentados na tabela ao lado.
Hora Vazão (L/s) Hora Vazão (L/s)
0 1,35 12 6,59
1 1,15 13
Determine: 6,11
2 1,27 14 5,84
◦ A vazão média de alimentação do reservatório
3 1,49 15 5,42
◦ Elabore um gráfico da curva de demanda
4 1,66 16 5,17
◦ Elabore o gráfico da curva dos volumes acumulados e determine 5 17
1,91 4,75
o volume útil do reservatório 6 2,46 18 4,57
◦ Elabore a tabela dos volumes diferenciais considerando a vazão 7 3,10 19 4,29

de alimentação, a vazão de distribuição e determine o volume útil. 8 4,07 20 3,36


9 6,05 21 2,73
10 8,06 22 2,09
11 7,37 23 1,64
Referências
TSUTIYA, M. T. (2006) Abastecimento de água. 3ª edição, Departamento de Engenharia
Hidráulica e Sanitária da Escola Politécnica da USP. São Paulo: 643 p.

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