CIV 444 – TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUÁRIAS I

Lagoas Facultativas

Paula Assemany

2018/1
Lagoas Facultativas
Sistemas simples de tratamento, baseados em processos naturais de estabilização da
matéria orgânica

Simplicidade e confiabilidade operacional

Grande requisito de área (>>TDH)
Baixo custo de operação e manutenção

•Terra barata
•Clima favorável
•Método de tratamento que não requeira equipamentos

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Lagoas Facultativas

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Lagoas Facultativas
CARACTERÍSTICAS DO EFLUENTE PRESENÇA DE ALGAS

Cor verde Produção de OD

Elevada concentração OD > concentração que bactérias
SS não sedimentáveis Clorofila-a
Oxipausa

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 Registro, SP
Lagoa anaeróbia + Lagoa facultativa

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Lagoas Facultativas
Fator Influência
Radiação solar Velocidade fotossíntese
Velocidade fotossíntese
Taxa de decomposição bacteriana
Temperatura
Solubilidade e transferência de gases
Condições de mistura
Condições de mistura
Vento
Reaeração atmosférica

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Estratificação térmica

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Lagoas Facultativas
MISTURA = vento e diferencial de temperatura

Curto circuitos hidráulicos

Zonas de estagnação
Homogeneização vertical (DBO, algas e OD)
Transporte (algas não motoras e OD)

Contorno REGULAR e ausência de OBSTÁCULOS

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Oscilação de OD ao longo do dia para diferentes profundidades de uma lagoa de estabilização

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Critérios de projeto
 Taxa de aplicação superficial ~ (algas)
 Profundidade
 Tempo de detenção hidráulica ~ (bactérias)
 Geometria (relação comprimento/largura) (regime hidráulico)

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 Taxa de aplicação superficial
𝐿 A= área (ha)
𝐴= L = Carga orgânica (kg DBO/dia)
𝐿𝑠
Ls = taxa de aplicação superficial (kg DBO/ha.dia)

LS = 350 x (1,107 − 0,002xT)T−25 Mara (1997)

Temperatura média do ar do mês mais frio

Regiões com inverno quente e elevada insolação: Ls = 240 a 350 kg DBO5/ha.dia

Regiões com inverno e insolação moderados: Ls = 120 a 240 kg DBO5/ha.dia
Regiões com inverno frio e baixa insolação: Ls = 100 a 180 kg DBO5/ha.dia
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 Profundidade
Lagoas rasas: Lagoas profundas:
𝑉 • Possibilitam maior tempo de
𝐻= • H<1m – totalmente aeróbias
𝐴 detenção (> volume)
• Maior área requerida
• Mais estável
• Maior penetração da luz • Maior volume para
H = 1,5 a 2 m • Vegetação emergente: abrigo para armazenamento do lodo
larvas e mosquitos • Manutenção de condições
• Maior variação da temperatura anaeróbias no fundo da lagoa
• Redução dos riscos de mau cheiro
• Permite inclusão de aeradores no
futuro

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Tempo de detenção hidráulica
V
TDH =
Q

> temperatura < TDH

> carga orgânica > TDH

Lagoa facultativa primária: 15 a 45 dias

Lagoa facultativa secundária: 10 a 30 dias

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Geometria
Terreno disponível e topografia

Comprimento/largura (L/B) >>1 -> fluxo pistão

L/B ~ 1 (lagoas quadradas) -> mistura completa

L/B = 2 a 4

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Cinética das reações Ordem 2
Log (r)
𝑟 = 𝑘𝐶 𝑛 Ordem 1
r = taxa de reação
K = constante da reação
C = concentração do reagente
n = ordem da reação Ordem 0

log 𝑟 = log 𝐾 + 𝑛. log 𝐶 Log (C)

r = descreve a remoção ou formação de um composto ou espécie química

n = 0 (reação de ordem 0) -> taxa de reação é independente da concentração do
reagente
n = 1 (reação de primeira ordem) -> taxa de reação é proporcional à concentração do
reagente
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 𝑑𝐶
Reações de ordem 0:
𝑑𝑡

Taxa de reação é independente da

concentração do reagente

Taxa de mudança da concentração (C) do t

reagente é constante

dC dC
= −kC0 = −k C = Co − kt
dt dt

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 𝑑𝐶
Reações de ordem 0:
𝑑𝑡

Taxa de reação é independente da

concentração do reagente

Taxa de mudança da concentração (C) do t

reagente é constante
C
dC dC
= −kC0 = −k C = Co − kt
dt dt

t
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 𝑑𝐶
Reações de primeira ordem:
𝑑𝑡

Taxa de reação é proporcional à

concentração do reagente

dC dC
= −kC1 = −kC C = Co. 𝑒 −𝑘𝑡 t
dt dt

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 𝑑𝐶
Reações de primeira ordem:
𝑑𝑡

Taxa de reação é proporcional à

concentração do reagente

dC dC
= −kC1 = −kC C = Co. 𝑒 −𝑘𝑡 t
dt dt
C

t
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 Hidráulica dos reatores
Fluxo em pistão

Cada elemento de fluido deixa o tanque na ordem em que entrou

O fluxo se processa como um êmbolo, sem dispersão longitudinal

As partículas permanecem no tanque por um período igual ao tempo de

detenção hidráulica

Modelo idealizado
Fonte: von Sperling (2006).
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Hidráulica dos reatores
Mistura completa:

Todos os elementos que entram no tanque são imediatamente dispersos

A concentração de qualquer componente é a mesma em qualquer ponto do

tanque

As partículas deixam o reator em proporção à sua distribuição estatística

Modelo idealizado
Fonte: von Sperling (2006).
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Hidráulica dos reatores
Fluxo disperso:

Grau de mistura, ou dispersão do fluxo, intermediário:

d -> 0 (fluxo em pistão)

d -> ∞ (mistura completa)

Fonte: von Sperling (2006).

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Hidráulica dos reatores
Mistura completa em série:

n=1 -> mistura completa

n ∞ -> fluxo em pistão

Fonte: von Sperling (2006).
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Estimativa da concentração efluente de DBO
Fluxo em pistão (cinética de primeira ordem):

So
So

Se Se

t t 𝑑
d
Se = 𝑆0. 𝑒 −𝑘𝑡 Se = 𝑆0 . 𝑒 −𝑘 𝑉

So Se
So Se

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Estimativa da concentração efluente de DBO
Mistura completa (cinética de primeira ordem):

So

Se
Se

t t d

So Se
S0
Se =
Se Se 1 + kt
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Estimativa da concentração efluente de DBO
Mistura completa em série (cinética de primeira ordem):

S0
Se1 = Para células do mesmo volume:
(1 + k. t1 )
Se1 𝑆0 𝑆0 𝑆0
Se2 = = Sen = = 𝑡
(1+k.t2 ) 1+𝑘.𝑡1 (1+𝑘𝑡2 ) (1+𝑘𝑡1 )𝑛 (1+𝑘 𝑛)𝑛
𝑆0
Sen =
[ 1+𝑘.𝑡1 1+𝑘𝑡2 … 1+𝑘𝑡𝑛 ]

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 Regime hidráulico Esquema DBO solúvel efluente

Fluxo em pistão S= S0 .e-kt

Mistura completa 𝑆0
S=
(1 célula) (1+𝑘.𝑡)

𝑆0
Mistura completa 𝑆=
(células iguais em série) 𝑡
(1 + 𝑘 )𝑛
𝑛
4𝑎𝑒 1/2𝑑
𝑆 = 𝑆0 𝑎
(1 + 2
𝑎) 𝑒 2𝑑 − (1 − 𝑎)2 𝑒 −𝑎/2𝑑
Fluxo disperso

𝑎 = 1 + 4𝑘𝑡𝑑
Fonte: von Sperling (2002).

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Estimativa da concentração efluente de DBO
DBO total efluente = DBO solúvel + DBO particulada

SS efluente 60 – 90% algas 60 a 100 mg/L

1 mg/L algas 0,45 mg DBO5/L

1mg SS
= 0,3 a 0,4 mgDBO5/L
L

1mg SS
= 1,0 a 1,5 mgDQO/L
L
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 Cinética da remoção da DBO em lagoas de estabilização

K = constante da reação
Para matéria orgânica: f (substrato, lagoa)
Lagoas primárias: K = 0,30 – 0,40 d-1
Lagoas secundárias: K = 0,20 – 0,30 d-1 KT=K20.Ѳ(T-20)

Lagoas primárias: K = 0,15 – 0,20 d-1

Lagoas secundárias: K = 0,12 – 0,15 d-1

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 Cinética da remoção da DBO em lagoas de estabilização

K = f(Ls)
K = 0,132 log Ls – 0,146 (Arceivala, 1981) Ѳ = 1,035

d = f(L/B)
d =(L/B)/[-0,261+0,254(L/B)+1,014(L/B)2] (Yánez, 1993)

d = 1/(L/B) (von Sperling, 1999)

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Aspectos construtivos
• Localização
•Desmatamento, limpeza e escavação do terreno
•Taludes
•Fundo das lagoas
•Dispositivos de entrada
•Dispositivos de saída

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 Aspectos relativos à locação
Disponibilidade de área
Localização da área em relação à geração do esgoto
Localização da área em relação ao corpo receptor
Localização da área em relação às residências mais próximas
Cotas de inundação
Nível do lençol freático
Topografia da área

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 Aspectos relativos à locação
Forma da área
Características do solo
Ventos
Condições de acesso
Facilidades de aquisição do terreno
Custo do terreno

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Locação em relação ao vento

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Fonte: Casarotti et al. (2013)

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Elementos construtivos de um dique de lagoas

Fonte: von Sperling (2002)

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Taludes
Coroamento: 2 - 4 m
Borda Livre: > 0,5 m
Taludes:
Externos
◦ i min = 1 (vertical): 5 - 8 (horizontal), arenosos
◦ i min = 1 (vertical): 2,5 (horizontal), argilosos
◦ Proteção: gramado (erosão) e drenagem superficial
vert
Internos horiz
◦ i min = 1 (vertical): 3 - 6 (horizontal), arenosos
◦ i min = 1 (vertical): 2 (horizontal), argilosos
◦ Proteção: contato NA (ondas), erosão e vegetais -> rip-rap, laje ou placas de concreto, membrana
sintética, asfalto. 0,5/0,5 m.

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Dimensões totais
Declividade 1:d (vertical/horizontal)
- comprimento do fundo = comprimento a meia altura – 2d.(H/2)
- comprimento no NA = comprimento a meia altura + 2d.(H/2)
- comprimento na crista do talude = comprimento no NA + 2d.borda livre

- largura no fundo = largura a meia altura - 2d.(H/2)

- largura no NA = largura a meia altura + 2d.(H/2)
- largura na crista do talude = largura no NA + 2d.borda livre

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Pré-dimensionamento:
Comprimento: 100 m
Borda livre: 0,6 m
Profundidade: 2,2 m
Inclinação do talude interno: 1:2,5 (d=2,5)

Fonte: von Sperling (2002)

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Preparo do fundo
 Contaminação do lençol freático
 Dificuldade na manutenção do nível do líquido nas lagoas

Coeficiente de permeabilidade do solo

Redução da taxa de percolação: camada de argila compactada de 5 a 10 cm
Impermeabilização:
- camada de argila, com espessura mínima de 40 cm (enchimento de 1/3 da altura para evitar
ressecamento e trincas)
- revestimento asfáltico
- geomembranas plásticas

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Impermeabilização
 K > 10-6 m/s: solo muito permeável e fundo deve ser protegido
 K > 10-7 m/s: alguma infiltração pode ocorrer, mas não o suficiente para impedir o enchimento
da lagoa
 K < 10-8 m/s: o fundo da lagoa se impermeabilizará naturalmente
 K < 10-9 m/s: não há risco de contaminação
 K > 10-9 m/s: se houver utilização da água subterrânea para abastecimento doméstico, estudos
hidrogeológicos devem ser efetuados.

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Dispositivos de entrada

a = afastamento entre tubulações (< 50 cm)

Fonte: von Sperling (2002)
L = comprimento da lagoa

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Dispositivos de saída
 Nível fixo
 Nível variável: regulagem do nível d’água
Defletores

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Gerenciamento do lodo
Remoção:
1) Geometria da lagoa
2) Batimetria (seções batimétricas, altura útil da lagoa e lâmina da camada de
lodo)
3) Caracterização física, química e microbiológica do lodo
4) Definição da tecnologia de remoção a ser adotada (incluindo desidratação e
transporte)
5) Destinação final (menor impacto ambiental possível)

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Gerenciamento do lodo
Acúmulo:
0,03 a 0,08 m³/hab.ano (Arceivala, 1981)
1 a 3 cm/ano ( Silva, 2003 e Gonçalves, 1999)

Remoção:
- Desativação temporária: manual ou mecânica (tratores)
- Em funcionamento: tubulação de descarga hidráulica, caminhão limpa fossa,
dragagem, bombeamento a partir de balsa, sistema robotizado.

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